Dezenas de lideranças sociais estão presas por ordem de governador reacionário, na Argentina. Revolta ocorre na província de Jujuy, no Noroeste, contra reforma autoritária na constituição local.
Redação
INTERNACIONAL – Líderes sindicais e de movimentos sociais estão sendo presos em massa pelo governo provincial de Jujuy, no Noroeste da Argentina, O governador Gerardo Morales, do partido de direita União Cívica Radical, vem tentando, desde de junho, passar uma reforma na constituição provincial para proibir manifestações populares em vias públicas e também para limitar os direitos dos povos indígenas.
Assim como no Brasil, a Argentina se organiza como uma federação, onde cada província (o equivalente de estado aqui) tem uma constituição local subordinada à constituição nacional. O caso da província de Jujuy é ainda mais complexo, pois ela faz fronteira com o Chile e a Bolívia e tem uma grande concentração de população indígena.
A medida do governador se dá para tentar sufocar completamente o movimento popular e sindicai. Diante da situação, desde o mês passado, o movimento estudantil, sindical e popular ocupa estradas e realiza greves e manifestações diárias para barrar a reforma constitucional.
O governo vem adotando uma repressão intensa. Entre os presos, militantes do movimento indígena, do Partido Comunista Revolucionário da Argentina e da Corrente Classista e Combativa, uma das principais correntes sindicais do país. Além das prisões, o governo ordenou a policia invadir o Conselho Superior da Universidade Jujuy.
A mobilização do povo de Jujuy se insere no contexto da luta nacional do povo argentino contra a exploração neoliberal e imperialista. Neste ano, ocorrerão eleições presidenciais e a Argentina se encontra sob a ameaça de uma candidatura fascista, como o Brasil esteve nos últimos anos. Além disso, o atual governo de Alberto Fernandez foi incapaz de conseguir se libertar das amarras do FMI e colocar a Argentina num rumo de independência econômica.