Nesta quarta (19), trabalhadores e estudantes do país protestaram contra os cortes do Governo Bolsonaro na educação pública. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) afirma que o orçamento discricionário para Universidades Federais em 2021 já teve um corte de pelo menos R$ 1 bilhão.
Igor Barradas | Redação Rio
EDUCAÇÃO – Enquanto trilhões de reais são destinados aos bancos, o orçamento da educação de 2021 sofreu um corte de R$2,7 bilhões com relação ao orçamento do ano anterior. O cenário que se coloca para as instituições públicas de educação é extremamente grave. A UFRJ, UFF e outras universidades federais, por exemplo, já anunciaram que em julho fechará as portas. Hoje, as 69 instituições federais têm a mesma verba que as 51 existentes em 2004, sendo que nesta época elas tinham 574 mil alunos, menos da metade dos números atuais.
Diante dessa situação, diversos atos ocorreram no Distrito Federal e em estados como Goiás, Alagoas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, e Rio Grande do Sul. A Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (FENET), a União da Juventude Rebelião (UJR), e o Movimento Correnteza estiveram presentes nas manifestações junto a DCE’s e outras entidades estudantis.
“Não vai ter corte, vai ter luta!”
Enquanto os consórcios capitalistas e os maiores bancos do país lucraram R$ 26 bilhões só no primeiro trimestre deste ano, o povo passa fome. A Câmara dos Deputados, favorecendo o lobby dos donos de escolas e universidades privadas, aprovou o PL5595/20, que obrigará o retorno imediato das atividades em escolas e universidades públicas e particulares de forma presencial no pior momento da pandemia.
Outra demonstração do descaso é a prioridade do governo em comprar deputados e senadores para salvar o presidente fascista Jair Bolsonaro do impeachment. O ex-capitão chegou a criar um orçamento secreto para destinar R$ 3 bilhões em troca de apoio no Congresso.
Para Antônia Velloso, estudante da UFRJ e militante do Movimento Correnteza “o orçamento da Universidade (UFRJ) equivale a 38% do que recebia a 8 anos atrás. É necessário que nós estejamos organizando grandes mobilizações em defesa da saúde, da educação, e pelo Fora Bolsonaro.’’
Atos ocorrem junto a convocação de manifestações contra Bolsonaro dia 29 de maio
De fato, o povo quer vacina, pão e educação. É urgente a queda deste governo de militares e fascistas, inimigos diretos da educação e dos brasileiros. Apenas com a mobilização nas ruas isso será possível.
Dia 29 de Maio ocorrerá um dia nacional de mobilizações organizado para várias entidades e movimentos sociais. Estão programadas manifestações de massa nas capitais, Distrito Federal e principais cidades do país. Na semana passada cidades como Rio, São Paulo e Porto Alegre já registraram manifestações contra o racismo e em defesa da educação pública que reuniram milhares de pessoas.