Pelo menos 70 pessoas morreram hoje (26) em um ataque a uma casa em Hama, na Síria, cidade considerada símbolo da resistência ao governo do presidente sírio, Bashar Al Assad. De acordo com relatos, várias casas no distrito de Mashaa At Tayyar, no sul de Hama, foram destruídas. A mídia estatal afirmou que 16 pessoas morreram na explosão em uma residência que seria usada como fábrica de bombas por “grupos terroristas armados”.
Em um vídeo, mostrado por emissoras de televisão estrangeiras, há um homem sendo enterrado vivo por forças de segurança (vídeo abaixo). O homem, não identificado, é citado como ativista. Nas imagens, ele aparece implorando para ser mantido vivo, mas é coberto com terra até silenciar. As forças de segurança atacam verbalmente o homem por ter supostamente vendido material para emissoras de televisão estrangeiras.
Na sequência da explosão, ativistas postaram um vídeo na internet em que mostram cenas da destruição com corpos sendo retirados de escombros. Os ativistas políticos disseram que a explosão foi causada por um ataque das forças do governo. A emissora de televisão estatal da Síria mostrou imagens de crianças feridas em um hospital.
Porém, não é possível verificar a autenticidade de vídeos e comunicados oficiais dadas as restrições ao trabalho da mídia no país.
A Organização das Nações Unidas (ONU) mantém os apelos para a paz e o cessar-fogo imediato na região. Um grupo de observadores está no país para verificar as ações do governo e da oposição.
A gestão de Micarla de Sousa (PV) na prefeitura de Natal foi marcada, desde seu início, por práticas autoritárias, irregularidades e sucateamento criminoso dos serviços públicos. Sua administração conta com elevados índices de rejeição popular. Segundo pesquisa do Instituto Start realizada no mês de março deste ano, Micarla tem a desaprovação de 93,1% da população. Não à toa. O erário público tem sido desviado para interesses privados e para uma campanha fraudulenta de propaganda que somente provoca revolta nos cidadãos natalenses.
Diante da irresponsabilidade e do descaso da prefeitura, várias categorias de servidores públicos deflagraram greve a partir de 29 de março, incluindo funcionários do sistema de saúde, guardas municipais e os professores da rede municipal de ensino.
Os trabalhadores exigem o cumprimento do disposto na lei da Data-Base, assim como a regularização dos planos de carreira. Lutam pela garantia de condições dignas de trabalho, em defesa de um serviço público de qualidade.
Aos professores foi negado o reajuste de 22,22% tal como estabelecido pela lei do piso nacional para a categoria. Tratados com truculência e constantes ameaças pela prefeitura, os professores revoltam-se ante as péssimas condições das escolas, a falta de merenda e fardamento escolar, e atraso no pagamento de direitos básicos como o terço de férias.
O poder judiciário estadual, envolvido em escândalos de corrupção, mostra-se submisso aos desmandos da Prefeita, criminalizando os movimentos de luta dos trabalhadores por suas justas demandas.
No entanto, a greve dos servidores públicos do município de Natal continua e conta com amplo apoio da população. O MLC tem marcado presença nesta conjuntura, com distribuição de panfletos, realização de brigadas e visita às escolas.
Paulo Waldemar Professor da rede municipal e do MLC
Por volta das 4hs da manhã de ontem (21), a polícia militar cercou por terra e ar as famílias que estão construindo a ocupação Eliana Silva na região do Barreiro, em Belo Horizonte.
As famílias entraram no terreno e ergueram as primeiras barracas por volta da primeira hora do Dia da Inconfidência, indo logo após repousar. Mas por volta das 4hs foram acordadas por um helicóptero da polícia que pairava sobre suas cabeças.
A proximidade da aeronave chegou a tal ponto que a força do vento das hélices levantava as lonas que cobriam as barracas, ameaçando o seu desabamento.
Mas as famílias e os trabalhadores, determinados a resistir e lutar por moradia digna, não deixaram se intimidar pelo aparato da repressão, respondendo ao sobrevoo policial com gritos de ordem.
Somente após intervenção dos advogados da ocupação junto ao comando da polícia o helicóptero deixou a região. Mas permaneceu, no entanto, o cerco por terra.
Na madrugada do dia 21 de abril, cerca de 350 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), reivindicando o direito garantido pela Constituição brasileira de acesso a moradia digna o povo organizado, realizou uma nova ocupação urbana em Belo Horizonte numa área que não cumpre a função social da terra.
A ocupação é uma consequência do descaso da Prefeitura e do Governo do Estado frente ao déficit habitacional no estado, que chega a índices alarmantes, denunciados pelos movimentos sociais e órgãos de imprensa.
Entretanto mesmo sendo um direito, as famílias ocupadas estão sobre forte cerco policial. Desde as 4 horas da manhã, homens do Batalhão de Choque estão no local ameaçando as famílias e helicópteros sobrevoaram a ocupação por toda a noite. Contamos com a solidariedade de todos, pois não vamos permitir que um novo Pinheirinho aconteça em Belo Horizonte. O endereço da ocupação é Av. Perimetral na altura da fábrica Premiaço, Barreiro de Baixo.
Na madrugada do dia 21 de abril, cerca de 350 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), reivindicando o direito garantido pela Constituição brasileira de acesso a moradia digna o povo organizado, realizou uma nova ocupação urbana em Belo Horizonte numa área que não cumpre a função social da terra.
A ocupação é uma consequência do descaso da Prefeitura e do Governo do Estado frente ao déficit habitacional no estado, que chega a índices alarmantes, denunciados pelos movimentos sociais e órgãos de imprensa.
Entretanto mesmo sendo um direito, as famílias ocupadas estão sobre forte cerco policial. Desde as 4 horas da manhã, homens do Batalhão de Choque estão no local ameaçando as famílias e helicópteros sobrevoaram a ocupação por toda a noite. Contamos com a solidariedade de todos, pois não vamos permitir que um novo Pinheirinho aconteça em Belo Horizonte. O endereço da ocupação é Av. Perimetral na altura da fábrica Premiaço, Barreiro de Baixo.
A ocupação leva o nome de Eliana Silva, belo-horizontina, uma das principais lutadora das causas sociais, em especial da luta por moradia digna para o povo pobre, que morreu em 2009.
Para entrar em contato ligue para o telefone: 9133-0983, 9331-4477 e 9716-5356 – Leonardo Péricles, coordenador nacional do MLB – Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB-MG)
Membros do movimento Occupy Wall Street se uniram hoje (20) em Washington à campanha que se iniciou na última terça e termina amanhã a favor do retorno dos Cinco Heróis Cubanos à sua pátria.
Em entrevista à Agência Cubana de Notícias, Alicia Jrapko, membra do Comitê Internacional pela Libertação dos Cinco, afirmou que junto com outras ações que realizam na cidade, vários ativistas do Occupy participarão do encerramento desta jornada solidária, que será em frente à Casa Branca.
Segundo Alicia, cerca de três equipes de ativistas de diferentes países estão esclarecendo a população nas saídas do metrô e em outros lugares estratégicos, ao mesmo tempo que distribuem panfletos aos traunseuntes, e que é a primeira vez que a campanha pelos cinco se torna tão massiva.
O sistema cubano de prevenção de desastres nacionais é paradigmático, afirmou Patrícia León Woolfson, especialista internacional em mudanças climáticas.
O SAT – Sistema de Alerta Temprana – é exemplar na redução de riscos de desastres naturais por constituir uma política oficial com um alto grau de organização local em comunidades, cidades e bairros, afirmou a equatoriana Patricia, que foi uma das convidadas à Oficina Regional de Divulgação do Informe Especial do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) sobre Gerenciamento de riscos de fenômenos metereológicos e catástrofes. A especialista sugeriu ainda que as experiências cubanas podem ser aplicadas às condições específicas de outras nações.
América Santos Rivera, vice-ministra de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, afirmou que a metodologia cubana é reconhecida internacionalmente devido à redução das mortes por desastres naturais, que inclui medidas para evacuar as populações expostas a riscos e transportá-las a abrigos.
Segundo a ONU, o risco de alguém morrer como vítima de um furacão em Cuba, país modelo na proteção contra desastres naturais, é 15 vezes menor do que nos Estados Unidos.
É um sábado, 21 de abril de 1792. Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Faz sol, o céu está limpo. Uma multidão acompanha ansiosa a cena trágica: uma forca, um homem com uma corda em volta do pescoço. Muitos soldados cercam o patíbulo para que ninguém se aproxime. Um padre lembra que não se deve trair a rainha, nem em pensamento. O homem olha para o povo e ergue os olhos para o céu azul, reiteradas vezes, enquanto aguarda o momento fatal. De repente, o povo silencia. O homem é empurrado para o espaço. Os tambores rufam. A platéia solta um grito terrível. Tudo está consumado. Um corpo sem vida balança no ar.
Tudo começara três anos antes, quando um grupo de homens de Vila Rica, Minas Gerais, resolveu rebelar- se contra a opressão da Coroa Portuguesa. Nessa época, o principal produto que os invasores levavam do Brasil era o ouro, abundante nas terras mineiras. Em torno do ouro formou-se uma sociedade composta por mineradores, latifundiários, escravos negros, brancos pobres e um setor médio integrado por pequenos comerciantes, pequenos mineradores e funcionários do governo.
Os mineradores tinham de pagar um quinto do ouro extraído, à Coroa. A partir de 1750, com a queda da produção, foi estabelecida uma quota fixa de imposto, de cem arrobas de ouro, aproximadamente 1.500 kg. Quando a quota não era atingida, o governo da Província mandava arrecadar o que faltasse, de toda a população. Todos pagavam, fossem ou não mineradores, ricos ou pobres. A insatisfação era grande e generalizada.
Na Capitania das Minas Gerais, enquanto poucos enriqueciam, os escravos trabalhavam em condições subumanas para extrair o ouro e “milhares de homens viviam na miséria, passando fome, vagando sem destino pelos arraiais” (Laura de Mello e Souza, em Os Desclassificados do Ouro). Até os grandes mineradores viviam revoltados porque, além do imposto sobre o ouro, tinham de comprar a Portugal, que por sua vez importava da Inglaterra, tudo de que precisavam. Em 1785, a rainha de Portugal proibiu o funcionamento das indústrias brasileiras que, embora engatinhando, já forneciam tecidos, produtos de couro, ferramentas, moendas e armas brancas, a preço muito menor do que os ingleses. Com o acordo imposto pela Inglaterra a Portugal, os colonos passaram a gastar muito mais para adquirir tais produtos.
A revolta transforma-se em movimento
No final de 1788, os homens mais ricos, desesperados com o endividamento e informados de que o governo iniciaria a derrama cobrança do imposto em ouro em meados do ano seguinte, começam a falar em revolta. A população pobre também estava preocupada, pois sabia que a cobrança também recairia sobre ela. Aproveitando esse clima, um grupo de pessoas do setor médio poetas, padres, militares e mineradores começam a dar corpo a um Movimento pela Independência. Eles eram influenciados pelas idéias procedentes da França e dos Estados Unidos da América do Norte. Este havia proclamado sua independência da Inglaterra, em 4 de julho de 1776, após obter vitória na guerra civil; na França, estava em andamento a Revolução Burguesa que espalhava pelo mundo as idéias de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Do grupo de conjurados mineiros, participava um homem do povo que viria a ser nosso herói.
Quem era Tiradentes
Joaquim José da Silva Xavier nasceu em 1746, próximo a Vila Rica. Aos onze anos ficou órfão de pai e mãe e foi morar com seu padrinho que lhe ensinou a profissão de dentista, origem do seu apelido. Aos 20 anos trabalhou como tropeiro, transportando mercadorias numa tropa de burros entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro. Numa dessas viagens, defendeu um escravo que estava sendo castigado, o que lhe valeu um processo. Para pagar as multas e as custas processuais, teve de vender sua tropa de burros. Trabalhou como minerador e, aos 30 anos de idade, sentou praça na 6a Companhia de Dragões, posteriormente Regimento de Cavalaria de Vila Rica. Tornou-se alferes, posto equivalente hoje a 2o tenente.
Insatisfeito por nunca ter sido promovido, apesar de ser dedicado e bravo, pediu licença do Regimento em 1787, aos 41 anos de idade, para tentar implantar projetos de canalização de água no Rio de Janeiro. Ele não era engenheiro, mas tinha vocação e muita capacidade prática, já tendo à época dirigido a construção de estradas. Entretanto, não conseguiu apoio financeiro para seus projetos.
Um desses contatos, em busca de apoio, mudou o rumo da vida de Tiradentes. Foi o seu encontro com José Álvares Maciel, filho de grande comerciante e fazendeiro de Vila Rica. Em vez de lhe emprestar dinheiro, Álvares Maciel propôs que ele participasse do movimento para libertar as Minas Gerais. Não era difícil medir a disposição de Tiradentes para a tarefa, pois nas suas viagens como tropeiro, militar e nessa última em busca de nova profissão, por onde passava ele falava contra a dominação portuguesa. Entusiasmado, Tiradentes volta para Vila Rica e integra-se ao grupo que está preparando a conjuração.
Liberdade, ainda que tarde – o que queriam os revoltosos
Proclamar a Independência e constituir uma República; desenvolver a agricultura, a pecuária, a indústria e a mineração; implantar uma Universidade; anular as dívidas com a Coroa Portuguesa. Esperavam que a vitória repercutisse no Rio de Janeiro, provocando um levante popular, mas estavam preparados para defender a sua República, mesmo sem a adesão de outros lugares. Tiradentes foi o único a defender a libertação dos escravos
Um exemplo de bravura e dignidade
A conjuração mineira tinha participantes oportunistas cuja única preocupação era se livrar das dívidas. Um deles, Joaquim Silvério dos Reis, resolveu denunciar o movimento, em troca do perdão de suas dívidas. O governador suspendeu a derrama e ordenou a prisão dos conjurados. O processo durou três anos. Todos foram condenados à forca, mas tiveram suas penas reduzidas por ordem da rainha Manoel Tiradentes, de Portugal. Apenas Lisboa justamente o homem do povo, teve confirmada a sentença de morte.
É importante refletir sobre o comportamento de Tiradentes na prisão e nos interrogatórios a que foi submetido, para conhecer a sua têmpera revolucionária. Ele foi apontado pelos outros como o a g i t a d o r, o r e s p o n s á v e l p e l o movimento. Alguns zombaram dele, classificando-o de louco, de rústico. Até o famoso poeta Tomás Antônio Gonzaga escreveu um verso na prisão, em que dizia: “Ama a gente assisada/ a honra, a vida, o cabedal tão pouco/ que ponha uma ação destas/ nas mãos de um pobre sem respeito e louco?”. Todos procurando agradar às autoridades, para livrarem-se da m o r t e . Ti r a d e n t e s t e v e u m comportamento exemplar: não entregou ninguém, assumiu toda a responsabilidade pela revolta, não devolveu as zombarias. Uma dignidade extraordinária.
A sentença que o condenou à forca foi cruel. Além da morte, determinou que “sua cabeça fosse cortada, levada a Vila Rica e pregada em lugar público até que o tempo a consumisse. O corpo, dividido em quatro partes a serem pregadas em postes pelos caminhos onde ele pregara a Revolução. Declarou infames os seus filhos e netos. Determinou o confisco dos seus bens; que a casa fosse destruída e no lugar fosse jogado muito sal, para que nada mais se edificasse”. Ao ouvir a confirmação de tal sentença, afirmou serenamente Tiradentes: “Se dez vidas tivesse, as dez vidas eu daria”.
As classes dominantes queriam atemorizar o povo, para que nunca se revoltasse. Pelo contrário, ficou o exemplo de dignidade, de bravura, da capacidade de dar a vida por uma causa justa, para que todos tenham vida e liberdade.
Tiradentes vive na luta
A burguesia apropriou-se indevidamente do nome de Tiradentes, elegendo-o, inclusive, como patrono da Polícia Militar, a mesma que continua sendo instrumento das classes dominantes para reprimir os sem-terra, os sem-teto, todos aqueles que lutam por seus direitos e se revoltam contra a opressão. É mais uma traição a Tiradentes, um herói do povo brasileiro. A Independência, pela qual ele deu a vida, ainda não foi conquistada. A derrama que motivou a Conjuração Mineira hoje acontece através da cobrança da dívida externa, que passou de US$ 148 bilhões em 1994 para US$ 235 bilhões em 1999. No ano passado (1998), 64% do orçamento da União foram destinados ao pagamento de amortizações, juros e serviços das dívidas externa e interna. A proibição do funcionamento das indústrias brasileiras acontece em nossos dias através do favorecimento aos grandes monopólios capitalistas estrangeiros com isenção de impostos e outros benefícios; com a entrega do patrimônio público ao grande capital estrangeiro e nacional (privatizações), da liberação de taxas sobre produtos importados. Tudo isso gera o fechamento das pequenas e médias indústrias nacionais, provocando desemprego, fome e miséria. Como na época de Tiradentes, o Brasil continua sendo espoliado pelo capital estrangeiro e os trabalhadores vivem na miséria, desempregados e vendo seus direitos desrespeitados. Por isso mesmo, vemos crescer em todas as partes deste país o mesmo sentimento de revolta que animou os revolucionários de Minas Gerais.
Vila Rica, hoje, é o Brasil inteiro. Que todo o povo se levante num movimento de libertação e derrube as classes dominantes e seus “Joaquim Silvério dos Reis” que governam o Brasil, construindo uma nova sociedade onde haja terra, trabalho e vida digna para todos. Tiradentes, nosso herói, estará iluminando esse caminho, juntamente com tantos bravos que tombaram na luta através da nossa História. A liberdade nunca é tardia.
“Liberdade, essa palavra Que o sonho humano alimenta Que não há ninguém que explique E ninguém que não entenda” (Cecília Meireles)
Como já denunciado pelo jornal A Verdade, as filas do restaurante universitário da UFMG campus Pampulha estão quilométricas, com os estudantes tendo que esperar até 50 minutos para almoçar.
Essa espera absurda resulta da ineficiência da FUMP – fundação privada que gere os Restaurantes Universitários da UFMG –, que não consegue atender à demanda dos estudantes da universidade, cujo número aumenta a cada dia.
Não bastassem as filas do início do semestre, no dia 9 de abril a FUMP implementou um novo sistema de identificação para entrada no bandejão. Esse sistema só permite que os alunos com a carteirinha da biblioteca e com a carteira de identidade entrem no restaurante.
Mas esse sistema apresenta vários problemas. Primeiro porque em um momento em que ainda não se tem um novo restaurante para atender à demanda, implementar um novo sistema que precisa de um período de adaptação faz com que o tempo de espera na fila se estenda ainda mais. Segundo que o sistema é excludente, uma vez que não aceita o comprovante de matrícula como identificação, sendo que não há nada mais legítimo que comprove que aquele aluno estuda na universidade do que o comprovante emitido pelo colegiado do curso. Com esse novo sistema vários estudantes que estavam sem a carteirinha da biblioteca não puderam almoçar nos primeiros dias, ou tiveram que pagar R$7,00 pelo prato de comida.
Os estudantes, indignados com esses absurdos, organizaram na última quarta (18) um ato em frente ao bandejão para pressionar a FUMP. Coincidentemente – ou não -, no dia do ato foram disponibilizados novos caixas e foram aceitos outros documentos para entrada no restaurante, uma tática da Fundação para que não houvesse filas no dia do ato, uma vez que a imprensa estava toda presente. Mas os estudantes perceberam a tática baixa da entidade e denunciaram essa atitude.
Como as filas ainda permanecem, os estudantes seguem organizando a luta, vigilantes para que essa situação se resolva e que a Assistência Estudantil da UFMG seja de fato uma política de permanência na universidade, e não vista apenas como um “gasto”, que é a forma como vem sendo tratada.
Isabela Rodrigues Ligeiro Diretora do Centro Acadêmico de Ciência Sociais da UFMG
Segundo dados citados pelo Diário Econômico, as falências de restaurantes disparam 143 por cento no primeiro trimestre deste ano em Portugal. No total, houve um aumento de 51,5 por cento das falências de empresas nos vários setores.
O setor de alimentação não está a resistir aos aumentos do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), nem à quebra do consumo, indicam os dados citados pelo Diário Econômico. Segundo os dados da Coface houve um aumento de 143 por cento no número de restaurantes em falência no primeiro trimestre. Este é apenas um dos muitos setores em dificuldades. No conjunto dos três primeiros meses do ano houve um aumento de 51,5 por cento nas falências – a cada dia, 26 empresas fecharam as portas.
As razões apontadas são várias e não surpreendem: as medidas de austeridade, a quebra no consumo das famílias e o aumento do IVA justificam o forte agravamento das insolvências no setor de alimentação.
Mas, como explica o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a realidade é ainda mais grave: “As falências são só uma parte muito pequena dos encerramentos. Trata-se apenas dos estabelecimentos que fecham com comunicação judicial, por existir uma impossibilidade formal em pagar as suas responsabilidades. A nossa estimativa é que no comércio e restaurantes as falências representam apenas 10 por cento do total de encerramentos”, sublinhou Vieira Lopes, ao Diário Económico.
“O mais grave são os encerramentos silenciosos”
Também o secretário-geral da ARESP partilha desta convicção, mas alerta: “O mais grave são os encerramentos silenciosos – estamos a falar de micro e pequenas empresas, familiares – a acontecer ao ritmo de centenas por mês”, frisa José Manuel Esteves. E acrescenta que estes valores “vão disparar a partir de Maio”, data em que as empresas têm de pagar o IVA referente ao primeiro trimestre.
José Manuel Esteves salienta ainda o impacto que estes encerramentos têm na receita fiscal, não só nas perdas de IRC, de IVA e de contributos para a Taxa Social Única, mas também no agravamento das despesas com os subsídios de desemprego.
Segundo Relatório da Anistia Internacional, o tráfico de pessoas é uma das formas ilegais mais lucrativas no mercado mundial. Dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) estimam que o tráfico humano movimente por ano cerca de 32 bilhões de dólares.
A Convenção de Palermo, um dos poucos marcos legais que tratam do tráfico de pessoas, o define como o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento de pessoas utilizando-se de ameaça, uso da força, formas de coação e abuso de autoridade sobre situações de vulnerabilidade para fins de exploração.
Segundo estimativas do Instituto Europeu para o Controle e Prevenção do Crime, cerca de 500 mil pessoas são traficadas de países mais pobres para este continente por ano. Quanto ao tráfico de pessoas para fins sexuais, estima-se que 98% das vítimas em todo o mundo são mulheres.
Para quem realiza este tipo de exploração, a atividade tem baixos riscos e altos lucros. As mulheres traficadas entram no seu país de destino com visto de turista e a ação da exploração sexual muitas vezes é camuflada nos registros por atividades legais como o agenciamento de modelos, babás, garçonetes ou dançarinas.
Poucas das mulheres vítimas deste crime têm ciência de que a migração se destina à exploração sexual. Por vezes elas permanecem em cárcere privado, sob permanente vigilância, além de sofrerem preconceito e discriminação por parte dos clientes e dos donos dos estabelecimentos.
Sabe-se que essas mulheres trabalham de 10 a 13 horas diárias no mercado do sexo, não podendo recusar clientes e sendo submetidas ao uso abusivo de drogas e álcool para permanecerem despertas .Elas acabam não se reconhecendo como traficadas, não se dão conta da grave exploração que sofrem, apenas admitem que foram enganadas.
O tráfico para fins de exploração sexual traz irreversíveis consequências às mulheres. Estas ficam expostas a todo tipo de doença sexualmente transmissível, inclusive ao vírus HIV, sofrem ataques físicos por parte dos clientes, são atacadas sexualmente pelos aliciadores, têm que lidar com constantes ameaças ou intimidações por todo o período que permanecem em regime de escravidão sexual, além de destinarem todo o dinheiro que arrecadam para pagar a dívida contraída com os cafetões.
Para a Associação para a Prevenção e Reinserção da Mulher Prostituída (APRAMP) a situação das brasileiras inseridas neste mercado de exploração merece atenção. A instituição alerta que o Brasil é hoje o país com maior número de mulheres traficadas para fins sexuais da América do Sul. Dados da Pesquisa Nacional sobre o Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes (PESTRAF) contabilizam 110 rotas nacionais e 131 rotas internacionais, sendo 32 dessas para a Espanha.
O mais alarmante é que se detectou que vem aumentando a quantidade de brasileiras que entram nos países de língua latina da Europa para fins de exploração sexual. Dessas tantas, muitas estão sofrendo uma nova forma de exploração: a revenda. As mulheres permanecem um pequeno período, menos de 28 dias, em um estabelecimento de prostituição, em seguida são revendidas a outros estabelecimentos com a finalidade levar novas possibilidade de escolha dos clientes. Para a estudiosa do assunto Iana Matei, o aumento desse comércio de troca é consequência da relação de traficantes de entorpecentes com a exploração sexual, levando a este ramo a administração em rede e a renovação de mercadoria para lucrar mais.
Perfil
A Fundação francesa Scelles, que luta contra a exploração sexual, divulgou que há cerca de 42 milhões de pessoas em situação de prostituição no mundo; 75% dessas são mulheres com idade entre 13 e 25 anos.
O relatório da OIT sobre o assunto acrescenta que são de classes populares, apresentam baixa escolaridade, habitam em espaços urbanos periféricos com carência de saneamento, transporte (dentre outros bens sociais comunitários), moram com familiares, têm filhos e exercem atividades laborais com baixa remuneração. Muitas delas já foram submetidas a alguma forma de prostituição.
O mesmo relatório avalia que entre as causas do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual estão: instabilidade política, econômica e civil em regiões de conflito, emigração não legalizada, violência doméstica, ausência de oportunidades de trabalho. Esta última é maior motivação por conta da vulne-rabilidade social e econômica em que essa situação insere as mulheres.
Toda essa relação de exploração reflete claramente que o tráfico de mulheres é uma das maiores expressões da ação da sociedade capitalista na vida das mulheres trabalhadoras, as quais, precisando sobreviver, submetem-se a condições de vida degradantes. Nos períodos de crise, como o que vivemos atualmente, isto tende a se agravar, como mostram os dados, já que a exploração da classe trabalhadora como um todo, aumenta. O capitalismo, todos sabemos, se fundamenta na realização de lucro para poucos à custa do trabalho de muitos e a qualquer preço.
A sociedade capitalista expõe o corpo das mulheres, utilizndo para vender os mais variados produtos e leva esta mercantilização até as últimas consequências, tornando as próprias mulheres mercadorias, as quais se vendem, se compram, se usam e se exploram da maneira mais cruel.
Esta dura realidade coloca a toda classe trabalhadora e em específico às mulheres a necessidade de lutar para colocar fim a esta exploração e opressão. Coloca a necessidade de organização para que tenha fim de uma vez por todas este sistema, que se utiliza do corpo, do sangue, do trabalho de uma enorme parcela da população para enriquecer uma minoria.
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