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terça-feira, 30 de abril de 2024

Mensagens demonstram que chefe da PRF durante governo Bolsonaro agiu para impedir eleitores do nordeste de votarem

Diretor geral da PRF durante o governo Bolsonaro é preso por tentativa de interferência no segundo turno das eleições de 2022.

Bento Xavier | São Paulo


BRASIL – A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira, 9, Silvinei Vasques, diretor geral da Polícia Rodoviária Federal durante o governo de Bolsonaro. A decisão é do Ministro do STF Alexandre de Moraes, e teve como base mensagens em celulares de policiais planejando a interferência no segundo turno das eleições de 2022, organizando barreiras policiais na região do Nordeste no dia da votação. Os investigadores encontraram, ainda nos celulares de policiais, mapeamento das cidades onde o candidato petista teria sido vitorioso no primeiro turno.

Silvinei Vasques trabalhava na PRF desde 1995, onde esteve em cargos de gerência e comando. Em 2021, foi indicado por Flávio Bolsonaro (PL) para assumir o posto de diretor-geral da PRF ao qual o ex-presidente o nomeou, mas foi desligado da função após investigação de uso indevido do cargo por utilizar da influência da instituição policial para fazer campanha para a reeleição de Jair Bolsonaro, chegando a pedir votos ao candidato nas suas mídias digitais. Mesmo após o abuso de poder, Silvinei foi recompensado com aposentadoria voluntária aos 47 anos.

“Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país”, acrescenta a Polícia Federal.

Na operação que tentou impedir os eleitores de chegarem aos locais de votação, foram escalados agentes que estariam de folga, sendo 2.185 ônibus fiscalizados apenas na região Nordeste, 893 no Centro-Oeste, 310 no Norte, 632 Sul e 571 no Sudeste. Os números escancaram o objetivo de favorecer a reeleição de Bolsonaro ao boicotar os locais em que este foi derrotado. Essa tentativa fracassada de golpismo no processo eleitoral custou R$1,3 milhão aos cofres públicos.

Agora a investigação tenta avançar sobre os envolvidos em uma reunião da cúpula da PRF, realizada em 19 de outubro, poucos dias antes do segundo turno. Segundo depoimentos apurados ao longo dos últimos meses, e mensagens encontradas no aparelho celular do coordenador de inteligência da instituição, a reunião tratou de “direcionar politicamente” as operações policiais no dia da votação.

As investigações da Polícia Federal deixam ainda mais evidente que durante todo o mandato, Bolsonaro utilizou de todo o aparato estatal para tentar impedir que o povo brasileiro pudesse decidir quem seria o próximo Presidente da República. Derrotados nas urnas, seguiram ameaçando a democracia brasileira, conquistada com muita luta pelos trabalhadores e trabalhadoras.

Agora o ex-chefe da PRF se soma à Anderson Torres, ex- Ministro da Justiça, e Mauro Cid, Ajudante de Ordens de Bolsonaro, que também estão presos ou cumprindo medida cautelar por estarem diretamente envolvidos na trama golpista. Resta saber quando se prenderá o chefe de todos eles.

Durante os últimos meses, uma série de movimentos sociais e partidos políticos realizaram manifestações pela prisão de Bolsonaro e todos seus cúmplices e segue convocando uma grande jornada de lutas para derrotar o fascismo.

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