Atos contra o racismo e a xenofobia mobilizaram milhares de pessoas hoje no país. Manifestações ocorrem como reação ao assassinato brutal do imigrante congolês Moïse Kabagambe. Movimentos negros e população cobraram justiça e punição aos criminosos.
Lucas Nascimento, Rio de Janeiro
ANTIRRACISMO – Neste sábado, movimentos sociais, partidos de esquerda e a população de várias cidades se mobilizaram contra a morte do imigrante congolês Moïse Kabagambe. Moïse foi espancado até a morte no quiosque tropicália, da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Houve atos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Natal e Brasília. Várias outras cidades do Brasil e do mundo também registraram manifestações. No Rio, o ato contou com participação de pelo menos 5 mil pessoas, incluindo parentes e a mãe do jovem assassinado.
Em São Paulo, os manifestantes se reuniram no MASP, na Av. Paulista. De lá, movimentos sociais de moradia, imigrantes africanos e organizações populares se solidarizaram com a família de Moïse e com todos os imigrantes africados que sofrem racismo e xenofobia no Brasil.
Em Belo Horizonte, o ato contou com a participação do até agora único pré-candidato à presidência negro, Leonardo Péricles (UP). Segundo o candidato da Unidade Popular o jovem Moïse “foi mais uma vítima do racismo estrutural existente no Brasil, e também da destruição dos direitos trabalhistas.”
Mobilização mostra necessidade de se enfrentar o racismo e o capitalismo
A mobilização dos movimentos negros e de imigrantes organizados, entre eles, o Movimento Negro Perifa Zumbi, o ato ocorreu da maneira que tinha sido planejado, com denúncias do racismo e também do sistema opressor que assassinou Moïse.
A denúncia do racismo estrutural que assassina um jovem negro a cada 23 minutos no Brasil também estavam entre as intervenções daqueles que protestavam. De forma geral, muitos manifestantes denunciaram o sistema opressor capitalista e também apontaram para necessidade de construir uma alternativa, a partir das lutas, ao capitalismo.