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quarta-feira, 6 de novembro de 2024

O que está em jogo nas eleições municipais de Mauá

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Em Mauá, no ABC Paulista, a maioria dos trabalhadores ainda não definiu seu voto nas eleições municipais. Por isso, ainda é possível ganhar milhares de pessoas para um projeto antifascista e a favor da classe trabalhadora. Leia artigo de opinião de Amanda Bispo, candidata da UP à prefeitura de Mauá

Amanda Bispo | Mauá (SP)


Faltam 4 dias de campanha eleitoral e na cidade de Mauá, no ABC Paulista, os indecisos estão na frente nas intenções de votos em todas as pesquisas. No fim da campanha, portanto, o resultado das eleições está indefinido, assim como ocorreu na última eleição em 2020.

Os partidos dos ricos, junto com a grande mídia, fazem um grande esforço para induzir o eleitor a pensar que o resultado das eleições já está determinado entre o candidato A e o B, mas a verdade é que o desenrolar desta próxima semana pode nos levar a um cenário completamente novo para a cidade de Mauá.

Nos últimos dias, saiu a pesquisa da empresa Olhar Público, em que uma das perguntas foi: se a eleição para Prefeito de Mauá fosse hoje, em quem você votaria?

A essa pergunta, 30,25% dos entrevistados disseram não ter uma resposta por estarem indecisos, além dos 10,25% de brancos e nulos. Marcelo Oliveira (PT) aparece com 29,25%, Átila Jacomussi (União Brasil) 22,25%. O terceiro lugar está empatado, já que a margem de erro é de 4,9% e Sargento Simões (PL) aparece com 3,75%, Lourencini (PSDB) com 2,5% e Amanda Bispo (UP), 1,75%.

A sondagem da empresa Paraná Pesquisas, divulgada no dia 20/09, apresenta um cenário parecido. Também na pesquisa espontânea, como a seguinte pergunta: “Se as eleições para Prefeito de Mauá fossem hoje, em quem o(a) Sr(a) votaria?”, sem a apresentação de uma lista de candidatos. Mais uma vez, quem está em 1º lugar são os que “Não sabem/ Não responderam”, com 34,3% das respostas, além de 5,4% de indicações de voto branco ou nulo.  Na lista de candidatos, Átila pontua 28,7%, Marcelo marca 25% e Amanda Bispo (UP) aparece em terceiro lugar, com 2,1% dos votos. Lourencini (PSDB) segue com 2,1% e Sargento Simões (PL) tem 1,7%.

Mídia é cúmplice da desesperança

A grande quantidade de pessoas que não sabe em quem votar e prefere anular seu voto nos demonstra o quanto a população da cidade de Mauá está cansada da velha política realizada para os ricos. É possível perceber que o povo está à procura de uma alternativa. É comum caminharmos pelas ruas da cidade e encontrarmos um sentimento de que, mesmo com o passar de diversas eleições, a vida do povo não muda na raiz dos seus problemas. Esta realidade tem tirado a esperança de muitos mauaenses.

Mesmo debaixo deste escândalo, as grandes empresas de pesquisas e os maiores jornais agem como se fosse normal Mauá ter um “candidato” a prefeito cuja candidatura foi derrubada por seu envolvimento com corrupção. Prova disso é que Átila Jacomussi (União Brasil) é convidado aos debates eleitorais e as pesquisas realizadas não consideram um cenário em que ele não seja candidato. Portanto, estas pesquisas cometem um erro ao não apresentar nenhum cenário sem a presença de Atila na lista de candidatos, visto que ele segue com sua candidatura indeferida.

A verdade é que o ex-prefeito, que passou mais tempo preso do que governando a cidade em sua gestão não sabe dizer como foram gastos mais de 100 milhões de reais dos cofres públicos da cidade, é um candidato ficha suja. Por isso, não tem sua candidatura aceita e validada. Sua última tentativa de recurso sobre a rejeição das contas de sua gestão de 2017 a 2020 foi negada pelo próprio ministro que havia concedido a liminar anteriormente, no dia 15 de setembro. Na prática, quem votar nele estará jogando seu voto no lixo.

Outras pesquisas eleitorais não divulgam os números da pesquisa espontânea, mas o próprio resultado das eleições de 2020 são um sinal do descontentamento do povo com essa velha política feita de corrupção e a serviço dos grandes ricos. Naquele ano, foram 6% de votos brancos e 11,6% de votos nulos, o que totalizou 41.264 eleitores.

A força da Unidade Popular pelo Socialismo

Nestas eleições, andando pelas ruas da cidade, encontramos pessoas que estavam buscando uma alternativa. Esse é o caso de Willians, promotor de vendas da 48 anos e morador do Chácara Maria Aparecida, que relatou:

“De uns tempos pra cá, eu fui perceber que os candidatos que dizem que defendem o povo não têm ideias de verdade, só têm corrupção, muita coisa errada. Aí eu me interessei pela Unidade Popular, porque ela combina com as minhas ideias e meus princípios. É como se fosse um casamento perfeito. Eu já acompanhava pelo jornal e pelas redes, quando uma amiga minha me apresentou a questão da moradia e a luta do MLB. Comecei a ir na reunião deles e descobri que o MLB construiu a UP. Aí que eu achei o casamento perfeito mesmo. Isso pra mim foi muito agradável, fiquei muito surpreso. Sou a favor do voto consciente, não poderia ser mais bem representado do que pela UP”.

A Unidade Popular pelo Socialismo é o partido mais jovem do Brasil. Um partido legalizado por movimentos sociais com o objetivo de fortalecer a luta popular, para que a gente possa ver nossa vida mudar de verdade. Diferente de todos os partidos que existem no Brasil, a UP foi legalizada sem um real de grandes empresários ou banqueiros. Apenas a partir da dedicação revolucionária de milhares de trabalhadores, que coletaram 1,2 milhão de assinaturas de apoio durante o período de legalização entre 2016 e 2018.

A UP não tem acesso ao fundo partidário e recebeu apenas 0,06% do fundo eleitoral. Mesmo assim,  nas eleições de 2020 na cidade de Mauá, a UP teve as mulheres mais votadas. Para prefeita, recebemos 3.450 votos. Para vereadora, Gabriela Torres teve 1.583 votos de confiança, mais do que a maioria dos vereadores que estiveram na câmara de Mauá nos últimos 4 anos.

Nas eleições de 2024, mesmo com nossa candidatura a prefeitura não sendo convidada para o debate eleitoral do G1, mesmo sem financiamento de grandes ricos e a partir de um trabalho voluntário e militante dos filiados, na pesquisa estimulada em que aparece a lista de candidatos, nossa chapa para prefeitura de Mauá com Amanda Bispo e Luiza Fegadolli aparece com 3,9% de intenção de votos.

As candidaturas a vereança da UP em Mauá com Julia Cachos (80.000), Selma Almeida (80.123) e João Abreu (80.800) dão condições de colocar revolucionários, mulheres negras e trabalhadores dentro da câmara municipal de Mauá para fortalecer a luta popular por nossos direitos. Lutando podemos ver realmente a saúde, a educação e o transporte serem bons para o povo que utiliza.

A luta contra o fascismo nas eleições de Mauá

Átila Jacomussi é um representante do fascismo nestas eleições. O atual deputado estadual do partido União Brasil está ao lado de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, apoiador de Bolsonaro e com uma política de retirada de direitos do povo pobre. Átila finge defender as periferias e o trabalhador, mas quando ele está longe dos olhos do povo de Mauá, entrega nossos direitos, como fez ao votar a favor da privatização da SABESP e a favor da Militarização das Escolas.

No dia 6 de dezembro de 2023, a privatização da Sabesp foi aprovada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) debaixo de extrema violência contra os manifestantes. Tudo que o povo pedia era a realização de um plebiscito que consultasse a população sobre o tema, já que privatizar significa entregar nas mãos de grandes bilionários um direito tão importante para nós como é a água. Enquanto militantes da Unidade Popular pelo Socialismo contrários à privatização foram presos, torturados e saíram sangrando da ALESP, Átila voltou ao plenário para votar a favor deste absurdo.

É assim que Átila defende o povo de Mauá? Entregando nossos direitos quando o povo não está olhando?

Os três candidatos da direita em Mauá são do União Brasil, do PL e do PSDB. Todos esses partidos foram a favor do PL 1904, projeto de lei federal que tem por objetivo que mulheres e crianças estupradas sejam obrigadas a parir os filhos de seus estupradores.

A Unidade Popular pelo Socialismo é o partido disposto a enfrentar os empresários, corruptos e os poderosos para defender o povo e tem feito isso nessa campanha eleitoral!

O poder popular é a alternativa para a cidade de Mauá

João Batista, operário de 43 anos e morador do Jardim São Gabriel nos disse: “Em 2020 eu votei na Amanda Bispo porque a proposta de governo dela me chamou atenção. É um governo contra o fascismo e contra os políticos que querem favorecer grandes empresários. A luta para acabar com a violência contra as mulheres é um dos principais focos. É um governo que apoia muito a classe trabalhadora. Em 2024 vou votar 80 também! Pra prefeita, a Amanda Bispo 80 é o meu voto.”

Em 2020, a UP pontuava 0,51% nas pesquisas e teve 2% dos votos. Nas eleições de Mauá em 2024, a UP pode surpreender, eleger sua primeira cadeira para a Câmara de Vereadores e mudar a história da cidade elegendo a primeira mulher prefeita. Além disso, a Câmara de Mauá pode ter, depois de 12 anos, uma mulher trabalhadora ocupando este espaço.

Mas tudo isso só pode ser feito com muita luta, trabalho coletivo e articulando todos os apoios nessa reta final em torno do poder popular e do socialismo!

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