Para denunciar o alto preço dos alimentos e do custo de vida, o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ocupou supermercados em dezembro. A ação ocorreu em 10 estados e faz parte da campanha Natal Sem Fome – organizada para enfrentar a falta de acesso a uma alimentação adequada para milhares de pessoas no Natal.
Coordenação Estadual do MLB
SÃO PAULO – Para denunciar o alto preço dos alimentos e do custo de vida, o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ocupou supermercados em dezembro. A ação ocorreu em 10 estados e faz parte da campanha Natal Sem Fome – organizada para enfrentar a falta de acesso a uma alimentação adequada para milhares de pessoas no Natal.
Durante o ano inteiro, o MLB construiu uma rede de solidariedade para auxiliar famílias de bairros pobres e garantir além de moradia digna, comida no prato de trabalhadoras e trabalhadores. Essa rede se amplia em dezembro no Natal, época do ano em que, em homenagem ao nascimento de Cristo, deveriam ser reforçados os valores de solidariedade entre os povos.
Hoje, no Brasil, 33 milhões de pessoas estão em situação de fome extrema sendo mais de 100 milhões obrigadas a escolher diariamente entre almoço ou jantar e mais de 20 milhões de crianças na pobreza. Para se ter uma ideia, só com essas crianças, seria possível encher 253 vezes o estádio do Maracanã.
Por isso, o MLB realizou as manifestações do Natal sem Fome no último sábado para denunciar essas desigualdades e lutar para que a riqueza do país seja distribuída entre os trabalhadores, e não concentrada nas mãos dos ricos.
Para além da denúncia, a campanha teve um objetivo prático: conquistar cestas básicas completas para cerca de 60.000 famílias. Então que seja feita a justiça e a cobrança venha para quem tem, e tem muito: os supermercados.
Os donos das grandes redes de supermercados têm mais interesse em jogar milhões de toneladas de alimentos no lixo, do que combater a fome, portanto, são esses burgueses que devem pagar pelas ceias de Natal do povo pobre que constrói todas as riquezas do Brasil.
Em São Paulo, a rede escolhida para construção do ato foi a grande rede de supermercados Ricoy, que tem uma rede com mais de 70 lojas no Estado. Com o ato no Ricoy, além da denúncia da fome, o Movimento denuncia também os diversos casos de racismo ocorridos no interior dos supermercados como avaliou Guilherme Brasil, coordenador do movimento em São Paulo: “São inúmeros os casos de racismo e repressão policial com negros e negras em supermercados. O UniSuper no Rio Grande do Sul praticou inclusive tortura com dois homens negros suspeitos de furtar o mercado. Em 2019 um jovem negro suspeito de furtar um chocolate, foi amarrado despido e torturado por seguranças da Rede Ricoy. E esse não foi um fato isolado, a rede soma uma série de crimes e denúncias atreladas a racismo e tortura. É também por isso que estamos realizando esse ato aqui”.
Em São Paulo, mais de 400 famílias participaram do ato na rede de supermercados Ricoy, na cidade de Diadema, carregando cartazes com os dizeres: “basta de racismo, tortura e fome!” e terminaram o ato, pacífico e reivindicatório, carregando as cestas básicas conquistas na luta para casa, com sorriso no rosto de quem sabe que só quem luta, conquista.
A Campanha se estendeu ainda para a região da baixada santistas, Mogi das Cruzes e Campinas, onde houveram ações de arrecadação de alimentos e distribuição de cestas básicas conquistadas com apoiadores para as famílias que constroem o movimento localmente.
Diante do cenário de fome e abandono que nosso povo enfrenta após quatro anos de um governo fascista e genocida, é mais que necessário instituir a luta por mais direitos e pelo fim do sistema capitalista, organizar o máximo de pessoas para dizer “Basta de tanto sofrimento, de tanta impunidade!”.
Como disse Lênin, herói do povo russo, em 1902: “Perdemos toda a paciência para esperar os dias felizes que nos prometem, desde há muito, os conciliadores de toda a espécie”.
O povo está cansado de esperar, de receber as migalhas das migalhas e aceitar calado a normalização dos absurdos com os quais centenas de milhões de trabalhadoras e trabalhadores são obrigados a conviver. Contra a fome, o desemprego e a falta de moradia, a solução é lutar para construir o socialismo!