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quinta-feira, 28 de março de 2024

Bilheteiros terceirizados do Metrô exigem aumento de R$ 272,95 da MultService

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No começo de janeiro, o dono da empresa MultService prometeu um aumento de R$272,95 para todos os atendentes, mas passaram-se 5 meses e nada foi pago.

Núcleo de terceirizados do MLC do METRÔ-SP


TRABALHADOR UNIDO – Após a lei da terceirização de total 2017, foi permitida a contratação irrestrita de empresas terceiras para prestação de serviços em atividades meio e atividades-fim. De acordo com o DIEESE (Departamento intersindical de Estatísticas e Estudos socioeconômicos), houve uma brutal piora na qualidade de vida da classe trabalhadora brasileira. No metrô de São Paulo não poderia ser diferente. Esta matéria trata da situação dos trabalhadores terceirizados do Metrô-SP sob a empresa Multiservice.

A Lei da Terceirização foi aprovada após o golpe na então presidenta Dilma Roussef e serviu para piorar as condições de vida e trabalho do povo. Com a ascensão do corrupto e golpista Michael Temer, empresas como a MultService encontraram caminho livre para terceirizar a bilheteria do Metrô e superexplorar seus trabalhadores com um salário de fome.

Desta forma, a Lei da terceirização, só interessa aos donos de empresas – os burgueses – que estão ganhando rios de dinheiro enquanto uma bilheteira ganha menos de um salário mínimo para garantir a sobrevivência de sua família. Porém, os ricos e patrões, são muito poucos, enquanto milhares de bilheteiros podem se unir e fazer valer a sua força.

Além do salário de fome a lei permite uma série de crueldades como a empresa poder pagar menos de um salário-mínimo, rebaixar a qualidade dos postos de trabalho e aumentar a rotatividade no caso de cargas de trabalho com registro menor do que 40 horas semanais.

Essa situação pressiona os salários para baixo e facilita a opressão das gerências por mais produtividade sem nenhuma compensação.

Trabalhadores passam fome, Multservice enriquece

Para os trabalhadores a situação é desesperadora porque na prática os capitalistas nos tratam como mercadorias. Falar dos salários, dos postos de trabalho é descrever como nós sobrevivemos às atrocidades do sistema. Pagar aluguel, água, luz e mercado com um salário-mínimo no Brasil é impossível e o metrô de São Paulo não está apartado dessa realidade.

A MultService é uma empresa que presta serviços de atendimento de cobrança dentro das cabines da bilheteria do Metrô. Ela cuida atualmente das linhas 3 e 15 (Linhas públicas), 4 e 5 (Linhas privadas) e de acordo com o próprio site da transparência obteve referente a linha vermelha um faturamento de mais de 6 milhões de reais em 5 meses do ano de 2022. Dentro da empresa existem apenas 3 cargos: atendente de bilheteria, supervisor de cabine e supervisor de Linha.

O contrato dos atendentes de bilheteria é feito com carga horária semanal de 36h e portanto pode pagar um salário menor do que o mínimo. Também são praticadas punições arbitrárias contra seus funcionários. O horário de almoço é de 15 min, mas em algumas estações a distância entre a copa e o posto de atendimento é de 7 min caminhando. Se os funcionários faltarem mesmo com atestado perdem a cesta básica de R$130,00 mais os dias de descanso e o vale-transporte do dia.

Vários atos contra a terceirização das bilheterias foram realizados pelos trabalhadores com apoio do MLC (Foto: Reprodução/ Sindicato dos Metroviários).

No começo de janeiro o dono da empresa prometeu um aumento de R$272,95 para todos os atendentes, mas passaram 5 meses e não foi pago. Para além de todos os abusos, a MultService não tem dia fixo para pagar o VR e o VA de R$130,00 reais para os atendentes.

Em um mês foi pago no quinto dia útil e no outro mês somente no dia do vale (na segunda metade do mês). Soma-se diversos meses em que não há uma regularidade relacionada a data do pagamento e, somando os atrasos, um mês não foi pago.

A empresa paga apenas uma integração de vale-transporte e só contrata pessoas que declarem não possuir filhos em quantidade suficiente que não obrigue a empresa a pagar um salário família de R$50,00 reais. Ou seja, as mães trabalhadoras são coagidas a mentir na hora da contratação.

Os trabalhadores e trabalhadoras, revoltados(as) com a situação, se organizaram e fizeram pressão contra a empresa cobrando a regularidade no pagamento dos vales e que apenas se cumpra com a própria palavra e se realize o aumento registrado em carteira.

A empresa voltou atrás com sua palavra e propôs um aumento ridículo e meritocrático de R$150,00 para os turnos de abertura e fechamento e R$70,00 para o turno intermediário que seriam pagos por fora da carteira – vale sempre lembrar que pagamentos realizados fora da carteira podem ser retirados a bel-prazer. Tudo isso condicionado à ausência mensal de atestado médico e à ausência de 10 minutos de atraso.

Para fazer a pressão necessária, o Movimento Luta de Classes apoiou a luta da categoria e mobilizou as bases com um panfleto de denúncia do faturamento e dos abusos da empresa denunciando a proposta ridícula de aumento por mérito.

Como avançar na luta pelos direitos

O patrão, alguns supervisores de linha e seus capachos – que na verdade não trabalham – ganham apenas para ficar oprimindo e pensando em como acabar com a movimentação da categoria pelo aumento de salário.

Eles planejam como reprimir os trabalhadores e como aumentar os lucros; traçam metas usando técnicas administrativas que estão contidas em livros sobre como aumentar os lucros com o mínimo de investimento. E a resposta que encontram é que o aumento na margem de lucro provém do aumento da exploração e da racionalização do trabalho.

Trabalhadores terceirizados das bilheterias do Metrô prometem paralisar suas atividades se MultService não cumprir com promessa de aumento (Foto: Reprodução/ Eduardo Silva).

Os trabalhadores da MultService entram em um momento chave, pois com a promessa de aumento para o próximo quinto dia útil estamos em estado alerta de mobilização e, para isso, precisamos nos organizar com reuniões e planejamento. Ficar apenas nos meios virtuais nos impede de avançar mais, além do risco dessas informações chegarem a delatores.

Vamos nos unir e nos preparar para aumentar nossa luta. A nossa revolta é grande e juntos podemos conquistar o que é nosso direito. Nós do MLC chamamos os bilheteiros e bilheteiras para nossas reuniões de organização e para reunir nossas forças e planejar nosso contra-ataque e exigir que cumpram com a palavra dada garantindo nosso aumento.

Queremos ser tratados como seres humanos e respeitados, queremos dignidade. Nos querem escravos e querem que aceitemos só um pedaço de pão enquanto riem da nossa cara no banquete. Chega! Romperemos nossas correntes!

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  1. Empresa mult service e uma empresa quem não tem um pingo de responsabilidade para os seus colaboradores, uma empresa que se preocupar só em ter lucro não tem empatia nem respeita os colaboradores tem dois anos sem férias, e nem previsão, muitos mandado embora porém eles não paga a recisão os ex colaboradores pra receber os seus direitos tem q procura a justiça porque se não eles não pagam uma falta de respeito. Essa empresa e lixo prometeu que iria aumentar o VR e VA porém nada 3e 4 meses com o mesmo valor de VR e VA q eles prometeram o aumento e nunca aconteceu e outras coisas mais.

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