A situação internacional e as tarefas dos marxista-leninistas

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INTERNACIONALISMO – Novos partidos ingressam à Conferencia para fortalecer a luta pela revolução e o socialismo. (Foto: Reprodução/Evrensel Gazetesi)
A CIPOML se reuniu em fevereiro e fez um balanço da atuação dos partidos marxistas-leninistas em nível internacional. Dois novos partidos tiveram seu ingresso aprovado na Conferência: o Partido Comunista Revolucionário do Chile (PCR) e a União Revolucionária do Trabalho da Sérvia (RSRS, pela sigla em sérvio).
Redação Nacional
Jornal A Verdade

Em fevereiro deste ano, as organizações que constituem a Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas (CIPOML) realizaram seu 26° encontro anual para debater a situação política e econômica em nível internacional e avaliar a atuação dos comunistas revolucionários marxistas-leninistas nas diferentes latitudes do mundo. A reunião foi dedicada à memória do camarada Raúl Marco, dirigente do Partido Comunista da Espanha (marxista-leninista) – PCE (M-L), quadro histórico do movimento comunista internacional, falecido em 2020.

Realizou-se um rico debate sobre as causas e a dimensão da atual crise econômica que se abate na maior parte dos países do mundo, relacionada com a pandemia do novo coronavírus e suas consequências para organização política e social. Houve uma profunda reflexão sobre o papel dos países imperialistas e suas contradições interimperialistas, identificando as tarefas das organizações dos trabalhadores em aproveitar-se dessas contradições, ao mesmo tempo em que se combatem todas as políticas imperialistas. Essas reflexões produziram um documento comum, que está sendo revisado e logo será disponibilizado para a militância.

Foi uma reunião muito importante também porque marcou o fortalecimento orgânico da CIPOML. Todos os partidos fizeram o balanço autocrítico de suas tarefas nacionais e internacionais, bem como avaliaram o papel do Comitê Coordenador. Dois novos partidos foram aprovados como membros da Conferência.

No continente americano, o mais novo membro é o Partido Comunista Revolucionário do Chile. Organização que é fruto da fusão de alguns círculos marxistas-leninistas do país, o PCR surge como importante referência dar consequência orgânica às importantes manifestações de rua que estão ocorrendo naquele país.

No continente Europeu, aprovou-se o ingresso da União Revolucionária do Trabalho da Sérvia (RSRS, pela sigla em sérvio), organização que realiza importante trabalho de resgate do marxismo-leninismo em uma região que tem larga tradição de luta contra o revisionismo e o anticomunismo.

Esses dois partidos irão cumprir, conforme o regimento da Conferência, dois anos de participação com direito a voz, mas não a voto, e, após esse período, poderão passar a ser membros plenos. A CIPOML admite apenas uma organização por país como membro efetivo.

Fundada na década de 1990, a CIPOML vem fortalecendo sua atuação internacional, combatendo de maneira firme as forças reacionárias, os revisionistas e demais traidores do socialismo. Sua atuação é parte da necessária luta política e ideológica para afirmação da necessidade de um partido revolucionário para pôr fim ao imperialismo-capitalista e construir o poder popular e o socialismo.

Abaixo, reproduzimos a declaração pública assinada por todos os partidos presentes à 26° plenária da CIPOML:

A análise da situação internacional e das tarefas que os partidos e organizações Marxistas-Leninistas deve cumprir no atual contexto, foram os temas centrais da 26° plenária da Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas (CIPOML), ocorrida nos primeiros dias de fevereiro deste ano. A plenária também debateu sobre o trabalho que cada um de seus membros desenvolve em seus países, com o objetivo de fazer avançar o processo de organização da revolução social do proletariado, colocando um fim no sistema capitalista de exploração e estabelecendo uma sociedade de trabalhadores: o socialismo.

As discussões em plenário expressaram a unidade político-ideológica dos partidos, baseada nos princípios do marxismo-leninismo, na coincidência de visões acerca dos elementos que caracterizam o cenário mundial e como nós, marxistas-leninistas, devemos enfrentar a situação atual.

Os trabalhadores e o povo enfrentam um momento no qual a crise econômica do capitalismo e a pandemia da Covid-19 tornaram-se o motivo para os donos do capital e os Estados capitalistas implementarem políticas de flexibilização do trabalho, aumento da jornada laboral, redução de salários, suspensão dos salários nos setores público e privado, com o objetivo de proteger os lucros das grandes companhias e aumentar o nível de exploração dos trabalhadores, causando um aumento do desemprego e do subemprego, da pobreza e  da fome para milhões de homens, mulheres e jovens em todo mundo. A fome e a pobreza crescem, ao mesmo tempo em que a riqueza de um punhado de bilionários, donos de monopólios e acionistas de poderosas transnacionais.

A ordem internacional capitalista também é caracterizada pela intensificação dos conflitos interimperialistas e pelo reforçamento das potências – tais como EUA, China, Rússia, Alemanha, Reino Unido, França etc. – que lutam para ganhar posições geopolíticas no mundo, protegendo ou expandindo suas áreas de influência. Essas contradições têm várias manifestações, mas uma dos mais perigosos aspectos está no aumento do gasto militar. Com Joe Biden tomando acento como presidente dos EUA, ainda que ocorram algumas mudanças na política interna e externa desse país, não haverá nenhuma mudança substancial na essência imperialista dos EUA; o multilateralismo proposto como um elemento de sua política internacional não irá diminuir a rivalidade interimperialista, mas a fará crescer ainda mais. 

Verificamos que, em várias regiões do mundo, as forças fascistas e de extrema direita têm ganhado terreno, levantando bandeiras nacionalistas, chauvinistas e xenofóbicas; as políticas estatais que visam o controle social estão crescendo, violando os direitos dos trabalhadores e dos povos. 

O mundo está experienciando circunstâncias muito complexas; dentre as medidas que a burguesia internacional está propondo com o objetivo de sair desta situação, o Fórum de Davos propôs o Great Reset (a grande recomposição, ou recomeço). Este busca embelezar o capitalismo com políticas sociais aparentes que fazem a exploração da classe trabalhadora parecer menos desagradável.

Na medida em que a pobreza e a exploração estão crescendo, os trabalhadores, povos, juventude e mulheres juntam suas forças e vão à luta. Superando as barreiras impostas pelos governos para impedir que expressem suas reivindicações, a luta dos trabalhadores e povos de todos os continentes é crescente: demandam trabalho, saúde pública, empregos e liberdades democráticas.

Neste contexto, nós, organizações membros da CIPOML, realizamos esforços para assumir nossas responsabilidades, para colocar-nos à cabeça dos trabalhadores e dos povos, para promover e organizar sua luta, para desenvolver a consciência de classe que permitirá compreender a causa dos problema que os afetam hoje, ou seja, o sistema capitalista-imperialista, e que a solução para esses problemas vem da revolução social do proletariado.

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Fevereiro de 2021: assinam as organizações 29 organizações-membro por continente:

África

Benin, Partido Comunista do Bénin.
Burkina Faso, Partido Comunista Revolucionários do Alto Volta.
Costa do Marfim, Partido Comunista Revolucionário da Costa do Marfim.
Marrocos, Via Democrática.
Tunísia, Partido dos Trabalhadores da Tunísia.

Ásia

Índia, Organização Democracia Revolucionária
Irã, Partido do Trabalho do Irã (Toufan).
Paquistão, Frente dos Trabalhadores do Paquistão.
Turquia, Partido do Trabalho (EMEP).
Bangladesh, Partido Comunista de Bangladesh.

Europa

Albânia, Partido Comunista da Albânia.
Dinamarca, Partido Comunista dos Trabalhadores.
França, Partido Comunista dos Operários da França (PCOF).
Alemanha, Organização para a Construção dos Partido Comunista dos Operários da Alemanha (Arbeit Zukunft).
Grécia, Movimento para a Reorganização do Partido Comunista da Grécia (1918-1955).
Itália, Plataforma Comunista.
Noruega, Grupo Marxista-leninista Revolução.
Espanha, Partido Comunista da Espanha (Marxista-Leninista).
Sérvia, União Revolucionária do Trabalho da Sérvia (RSRS).

América

Chile, Partido Comunista Revolucionário.
Bolívia, Partido Comunista Revolucionário.
Brasil, Partido Comunista Revolucionário.
Colômbia, Partido Comunista da Colômbia (Marxista-Leninista).
República Dominicana, Partido Comunista do Trabalho.
Equador, Partido Comunista Marxista-Leninista do Equador.
México, Partido Comunista do México (Marxista-leninista).
Peru, Partido Comunista do Peru (Marxista-leninista).
Venezuela, Partido Comunista Marxista-leninista de Venezuela.
Estados Unidos, Partido Americano do Trabalho (APL).
Uruguai, Partido Comunista Marxista-Leninista do Uruguai (PCMLU).