O camelô André Constantine foi detido arbitrariamente por um policial militar ao criticar a violência da PM-RJ e da Guarda Municipal contra os trabalhadores ambulantes.
Por Igor Barradas | Redação Rio
RIO DE JANEIRO – O ato contra o armamento da Guarda Municipal no Rio de Janeiro, realizado nesta quinta-feira (4), na Cinelândia, foi marcado pela prisão do militante e camelô André Constantine, encaminhado à 5ª DP depois de denunciar a atuação truculenta da Polícia Militar contra os trabalhadores informais.
André foi detido arbitrariamente quando criticava a associação da PM com o crime organizado na cidade. Em sua fala, afirmou que a polícia militar “caça preto e favelado todos os dias”. Policiais militares que estavam próximo do local foram em direção ao camelô, tomaram de forma violenta o microfone de sua mão e o arrastaram até a viatura.
Veja vídeo:
O também camelô Vinícius Benevides, da Unidade Popular (UP), esteve presente no momento da prisão e relatou o ocorrido: “Estávamos em um ato pacífico contra o armamento da Guarda Municipal. Quando André tomou posse da palavra, fazendo sua exclamação lícita, exercendo seu direito à liberdade de expressão, foi arbitrariamente preso pela PM. O policial não aguentou ouvir as verdades na cara e prendeu o jovem arbitrariamente. Claramente um abuso de poder”.
Militarização da cidade
O prefeito Eduardo Paes (DEM-RJ) encaminhou a proposta de armar a Guarda Municipal do Rio com o argumento de que “os agentes da GM atuam mais na proteção de praças e jardins”, mas sabe-se que um dos principais objetivos é reprimir os trabalhadores informais que trabalham nas ruas.
Hoje, mesmo sem armamento, a Guarda Municipal agride, humilha e trata com violência esses trabalhadores e a população de rua. São inúmeros os casos de camelôs que têm suas mercadorias apreendidas pela Guarda ilegalmente.
No final da tarde, André Constantine foi liberado graças à ação dos movimentos sociais e de uma imensa rede de ativistas e advogados que se mobilizaram por sua liberdade.