Domingo, 9 horas da manhã. Entrada do Poupa Tempo do Shopping Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Chega o primeiro trabalhador para entrar na fila do seguro-desemprego. Sebastião é o nome dele. Não haveria nenhum problema chegar a esse horário se não fosse pelo fato de que aquela fila seria para o atendimento das 8h da manhã de segunda-feira. Ou seja, ele chegou 23 horas antes para ser atendido!
E assim seguiu o domingo. Aos poucos, mais trabalhadores foram chegando, até que às 21h chega o trabalhador de número 50, que seria o último a ser atendido no dia seguinte. Porém, a fila não parava de aumentar com mais desempregados na esperança de serem atendidos. Cadeiras, colchonetes, papelão, cobertores eram levados para diminuir um pouco que fosse o desconforto e a humilhação que aquela situação impunha àqueles trabalhadores
“Estou nesse perrengue há mais de quatro meses”, reclamava uma trabalhadora. “Tô aqui desde 10h da manhã!”, dizia outro. E assim continuava aquela situação humilhante. Isso tudo reflexo de uma crise que vem se aprofundando em nosso país, que já fez a indústria demitir mais de 200 mil pessoas no ano passado e está levando trabalhadores de outros setores para a rua também.
Parecia uma ironia, ou uma provocação: uma repartição pública com o nome de “Poupa Tempo”, que reúne vários serviços, como pedidos de RG, CPF, carteira de trabalho, etc., submeter os trabalhadores àquela situação degradante na esperança de conseguir um número para ser atendido e, quem sabe, talvez, conseguir o seu direito ao seguro-desemprego, direito que é garantido pela CLT e conquistado depois de tantas lutas ao longo da história do nosso país.
E mais uma vez, nesse sistema, o capitalismo, são os trabalhadores que pagam pela crise econômica, que pagam por aquilo que a classe capitalista, os empresários e banqueiros fazem para poder garantir seus lucros a todo custo. Para piorar, o governo e o congresso não fazem nenhum esforço para contrariar os interesses dos capitalistas. Na verdade, continuam defendendo estes interesses com o corte de direitos trabalhistas e diminuição nas verbas das áreas sociais, como saúde e educação.
Esta situação coloca aos trabalhadores e à juventude a necessidade de se organizarem e lutarem em defesa dos seus direitos. Lutar por uma sociedade em que não haja exploração, onde as pessoas sejam valorizadas pelo seu trabalho e possam viver dignamente e tenha todos os seus direitos garantidos.
Aconteceu no último sábado (7) a V Marcha das Mulheres em Montes Claros (MG). A atividade faz parte da Semana das Mulheres de Montes Claros. Com o tema “Mulheres: mais política, mais poder e menos violência”, sociedade civil e movimentos sociais tomaram as ruas do centro da cidade. As principais reivindicações foram a ampliação da participação da mulher nos espaços de poder da sociedade, assim como o combate à violência e ao machismo.
A Semana da Mulher de Montes Claros é uma iniciativa do Coletivo de Mulheres de Montes Claros. O coletivo agrega diversas entidades, movimentos e organizações políticas. O Movimento de Mulheres Olga Benário (MMOB) e a União da Juventude Rebelião (UJR) fazem parte do coletivo, pautando sempre que a luta contra o machismo deve ampliar-se para a luta contra o modelo capitalista, que trata como objetos os seres humanos. O MMOB e a UJR reiteraram ainda a memória feminina revolucionária, saudando Olga Benário e outras mulheres revolucionárias.
Destarte, assim como em 2014, a V Marcha da Mulheres reuniu centenas de pessoas, mulheres e homens, que participaram da mística de abertura, marcha pelo centro e ciranda de encerramento. Pautas como combate à intolerância diante da orientação sexual e da identidade de gênero e constituinte do sistema Político também foram discutidas. A união dos movimentos sociais, para a realização da Marcha e Semana, provou que a unidade da esquerda é umas das principais ferramentas na luta contra o machismo e pela emancipação plena da mulher.
Com tristeza ainda são vistas estatísticas que comprovam o machismo institucionalizado na lógica conservadora do poder. Logo, a UJR e o MMOB reiteram a necessidade do Coletivo de Mulheres de Montes Claros reunir-se mais vezes ao longo do ano para planejar lutas e atividades além do 8 de março. Que a população vá na contramão da história machista, lutando pela igualdade de gênero nos espaços atuantes.
Quando a mulher avança, nenhum homem retrocede! Viva o Dia internacional da Mulher! Vivem as mulheres que lutam!
Na manhã de ontem (09/03), o Sindipetro Caxias promoveu em frente à Transpetro um ato em defesa dos direitos da categoria e contra a política de desinvestimento implementada pela direção da empresa.
Desde cedo, dezenas de trabalhadores foram se somando ao ato, que também tinha o objetivo de denunciar o corte de adicionais dos trabalhadores próprios, as demissões de dezenas de trabalhadores contratados e a falta de segurança pública no entorno do Terminal de Campos Elíseos (TECAM). Nem mesmo a presença da polícia intimidou o piquete.
“Não podemos permitir que o Sistema Petrobrás seja desmantelado para atender aos planos privatizantes que sempre ameaçaram a empresa. Para nós, desinvestimento é igual a privatização e desemprego para a classe trabalhadora”, afirmou Simão Zanardi, presidente do sindicato.
Defesa da Petrobrás
Essa semana promete muita luta em defesa da Petrobrás. O ponta-pé inicial foi o ato na Transpetro, em Caxias. A mobilização segue com manifestações de norte a sul do país, que culminarão com um grande ato nacional na próxima sexta-feira (13/03) nas principais capitais brasileiras.
Em Caxias, o Sindipetro promoverá no dia 13/03 um ato em frente à REDUC, a partir das 6h. No Rio de Janeiro, a concentração será na Cinelândia, a partir das 15h.
“Vamos mobilizar e organizar nossas bases, garantir que nossa voz seja ouvida e mostrar a força da classe trabalhadora”, concluiu Simão.
O ano de 2014 foi extremamente conturbado do ponto de vista político. Na iminência de perder a continuidade do seu governo para a campanha raivosa e a agenda neoliberal de Aécio Neves e sua turma, a presidenta Dilma Roussef empreendeu um discurso progressista ao final de sua campanha, se comprometendo a atender agendas dos setores sociais organizados, como a Reforma Política, e insuflando os movimentos sociais a se organizarem em torno de sua campanha para uma blindagem aos direitos dos trabalhadores, os quais a presidente afirmou “não mexer nem que a vaca tussa”.
Entretanto, antes mesmo de iniciar seu próximo mandato, no apagar das luzes do ano de 2014 (o que vai contra não somente ao ambiente democrático, mas à boa educação), a presidenta lançou um pacote de “ajustes” que afetam substancialmente os direitos previdenciários de milhões de brasileiros. As Medidas Provisórias 664 e 665 de 30 de dezembro de 2014 com vigência a partir de 1º de março de 2015 compõem uma reforma concreta do sistema previdenciário e não apenas “ajustes para corrigir distorções” como defende o governo. Nós trabalhadores esperávamos que o Brasil “mudasse mais”, mas a tendência do atual governo associada a um dos congressos mais atrasados da história da República pode ser a trilha aberta para o facão passar bem amolado nos direitos dos trabalhadores.
O QUE MUDA NA VIDA DAS PESSOAS?
Seguro desemprego
Para ter o primeiro acesso ao seguro desemprego, o trabalhador deveria ter no mínimo 6 meses contínuos de carteira assinada. Com a nova regra, o trabalhador deverá ter no mínimo 18 meses de carteira assinada. Isso prejudica, sobretudo, a vida dos trabalhadores mais pobres que têm trabalhos precários, pois a rotatividade para esse perfil é altíssima no Brasil. Segundo o Dieese, se compararmos com os dados de 2013, com a nova regra 8 milhões de trabalhadores deixariam de receber o seguro desemprego naquele ano, aproximadamente 64% dos trabalhadores que foram demitidos. Caso haja um aprofundamento da crise financeira nos próximos anos e um aumento do índice de desemprego no Brasil (tendência já sinalizada no setor industrial, sobretudo automobilístico), é certo que os trabalhadores e suas famílias estarão muito menos protegidos pelo sistema previdenciário.
Outro aspecto que não pode ser esquecido é que, à época da edição das MP’s, diversos representantes patronais deram declarações à imprensa elogiando as medidas, principalmente nas categorias em que a rotatividade de mão de obra é altíssima (bares e restaurantes, comércio em geral, construção civil, por exemplo). Disse-se que a fórmula tradicional de concessão do seguro-desemprego estimulava a rotatividade da mão de obra, pois o empregado, depois de seis meses, já não queria mais trabalhar e só queria saber do Seguro Desemprego. Dupla mentira! Em primeiro lugar, o pedido de demissão, pelo empregado, não dá, nem nunca deu, direito ao Seguro Desemprego! Ora, se a rotatividade é alta, é porque os empregadores dispensam seus funcionários, nada mais, nada menos. Em segundo lugar, há nesses setores de atividade uma prática espúria, patrocinada pelos empregadores, que consiste em fazer trabalhar ex-empregados seus, anteriormente dispensados, e que estejam recebendo Seguro Desemprego, e isso, obviamente, sem assinar a carteira de trabalho! Com isso, os empregadores têm à disposição trabalhadores irregularmente contratados, e não recolhem os encargos sociais, economizando em férias, 13º, FGTS e INSS. E o que é pior, parte do salário é pago pelo FAT, na forma do Seguro Desemprego! Assim, conclui-se que o gasto do Governo com Seguro Desemprego, nesses casos, é fruto da falta de efetiva fiscalização das empresas que lançam mão dessa fraude ao contrato de trabalho, ao FAT e ao contribuinte. Em última análise, pune-se quem tem menos culpa: o trabalhador precarizado, com pouca qualificação, que trabalha nessas condições por pura falta de opções melhores, e que é facilmente substituível! A “economia” pretendida pelo Governo Federal, que na realidade é um controle do desperdício, não ataca o verdadeiro problema: o da ilegal rotatividade via contratação fraudulenta. Por tudo isso, a medida provisória, nesse aspecto, não somente não resolve a questão da economia de divisas, como prejudica trabalhadores que necessitam de especial proteção. Tudo isso, sem resolver uma fraude que drena milhões de reais todos os anos, e que continuará sangrando os cofres públicos!
Abono Salarial (PIS)
Para receber o Abono Salarial o trabalhador deveria comprovar no mínimo 1 mês de carteira assinada no ano anterior à reivindicação e o valor do abono era de 1 salário mínimo independentemente dos meses de contribuição. Com a nova regra, o trabalhador deverá comprovar 6 meses de carteira assinada e o Abono passa a ser proporcional ao tempo de contribuição, variando de meio a 1 salário mínimo.
De acordo com o Dieese, quase 10 milhões de trabalhadores deixarão de ter direito ao Abono e outros milhões terão corte no pagamento do benefício. E mais uma vez essa carga irá pesar para os trabalhadores mais explorados, que ganham menos, passam mais tempo desempregados e sofrem com a alta rotatividade do mercado brasileiro.
Pensão por Morte
Se o trabalhador não tiver pelo menos 24 meses de contribuição previdenciária e não for casado por pelo menos 2 anos, em caso de falecimento do trabalhador a viúva não terá direito a receber a pensão, regra que não existia anteriormente.
A duração do benefício passa a ser relativa à idade da pessoa viúva. Se for muito jovem (expectativa de vida maior que 55 anos) receberá a pensão por 3 anos e esse valor se amplia conforme aumenta-se a idade. Só receberá pensão vitalícia quem tem expectativa de vida menor ou igual a 35 anos.
Outro ataque feito às pensionistas é relativo ao valor do benefício. Pela regra anterior, o benefício era de 100% do salário do falecido trabalhador. Com a nova regra, o benefício passa a ser de 50% do salário do falecido, acrescido de 10% para cada dependente até o número de 5. Ou seja, a viúva que tem 5 filhos em condições de dependência receberá 100%. Se não tiver filhos ou estes não se encaixarem no perfil de dependentes, a viúva receberá apenas 50% do salário a que teria direito anteriormente. Esse corte recai com muita força sobre as mulheres, que se dedicam ao marido e aos filhos e sequer terão direito a um mínimo de conforto material na perda do companheiro e para as viúvas mais velhas o peso é ainda maior, pois com o avançar da idade chegam também os problemas de saúde, que poderiam ser melhor tratados com uma pensão mais digna. Entretanto, o governo deixa de avaliar essa questão social, agride o direito sobretudo das mulheres e não cria sequer uma medida de transição para amenizar os efeitos da mudança.
Auxílio Doença
O benefício era pago quando o trabalhador se afastava de suas atividades em período superior a 15 dias de afastamento. A partir das MP’s, esse período passa a ser de 30 dias, ficando as empresas responsáveis pela manutenção dos salários dentro do período. Parece que é a única medida que cutuca o empresariado, mas a contrapartida é lesiva aos trabalhadores. Durante o período de afastamento em que o benefício era pago pelo INSS, o valor do benefício era igual ao salário do trabalhador. Após as mudanças, o benefício será pago conforme a média dos últimos 12 salários, o que representa perda para milhares de segurados, pois a média tende a nivelar por baixo o valor do benefício.
O povo brasileiro foi às ruas nos últimos anos clamar por direitos, por transparência, por democracia e respeito. É inaceitável que essas medidas sejam aplicadas por goela abaixo da sociedade sem a menor consulta pública e via Medida Provisória, instrumento utilizado pelo governo FHC para destruir os direitos dos trabalhadores e, pelo visto, aprendido pelo governo Dilma, eleito com apoio de uma base social que anda há muito tempo desconfiada.
Exigimos a revogação das Medidas Provisórias 664 e 665 lesivas aos trabalhadores! A Reforma que pautamos nas eleições devem atender aos interesses do povo e não do governo, que economiza com a população para garantir os bilhões dos banqueiros e empresários que levam o país à bancarrota e tiram o arroz com feijão da mesa dos brasileiros.
Os recebi no sábado, 28 de fevereiro, 73 dias depois de pisarem em terra cubana. Três deles haviam consumido 16 largos anos de sua mais plena juventude respirando o ar úmido e repugnante dos sótãos de uma prisão yanque, depois de serem condenados por juízes venais. Outros dois, que igualmente tratavam de impedir os planos criminosos do império contra sua Pátria, foram condenados também a vários anos de um prisão brutal.
Os próprios organismos de investigação, alheios por completo ao mais elementar sentido de justiça, participaram do encarceramento desumano.
A inteligência cubana não necessitava, em absoluto, seguir os movimentos de uma só equipe militar dos EUA, por que isto podemos fazer em todo o espaço sobre a terra através da Base de Exploração Radioeletrônica “Lourdes”, ao sul da capital de Cuba. Este centro é capaz de detectar qualquer objeto que se mova a milhas e milhas de nosso país.
Os cinco heróis antiterroristas, que nunca fizeram dano algum aos EUA, tratavam de prevenir e impedir atos terroristas contra nosso povo, organizados por órgãos de inteligência estadunidenses que a opinião mundial conhece sobejamente.
Nenhum dos Cinco Heróis realizou suas tarefas em busca de aplausos, prêmio ou glória. Receberam seus honrosos títulos por que não o buscaram. Eles, suas esposas, seus pais, seus filhos, seus irmãos e seus concidadãos, temos o legítimo de direito de nos sentirmos orgulhosos.
Em julho de 1953, quando atacamos o quartel Moncado, eu tinha 26 anos e muito menos experiência do que a que eles demonstraram. Se estavam nos EUA não era para fazer dano a esse país, ou realizar vingança pelos crimes que ali se organizavam e abasteciam de explosivos contra nosso país. Tratar de impedí-los era absolutamente legítimo.
O principal em sua chegada era saudar seus familiares, amigos e ao povo, sem descuidar um minuto a saúde e um rigoroso controle médico.
Fui feliz durante horas ontem. Escutei relatos maravilhosos de heroísmo do grupo presidido por Gerardo e apoiado por todos, incluindo o pintor e poeta, ao que conheci enquanto construía uma de suas obras no aeródromo de Santiago de Cuba. E as esposas? e os filhos e filhas? as irmãs e mães? Não as vai receber também a elas? Pois também há que celebrar o regresso e a alegria com a família!
Ayer, en lo inmediato, quería intercambiar con los Cinco Héroes. Durante cinco horas ese fue el tema. Dispongo desde ayer, afortunadamente, del tiempo suficiente para solicitarles que inviertan una parte de su inmenso prestigio en algo que será sumamente útil a nuestro pueblo.
Ontem, de imediato, queria intercambiar com os Cinco Heróis. Durante cinco horas esse foi o tema. Disponho, desde ontem, afortunadamente, de tempo suficiente para solicitar-lhes que invertam uma parte de seu imenso prestígio em algo que será sumamente útil a nosso povo.
Centenas de trabalhadores e trabalhadoras sem teto ligados ao MLB, MLT, OLMP, CMP e MNLM, ocuparam no dia 26 de fevereiro a sede da secretaria estadual de habitação de Pernambuco. O ato teve início as dez horas da manhã, enquanto dezenas de pessoas ocupavam as dependências da CEHAB, centenas de companheiros(as) do lado de fora com faixas, cartazes e muitas palavras de ordem fechavam a Av. Agamenon Magalhães, umas das principais vias de acesso ao centro do Recife. Após paralisarem o transito, todos se dirigiram ao prédio da CEHAB, juntando-se aos ocupantes que já lotavam o auditório e o pátio da secretaria. Recebidos pelo secretário de Habitação Marcos Batista no auditório, e diante das colocações do mesmo, explicando que só estava no cargo a dois meses, os manifestantes decidiram permanecer ocupando o local até que as pautas apresentadas pelos movimentos fossem resolvidas.
Após muita agitação, uma comissão dos movimentos subiu para o gabinete do secretário, onde foi apresentada a pauta de reivindicação, que consistia na retomadas das diversas obras dos habitacionais paralisadas, cadastramentos das famílias para os habitacionais em construção, decreto de desapropriação das áreas ocupadas pelos movimentos, tornando-as áreas de interesse social para habitação, pagamentos do governo aos proprietários das áreas para regularizar as áreas decretadas de interesse social, convocação da comissão de conflitos fundiários para evitas as reintegrações de posse, posicionamentos do setor jurídico da secretaria de habitação na defesa das famílias em áreas desapropriadas com ações de despejos, aumento do auxílio moradia e diversas outras reivindicações especificas de cada movimentos que a anos estavam sem serem resolvidas.
Após muita negociação, várias reivindicações foram atendidas, e outras encaminhadas para no prazo de quinze dias serem resolvidas. As resoluções da audiência foram apresentadas a todos os companheiros presente na manifestação e aprovadas, ficando também o encaminhamento de novas manifestações, casos todos as questões não sejam resolvidas como acordado entre o governo e os movimentos.
Novamente o desespero de uma classe política incapaz de capitalizar a simpatia e aprovação popular, embarca em uma aventura antidemocrática e alheia a constitucionalidade venezuelana.
Seguindo com os planos desestabilizadores iniciados com a morte do Comandante Eterno Hugo Chávez, como correlato do constante assédio a que está sendo submetida a Revolução Bolivariana durante estes 16 anos de existência, o Departamento de Estado gringo em conspiração com os setores mais radicais e apátridas da oposição venezuelana, novamente enfiam suas baterias contra a pátria de Bolívar.
Não lhes basta a campanha mediática internacional que tem contra a Revolução Bolivariana, que carteliza informação falsa, distorcida e manipuladora nos principais jornais da América Latina mostrando-nos como o estado foragido, aliado do narcotráfico internacional e violador dos direitos humanos, mas que empregam centenas de milhões de dólares para desestabilizar nosso país a través de ONGs e partidos políticos de oposição.
Mostrando mais uma vez o desespero do império e seus lacaios internos, as agências internacionais de inteligência bolivariana em conjunto com o povo organizado conseguiram desmontar um orquestrado plano golpista que entre outras coisas contempla a derrubada de helicópteros que atentariam contra edifícios chaves do Estado venezuelano (Palácio do Governo, Ministério do Interior, Conselho Nacional Eleitoral, Telesur, citados apenas alguns) com a captação de um grupo de oficiais da Aeronáutica Bolivariana seduzidos pelo Departamento de Estado.
Contudo, o contraditório desses planos é que contam com o aval de personagens opositores que tem aceitado a instituição democrática venezuelana e que pelo conseguinte foram eleitos em diferentes espaços, porem utilizando essa legitimidade transgredem a legalidade e o Estado de Direito em nosso país.
Tal como é o caso do Prefeito Metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma que as provas e os fatos o acusam como um dos principais promotores desse plano golpista que pretendia concretizar-se no dia 12 de fevereiro passado e que felizmente foi desarticulado. Recordemos que foi esse mesmo personagem um dos promotores do movimento sedicioso denominado “A Saída” em fevereiro de 2014, que justamente completa um ano, e que gerou 43 mortes, mais de 800 feridos e danos matérias calculados em mais de 5.000 milhões de dólares.
Em tal sentido, temos vindo denunciando desde o ano de 2014, uma arremetida inconstitucional da direita venezuelana e de fatores estrangeiros que pretendem derrotar ao nosso Governo Constitucional e democraticamente eleito. As sangrentas agressões contra a democracia venezuelana provêm dos setores da ultra-direita mais violenta que tem como objetivo acabar com a estabilidade do sistema democrático, tratando de impor planos desestabilizadores que desconhecem a vontade da maioria popular, a qual se tem ratificado sucessivamente a favor do processo bolivariano em mais de 18 eleições livres e democráticas realizadas ao longo dos 16 anos da Revolução.
Por isso, diante desses planos conspirativos e desestabilizadores que a direita nacional e internacional está desenvolvendo contra a Venezuela Bolivariana de maneira sistemática, a solidariedade internacional se faz necessária e ativa, através dos governos, dos movimentos sociais, culturais, políticos, estudantis, de trabalhadores, e sobre tudo de todos os povos do mundo.
Somente a solidariedade internacional é capaz de desmontar a campanha mediática que a nível mundial floresce sobre nosso país, somente com a solidariedade conseguiremos derrotar mais uma vez a intervenção do Pentágono, com a ordem de seguir construindo uma Venezuela livre, soberana e independente que sonharam nossos libertadores e libertadoras.
Maria Lourdes Urbaneja Durant Embaixadora da República Bolivariana da Venezuela no Brasil
Reproduzimos abaixo a nota da Unidade Popular Revolucionária Aintiimperialista – UPRA da Venezuela, frente aos últimos acontecimentos políticos no país e às manifestações populares do dia 28 de fevereiro. A UPRA é uma frente política que reúne várias organizações da esquerda revolucionária venezuelana que defendem o aprofundamento do processo de transformação política no país para enfrentar a crise atual.
Marcha de 28 de Fevereiro, 2015, Caracas – Venezuela
As políticas neoliberais, privatizadoras e antipopulares do presidente então no cargo em 1988, Carlos Andrés Perez, correspondiam às chamadas políticas de choque, previstas no VIII plano da nação e na base do acordo de Puntofijo de substituição das importações, promovidas pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Mundial para aumentar os lucros dos grandes monopólios, apropriando-se das riquezas dos países e aprofundando a exploração sobre os trabalhadores.
Tais medidas ocasionaram a chamada década perdida, aprofundando a fome, a pobreza e a opressão ao povo, levando a Venezuela a uma explosão social que foi reprimida a sangue e fogo pelas forças militares daquela época, dirigidas pelo ministro da defesa Ítalo del Valle Aliegro, que executou o assassinato de milhares de pessoas em todo o país, mas especialmente aos setores populares da cidade de Caracas, onde os protestos foram mais firmes e a repressão mais violenta.
A insurreição popular de 27 e 28 de fevereiro foi protagonizada pelo movimento popular com um alto grau de espontaneidade em seu desenvolvimento e baseada na força do instinto de classe. Representou um acúmulo de reclamações, protestos, insurreições e lutas que vinham acontecendo desde décadas atrás mas que emergiram com novos brios em 1985 lideradas, principalmente, pelo movimento estudantil, que sustentou temporariamente a vanguarda revolucionária sem ter as condições organizativas nem ideológicas para dirigir a rebelião popular.
Os partidos revolucionários da época não foram capazes de assumir a direção desse processo insurrecional que também ultrapassou suas capacidades. Dessa maneira, as massas ficaram sem direção, à deriva para um enfrentamento de classes de caráter totalmente desigual. Isso significou numerosos reveses. Houve a perda de confiança em algumas organizações que pretendiam falar de insurreição, de luta armada, mas que ao ter em sua frente um povo com disposição de combate e um exército criminoso não puderam dirigir de forma organizada suas operações militares. Isso significou a bancarrota de um esquerda que perdeu a confiança do povo, que necessitava nesse momento de uma direção firme, preparada e organizada para levar adiante uma ação insurrecional triunfante.
Esta insurreição popular foi o prelúdio das ações de 4 de fevereiro e 27 de janeiro de 1992, datas nas quais o setor honesto das Forças Armadas Nacionais decidiu assumir a resposta que alguns partidos revolucionários e o movimento revolucionário atomizado não podia dirigir. A confluência de um povo em busca de seu destino, de alguns partidos em bancarrota, e de um movimento cívico-militar patriota disposto a lutar para mudar o rumo do país para um destino melhor produziu o movimento “Por Ahora” que unificou a todos sob a liderança de Hugo Chávez Frías, produto de uma realidade social e de uma nova situação no cenário político e militar da Venezuela.
Ainda que não tenha sido ainda analisado com toda a profundidade que se requer, o “caracazo” significou na Venezuela algo similar ao que significou o domingo sangrento na Rússia. Foi o primeiro golpe nas estruturas carcomidas da velha sociedade e o violento nascimento de uma outra. Nesta data, apenas se apresentavam os primeiros sintomas de um parto que ainda não terminou, por que nas ruas de nossas cidades hoje em dia, como naquela época o povo combatia para sair do desastre do acordo de “Puntofijo”, hoje nos preparamos para combater para que os reacionários de estirpe fascista não nos levem para um massacre, não abram as portas do cavalo de Troia do imperialismo e para garantir o avanço popular rumo a uma república democrática, revolucionária e no caminho do socialismo.
Toda uma história de luta e combate, que na década de 90 se expressa com força nas múltiplas e diversas manifestações de protesto, as batalhas de rua lideradas pelo movimento estudantil, nos bairros, ente os camponeses, os trabalhadores em luta contra o neoliberalismo, a corrupção, a decadência, a miséria e a impossibilidade de uma vida digna. Como resultado dessa luta o povo logrou pressionar para levar a julgamento por infâmia, destituindo e aprisionando o presidente Carlos Andrés Pérez, máximo representante da ditadura neoliberal. Posteriormente, frente à tentativa de reacomodação do sistema decadente, setores importante do povo não caíram no engano. Continuaram a luta e a esperança de mudança se converteu em consciência e ação política do povo que decidiu mudar até alcançar a vitória eleitoral de 1998, acompanhando ao militar rebelde na promessa de refundar a república.
Os dias de 27 e 28 de fevereiro são datas de luta. Em 1989 foi para expressar o descontentamento do povo com um governo autoritário, burguês e pró-imperialista. Agora, em 2015, é o descontentamento da burguesai conta um governo que luta para satisfazer as necessidades das maiorias que precisa ser enfrentado, maiorias que se preparam para o combate que levará a derrota a essa oligarquia corrupta e exploradora, que quer conhecer o verdadeiro sabor de uma insurreição popular com consciência e direção.
Resgatamos e reivindicamos agora, mais que nunca, a pertinência histórica da consigna “TODO PODER PARA O POVO” como guia e sobre tudo para a possibilidade de futuro.
A força do povo foi decisiva para as mudanças e transformações produzidas nos diferentes momentos históricos. É graças a força do povo, da classe operária, dos camponeses, mulheres e demais setores historicamente oprimidos e explorados que hoje temos mais de uma década e meia em um processo amplo, democrático, aintiimperialista, progressista, como é o processo bolivariano.
Hoje, a luta de classes em nosso país está mais aguda. Por um lado, a uma pequena minoria, a burguesia, que tentar girar para trás a roda da história, querendo reconquistar o poder pela via da violência reacionária e, de outro lado, uma grande maioria que aposta na revolução proletária para concretizar essa bela esperança: a sociedade socialista. Essa esperança sempre esteve presente nas maiorias exploradas e oprimidas de nosso povo.
Defenderemos em todos os terreno e frentes de luta as conquistas até agora obtidas e as que estão por conquistar. Lutamos para avançar em melhores condições à sociedade superior, à sociedade socialista.
PELA UNIDADE DO MOVIMENTO POPULAR REVOLUCIONÁRIO, CONTRA A INGERÊNCIA IMPERIALISTA E PELA AUTODETERMINAÇÃO DE NOSSO POVO!
Caracas, 26 de fevereiro de 2015.
Unidade Popular Revolucionária Antiimperialista – UPRA Venezuela.
O Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e o Núcleo Carlos Marighella, do MST, que atua na Região do Grande ABC, em São Paulo, firmaram parceria para a realização de um curso de formação sobre a “História das Lutas Populares no Brasil”.
O objetivo dos dois movimentos é contribuir na formação de lideranças e compartilhar as experiências de luta. “Queremos com o curso aprofundar o debate sobre a conjuntura, as consequências da crise do capitalismo para a classe trabalhadora e os desafios atuais da luta pelo socialismo”, afirma Gabriela Valentim, da Coordenação do MLB em São Paulo.
O curso conta também com a participação do Núcleo de Formação Cidadã da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) e do Núcleo de Estudos Latino-Americanos (Nelam) do Centro Universitário Fundação Santo André (Cufsa).
As aulas acontecem aos sábados, das 8h às 13h, com cinco encontros na primeira etapa. Os temas debatidos serão sobre o colonialismo e desenvolvimento do capitalismo no Brasil, a resistência indígena, negra e popular, as lutas operárias e populares no século 20, a resistência e formas de luta e organização durante a ditadura civil-militar (1964/1985), o neoliberalismo no Brasil e na América Latina e sobre o neodesenvolvimentismo nos governos Lula e Dilma.
Para Marcelo Buzetto, do MST, “essa unidade entre Sem Terra e Sem Teto, entre MST e MLB no campo da formação política, é uma experiência que deve se multiplicar em todo o país, pois nenhuma organização sozinha consegue alterar a correlação de forças na luta de classes e fazer as mudanças estruturais que queremos”.
Foi convocado para o dia 13 de março, sexta-feira, um dia nacional de mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras contra o ajuste econômico neoliberal que está sendo realizado pelo atual governo. É uma convocação realizada por vários sindicatos, movimentos sociais e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A principal bandeira da marcha é a revogação das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que atacam direitos conquistados como o seguro-desemprego, o abono salarial e o auxílio-doença. Além disso, a marcha será marcada pela defesa da Petrobras, empresa que representa 13% do Produto Interno Bruto do país e está sendo ameaçada pela ação de corruptos e pela vontade privatista de atores políticos de dentro e de fora do governo.
Como a marcha do dia 13 acontece a apenas dois dias das mobilizações convocadas pela extrema-direita para exigir o impeachment de Dilma (15 de março) é de se esperar certa polarização das posições pró e contra o governo federal. Essa situação, no entanto, apenas fortalece a necessidade da presença massiva na marcha, pressionando para barrar, sem nenhuma espécie de negociação, as medidas antipopulares propostas pelo governo.
Em São Paulo, a manifestação acontece em frente ao prédio da Petrobras, às 15h, mas outros atos vão acontecer nas principais cidades do país.
A marcha também defenderá a retirada da PEC 352/13, de autoria do ex-deputado petista Candido Vacarezza. Se aprovada, essa PEC significaria uma contrarreforma política que legalizaria a corrupção institucional da doação de empresas privadas aos partidos.
O Brasil vive um momento de múltiplas manifestações de rua que pressionam pela realização de transformações no país. Programas muito diferentes se confrontam nessas manifestações e interesses distintos estão em jogo. Esta realidade obriga a esquerda a ocupar as ruas no país todo, defendendo o programa da classe trabalhadora.
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