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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Capitalismo desperdiça 40% do talento das crianças brasileiras

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De acordo com o Banco Mundial, uma criança brasileira nascida em 2019 deve alcançar em média apenas 60% do seu capital humano potencial ao completar 18 anos.

Igor Barradas
Rio de Janeiro


BRASIL – Segundo estudo elaborado pelo Banco Mundial, o capital humano (conjunto de habilidades que os indivíduos acumulam ao longo da vida) regrediu 10 anos no Brasil. O avanço da miséria, do desemprego e da pobreza ameaça o desenvolvimento de talento de pelo menos 40% das crianças do país.

Taxas de mortalidade e déficit de crescimento infantil, anos esperados de escolaridade, resultados de aprendizagem e taxa de sobrevivência dos adultos compõem os dados da pesquisa intitulada “Human Capital Project”. Ironicamente, o Banco Mundial é a mesma instituição que sugeriu o fim do ensino superior gratuito no Brasil em 2007.

De acordo com os pesquisadores, o fechamento das escolas durante a pandemia interferiu no processo de desenvolvimento do talento das crianças, especialmente as mais pobres, que não tiveram acesso a uma boa rede de internet ou computadores para realizar seus estudos de forma não-presencial.

Conforme o Índice de Capital Humano, o Brasil caiu de 60% para 54% entre 2019 e 2021, voltando ao nível de 2009. “Em dois anos, a pandemia reverteu o equivalente a uma década de avanços do ICH no Brasil”, observa o Banco Mundial.

Capitalismo é uma ameaça ao futuro

Para reverter essa situação, é preciso colocar o poder nas mãos do povo. A história confirma isso. Em 1917, a Revolução Socialista na Rússia iniciou a construção de uma sociedade na qual havia ausência total de analfabetos, a educação era gratuita e obrigatória para todas crianças, universidades foram criadas e formaram milhões de cientistas e especialistas para todos os ramos da economia e da cultura, a ciência e as artes floresceram e todos foram beneficiados por isso.

De fato, os talentos de cada indivíduo são plenamente desenvolvidos somente em uma sociedade em que não há meios de produção privados. Segundo Lênin, líder da revolução russa, “o socialismo não só não extingue a emulação como, pelo contrário, cria pela primeira vez a possibilidade de a aplicar em escala verdadeiramente ampla, verdadeiramente de massas, de arrastar verdadeiramente a maioria dos trabalhadores para o campo de um trabalho onde podem revelar-se, desenvolver as suas capacidades, mostrar os talentos que no povo são uma fonte inesgotável e que o capitalismo esmagava, sufocava e estrangulava aos milhares e aos milhões” (Lênin, Como Organizar a Emulação).

Somente no socialismo a Humanidade desenvolverá todo seu potencial (Imagem: Arquivo)

Para comprovar essas palavras, vale citar a visita de Alfonso Rodríguez Castelao à União Soviética, em 1936. Narrando a viagem, o escritor, político e artista galego afirmou ter visitado uma fábrica que contava com 40 mil trabalhadores. Pela noite, Castelao participou de uma festa oferecida no clube da fábrica. Para sua surpresa, os próprios operários eram os artistas. Formaram dez corais e cantavam canções dos diversos países da União Soviética.

Castelao cita os corais de crianças, grandes corais de massas, dirigidos por crianças. O relato é emocionante. Que criança ou operário pobre teria acesso a isso no Brasil do século 21? Como ter tempo para desenvolver seus talentos trabalhando oito, dez ou mais horas por dia e sem ter acesso a uma educação de qualidade? Já sabemos a resposta.

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