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quinta-feira, 28 de março de 2024

Refinaria Landulpho Alves privatizada: lucro para acionistas e prejuízo para o povo

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A privatização da Refinaria Landulpho Alves entregou a empresa pela metade do preço de mercado e gerou como resultado reajustes abusivos e recorrentes a população e desabastecimento no mercado interno. Isto é o neoliberalismo e a ideologia das privatizações: lucro para as elites em troca de exploração e descaso com a classe trabalhadora.
Bruno Fernandes


DIADEMA/SP– A Refinaria Landulpho Alves (RLAM) foi a primeira refinaria nacional de petróleo. Sua criação, em setembro de 1950, foi impulsionada pela descoberta do petróleo na Bahia e pelo sonho de uma nação independente e em energia. na época em que o povo ia às ruas gritar “O Petróleo é nosso”, denunciando os interesses imperialistas na exploração das riquezas nacionais. Localizada no Recôncavo Baiano, sua operação possibilitou o desenvolvimento do primeiro complexo petroquímico planejado do país e maior complexo industrial do Hemisfério Sul, o Polo Petroquímico de Camaçari. Em 1953, com a criação da Petrobras, a refinaria foi incorporada à recém-criada companhia, sendo rebatizada em 1957, em homenagem ao engenheiro agrônomo e político baiano que lutou pela causa do petróleo no Brasil.

Na primeira metade de novembro de 2021, o governo neoliberal e integrista de Jair Bolsonaro privatizou esse importante ativo estratégico, provando mais uma vez que o discurso privatista que reivindica uma luta por “eficiência e produtividade” nos serviços públicos é uma farsa. Segundo estudo do Instituto de Estudos Estratégicos  de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). “De acordo com os parâmetros utilizados, a refinaria localizada na Bahia está avaliada, ao câmbio atual, entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões, quando o valor negociado pela estatal com o potencial comprador foi de US$ 1,65 bilhão.”

Os resultados desse crime não poderiam ser diferentes: Em menos de dois meses, a Acelen – empresa que passou a administrar a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), após privatização – anunciou quatro reajustes da gasolina e do diesel. Os aumentos aconteceram nos dias 1º, 15, 22 de janeiro e 5 de fevereiro e os valores da gasolina já estão ultrapassando R$ 7,40 em algumas cidades baianas como Vitória da Conquista e Rio de Contas. Além da cobrança abusiva na gasolina, a privatização também está causando desabastecimento dos navios baianos, como denuncia Carlos Augusto Muller, presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), ao portal Brasil de Fato: “Não há óleo combustível disponível no Porto de Salvador desde que a Acelen assumiu a refinaria. Um navio tem que programar a ida a outro porto para abastecer”.

Acelen, empresa criada pelo fundo árabe Mubadala Capital para gerenciar a RLAM detém hoje um monopólio privado na produção e distribuição de combustíveis na Bahia, em parte do Nordeste e no norte de Minas Gerais, e utiliza desse monopólio para encher os cofres de acionistas em países estrangeiros.

Nesse sentido, nós a classe trabalhadora devemos articular juntamente com movimentos sociais, sindicatos, toda a comunidade baiana, e todo o povo brasileiro uma agenda de lutas em prol da reestatização imediata desta e de todas as outras empresas estratégicas da Petrobras negociadas e entregues por Temer e Bolsonaro ao capital internacional. Cabe a nós, ocuparmos as ruas clamando novamente: O petróleo é nosso! A Petrobras é nossa! Reestatização já!

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