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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

“Campanha do tostão contra o milhão”

LANÇAMENTO – O partido Unidade Popular Pelo Socialismo (UP) lança candidaturas em Florianópolis. (Foto: Reprodução/Jornal A Verdade)
José Mussi e Victor Fernandes

FLORIANÓPOLIS (SC) – Em 10 de dezembro de 2019 a Unidade Popular, partido político socialista mais recentemente registrado e legalizado, obteve seu registro perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após obter o apoio de mais de um milhão e duzentas mil pessoas por meio da assinatura das fichas de criação sem apoio de bancos ou grandes empresas, demonstrando a força e disciplina de sua militância, o quanto o povo brasileiro não se sentia representado pelas alternativas políticas que existiam no país e o quanto esse povo quer lutar por mudanças na sociedade.

Construída da necessidade de luta coletiva séria e compromissada que acompanha o povo brasileiro desde o início de sua história a UP nasce no momento de ascensão do fascismo no País intensificado com golpe em 2016 contra a presidenta democraticamente eleita, aprovação do congelamento de gastos públicos em 2017, reforma trabalhista e reforma da previdência, entre outras derrotas do povo e da classe trabalhadora, ataques que se refletem nas políticas dos estados e dos mais de 5.700 municípios do Brasil.

Na cidade de Florianópolis a realidade da maioria do povo, que não é de ricos, não é diferente. Na ilha 25% da população sobrevive com meio salário mínimo segundo o IBGE e, para enfrentar desigualdade social, falta de moradia, aluguéis caros, falta de saneamento, aumento dos alimentos, transporte público caro e ruim, ataques ao meio ambiente, abandono do povo pelo poder público em plena pandemia, aumento de violência policial, aumento da violência contra as mulheres, bairros desestruturados, entre outras demandas, a UP lança duas candidaturas jovens, de luta e revolucionárias para enfrentar a velha política dos ricos e das famílias tradicionais da política da cidade.

JÚLIA EW (80.000) – Mulher, jovem e revolucionária. (Foto: Reprodução/Jornal A Verdade)

Júlia Andrade Ew, 22 anos, filha de pai professor e mãe psicóloga, formada em psicologia na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e mestranda em psicologia na área da Saúde, é jovem, socialista, revolucionária e candidata a vereadora pela UP com número 80.000! Defensora principalmente do direito à moradia para todos os trabalhadores e do combate a especulação imobiliária, da reforma urbana, do poder popular, de casas de apoio e referência a mulher brasileira, de políticas públicas para as mulheres, entre outras propostas.

MATHEUS MENEZES  (80.123) – Preto, pobre, da periferia. (Foto: Reprodução/Jornal A Verdade)

Matheus Rodrigues Menezes, filho de pedreiro e de revendedora de produtos cosméticos, terceiro de cinco irmãos, estudante de Ciências Sociais da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), é líder estudantil, negro, pobre e candidato a vereador pela UP com o número 80.123! Defensor principalmente de uma educação pública universal, gratuita, de qualidade e libertadora, da valorização da cultura popular com incentivo público, de um transporte efetivamente público, universal, gratuito, de qualidade, com melhoria do serviço e expansão das linhas nas periferias, do combate a violência policial contra a juventude pobre e negra, entre outras propostas.

Ambos participam de sua primeira eleição sem ilusões de que apenas o voto ou a participação isolada modifique a realidade. Acreditam estar na construção de um poder popular diário com participação social e na mudança radical da sociedade a solução para termos uma cidade realmente pensada para o povo com uma política realmente construída pelo povo, com o povo e para o povo!

Para a Unidade Popular política não é algo ruim, é algo diário e necessário, pois todas as escolhas das pessoas são escolhas políticas. Na compreensão da UP “o povo não gosta é de politicagem, ou seja, uso da política para os próprios interesses”. Entendendo que se afastar da política não é solução aos problemas cotidianos da sociedade a UP divulga que o povo tem que ocupar a política para que ricos, grandes empresas e as famílias tradicionais não mantenham tudo como está.

NAS RUAS E COM O POVO – Militância da Unidade Popular dialoga olho no olho com a população. (Foto: Reprodução/Jornal A Verdade)

Ao longo de meses a UP de Florianópolis realizou encontros semanais com milhares de pessoas do povo para a construção de um programa municipal para a cidade buscando garantir ao povo seus direitos mais básicos de moradia, educação, saúde, lazer, cultura, segurança, saneamento básico, meio ambiente, esporte, sempre com a participação popular.

Por isso a UP constrói a campanha do tostão contra o milhão entendendo que caso aceite dinheiro dos grandes empresários e das famílias tradicionais, terá que atuar defendendo os interesses deles, e, como diz a sabedoria popular: “quem paga a banda escolhe a música!”.

Neste momento o partido iniciará a campanha eleitoral e no quesito capacidade financeira será um verdadeiro Davi contra Golias, pois o partido nasceu agora e receberá pouquíssima verba pública para sua campanha e suas despesas, dependendo exclusivamente do apoio do povo, o que por um lado garante a autonomia política, enquanto que por outro demonstra o quão injusta e desproporcional é a capacidade de divulgação de campanhas de partidos ricos em comparação com a de partidos pobres, mostrando mais uma das contradições da democracia burguesa.

Segundo o TSE o total de recursos distribuídos entre as 33 agremiações foi de R$ 2.034.954.823,96. Com o novo cálculo, o Partido dos Trabalhadores (PT) receberá o maior montante, com mais de R$ 201 milhões, seguido pelo Partido Social Liberal (PSL), com cerca de R$ 199 milhões, e pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com aproximadamente R$ 148 milhões.

Destes aproximadamente 2 bilhões de reais, apenas 2% é dividido igualmente, gerando a desproporção e o desequilíbrio nas campanhas. A título exemplificativo: a cada 10 reais que a Unidade Popular terá, o PSL, antigo partido de Bolsonaro, terá 1630 reais, demonstrando o poder econômico que os partidos que defendem os interesses dos ricos possuem nas eleições.

Por isso a Unidade Popular em Florianópolis constrói a campanha do tostão contra o milhão, mantendo sua autonomia política e denunciando a desigualdade e o desequilíbrio da campanha entre partidos ricos e partidos pobres, além do fato de que aos partidos que realmente buscam uma mudança social radical são impostos inúmeros obstáculos legais que impedem a existência de liberdade de ideias e de democracia efetiva.

A campanha de candidaturas popular da UP, sem apoio de bancos ou grandes empresas, apenas com o povo nas ruas, bairros, vilas, favelas, terminais, estações, chãos de fábrica, chegará ao maior número de pessoas e promoverá a mudança necessária em nossa sociedade pelo seguinte motivo: Por ser construída e enxergada pelos olhos do povo, levada pelas pernas do povo, carregada pelos braços do povo e transmitida pela voz do povo! Apenas assim se constrói um poder popular! Apenas assim se constrói o Socialismo!

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