Desde o mês de maio, o Movimento de Mulheres Olga Benario, juntamente com a União da Juventude Rebelião, tem construído uma rede de solidariedade na cidade de Viçosa, Minas Gerais, realizando a entrega de cestas básicas, materiais de limpeza e higiene pessoal para as famílias que se encontram em situação de pobreza extrema na comunidade das Coelhas, especialmente aquelas que são chefiadas por mulheres.
As mulheres sempre estiveram presentes nas lutas importantes da nossa história. Na década de 1970, mulheres das periferias da Zona Sul de São Paulo iniciaram um grande movimento popular durante a ditadura no Brasil. O Movimento Contra o Custo de Vida, ou Movimento Contra Carestia foi um dos maiores movimentos populares do nosso país, organizado principalmente por mulheres pobres.
Lembro que, há alguns anos, buscando reportagens para trabalhar em sala de aula, passei por uma que dizia que “a ciência brasileira estava perto de sua meia-noite”. O tempo foi postergado, mas chegou. Com queima de servidor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e provável inexistência de backup, existem grandes chances de uma quantidade tremenda de dados se perder.
Investigação da ONG Forbidden Stories e da Anistia Internacional revelou, em julho, que jornalistas, grupos de ativistas e políticos de oposição de 50 países, entre eles o Brasil, tiveram seus smartphones invadidos por um programa de espionagem israelense chamado Pegasus.
Hoje a falta de habitação ou a inexistência dela em condições adequadas mostram a realidade de famílias que fazem das ruas, calçadas, praças, pontes e viadutos seus lares. O gasto excessivo em aluguéis e o alto índice de desemprego dificultam cada vez mais o acesso à moradia. A maioria dos lares em condições de gastos excessivos com os aluguéis são chefiados por mulheres e, das habitações sustentadas apenas por um salário mínimo, 72% são habitações precárias. Já nas regiões metropolitanas, o nível de precariedade representa 36% daquelas que recebem de um até dois salários mínimos, segundo dados da Fundação João Pinheiro (2021).
Cuidar dos filhos e das tarefas do lar é visto, até os dias atuais, como um trabalho feminino; inclusive, estendendo as obrigações para as filhas e irmãs, que possuem o papel de limpar a bagunça do irmão. Muitas vezes, mulheres que estão em relacionamentos com homens (seja um casamento ou um namoro) se veem subordinadas à posição de “segundas mães”: monitorando o tempo que os parceiros passam no videogame, preparando a comida e cuidando dos serviços domésticos sem qualquer tipo de ajuda do homem ao seu lado.
Sem dúvidas, o racismo se fez presente em mais essa acusação injusta contra um jovem negro morador da periferia. Essa, aliás, é uma marca do sistema penal brasileiro.
As classes dominantes tentaram, ao longo dos séculos, enfiar goela abaixo a ideia de que o regime de escravidão foi abolido graças à benevolência de uma princesa e que, portanto, deveríamos celebrar o dia 13 de maio como a data em que, por meio de uma lei, os negros foram finalmente libertos.
“Não é o trabalho feminino em si que rebaixa os salários ao entrar em competição com o trabalho masculino, mas sim sua exploração pelos capitalistas que dele se apropriam.”.
– Clara Zetkin (1857-1933).