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domingo, 8 de dezembro de 2024

Mobilização de estudantes de Teresina conquista o afastamento de assediadores da escola

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Celine Oliver Albuquerque | Teresina (PI)


MULHERES – No início de outubro de 2024, uma estudante do Centro Estadual de Tempo Integral (CETI) Professor Joca Vieira relatou ter sofrido assédio por parte de um vigia da instituição, que teria tentado invadir o banheiro enquanto ela tomava banho. Em decorrência dessa denúncia, diversas outras alunas da escola trouxeram seus próprios relatos, casos de assédio e importunação sexual por parte do já mencionado vigia, mas também outros funcionários, incluindo próprio diretor da escola.

Episódios prévios de assédio já haviam sido levados à Secretaria de Estado da Educação do Piauí (SEDUC-PI), em 27 de maio e 14 de agosto de 2024. Ambas situações nas quais os alunos, após ocuparem a secretaria, estiveram em reunião com os responsáveis para expor os problemas das escolas estaduais de Teresina. Fartas da situação de insegurança e do descaso da SEDUC, as estudantes decidiram se organizar para dar um basta ao assédio, e, então, entraram em contato com a Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas (AMES)-Teresina para apoiarem a construção de um ato de caráter denunciativo.

As estudantes organizaram um ato, que ocorreu na segunda-feira, dia 7 de outubro. Por volta das 07:30 da manhã, mais de 200 alunos estiveram presentes em frente ao CETI Professor Joca Vieira, levantando cartazes, gritando palavras de ordem e lutando pelo direito a uma escola segura, sem assédio. O Movimento de Mulheres Olga Benario também esteve presente, apoiando as estudantes e somando forças à sua luta, além de auxiliando as estudantes juridicamente por meio da Rede de Apoio Janaína Silva.

Após a conclusão do ato, 13 alunas que foram assediadas pelos funcionários se dirigiram à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), para que as menores de idade pudessem prestar seus depoimentos, e à Casa da Mulher Brasileira (SEMPI), para atender as maiores.

Além da abertura para investigação dos casos, a mobilização estudantil conquistou o afastamento imediato do diretor e dos funcionários assediadores da escola. A luta dessas estudantes é exemplo vitorioso de que apenas por meio da luta coletiva e organizada podemos avançar na conquista de direitos básicos, como uma escola sem assédio!

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