Mais um jovem negro teve sua vida tirada pelas mãos da Polícia Militar em 14 de junho deste ano, nas ruas da Vila Clara, divisa da capital paulista com Diadema. Guilherme da Silva Guedes, 15 anos, foi sequestrado por dois policiais à paisana na frente da casa da avó. O jovem negro foi encontrado, horas depois, em Diadema, com dois tiros na cabeça e com muitas marcas de tortura. A comunidade se revoltou com a violência policial recorrente contra a juventude do bairro e iniciou protestos na região que resultaram em avenidas fechadas e ônibus incendiados por toda a semana.3,
A Zona Sul de São Paulo é a região mais violenta da capital: registra 1 a cada 5 dos homicídios que acontecem na cidade. No primeiro semestre deste ano, a Polícia Militar de São Paulo matou 498 pessoas, equivalente à um terço do total de homicídios no estado. O Jornal A Verdade escutou dona Vera Lúcia Rodrigues, 52 anos, avó do Guilherme, moradora da Vila Clara, zona sul de São Paulo. Guilherme morava com ela.
Giovanne Gabriel desapareceu no dia 5 de junho, na periferia da grande Natal, onde morava, quando saiu de casa para ir até a casa de sua namorada, Município de Parnamirim. O corpo do jovem foi encontrado somente nove dias depois, em avançado estado de decomposição e com marcas de perfuração de arma de fogo na cabeça na comunidade Pau Brasil, em São José do Mipibu. No local o perito criminal afirmou que o jovem teria sido executado: “Ele foi encontrado com provável lesão causada por perfuração de arma de fogo na região do crânio”, disse.
Por fim, devemos lembrar que o direito é burguês e apoia os latifundiários, é ferramenta essencial na segregação sócio-espacial. Isso fortalece uma classe dominante que utiliza de seus meios de coerção, como a força policial, para reprimir a população mais pobre com o objetivo de continuarem sem acesso a condições de existência dignas e para que as centenas de opressores lucrem com o sangue derramado de milhares e milhões de trabalhadores. O levante popular contra o genocídio dos negros e periféricos está acontecendo ao redor do Brasil e deve ser alimentado, divulgado e fomentado como fonte de esperança para a verdadeira mudança que o país precisa, que é o poder popular.
Felipe Annunziata
Rio de Janeiro
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