“A história da empresa no Piauí é marcada pelo aumento da tarifa de transmissão de energia que supera em mais de 15% o reajuste nas contas de energia elétrica nas mais de 1,3 milhões de unidades consumidoras nos últimos dois anos.”
Santiago Belizário
TERESINA (PI) – Várias cidades do país já têm a fama de: ‘vai chover? pois já falta energia!’. E com a privatização do serviço, os apagões e as altas tarifas se tornam uma realidade cada vez mais presente no cotidiano dos trabalhadores. No último dia de 2020 por volta das 20h, vários bairros de Teresina e cidades vizinhas viveram essa experiência. Durante uma forte chuva, que causou a derrubada de várias árvores pela a cidade, mais de 71 mil casas ficaram sem energia elétrica.
E apesar de a responsável pelo fornecimento de energia elétrica do Piauí (Equatorial) ter decretado o fim do apagão que durou mais de três dias em Teresina, moradores ainda relatam que algumas regiões ainda sofrem com as oscilações.
Esse é o caso de Nazária, município localizado a trinta quilômetros de Teresina. Após o reabastecimento na capital, os moradores de pequenos municípios e povoados da zona rural continuaram sem energia.
O longo período gerou protestos nas ruas e em redes sociais. Os dias que se seguiram sem energia foi marcado em diversas partes da cidade por protestos, como é o caso da região norte da cidade, onde os moradores protestaram em duas avenidas.
Responsável pela distribuição de energia nos Estados de Alagoas, Maranhão, Pará e Piauí, a Equatorial Energia já foi alvo de denúncia em outros Estados, devido à má gestão do serviço.
No Pará, em julho, a empresa foi denunciada pelo Procon devido a aumento abusivo de taxas de energia. Em janeiro, no mesmo Estado, foi alvo de protestos de funcionários que denunciaram a Equatorial por desrespeito ao Acordo Coletivo de trabalho, corte de vale-alimentação e auxílio creche durante a pandemia.
Protestos similares foram organizados em todos os Estados onde a empresa está presente. Em fevereiro, a empresa foi denunciada por realizar indevidos cortes de energia durante a pandemia.
A história da empresa no Piauí é marcada pelo aumento da tarifa de transmissão de energia que supera em mais de 15% o reajuste nas contas de energia elétrica nas mais de 1,3 milhões de unidades consumidoras nos últimos dois anos. O reajuste acumulado supera em mais de 50% a inflação do período. Período esse marcado de desemprego, miséria e fome para milhões de brasileiros. O resultado não poderá ser outro: o corte impiedoso do fornecimento de energia em residências da periferia, enquanto a empresa garante e amplia seus lucros.