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terça-feira, 19 de março de 2024

Entregador de app dorme nas ruas do Rio para evitar custo com transporte

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Aumento do custo de vida tem obrigado muitos trabalhadores a não voltar para casa no final da jornada para diminuir custos com transporte público ou combustível. 

Igor Barradas | Redação RJ


BRASIL Além de terem rotinas pesadas andando quilômetros de motocicleta para ganhar pouco, os entregadores de aplicativo ainda têm que arcar com as suas passagens para trabalhar. Essa é a situação de Renato de Amorim Loureiro, que gasta todos os dias cerca de R$ 25 para voltar para casa, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. 

Para economizar esse recurso, Renato passou a dormir nas ruas da capital fluminense no lugar de voltar para casa. Segundo ele, isso permite sustentar a sua família. 

Atualmente, no Brasil, 33 milhões de pessoas passam fome todos os dias. Seis em cada dez lares possuem preocupação com a falta de alimentos. Para fugir da fome, muitas pessoas passaram a trabalhar como entregador. O número de entregadores de app aumentou nos últimos anos, superando 1,5 milhão de trabalhadores, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Esses trabalhadores cumprem longas jornadas e recebem mal de aplicativos como IFood, UberEats e Rappi, entre outros. No caso de Renato, ele explicou ao programa RJ2, da TV Globo, que até 2018 trabalhava como entregador de carteira assinada, mas, com o aumento do desemprego, só restaram as empresas de entrega por aplicativo para trabalhar.

Ele explicou que às vezes fica até 20 dias seguidos sem voltar para casa para economizar o dinheiro da gasolina. “As coisas estão muito caras e a gente não consegue ter retorno financeiro. Tem o combustível também. Da minha casa, ida e volta, dá uns 100 km. Você já sai de casa gastando. Então eu acabei usando essa estratégia”, disse.

Superexploração

No total, mais de 19,6 milhões de brasileiros sobrevivem fazendo “bicos”, cerca de 60% do universo de 32,5 milhões de trabalhadores informais existentes no país, de acordo com os dados mais recentes da Pnad contínua do IBGE. Segundo a mesma pesquisa, o perfil do trabalhador informal é de homens pretos que trabalham com comércio.

Do outro lado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), os empresários do ramo de entregas de alimentos atingiram R$ 35,5 bilhões de lucro no ano passado.

O sacrifício de Renato para sustentar sua família é o mesmo de milhões de brasileiros trabalhadores: vivem suas vidas sendo explorados pelo capitalismo, enquanto uma minoria de ricaços aumenta seus lucros com o suor de quem trabalha. Isso precisa de um basta já!

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