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sábado, 2 de novembro de 2024

Aliado de Bolsonaro preso pela PF diz saber quem matou Marielle Franco

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Ailton Barros, ex-capitão do Exército que se apresentava como “01 do Bolsonaro”, afirmou em mensagens interceptadas saber quem são os responsáveis pela execução de Marielle Franco e Anderson Gomes. Assassinato covarde continua impune e com investigação lenta.

Igor Barradas | Redação RJ


BRASIL – Nesta quarta-feira (3), foi anunciado que o ex-major do Exército e ex-candidato a deputado estadual Ailton Barros (PL), conhecido como “01 do Bolsonaro” na campanha eleitoral, afirmou saber quem é o responsável pelo assassinato covarde de Marielle Franco e Anderson Gomes.

A informação foi obtida após quebra de sigilo em mensagens interceptadas pela Polícia Federal (PF) enquanto investigavam o envolvimento de Ailton em um grande esquema de corrupção envolvendo fraudes nos cartões de vacina.

Ficou revelado que Ailton já sabia quem era responsável pelo assassinato, mas não foi a público denunciar. “Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a p*** toda. Entendeu?”, afirmou Ailton em mensagem enviada no dia 30 de novembro de 2021. 

Envolvidos em assassinato são criminosos, abusadores e corruptos

Ailton foi preso recentemente pela Polícia Federal, acusado de orquestrar um esquema de falsificação de dados de vacinação contra a Covid-19. Faz parte da turma, que além de matar Marielle, é responsável pela morte de quase 700 mil brasileiros. 

De acordo com o Superior Tribunal Militar (STM), enquanto servia no 17º Grupo de Artilharia de Campanha, em 1997, Ailton foi detido em Natal após tentativa de “abusar sexualmente de uma senhorita na área de um acampamento militar”. Em 2002, foi preso por cinco dias após distribuir material de campanha na área militar e recusar ordens de seus comandantes.

Nas redes sociais, Ailton se apresenta enquanto defensor da implementação da pena de morte no Brasil. Tais semelhanças não deixam dúvidas que ele se parece com Bolsonaro. Ambos são investigados por participar de um esquema de fraude em carteiras de vacinação contra Covid-19, odeiam mulheres e são ex-capitães do Exército. Ou melhor, foram expulsos do Exército. 

Impunidade

A execução de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completou 5 anos. Foi um assassinato cruel, realizado com balas compradas pela Polícia Federal, dias depois de a vereadora realizar denúncias contra a violência policial na capital fluminense. Marielle foi morta com quatro tiros na cabeça e Anderson, que conduzia o carro, também morreu. Uma assessora saiu sem ferimentos.

O objetivo deste ato, que ceifou a vida de uma mulher negra, militante dos direitos humanos, além de calar uma militante que estava denunciando abusos policiais é calar todos que se levantam contra a violência do Estado burguês. Somente em 2020, segundo estudo da Rede de Observatórios da Segurança, 1.245 pessoas foram mortas em ações policiais no Rio de Janeiro. Desse total, 86% eram pessoas negras.

Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz foram presos no curso da investigação, acusados de serem responsáveis pelas execuções. Entretanto, foram soltos ao longo da investigação. Ainda não foram sequer julgados. Vale a pena ressaltar que ambos moravam no mesmo condomínio do ex-presidente Bolsonaro quando foram acusados dos crimes.

Como disse Che Guevara, “os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira”. É preciso lutar pelo desfecho do julgamento, andamento das investigações e punição imediata aos assassinos de Marielle e Anderson. 

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