“Após 57 anos do golpe, também foi chamado atenção da necessidade de derrubar o governo Bolsonaro, um governo genocida que mata mais de 4 mil trabalhadores todos os dias pela maneira como trata a pandemia do coronavírus.”
Willian Santos
União da Juventude Rebelião
SALVADOR (BA) – Na última quinta-feira (08), foi realizado um ato em homenagem aos mortos e vítimas da ditadura militar no centro de Salvador. No Largo do Campo da Pólvora, dezenas de militantes dos Partidos UP, PCR e PCB e movimentos sociais, se reuniram em frente ao monumento que homenageia os baianos mortos pela ditadura para denunciar o golpe implementado em 1º de abril de 1964 pelos militares.
Com muita denúncia e palavra de ordem, o ato buscou denunciar os crimes cometidos pelo regime militar nos seus sangrentos 21 anos de duração, período em que os militares suprimiram a pouca democracia existente no país através de um golpe de Estado, para entregar o país aos interesses dos setores da burguesia, por meio de um grande esquema de corrupção entre os generais e censura dos veículos de comunicação.
Os golpistas, financiados por grandes empresas capitalistas e o próprio EUA, buscaram esmagar toda a iniciativa de organização dos setores populares através da tortura e assassinatos de lideranças, quadros políticos, artistas, estupro de mulheres e o extermínio de milhares de trabalhadores, camponeses e indígenas. O ato exigiu uma política de transição que garanta a abertura dos arquivos da ditadura e a punição dos torturadores.
As consequências desse período obscuro da história do país resultaram em uma dívida pública que solapa metade do nosso PIB e entrega aos bancos, uma polícia militar que segue praticando torturas e assassinatos à população pobre e preta nas favelas. A impunidade aos crimes da ditadura dá aval, através da justiça, ao fascista Bolsonaro para comemorar um golpe de Estado.
Após 57 anos do golpe, também foi chamado atenção da necessidade de derrubar o governo Bolsonaro, um governo genocida que mata mais de 4 mil trabalhadores todos os dias pela maneira como trata a pandemia do coronavírus, sem comprar vacina, com um auxílio emergencial que não dá nem para comer e tentando se articular para impor outro golpe na democracia do nosso país, colocando os militares no poder.
Também foi destacada no ato a bravura e resistência de heróis do nosso povo como Manoel Lisboa de Moura, Manoel Aleixo, Helenira Rezende, Pedro Domiense, Carlos Marighella, Nilda Cunha e tantos outros que tombaram na ditadura lutando pelos direitos da classe trabalhadora. A intervenção contou com varal e placas com fotos desses companheiros e companheiras. A população que passou pelo local, apoiou irrestritamente o ato, buzinando, empunhando os punhos ao alto em sinal de resistência e parando para dialogar sobre a iniciativa, demonstrando que o povo não aceitará um golpe fascista no nosso país.