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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Deportação de palestino mostra cumplicidade do Estado brasileiro com genocídio de Israel

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Muslim M. A Abuumar, cidadão palestino e professor, foi preso e deportado pela Polícia Federal brasileira no Aeroporto Internacional de Guarulhos. A deportação arbitrária pela Polícia Federal foi um pedido do FBI e do Mossad, serviço secreto israelense.

Igor Marques | Redação RJ


BRASIL – Na última sexta-feira (21), o cidadão palestino Muslim M. A Abuumar foi preso e ameaçado de deportação pela Polícia Federal brasileira no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Muslim é professor universitário e estava acompanhado de sua esposa grávida de sete meses, seu filho de seis anos e sua sogra. Ele possuía visto que garantia sua permanência por até 90 dias no Brasil e estava vindo visitar o irmão, que é residente no país; sua família, de cidadania malaia, não precisava de visto.

Segundo a Polícia Federal, Muslim foi detido por fazer parte de uma lista de supostos terroristas produzida pelo FBI – serviço de inteligência e segurança dos Estados Unidos. O professor seria suspeito de integrar e apoiar organizações terroristas na Palestina. A deportação arbitrária pela Polícia Federal foi um pedido do FBI e do Mossad, serviço secreto israelense.

A cooperação da PF e de outros órgãos do Estado brasileiro, como a ABIN, com o serviço secreto sionista foi intensificada ao longo do governo do fascista Bolsonaro, com a compra de novas tecnologias, espionagem do povo brasileiro por Israel e, agora, o aumento da perseguição ao povo Palestino também em território brasileiro.

Cidadão palestino é deportado a mando de imperialistas

Organizações em apoio à comunidade palestina no Brasil, como o Instituto Brasil-Palestina (IBRASPAL), atuaram na defesa de Muslim e conseguiram uma liminar que impediria a deportação até que a PF “esclarecesse melhor fatos”. Porém, essa liminar foi revogada no último domingo (23) pela Justiça Federal de São Paulo e o cidadão palestino foi deportado de volta para a Malásia, de onde veio para o Brasil.

A decisão da Polícia Federal se baseia unicamente nas supostas investigações dos dois principais perpetradores do genocídio ao povo palestino: Israel e Estados Unidos. Porém, os maiores terroristas no mundo hoje são justamente os países que em quase 9 meses já assassinaram mais de 38.000 pessoas, sendo 23.000 mulheres e crianças.

A Polícia Federal se mostrou também subordinada aos interesses dos sionistas e imperialistas no Brasil e a disposição da justiça em perseguir a comunidade árabe-palestina no Brasil, corroborando para preconceitos e estereótipos contra a comunidade. O Estado brasileiro não reconhece a resistência palestina como terrorista e prosseguiram com a deportação com base em determinações de países estrangeiros, porém, não basta condenar formalmente o genocídio em Gaza e não realizar quaisquer ações de combate à essa política genocida, nem mesmo no seu próprio território.

Após ser deportado, o palestino declarou que sua deportação foi fruto de uma perseguição política à sua luta em favor da libertação da Palestina e que passou por exaustivo interrogatório sem a presença de advogado ou tradutor. Muslim disse que: “A polícia apresentou um conjunto de alegações fabricadas de apoio ao terrorismo, devido à minha atividade acadêmica em apoio à causa palestina e minha posição clara em apoio aos direitos palestinos e denunciando a ocupação sionista terrorista da Palestina. Infelizmente, meu advogado de defesa não teve tempo suficiente para refutar essas acusações infundadas, que simplesmente violam a própria Constituição brasileira, que estipula que o Brasil respeita o direito internacional, e a lei brasileira que não considera a resistência palestina como terrorismo” e exige desculpas formais e indenização.

É preciso que o Estado brasileiro investigue a verdadeira origem da deportação de Muslim e sua família e conduza medidas verdadeiras contra o genocídio do povo Palestino em Gaza e a perseguição à comunidade palestina em todo o globo.

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