Operação policial realizada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e pela Polícia Rodoviária Federal resultou na morte de 26 pessoas na Vila Cruzeiro, no Complexo de Favelas da Penha. Essa já é a segunda operação mais letal realizada por policiais do Estado, atrás apenas da chacina do Jacarezinho.
Redação RJ
RIO DE JANEIRO – Nesta terça-feira (24), 26 pessoas foram mortas em uma brutal operação realizada pelo BOPE e pela PRF no Complexo de favelas da Penha, na Zona Norte do Rio.
Essa foi a segunda operação mais letal realizada por policiais do Estado, atrás apenas da chacina do Jacarezinho, que assassinou 28 pessoas, em 2021. Ambas foram realizadas durante o governo de Cláudio Castro (PL).
Segundo a PM, toda a violência praticada foi uma “operação emergencial”. De acordo com a instituição, o objetivo era somente prender chefes de uma facção criminosa que atua no Estado e que estariam escondidos no local.
Terrorismo de Estado
Imagens e vídeos feitos por moradores mostram as ruas da favela com inúmeros sons de tiros, gritos e uma violência extrema. Os corpos foram jogados dentro nos matagais e em locais de difícil acesso.
“Estamos na Vila Cruzeiro depois de mais uma chacina no Rio. Tivemos acesso ao corpo de um rapaz com marcas de facadas. Quem o matou esfregou um pó branco (provavelmente cocaína) em seu rosto. Não sei se ele era bandido, mas quem o matou com esse grau de perversão com certeza é”, denunciou Rodrigo Mondego, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, em suas redes sociais.
Por conta do tiroteio, a operação do BOPE e da PRF fechou treze escolas da região, segundo a Secretaria Municipal de Educação. Os estudantes, na maioria oriundos de bairros pobres, têm seu acesso à educação cotidianamente negado pela violência do tráfico e da polícia.
Levantamento realizado pelo Grupo de Estudos de Novas Ilegalidades da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF) aponta que nos últimos 14 anos houve 593 chacinas policiais no Rio de Janeiro. Até quando o povo pobre será vítima das péssimas condições de vida e da repressão do Estado? Até quando os governos, através da violência, farão a manutenção da guerra aos pobres?