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quinta-feira, 28 de março de 2024

PM promove nova chacina no Rio de Janeiro

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CHACINA. Corpos foram jogados em matagal pela PM para impedir investigação (Foto: Agência O Globo)

Neste domingo (21), no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), a Polícia Militar realizou mais uma operação ilegal que tirou a vida de pelo menos oito pessoas. Moradores da comunidade relatam casos de tortura e denunciam a chacina como vigança pela morte de um policial no final de semana.

Redação Rio


RIO DE JANEIRO – Por dois dias, os moradores do Complexo do Salgueiro, conjunto de favelas em São Gonçalo (RJ), foram testemunhas de execuções sumárias, tortura e tiros disparados pela Polícia Militar. Até o momento, são oito mortos confirmados na chacina, mais uma promovida pela PM do Rio de Janeiro.

Testemunhas relatam desova de corpos em um manguezal no bairro de Palmeiras. Os agentes policiais atuaram dessa forma truculenta a fim de impedir o trabalho da perícia. 

Em nota, a Defensoria Pública classificou a operação como “violenta” e comunicou o caso ao Ministério Público Estadual a fim de “irromper as violações”.

Na madrugada de sábado (20), o sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, do 7º BPM de São Gonçalo, foi atacado a tiros durante um patrulhamento em Itaúna, no Complexo do Salgueiro. 

Por causa disso, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) se mobilizou para vingar o sargento, levando o terror à comunidade. Na manhã do domingo (21), uma idosa foi atingida no braço esquerdo por uma bala “perdida”.

Imagens feitas por moradores mostram as ruas da favela repletas de cadáveres espalhados e grandes poças de sangue pelo chão, resultado do rastro de morte deixado pelos policiais.

Operação ilegal 

Em junho de 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que as operações policiais em favelas do Rio ocorressem em casos “absolutamente excepcionais” enquanto durasse a pandemia. Assim, as operações deveriam ser informadas com antecedência e acompanhadas pelo Ministério Público, o que, na prática, não tem ocorrido. 

Ou seja, a decisão do STF é apenas uma encenação, pois a PM-RJ segue promovendo operações impunemente, sem planejamento, objetivo ou propósito, a não ser aterrorizar a população moradora das favelas. 

Lembre-se que, em maio de 2021, ocorreu a operação policial mais letal da história da cidade do Rio de Janeiro. A chacina deixou 28 mortos na favela do Jacarezinho, zona norte da capital fluminense.

Corpos torturados

Após a ação assassina da polícia em São Gonçalo, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) recebeu denúncias de moradores sobre sinais de tortura nos corpos das vítimas, um crime considerado de lesa humanidade pela ONU.

A PM do Rio de Janeiro é a mais violenta do país. Apenas nos últimos sete meses, 38% dos homicídios cometidos no Estado foram praticados por policiais. Ao todo, de janeiro a julho de 2021, 811 pessoas morreram pelas mãos e balas da PM-RJ.

A chacina do Complexo do Salgueiro é mais um exemplo de assassinato e terror massivo contra os moradores de comunidades praticado pelo Estado burguês. Por tudo isso, é necessário lutar pelo fim do terrorismo desse Estado e da Polícia Militar em todo país.

 

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