UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

domingo, 24 de novembro de 2024

Aumento das tarifas em São Paulo ataca o povo pobre

Outros Artigos

MANIFESTAÇÃO – Estudantes protestam junto da ARES-ABC contra o aumento da tarifa e pelo passe-livre (Foto: Reprodução/ ARES-ABC).

Diogo Leme, diretor de comunicação da ARES-ABC

MAUÁ (SP) – Sete cidades da região metropolitana de São Paulo (Mauá, São Bernardo do Campo, Diadema, Guarulhos, Francisco da Rocha, Itapecerica da Serra e Francisco Morato) publicaram decretos de aumento do valor da tarifa de ônibus no início de 2022.

Em Mauá o transporte público passará de R$5,30 para o valor exorbitante de R$6,00. Em São Bernardo do Campo e Diadema passará de R$4,75 para R$5,10. Francisco Morato aumentará de R$4,60 para R$4,90. Franco da Rocha irá de R$4,80 para R$5,00 e Itapecerica da Serra passará de R$3,75 para R$4,50. Os valores entrarão em vigor no decorrer do mês de Janeiro deste ano.

Em meio a mais um aumento da tarifa a situação do povo que paga para se locomover pela cidade só piora e não se ajusta a tais valores abusivos. A prefeitura da cidade de Guarulhos ainda disse que o “reajuste realizado é abaixo da inflação no período, já que o último aumento ocorreu há 3 anos, em 2019”.

Como se os valores pagos antes dos aumentos estivessem dentro do orçamento do trabalhador e jovem brasileiro.

A realidade do nosso povo, o próprio jornal A Verdade mostra quando denuncia que não há mais comida nas prateleiras das famílias pobres, enquanto a nossa juventude é atacada de todos os lados com políticas de sucateamento da educação e de restrições de acesso à cidade. Afinal, como se paga R$12,00 diariamente para ir à escola? No final do mês essa conta chega a R$372,00, cerca de 30% de um salário mínimo atual.

Mas o povo consegue pagar as novas tarifas?

Durante a pandemia, cerca de 3,7 milhões de jovens deixaram de ter qualquer tipo de acesso à educação tanto pela falta de infraestrutura para o acompanhamento das aulas EAD, quanto pela justificativa de que já não tinham mais tempo, pois a crise econômica fez com que tivessem de trabalhar para ajudarem suas famílias a se sustentar.

Já o povo trabalhador se deparou com uma profunda degradação de seus direitos trabalhistas com o aumento da “uberização”, a mais recente consequência do capitalismo, que retira das mãos das empresas qualquer responsabilidade sobre aquele que vende sua força de trabalho para ela.

Segundo o IBGE, o número de pessoas que trabalham nesse ramo aumentou em 29,2% apenas em 2018. Fica claro, portanto, qual é a situação da nossa juventude e dos trabalhadores e como, independentemente do reajuste ser menor ou igual à inflação, não será possível para aqueles que hoje mal se alimentam pagar R$6,00 em uma passagem de ônibus. 

A verdade é uma e é antiga. Isso tudo não passa de um grande projeto político contra o nosso povo, contra as mulheres trabalhadoras, contra a juventude.

Deve-se inflamar a vontade de mudança que corre nas veias dessa juventude que tanto sofre nas mãos de um sistema que existe para matá-la, como fez a ARES-ABC (Associação Regional dos Estudantes Secundaristas do grande ABC) ocupando o consórcio intermunicipal do ABC duas vezes para lutar contra o fim da gratuidade dos idosos e pelo passe-livre irrestrito para os estudantes.

A ARES-ABC convoca todos os estudantes, grêmios e entidades estudantis a entrarem em ritmo de luta!

Agora é a hora de reivindicar o fim desses decretos criminosos contra o nosso povo, pois este já foi e ainda é liquidado pela gestão genocida de Bolsonaro.

Políticas como essa de aumento da tarifa não são senão uma expressão do neoliberalismo mortal e desumano que não age em prol dos estudantes pobres, do povo negro, das mulheres, mas exatamente contra todos estes.

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes