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terça-feira, 16 de abril de 2024

Congresso histórico da UEP

“Nenhum direito a menos. Nada a temer!” foi com esse tema que mais de 400 estudantes pernambucanos se reuniram na cidade de Garanhuns, entre os dias 21 e 23 de abril, no 41º congresso histórico da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP).  Realizado na Unidade Acadêmica da UFRPE (UAG), diretórios e centros acadêmicos, além de várias lideranças das ocupações pernambucanas e estudantes das faculdades públicas, autarquias, privadas e federais se reuniram em torno de uma avaliação do que foi o último período para os estudantes pernambucanos, marcado pelas ocupações, greves estudantis e diversos atos contra os retrocessos no país, exemplificado pela nomeação ilegítima de Mendonça Filho do DEM-PE, pelo senhor Janguiê Diniz, dono do maior empresa de ensino superior privado do país, a Ser Educacional.

O congresso teve como homenageada a estudante da UFPE, Ranúsia Alves Rodrigues, natural de Garanhuns e militante do PCBR( Partido Comunista Brasileiro Revolucionario), assassinada no Rio de Janeiro em outubro de 1973, e contou com as participações de Pedro Laurentino (ex-presidente da UEP), Tiago Santos (Unidade Popular – UP), Carlos Veras (presidente da CUT), Guita Kozmhinsky (Movimento de mulheres Olga Benário), Jaime Amorim (MST), Marcelo Santa Cruz (Comitê Memória, Verdade e Justiça de Pernambuco), Tereza Cristina Vanderlei (ex-militante do PCBR, integrante da Comissão da Verdade e contemporânea de Ranúsia Alves), entre outros. Com grupos de debates sobre o PROUPE e as autarquias, povos tradicionais, saúde mental, combate as opressões, cultura, mulheres, assistência e financiamento estudantil, o legado das ocupações, esportes, meio ambiente e ensino privado, o congresso aprovou mais de 50 propostas para os próximos dois anos de luta dessa importantíssima entidade.

Um dos momentos mais emocionantes foi, sem dúvida, o ato em defesa da vida da juventude pernambucana, que contou com a presença de José Roberto Alves, irmão do jovem Edivaldo Alves, morto após ser baleado pela PM enquanto estava num protesto por mais segurança na cidade de Itambé, Mata Norte do estado, no mês de março desse ano. Segundo José Roberto, “Pretinho”, como era conhecido seu irmão, estava no ato, pois havia sido assaltado cinco vezes seguidas em sua cidade e não aguentava mais essa situação. O jovem foi alvejado por uma bala de borracha à sangue frio, e tinha como lema constante “não tenho preconceito”. Aplaudido de pé pelo plenário, José Roberto agradeceu a homenagem ao irmão e afirmou que irá continuar na luta por justiça, honrando a memória de seu irmão.

Ao final do congresso foi eleita a nova diretoria da entidade para a gestão 2017/2019, com representantes de todas as regiões do estado, além de contemplar estudantes de todos os seguimentos institucionais de Pernambuco, tendo como presidenta, a estudante de História e coordenadora do DCE da UFRPE, Camila Falcão. Para ela “esse foi o maior congresso estudantil pernambucano nos últimos tempos, mesmo com as dificuldades como a tentativa de boicote do governo do estado, que proibiu e negou a vinda de diversas delegações, como a de Petrolina. Apesar disso tivemos um congresso excelente, organizados pelos estudantes, preservando a sua autonomia”. Ainda segundo Camila, “a principal tarefa da UEP nesse momento é a luta pela garantia de nossos direitos, esses mesmos direitos que os golpistas querem arrancar dos trabalhadores e estudantes, além de cobrar do governador do estado (Paulo Câmara- PSB), uma postura concreta em relação à educação superior em Pernambuco. Não vão ser as classes mais pobres que irão pagar por essa crise. O governador é omisso. Além de ter apoiado os recentes golpes em nosso país.” O movimento estudantil sai desse congresso renovado e pronto para mais conquistas.

Cloves Silva, estudante de Letras da UFRPE

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