UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Grandes empresas são responsáveis pela falta d’água no Rio de Janeiro

Outros Artigos

Culpa das grandes empresas, 11 milhões de pessoas ficaram sem água no Rio de Janeiro. A Empresa Burn descartou material detergente no Rio Guandu nesta segunda-feira (28), acarretando na interrupção do fornecimento de água em mais de 300 bairros do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense. 

Igor Barradas | Redação RJ


MEIO AMBIENTE – Apesar do que propagam os grandes meios de comunicação da burguesia, quem polui o meio ambiente não são os pobres, mas sim os ricos, as indústrias, os capitalistas e grandes proprietários. A poluição causada pelo descarte no Rio Guandu de um material detergente da empresa Burn, nesta segunda-feira (28) acarretou na interrupção do fornecimento de água no sistema Guandu.

O serviço foi interrompido na última madrugada, quando a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) detectou a presença de uma espuma branca na água que entrava na Estação de Tratamento do Rio Guandu.

Essa ação dos empresários, que se recusam a utilizar o descarte correto dos resíduos apenas para lucrarem mais, afetou mais de 300 bairros do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense e aproximadamente 11 milhões de pessoas. Após 14 horas de paralisação, a Cedae voltou a realizar a captação de água no Rio Guandu, às 19h30 da segunda-feira (28). 

Rio Guandu fornece água potável para toda Região Metropolitana do Rio de Janeiro

Ao todo, o sistema de abastecimento do Rio Guandu atende 11 milhões de pessoas, em 9 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. É uma reserva gigantesca de água no território fluminense e há uma poluição extrema por parte das grandes empresas. Fruto de uma opção política ao longo da história, governo vai e governo vem e não priorizam a questão da universalização do abastecimento de água para a população.

O Rio Guandu é contaminado por um grande volume de esgotos industriais e domésticos não tratados. Somente na área da Bacia do Guandu, com 1.385 km², existem ao todo 40 indústrias que despejam diariamente resíduos poluentes em sua extensão.

Empresas não se importam com meio ambiente e querem privatização do sistema hídrico

Para atender os interesses dos capitalistas nacionais e estrangeiros, inúmeras iniciativas de privatização da água ocorrem por todo o Estado do Rio de Janeiro. Como diziam Karl Marx e Friedrich Engels, “o moderno poder de Estado é apenas uma comissão que administra os negócios comunitários de toda a classe burguesa”. Os industriais querem vender o país a preço de banana e transferir o patrimônio público para o privado, ou seja, um verdadeiro crime contra o nosso povo.

Vejamos. Em Niterói, o serviço foi privatizado e apenas os bairros ricos possuem um abastecimento regular, enquanto os bairros pobres e as periferias do município não possuem saneamento. Na região de Cabo Frio, no interior do estado, quem mora nas periferias não possuem acesso ao tratamento de esgoto devido à privatização recente.

Por isso, as empresas recorrem a crimes ambientais para culpar o Estado e tirar o foco de que realmente polui o mesmo ambiente. A Cedae, empresa pública, continua com a produção da água, mas a distribuição, a parte econômica, a arrecadação, ficam com as empresas privadas. É preciso, portanto, o imediato controle sobre os recursos hídricos para garantir o abastecimento de toda a população e a reestatização total das empresas que foram privatizadas.

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

1 COMENTÁRIO

  1. Bom dia, a matéria está muito boa porém a Cedae é privada desde 2021 onde foi leiloada e vendida abaixo do valor do mercado. Morei em Macaé até ano passado e no meu bairro faltava água aproximadamente 3 dias em uma semana

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes