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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Escola Paulista de Medicina elege primeiro diretor LGBT e nordestino

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A vitória do professor LGBT e nordestino, Magnus Dias, fundador do Núcleo Trans da Unifesp, representa novos ares para a EPM.

Pedro Ian Antonelli | São Paulo


DESTAQUES – A Escola Paulista de Medicina (EPM) é uma das mais destacadas instituições de ensino da medicina do país com 90 anos de história. Em 1995 foi fundada a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e, com isso, a EPM passou a fazer parte da Universidade.

No entanto, desde sua fundação, os diretores do atual Campus São Paulo demonstraram um padrão: todos vindos de famílias ricas da cidade e do estado de São Paulo, sempre defendendo pautas conservadoras e antiquadas.

No entanto, no último mês, o professor e médico endocrinologista, Magnus Dias, foi eleito diretor. Pela primeira vez a EPM terá um diretor de origem nordestina e LGBT em sua direção.

Importante ressaltar que a partir das contínuas gestões à direita na EPM o Hospital São Paulo passou a ser dirigido por uma empresa, a SPDM, que assalta os cofres públicos, fere a democracia universitária e persegue trabalhadores e estudantes que dão suas opiniões nos Conselhos Universitários.

O professor Magnus, além disso, é conhecido por ser o fundador do Núcleo Trans da Unifesp, uma importante ferramenta de luta pela dignidade e direitos dessa população que hoje representa apenas 0,3% do corpo discente das universidades brasileiras, como mostra pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa (GEMAA).

Nas palavras da vice-diretora eleita, a Professora Marimélia Porcionatto: “Os últimos anos não foram fáceis. Perdemos pessoas queridas, enfrentamos uma pandemia, combatemos o negacionismo, o descaso com a ciência, com a educação e com a saúde. Hoje o cenário está mais favorável às necessárias reconstruções, mas ainda teremos muitas lutas pela frente. Racismo, homofobia, transfobia, assédio de todas as formas não serão tolerados e deverão ser fortemente combatidos. Queremos uma escola unida, e que todas as vozes sejam ouvidas, prezando sempre pelo diálogo, transparência nas ações, estreitando as relações intra e extramuros.”

A universidade deve ser um espaço de todos, todas e todes, principalmente aqueles que estão do lado dos que mais necessitam. A vitória do Professor Magnus representa novos ares para a Escola Paulista de Medicina, mas também para toda a Unifesp.

Desejamos sorte ao Professor Magnus Dias e esperamos que mantenha seu compromisso com a permanência estudantil, com a qualidade do hospital São Paulo e com a reconstrução da Unifesp.

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