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domingo, 22 de dezembro de 2024

Assassinatos de médicos mostram domínio político das milícias no RJ

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Informações de que os criminosos suspeitos de terem executados os médicos foram mortos pela própria milícia mostram poder da indústria da morte no estado.

Redação


BRASIL – A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou, nesta sexta-feira (06), que encontrou os corpos dos suspeitos de terem assassinado os três médicos na Barra da Tijuca, na madrugada de quinta (05). Segundo informações divulgadas na imprensa, o próprio crime organizado teria executado os suspeitos.

A principal linha de investigação proposta pela Polícia é de que o alvo dos criminosos era, na verdade, uma liderança da milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, e não os médicos.

Diante da repercussão do caso, a própria facção que, segundo a Polícia, encomendou a morte do miliciano, teria sentenciado a “queima de arquivo”.

Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, Perseu Ribeiro de Almeida, 33, e Diego Ralf de Souza Bomfim, de 35, foram brutalmente executados na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Fotos: reprodução

Um dos médicos assassinados é irmão da deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e cunhado do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Segundo nota divulgada, o casal está “devastado” com o brutal assassinato e exige solução e investigação rigorosa para o crime.

O Estado do Rio de Janeiro vive sob o controle de uma indústria da morte, com assassinatos encomendados, chacinas e alta violência policial. Toda essa estrutura é controlada direto dos presídios, dos batalhões da PM e dos gabinetes de vários políticos da extrema direita. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, apenas 11% dos homicídios no estado são solucionados.

Na prática, o Governo Estadual assistiu sentado a todo o desenrolar do caso. O crime organizado cometeu os assassinatos dos médicos e depois julgou e sentenciou à morte os executores.

Em que pesem todos os investimentos milionários feitos na segurança pública do Rio de Janeiro, a verdade é que o estado não é capaz de conter a escalada da violência. Ao contrário, toda a política de segurança é voltada para reprimir a população pobre e as organizações que lutam pelos direitos da classe trabalhadora. Tal situação só terá fim quando os trabalhadores construírem seu próprio governo, livre dos patrões, da oligarquia financeira, do tráfico de drogas e da máfia que hoje controla o Estado.

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