UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
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MLB inaugura quadra esportiva no Vale das Ocupações, em Belo Horizonte

Na quadra esportiva no Vale das Ocupações, em Belo Horizonte, foi realizada uma grande festa de Dia das Crianças na Ocupação Paulo Freire. A quadra leva o nome de Kauã Pereira, jovem negro, morador da Ocupação Eliana Silva, morto sob tutela do Estado, que até hoje não esclareceu a causa de sua morte.

Edinho Vieira | Belo Horizonte (MG)


BRASIL – Na tarde do domingo das crianças, 12 de outubro, o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) realizou uma grande festa na Ocupação Paulo Freire, localizada no Vale das Ocupações do Barreiro, na cidade de Belo Horizonte (MG). Foi um dia com muitas brincadeiras, lanches, pintura facial, tranças e cortes de cabelo, além da distribuição de lembrancinhas e sorteios de bicicletas. Mas o maior presente era outro.

“Nosso campinho tá de volta, e agora muito melhor”, disse Luan, 11 anos, fazendo alusão ao antigo campinho de terra batida, que deu lugar a uma quadra poliesportiva novinha em folha.

A quadra Kauã Pereira é fruto de uma luta coletiva por melhorias nas condições de vida das famílias moradoras das ocupações urbanas, visando a ter mais espaços coletivos e de lazer, principalmente para os jovens da região.

O projeto foi viabilizado graças a uma campanha de financiamento coletivo organizada pelo Instituto Conhecimento Liberta (ICL), que contou com uma visita de Eduardo Moreira na ocupação e com uma live para apresentar o projeto ao público, que formou uma grande rede de apoio e solidariedade.

Muitos outros atores se somaram no processo coletivo que viabilizou a construção da quadra, como professores e alunos de Arquitetura da UFMG, além de uma grande rede de aliados e militantes do Movimento que atua na área. Os moradores se somaram na construção, tanto na mão de obra quanto no planejamento, que passou por assembleias e oficinas.

A quadra leva o nome de Kauã Pereira, jovem negro, morador da Ocupação Eliana Silva, morto sob tutela do Estado, que até hoje não esclareceu a causa de sua morte. “Kauã foi uma criança assim como vocês são, do MLB, assim como nós, e ele tinha um sonho, assim como todos nós, de ter um lugar para brincar. Desde pequeno, ele foi um lutador e, com sua família, sempre esteve com o MLB em todas as lutas. O Estado arrancou de Kauã o seu sonho, lhe tirou a vida”, disse Poliana Souza, coordenadora nacional do MLB.

Adriel Cássio, da coordenação estadual do MLB e irmão de Kauã, também falou: “Nós, junto com o MLB, construímos essa quadra. Não é uma quadra que nos foi dada pela Prefeitura. Foi com a nossa luta que nós construímos. É uma quadra para nossas crianças e isso tem outro poder. Essa quadra revive o sonho do meu irmão. Eu me lembro de um filme feito lá na Eliana Silva que se chama ‘A Rua é Pública’ (filme de Anderson Lima), e a temática era ter um lugar para as crianças brincarem. Hoje, o MLB realiza o sonho dessas crianças, que se iniciou lá na Eliana Silva e que continua vivo em nós”.

O MLB segue lutando e construindo coletivamente melhores condições de vida para as famílias pobres das ocupações, vilas e favelas das periferias das cidades brasileiras, nutrindo dia a dia o sentimento e a vontade de uma profunda transformação e a construção da sociedade socialista, em que todos os dias sejam das crianças, que tenham lugar para brincar e segurança para viver, onde tenha comida na mesa e um lar.

Matéria publicada na edição impressa nº323 do jornal A Verdade

Curso de Design na UFMA luta contra o abandono

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Um dos cursos de Design mais antigos do Brasil enfrenta desafios na UFMA. Sua comunidade de mais de 350 estudantes lida com uma infraestrutura precária, com laboratórios sucateados, marcenarias abandonadas e ausência de recursos tecnológicos, incluindo computadores e softwares. 

João Montenegro | Pernambuco


EDUCAÇÃO – Um dos cursos de Design mais antigos do Brasil enfrenta desafios na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Sua comunidade de mais de 350 estudantes lida com uma infraestrutura precária, com laboratórios sucateados, marcenarias abandonadas e ausência de recursos tecnológicos, incluindo computadores e softwares. A difícil realidade dos estudantes levanta questionamentos sobre as prioridades de investimento da universidade e o impacto direto na formação dos futuros profissionais.

A antiga oficina de marcenaria do curso de Design da UFMA encontra-se desativada e serve atualmente como depósito para móveis e materiais inutilizados. O espaço, antes destinado a aulas práticas, está ocupado por pilhas de cadeiras e mesas quebradas. A medida impactou diretamente disciplinas obrigatórias que necessitam do espaço para suas atividades práticas. O processo de desativação da oficina de marcenaria teve início após a aposentadoria do último técnico responsável. A administração universitária optou por recolher os equipamentos do laboratório em vez de abrir um novo concurso para a reposição do profissional.

Para justificar a remoção do maquinário, a gestão universitária anunciou a intenção de criar um FabLab (Laboratório de Fabricação). Tais laboratórios são equipados com tecnologia de fabricação digital, como impressoras 3D e cortadoras a laser, para o desenvolvimento de protótipos. No entanto, o projeto não foi implementado. Após a retirada dos equipamentos da marcenaria, o espaço não recebeu novos investimentos.

A precariedade da infraestrutura digital

Hoje, o curso dispõe de um único laboratório de computação com 20 computadores. Um laudo da própria Superintendência de Tecnologia e Informação (STI) da UFMA, emitido após visita técnica do reitor, classificou as máquinas como “computadores de escritório”, inadequados para os softwares de modelagem e design gráfico exigidos pelas disciplinas.

A situação dos softwares também é um ponto crítico. Foram solicitadas licenças do pacote Adobe, padrão na indústria criativa, mas a STI, com o respaldo da reitoria, disponibilizou apenas duas, que não chegaram a ser instaladas. Segundo o relato dos estudantes, outros cursos da universidade possuem laboratórios com as mesmas licenças que foram negadas ao Design.

A carência de infraestrutura transfere aos estudantes a responsabilidade financeira pela aquisição de computadores de alto desempenho e pelo pagamento de assinaturas de software. Em especial, estudantes mais pobres relatam dificuldades para acompanhar as aulas e realizar os trabalhos, o que levanta questões sobre isonomia e permanência estudantil.

A perspectiva dos estudantes

A gestão da UFMA aprovou neste ano um “Programa de Modernização” que prevê melhorias em infraestrutura, gestão acadêmica e inovação tecnológica. O reitor Fernando Carvalho classificou a aprovação do programa como um “marco para a UFMA”.

Para os estudantes, no entanto, o discurso contrasta com a realidade. Kírio Lopes, presidente do Centro Acadêmico de Design, afirma sentir-se “profundamente violentado”. Segundo ele, “o direito à educação superior digna e de qualidade tem sido sistematicamente negado por uma instituição que insiste em mascarar sua negligência atrás de belos discursos de modernização”.

Outro ponto de atrito denunciado pelos estudantes foi a condição do telhado do anexo da oficina, que apresentava risco de desabamento. A reforma da estrutura só ocorreu após uma campanha de denúncias dos estudantes nas redes sociais.

Um legado acadêmico em risco

As universidades federais no Brasil enfrentam um cenário de austeridade fiscal devido a políticas de cortes neoliberais no financiamento da educação. No entanto, a alocação dos recursos existentes é de responsabilidade da gestão local. A comunidade do curso de Design argumenta que a existência de investimentos em outros setores da universidade indica que a situação do curso é resultado de uma decisão de prioridades administrativas.

Em contraste com a situação de sua infraestrutura, o curso de Design da UFMA apresenta indicadores de excelência. A instituição obteve nota 4 (em uma escala até 5) no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), uma das avaliações mais altas do país para a área. Há poucos anos, o professor Delano Rodrigues, do mesmo curso, conquistou o primeiro lugar na 35ª edição do Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, o mais importante do setor no Brasil. A universidade celebrou a conquista em seus canais oficiais.

Fundado em 1970, o curso de Design da UFMA é um dos mais antigos do Brasil e ainda hoje realiza atividades pedagógicas e de pesquisa científica de grande valor para o campo, sendo uma referência regional. Por isso, a situação atual de precarização ameaça a formação dos atuais 350 alunos e também o legado histórico do curso.

A comunidade acadêmica do curso de Design reivindica condições básicas de ensino. Diante da aparente falta de diálogo com a reitoria, a pergunta formulada pelo estudante Kírio Lopes sintetiza o impasse:

“O que mais o curso de Design precisa enfrentar para que a Universidade lhe assegure ao menos o básico de dignidade?”.

A resposta da administração definirá o futuro do curso e de seus estudantes, além de sinalizar as prioridades da instituição em meio ao debate sobre o futuro da universidade pública.

A tarefa de dar assistência

A tarefa da assistência política é acompanhar a execução dos planos definidos nos coletivos, encontrar e conversar com os militantes, procurar saber se tem tido dificuldades em pôr em prática as tarefas e ajudá-los nesse sentido.

Alexander Feitosa | Natal (RN)


PARTIDO – A tarefa da assistência política é uma das mais importantes do Partido. O segredo de uma boa reunião está na sua preparação. Convocar os membros do coletivo com antecedência, definir local seguro e que ofereça privacidade, preparar os textos que serão estudados, pensar a pauta e, se possível, informar aos participantes o que será discutido para que possam se preparar, levar suas sugestões, informes, etc.

É importante sempre checar o horário de início e se todos chegaram na hora marcada. Caso alguém atrase, tem que se perguntar o motivo para que se possa debater e, caso não seja justo a razão do atraso, fazer a crítica para que superemos os atrasos nas atividades.

Em seguida, o coletivo define quem será a mesa da reunião, ou seja, quem coordenará a reunião. Essa pessoa anota as pautas para que o debate aconteça em ordem definida, controla o tempo das falas, organiza as votações das propostas e prepara o relatório da reunião.

Já a tarefa do assistente é acompanhar a execução dos planos definidos nos coletivos, encontrar e conversar com os militantes, procurar saber se tem tido dificuldades em pôr em prática as tarefas e ajudá-los nesse sentido. Esta é uma tarefa contínua, cotidiana e planificada, que consolida a unidade e a disciplina do conjunto do Partido na perspectiva da luta revolucionária, pela conquista do poder político e pela construção do socialismo.

A tarefa de assistir

O papel do assistente é coesionar os militantes pelos quais é responsável para desenvolver o conjunto de tarefas partidárias que dizem respeito àquele coletivo. Assim, sua função é ajudar na formação comunista dos militantes, conhecer suas vidas e ser um “porto seguro” para que tenha o respeito e confiança de todos. Deve também zelar pelo cumprimento dos deveres de todos, o pagamento das cotas, a participação nas brigadas e presença nas atividades e lutas convocadas pelo Partido.

Ao ingressar em um coletivo comunista, nos é apresentado o centralismo democrático como um princípio organizativo que rege a vida interna e que deve ser aceito e praticado por todos os membros do Partido. Praticar esse princípio é mais do que aceitar formalmente as decisões da maioria, ou mesmo uma diretriz de um organismo dirigente. Destacados revolucionários, como Stálin, Che Guevara, Amílcar Cabral, entre outros, já escreveram sobre o combate ao formalismo e ao burocratismo, denunciando-os como uma expressão do individualismo, da vaidade e da arrogância, características que corroem e minam a unidade do Partido.

Uma das tarefas de um dirigente é cuidar da formação política, teórica e prática do militante. Não basta dar a tarefa, é preciso acompanhar seu andamento e orientá-lo para que o êxito da tarefa fortaleça o militante e, por consequência, o coletivo. Em caso de falha na realização da tarefa, fazer uma avaliação crítica fraterna, buscando identificar as razões e as causas do problema para seguir em frente. Uma justa distribuição de tarefas, de acordo com a capacidade de cada um, é uma das características da política de organização leninista.

Os dirigentes não podem se surpreender ou ficarem incomodados quando surge uma divergência ou uma crítica de militantes de base. Tentar desqualificar a crítica, negá-la, sem querer aprofundar o mérito da questão, é uma atitude burocrática que mais se assemelha à prática dos chefes burgueses.

Como disse o camarada Stálin: “Os membros de base do Partido controlam os seus dirigentes nas reuniões, nas conferências e congressos, ouvindo os relatórios da sua atividade, criticando os seus defeitos e elegendo ou não este ou aquele camarada dirigente para os órgãos de direção” (Sobre o Trabalho Prático, J. Stálin).

Com base nessas ideias, a dirigente comunista espanhola Elena Odena disse: “Para garantir a crítica e a autocrítica, é necessário combater qualquer tentativa de travar ou dificultar a sua implementação e evitar qualquer tipo de discriminação contra quem formula a crítica construtiva”.

A luta contra o espontaneísmo

Lênin sempre lutou contra a tendência espontaneísta no movimento revolucionário. Sempre que verificamos dificuldade em realizar as reuniões dos coletivos, garantir um bom trabalho com o jornal A Verdade, ou mesmo nos deparamos com uma baixa taxa de pagamento das cotizações, há muitas explicações, mas nenhuma delas consegue esconder a manifestação do espontaneísmo. O que há, na verdade, é uma priorização das tarefas sindicais, do trabalho de massas, em detrimento da tarefa central: a construção do PCR.

Deste modo, há um desperdício de energia revolucionária contida na nossa militância, que acaba se dispersando quando as lutas de massas cessam.

Cabe aos dirigentes exercerem suas funções desenvolvendo a crítica e a autocrítica, praticando a solidariedade revolucionária, tendo capacidade de ouvir a experiência coletiva e sintetizar essa experiência em ações que mobilizem o conjunto dos militantes e que os façam sentir que estão a construir a luta pela libertação do povo. Não basta o trabalho ser coletivo, a direção também precisa ser.

“Dirigir coletivamente, em grupo, é estudar os problemas em conjunto, para encontrar a sua melhor solução, é tomar decisões em conjunto, é aproveitar a experiência a inteligência de cada um, de todos para melhor dirigir, mandar, comandar. Dirigir coletivamente é dar a cada dirigente a oportunidade de pensar e de agir, exigir que tome as responsabilidades da sua competência, que tenha iniciativa, que manifeste com determinação e liberdade a sua capacidade criadora, que sirva bem o trabalho da equipe, que é o produto de esforços e das contribuições de todos.” (Amílcar Cabral)

Luta ideológica e coesão do coletivo 

O PCR surge da necessidade histórica do proletariado brasileiro tomar o poder político, expropriar os meios de produção da burguesia e construir o socialismo. Em função de seus objetivos é que a militância deve agir como um só.

A unidade e a coesão não significam a ausência de debate ou divergências no coletivo, mas, ao contrário, pressupõem a luta ideológica, a crítica e a autocrítica, o combate à ideologia burguesa do individualismo.

Somente uma disciplina consciente pode ser verdadeiramente férrea, dizia Lênin. E como alcançar essa consciência sem uma permanente luta ideológica? A verdade é que quando cessa a luta ideológica o organismo se burocratiza.

A luta política deve ser sempre fraterna; o alvo da crítica é o erro e não o militante. A vida dos revolucionários já tem suas dificuldades decorrentes da opressão capitalista. Não precisamos torná-la ainda mais difícil tratando a crítica como um ataque pessoal e contra-atacando quem criticou.

Portanto, os quadros dirigentes devem zelar pelos princípios do marxismo-leninismo, pela formação teórica e prática dos militantes e para que o Partido estreite cada vez mais sua relação com as massas trabalhadoras.

A vida e a classe

O Partido Comunista Revolucionário é o destacamento organizado da classe operária brasileira. Fazem parte dele os trabalhadores e trabalhadoras, jovens, os que estão desempregados, sem-teto, os explorados e oprimidos pelo capitalismo. São os pobres que compõem as fileiras do Partido.

Por isso, os dirigentes devem combater toda e qualquer expressão de elitismo, de comportamentos que mais correspondem ao modo de vida pequeno-burguês. Devemos viver e lutar com o povo.

Não podemos confundir o que é o necessário para a vida dos comunistas com o que é comum e corriqueiro na sociedade burguesa. O parâmetro moral do Partido Comunista, de seus quadros, é estabelecido por critérios revolucionários. Aquilo que favorece a revolução socialista é o que devemos estabelecer como conduta, e aquilo que a atrapalha deve ser suprimido, combatido.

Devemos buscar em pessoas como Manoel Lisboa um exemplo a ser seguido. Em todos os depoimentos dos que conviveram com ele não se verifica nenhuma atitude grosseira ou autoritária, nem mesmo na câmara de tortura, diante da morte, se ouviu um lamento seu, mas um chamado para continuar a luta do Partido.

Manoel sempre teve em sua vida uma postura de plenitude, serenidade e orgulho de cumprir com a tarefa de lutar pelo socialismo. Além disso, a maneira como ele assistia os demais camaradas, a atenção aos militantes de base, a camaradagem, o espírito coletivo, são qualidades que definem o caráter de um dirigente comunista.

Por isso, se perguntarmos qual modelo de assistentes precisamos, a resposta deve ser: precisamos de assistentes como Manoel Lisboa.

Militância da UJR realiza a 5ª Jornada de Trabalho Voluntário na Paraíba

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São nas jornadas “Seremos como Che” que conseguimos compreender a importância do trabalho voluntário para minar o individualismo e trabalharmos para sermos sempre os melhores que podemos ser. 

 Isabele Enes Ribeiro| Paraíba


 

JUVENTUDE- Anualmente a União da Juventude Rebelião realiza a sua Jornada de Trabalho Voluntário “Seremos Como Che”, onde nossa militância se reúne em diferentes lugares do Brasil para embarcar em ações que prezam pela solidariedade, voluntarismo e coletividade. Na Paraíba, iniciamos nossa jornada em João Pessoa no último dia onze de outubro. Na ocasião, nossa militância se reuniu na comunidade São Rafael para realizar um mutirão de limpeza e ajudar na construção de uma Horta Comunitária e de um Biodigestor.

A ação se concentrou na sede do Instituto Voz Popular (IVP) e contou com a presença de outros movimentos sociais, como o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas e o Movimento de Mulheres Olga Benario. O Instituto Voz Popular existe há 25 anos e atua na Comunidade São Rafael promovendo o acesso à cultura, esporte, lazer e educação com crianças, adolescentes e idosos da região através de oficinas socioeducativas e temáticas, visando o fortalecimento comunitário.

A comunidade São Rafael sofre há 10 anos com o Projeto João Pessoa Sustentável, que pretende despejar também outras oito comunidades do complexo beira-rio para construção de um parque linear às margens do rio Jaguaribe. Serão cerca de 226 famílias removidas de suas casas com a justificativa de que em 100 anos a comunidade irá alagar e que, por isso, é necessário a sua expropriação. Segundo Daniel Pereira, fundador do Instituto Voz Popular, “a prefeitura faz um projeto para daqui 100 anos remover famílias, mas o mesmo projeto não remove o Manaíra Shopping que cobriu o rio, tá colado, mas isso ninguém mostra.”

Foi através da importância política e de resistência que a comunidade São Rafael representa para a cidade de João Pessoa que a União da Juventude Rebelião escolheu esse local para iniciar a sua 5ª Jornada de Trabalho Voluntário “Seremos Como Che” no estado da Paraíba.

 

O trabalho voluntário combate o individualismo

 O trabalho voluntário era muito incentivado por Che Guevara e o objetivo de nossa jornada é reavivar o legado de Che colocando em prática suas ideias, sua abnegação na construção de um mundo socialista e o espírito do sacrifício como parte da moral comunista. No trabalho voluntário praticamos atos de solidariedade e combatemos a ideia burguesa de que devemos olhar apenas para os nossos problemas.

Muito pelo contrário, no trabalho voluntário vemos que podemos fazer por nossas mãos tudo aquilo que nos é direito, assim como a ideia de que somos um coletivo e podemos agir e resolver nossos problemas de maneira conjunta. Esse trabalho não deve ser feito apenas uma vez por mês ou por ano, mas devemos nos dedicar para exercer ele nas horas de folga, nos sábados e domingos de forma continua.

Em João Pessoa estamos no nosso terceiro ano contribuindo para a comunidade São Rafael e com o Instituto Voz Popular. “O trabalho que realizamos hoje na comunidade foi uma experiência incrível, do início ao fim. Foi lindo ver e sentir o entusiasmo de todos ali presentes, ninguém fazendo corpo mole, todo mundo dando o sangue e ao terminar, olhar para o que fizemos, e saber que aquele trabalho será muito bem usado por toda a São Rafael. O trabalho voluntário serve também para lembrar que nossa luta é pelos mais explorados na sociedade capitalista, neste caso, a classe trabalhadora.” afirma Davi, estudante do IFPB Campus Cabedelo e militante da UJR. Já para Lohan, militante secundarista da UJR, “a atividade de sábado serviu como inspiração para ver como todos os camaradas se conectaram para alcançar um objetivo comum e como cada mínimo esforço foi fundamental para ajudar na obra”.

É preciso que possamos dar outra dimensão ao que o trabalho significa dentro do sistema capitalista e que possamos transformar este em um meio de libertação do ser humano, bem como em instrumento de luta para a construção do bem comum. Na atividade da São Rafael vimos esse exemplo, para além da nossa militância, pessoas da comunidade se somaram, inclusive idosas, nos seus mais de 60 anos participando do mutirão, escavando e recolhendo orgânicos para cobrir a horta comunitária.

 

Che Guevara e o exemplo de ser humano que devemos querer ser

 Certa vez em uma entrevista para Carlos Quijano, Che Guevara afirmou que os dois pilares para a construção do socialismo e, consequentemente do comunismo, era o ser humano novo e o desenvolvimento da técnica. Esse tal “ser humano novo” não se expressa no símbolo unicamente de uma pessoa, mas no avanço da consciência dos trabalhadores, que juntos lutam pela construção de uma nova sociedade. Alcançar cada vez mais a consciência e firmeza ideológica, deixando para trás os sentimentos de egoísmo, arrogância e individualismo, entendendo que é preciso o trabalho político, orientado por uma vanguarda revolucionária, para transformar o sistema que vivemos.

É nesse sentido que devemos pautar nossas lutas e a jornada “Seremos Como Che”. Afinal, se queremos ser como Che é preciso que sejamos um exemplo para todos, que possamos ser os primeiros a chegar e os últimos a sair, assim como sermos exemplo no modelo do trabalho voluntário, da modéstia e da disciplina. Os 58 anos de sua imortalidade devem servir como motor para derrubarmos o capitalismo que se alimenta da exploração da nossa classe, promovendo guerras de rapina e precarização da nossa condição de vida. Devemos mostrar que o povo é consciente e pode transformar sua própria realidade.

Seremos como Che! Que tenhamos a esperança de que o povo pode avançar, liquidar a mesquinhez humana, se aperfeiçoar com o trabalho voluntário e acima de tudo, como Che disse: que possamos ser essencialmente humanos, ser tão humanos que nos aproximamos do melhor do humano.

 

 

Basta de violência, chega de feminicídio em Pernambuco!

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O jornal A Verdade reproduz na integra a nota do movimento de mulheres Olga Benario denunciando a crescente escalada de violência contra as mulheres no estado.

Coordenação Estadual do Movimento de Mulheres Olga Benario em Pernambuco


 

MULHERES- Segundo dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, o primeiro semestre de 2025 foi marcado pelo aumento dos casos de feminicídio em relação ao ano anterior. Já quase ao final do segundo semestre, período em que esta nota é redigida, o estado se encontra em um cenário alarmante, onde diariamente são noticiadas vidas de mulheres ceifadas. Seja pela negligência da saúde, como no caso de Paloma, seja pela violência de gênero, como no caso da menina Alicia, as mulheres em Pernambuco seguem impedidas de viver plenamente.

Somos mortas, perseguidas, desacreditadas e lançadas à própria sorte por um sistema que deveria nos proteger. Quando buscamos atendimento ou socorro, somos julgadas, desmentidas e, em casos extremos, violentadas até mesmo por quem veste a farda do Estado.

Como é o triste e revoltante caso da moradora do Cabo de Santo Agostinho, de 48 anos, que foi estuprada por um Agente do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) dentro de um posto policial no último final de semana. A vítima estava na presença de suas filhas e foi abordada a caminho da praia de Gaibu pelo estuprador de plantão. Ele alegou que o veículo possuía dívidas e a enganou até o local da violência no posto policial.

Após três dias da ocorrência, a Polícia Militar de Pernambuco não havia afastado nem identificado o policial. Somente em 14 de outubro, após a repercussão na mídia e a pressão dos movimentos feministas, o Secretário de Segurança Pública afirmou à imprensa que o acusado havia sido afastado. No entanto, a defesa da vítima, Maria Júlia Leonel, informou que até o momento essa informação não consta oficialmente no inquérito e que não foram revelados os nomes dos policiais que estavam de plantão.

Até o momento, a governadora Raquel Lyra (PSD) não comentou sobre a denúncia nos perfis oficiais. Esse caso não é isolado. É o retrato da realidade das mulheres pernambucanas, atravessadas pela má gestão das políticas públicas de proteção e atenção às vítimas de violência. Em todo o estado, existem apenas 30 Centros de Referência de Atendimento à Mulher e 15 Delegacias da Mulher, sendo somente cinco funcionando 24 horas em um estado com 185 municípios.

Todos os dias somos bombardeadas por notícias que mais uma de nós sofreu nas mãos do patriarcado sustentado pelo capitalismo. Estamos cansadas e queremos uma transformação. Queremos um basta na violência contra as mulheres e meninas. Não precisamos de compaixão do estado burguês ou notas de repúdio. Precisamos de ações, precisamos tomar as ruas e exigir uma sociedade em que não tenhamos medo de deixar nossas casas. Merecemos um trabalho digno, estudar e ter lazer sem uma vigilância constante, até contra as autoridades policiais.

É por Alícia, Paloma e todas as mulheres. Chega de violência! Basta ao feminicídio e ao fascismo! O Movimento de Mulheres Olga Benario reafirma a importância da organização e da luta coletiva das mulheres como instrumento fundamental para enfrentar essas violências. Somos nós, mulheres trabalhadoras, que lutamos pelo direito à moradia, pelo acesso à saúde, pela existência de centros de referência que acolham e atendam mulheres vítimas de violência com dignidade e especialização.

Lutamos também pela organização das mulheres em seus territórios, para que nenhuma de nós esteja sozinha diante da opressão e da exploração. Seguiremos firmes, construindo nas ruas, nas ocupações e nos espaços populares a resistência das mulheres que não aceitam mais morrer, calar ou recuar.

Manifestação no aniversário de Campina Grande (PB) denuncia projeto da Prefeitura para despejar centenas de famílias

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Moradores criticam a falta de diálogo da Prefeitura e exigem soluções concretas de moradia para diversos bairros que estão ameaçados após um projeto ser anunciado sem ouvir os moradores locais. 

Redação PB


 

No marco de 161 anos da cidade de Campina Grande (PB), dezenas de famílias do bairro do Tambor tomaram uma das maiores avenidas da cidade em protesto pelo direito à moradia. A Prefeitura da cidade, que tem à frente o oligarca Bruno Cunha Lima, do União Brasil, cuja família soma mais de 20 anos ininterruptos no comando da gestão municipal, além de já ter ocupado o Governo do Estado, o Senado e a Câmara Federal, tem sido alvo de críticas pela população, sobretudo por sua política antipovo.

O poder municipal começou a execução das obras para um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que atravessará 15 quilômetros, cortando 11 bairros, sobre os velhos trilhos de um trecho da já desativada Ferrovia Transnordestina. Nessas décadas de desativação, centenas de famílias construíram suas casas às margens da malha ferroviária e, hoje, veem suas moradias ameaçadas pela construção do VLT. O Jornal A Verdade entrevistou Maynara Santos, moradora do bairro do Tambor e uma das lideranças populares nessa luta por moradia.

 

A Verdade – Mesmo antes da proposta de construção do VLT, já havia tensão entre as famílias que moram perto da linha ferroviária e a Prefeitura. Como era essa relação?

Maynara Santos – A gente que nasceu e se criou às margens da linha do trem vivemos sempre nessa expectativa de que um dia seríamos “mexidos”. Porque essa área aqui na realidade é Federal, é da Transnordestina, sendo que ela começou a ser ocupada, pelo menos aqui na região do Tambor, entre os anos 1950 e 1960. Ou seja, tem muitos anos que essas famílias estão ocupando aqui e essas famílias tiveram seus filhos, criaram seus filhos e seus filhos tiveram filhos, então criaram netos e bisnetos, enfim, são gerações nessa ocupação. Até que essas novas gerações ocuparam o lado oposto da malha ferroviária desde 2008-2009, e o poder público sempre esteve ciente dessa ocupação. Até porque nós temos vários serviços públicos aqui, então o aval do Estado foi dado para que essas famílias ocupassem essas margens. E aí a gente vê um grande descaso, porque a Prefeitura já era pra ter dado uma solução há muito tempo para essas famílias que estão aqui há décadas. Sempre houve essa tensão entre o poder público e os setores populares em luta por moradia, que não tiveram seu direito garantido por mais que tenham se passado décadas.

 

A Verdade- Faz poucos meses desde o anúncio do VLT. Como foi esse anúncio para as famílias que moram na região que vai ser afetada e quais as propostas da Prefeitura sobre a questão da moradia?

Maynara Santos- A gente percebe que as decisões sobre o futuro da cidade, passam longe das mãos e vozes populares. Então a população de Campina Grande em geral, e as populações que ocupam as margens da malha ferroviária em específico, assistiram o anúncio oficial desse VLT que foi feito no dia 11 de julho pelo Governo Federal junto à Prefeitura Municipal. E, desde que esse anúncio foi feito, não tivemos uma posição oficial da Prefeitura sobre o destino dos moradores. Estão acontecendo discussões na Justiça Federal, em que se formou uma comissão de soluções funcionais para decidir o futuro dessas famílias, porém sem nenhum tipo de representação jurídica [das famílias] e nenhuma representação popular das comunidades presentes nesse processo. Nessas audiências, descobrimos que existem ações de reintegração de posse contra os moradores. Diante disso, a Prefeitura não enviou nenhum representante legal para as audiências, mas deu uma proposta inicial de aluguel social, que a gente desde já rejeita, porque não é uma solução viável – até pelo histórico e experiências que outras comunidades já viveram de aluguel social, o poder público paga uma ou duas vezes e depois a população fica na mão.

 

A Verdade- Fala-se muito sobre a qualidade de vida, as boas condições de se viver na Paraíba, toda uma propaganda se faz em torno dessa questão mas, quando vemos a realidade, a coisa é bem diferente. Por que as famílias passaram a ocupar esse espaço?  

Mayara Santos- A gente ocupou essa área por uma necessidade concreta, real, que é a falta de moradia, e muitos ocuparam para sair do aluguel. Então a saída para o aluguel social não é viável para a gente, muito menos uma indenização com um valor que a gente não compra uma moradia na rua seguinte, então a gente quer uma solução concreta que diga respeito a nossos interesses, que seria no caso a moradia digna. Então não adianta construir um conjunto habitacional e colocar a gente no final da cidade, onde existem poucas oportunidades de emprego e onde as pessoas estão longe dos laços que já construíram na comunidade, porque a comunidade não é só pobreza: tem uma vida orgânica e uma vida cotidiana em que a pessoa já está inserida, as redes de solidariedade que foram construídas aqui, as pessoas que moram perto umas das outras, as redes de trabalho, o ganha-pão das pessoas. Essa é uma exigência da gente, que queremos a solução da moradia, mas não qualquer solução, não um tapa-buraco: a gente quer uma moradia que diga respeito aos laços que a gente já construiu no lugar em que vivemos.

 

A Verdade – Quase de imediato, foi iniciada uma mobilização em defesa da moradia. Quais são as perspectivas da luta?

Maynara Santos – A gente vem tentando se organizar da maneira que a gente está conseguindo, dentro das condições que temos. Temos uma comissão de moradores aqui do bairro para encaminhar as questões mais organizativas e temos tentado construir uma rede de solidariedade não só com os moradores, mas também com os moradores de outras localidades para que esse caldo engrosse e a gente de fato consiga chamar atenção da sociedade civil, do poder público, dos movimentos sociais, das lideranças populares de esquerda e tudo mais. Inclusive, nesse sentido, temos uma audiência marcada na Câmara de Vereadores no dia 5 de novembro e a intenção é unir os moradores, levar o pessoal até o Centro da cidade para a gente fazer um grande movimento e mostrar que não estamos alheios à situação em que estamos inseridos, e que queremos uma solução concreta. Não ao aluguel social, não a moradia para amanhã ou para depois de amanhã! Moradia já!

Solidariedade ao povo palestino cresce no Brasil e no mundo

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Às vésperas de completar dois anos, o genocídio do povo palestino por Israel ganha cada vez mais o repúdio dos povos do mundo. No Brasil, o crescimento deste movimento tem se tornado cada vez mais evidente, com a ampliação de manifestações de rua, vigílias e ocupações que denunciam a agressão sionista.

Felipe Annunziata | Redação


INTERNACIONAL – Às vésperas de completar dois anos, o genocídio do povo palestino por Israel ganha cada vez mais o repúdio dos povos do mundo. No Brasil, o crescimento deste movimento tem se tornado cada vez mais evidente, com a ampliação de manifestações de rua, vigílias e ocupações que denunciam a agressão sionista.

Desde de outubro de 2023, organizações políticas de esquerda e movimentos sociais tem atuado com uma campanha sistemática de denúncia do genocídio em Gaza. Todo o sofrimento, a fome, as torturas, os assassinatos em massa, a dor das crianças, dos idosos, das mulheres é visto por cada vez mais pessoas no mundo, em especial no Brasil.

Os efeitos dessa campanha já registramos na edição passada de A Verdade, onde reportamos a pesquisa Quaest que indica que 50% da população tem uma visão negativa do regime de Israel. Mas o que temos visto nos últimos meses também é a manifestação dessa indignação em ações práticas.

Em julho e agosto, uma série de vigílias organizadas por vários movimentos sociais e partidos políticos, como a Unidade Popular (UP), mobilizaram milhares de pessoas pelo país. Em São Paulo, a vigília reuniu mais de mil pessoas por 24 horas seguidas em frente à Secretaria da Presidência na capital paulista. No Rio de Janeiro, centenas de pessoas ocuparam a praça em frente ao Consulado dos EUA. Junto com a vigília do Rio, realizada no dia 19 de agosto, ocorreram combativos atos políticos nos consulados de Porto Alegre e Recife, além da embaixada estadunidense em Brasília.

Nas escolas e universidades, a juventude tem realizado debates e denúncias das relações das instituições de ensino com o regime sionista. No movimento operário, crescem as denúncias sobre as exportações brasileiras para Israel. Isso, inclusive, forçou o governo brasileiro a zerar as exportações oficiais de petróleo bruto da Petrobras em 2025 para a máquina de guerra sionista. Apesar disso, continuam as operações casadas de reexportação (quando o Brasil exporta para um terceiro país para depois enviar o produto para Israel).

 

Mobilização mundial

Em mais um grande ato de solidariedade, o mundo registrou manifestações com milhões de trabalhadores. De Auckland, na Nova Zelândia, a Nova Délhi, na Índia, de Berlim, na Alemanha, a São Paulo, os povos do mundo se levantaram no último dia 13 de setembro para denunciar o genocídio e exigir a libertação definitiva do povo palestino. Importante registrar que nestes países (Brasil, índia e Alemanha) a propaganda e as relações dos governos locais com o regime sionista são muito fortes e há tentativas de censura e repressão a qualquer grupo que defenda mais abertamente a causa palestina.

Só no Brasil, 13 cidades registraram atos em apoio ao povo palestino. Em São Paulo, a maior mobilização reuniu quase 10 mil pessoas. A convocação da mobilização foi feita também em solidariedade à Flotilha Global Sumud, que reúne centenas de militantes e ativistas para tentar romper o bloqueio que Israel impõe a Gaza para levar ajuda humanitária aos palestinos. A Flotilha hoje é composta por cerca de 50 embarcações que tentarão conjuntamente furar o bloqueio, partiu na tarde do dia 13/09, do porto de Bizerta, no Norte da Tunísia.

 

General reconhece 200 mil mortos e feridos

Enquanto a pressão mundial se amplia, o ditador Benjamin Netanyahu e seus cúmplices nazi-sionistas continuam a campanha de ampliar a guerra para todo o Oriente Médio. O alvo da vez foi o Qatar. No dia 9 de setembro, Israel atacou, com mísseis e aviões, residências de lideranças da resistência palestina em Doha, capital do país. O ataque deixou seis pessoas assassinadas, incluindo o filho de um dos negociadores palestinos que estava no país em busca de um acordo de cessar-fogo.

Em mais uma revelação da amplitude do genocídio, o ex-comandante do Exército israelense, general Herzi Halevi, reconheceu que há pelo menos 200 mil mortos ou feridos no genocídio de Gaza, mesmo número divulgado pelas autoridades palestinas. 

Defendendo o genocídio, ele afirmou: “Nunca ninguém me restringiu. Nenhuma vez”. Fica provado, novamente, que a intenção de Israel é exterminar completamente o povo palestino e, por isso, é necessária toda ação para parar esta situação, como defendeu recentemente o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ao anunciar que pedirá uma intervenção militar armada por parte da ONU.

Em Gaza, os ataques genocidas continuam. Quase um mês depois de ter anunciado que ocuparia a Cidade de Gaza, principal município da faixa de mesmo nome, Israel ainda não conseguiu consolidar seu controle militar, mas iniciou uma campanha de demolição dos poucos prédios que ainda restavam de pé.

“Onde está o mundo?! Onde estão os países árabes? Olhem para nós, olhem para o que está acontecendo conosco, ó Deus! Estamos sendo exterminados aqui! Estamos morrendo! Deus, o que fizemos de errado? Somos crianças!”, afirmou um menino palestino vítima de um ataque israelense em Gaza em vídeo divulgado pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal).

Nasce a Ocupação de Mulheres Sarah Domingues na UFRGS

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Estudantes ocupam sala abandonada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em jornada de luta contra o assédio

Yasmin Chagas | Coord. Estadual do Mov. de Mulheres Olga Benario


MULHERES – No dia 8 de outubro, estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em conjunto com o Movimento de Mulheres Olga Benario e o Movimento Correnteza, ocuparam uma sala abandonada no Campus do Vale da UFRGS, em Porto Alegre. O espaço, desativado desde antes da pandemia, foi transformado em um local de acolhimento e organização das mulheres estudantes, servidoras, professoras e terceirizadas.

A iniciativa surgiu como resposta a uma realidade preocupante vivida pelas alunas e trabalhadoras da UFRGS. Relatos de agressões na moradia estudantil, falta de iluminação nos campi e denúncias de assédio por parte de professores e alunos compõem um cenário de insegurança recorrente no ambiente universitário.

Organização e mobilização

Diante deste contexto, o Movimento de Mulheres Olga Benario iniciou uma campanha de enfrentamento ao assédio na instituição. Um dos primeiros passos foi a criação de uma ouvidoria popular, por meio da qual foram denunciados diversos casos de assédio ocorridos na universidade.

A mobilização cresceu rapidamente. Uma das ações que fortaleceram a rede de apoio entre as estudantes foi a criação de um grupo no WhatsApp com objetivo de documentar relatos de assédio, situações de insegurança e denúncias de negligência institucional.

O grupo reuniu mais de 390 mulheres de diferentes cursos e campi da Universidade. Como resultado da organização coletiva, no dia 2 de outubro foi realizado um ato em que as estudantes entregaram uma carta de reivindicações à chefe de gabinete da Reitoria. O documento solicitava a criação de um espaço institucional de acolhimento para mulheres vítimas de violência de gênero, assim como a abertura de creches para as mães estudantes e trabalhadoras, o afastamento e expulsão imediatos de todos os assediadores, ações permanentes de prevenção e formação voltadas à comunidade universitária, além da implementação de um canal de denúncias seguro e acessível.

Nasce a nova Ocupação

No dia 08 de outubro nasceu, então, a Ocupação de Mulheres Sarah Domingues, a 1ª ocupação de mulheres dentro da UFRGS. O espaço cumpre o papel fundamental de prestar assistência às universitárias e denunciar a inércia da Instituição, atuando como um ambiente seguro para todas as mulheres que trabalham e estudam na Universidade.

Na sociedade capitalista, que vê a mulher como um objeto, uma propriedade, espaços como a Ocupação de Mulheres Sarah Domingues tornam-se vitais para a nossa sobrevivência. A única maneira de acabarmos com a opressão sistêmica que sofremos é nos organizando para superar o modo de produção capitalista, que nos violenta dia após dia e nos impede de estudar com segurança e qualidade. Essa ocupação é mais um passo para a construção coletiva de uma sociedade livre de violências, uma sociedade socialista. E ainda, é a continuação de nossa camarada, Sarah Domingues, uma estudante comunista que será sempre lembrada por sua combatividade.

Estudantes da Universidade Federal do Ceará conquistam rompimento da universidade com o Estado sionista de Israel

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Estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) conquistam rompimento das relações da Universidade com Israel fruto de mobilizações em apoio ao povo palestino. UFC se junta à lista de instituições de ensino que romperam relações com o estado sionista após ofensiva militar do estado nazisionista há 2 anos

Dandahra Cavalcante | Fortaleza (CE)


INTERNACIONAL – Na última segunda-feira (6), durante a 146ª sessão do Conselho
Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Ceará (UFC) , o Diretório Central dos
Estudantes (DCE) da UFC, em conjunto com o Movimento Correnteza e demais movimentos e estudantes da universidade, conquistaram a aprovação de uma moção em solidariedade ao povo palestino e o rompimento oficial das relações institucionais da UFC com o Estado de Israel.

A proposta, apresentada pelos conselheiros discentes, foi aprovada e ovacionada após intenso debate e com apenas oito abstenções. O documento reafirma o repúdio da universidade ao genocídio em curso na Faixa de Gaza, expressa solidariedade a todos os ativistas detidos em águas internacionais durante a missão humanitária Flotilha Global Sumud e determina o cancelamento definitivo do Acordo de Cooperação Acadêmica com a Universidade Ben-Gurion, de Israel.

Firmado em 2022, o acordo previa atividades de intercâmbio e cooperação acadêmica entre a UFC e a Universidade Ben-Gurion, instituição israelense que possui parceria direta com o
ministério da defesa de Israel. Pouco tempo depois, em 2023, o edital do Innovation
Challenge Brasil-Israel, que era um dos desdobramentos dessa parceria, já havia sido
cancelado após forte pressão do movimento estudantil. Agora, com a aprovação do Consuni, o cancelamento do programa se tornou definitivo.

Rompimento de relações em apoio à Palestina

Ao cancelar o acordo, a UFC se soma a outras instituições brasileiras, como a Unicamp e a
UFF, que também romperam relações com universidades israelenses em resposta ao
genocídio em Gaza e em adesão à campanha internacional de Boicote, Desinvestimento e
Sanções (BDS). A aprovação da moção representa mais do que um gesto simbólico: é uma
expressão concreta da solidariedade internacionalista construída há anos pelo movimento
estudantil da UFC. Em meio à escalada de violência em Gaza, a universidade demonstra que
é possível alinhar a prática acadêmica à defesa intransigente dos direitos humanos e à luta dos povos oprimidos.

O DCE-UFC destacou em nota que a decisão “reafirma o compromisso da comunidade da
UFC com os povos oprimidos de todo o mundo” e convocou a continuidade da luta por uma
Palestina livre, do rio ao mar. Essa conquista mostra que a mobilização constante dos estudantes é capaz de transformar as universidades em espaços de resistência e solidariedade internacional.

O rompimento com uma instituição ligada ao aparato militar israelense é uma vitória política que ultrapassa os muros da UFC: é uma afirmação de que não há neutralidade diante do genocídio. Diante disso, torna-se cada vez mais urgente que o governo federal rompa oficialmente todas as formas de cooperação com Israel, inclusive as de caráter científico e institucional, que servem para legitimar um regime de apartheid e ocupação

Carta para Emmanuel Bezerra

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Poema em homenagem a Emmanuel Bezerra, herói do povo brasileiro e do Partido Comunista Revolucionário (PCR)

Mayara Fagundes | Campinas (SP)


Te contemplo e te vejo
Você é com todas as letras meu grande herói
Você disse e confiou na minha geração
A geração futura, não é?

Você disse que as grades estavam se esmaecendo,
pela certeza inquebrantável de que seus soldados não se renderiam.

Eu tento.
Eu tento e tenho tentado.
Tenho tentado e falhado.
Mas não me rendi.
Não ouso me dobrar
Quero ser digna de vestir esse manto santificado pelo sangue do nosso povo.

Emmanuel
Se teu suor pudesse regar a minha alma
Se teu sangue pulsasse dentro de mim
Se tua esperança penetrasse minha mente.

Que essa seja uma carta de despedida.
Uma carta de despedida do meu eu mais atrasado.

Porque há dias sombrios e que fica nebuloso
Me sinto incapaz de ser como você.
Você tinha medo?
Você chorava?
Você sentia seu coração saltar de ansiedade?

E novamente, quero ser mais como você do que o que tenho sido.
Quero vencer.
Quero olhar para essas grades,
que bem diferentes das suas
só existem na minha cabeça!
Quero olhar e ver elas esmaecendo.
Quero saber que existem esses tais soldados e que faço parte desse batalhão.

Foi difícil levantar hoje.
Mas levantei.
Venci.
Porque você venceu.
E levantarei amanhã.
Porque sou essa geração futura que você contemplou.

Espetáculo teatral debate meio ambiente e reciclagem em escolas de Pernambuco

Escolas públicas das cidades de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife, receberam o espetáculo teatral “Reciclagem Divertida”, organizada pela equipe do Teatro Sustentável, que levou ao público, de forma lúdica e descontraída, uma mensagem de conscientização sobre o impacto do consumo no meio ambiente.

Lucas Pacheco| Ipojuca (PE)


 

CULTURA- O projeto itinerante e educativo conta com o apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei nº 8.313/1991 (Lei de Incentivo à Cultura). Sob a direção de Gustavo Zanetti, a peça acompanha a divertida Trupe da Meia-Noite e do Meio-Dia, que convida o público a embarcar em uma jornada mágica pelo universo da reciclagem. Logo no início da apresentação, os atores Cleber Gonçalves e Rodrigo Siqueira rapidamente conquistam a plateia. Com diálogos dinâmicos e desafios bem-humorados, envolvem os alunos, que participam da própria encenação.

A cada cena, os personagens mostram como os objetos que seriam descartados podem se transformar em brinquedos, obras de arte ou novos materiais, além de orientar crianças e pré-adolescentes sobre a forma correta de separar os materiais para a reciclagem, destacando que a limpeza das embalagens é fundamental para que não haja problemas no processo.

 

Consciência ambiental e cuidado com o meio ambiente

“Entendemos que o tema do meio ambiente é uma pauta que carece de atenção, pois independentemente do grau de instrução, a coleta seletiva ainda é algo pouco comum no Brasil, onde grande parte das pessoas conseguem, no máximo, separar o lixo orgânico do lixo seco”, afirma Cleber Gonçalves, que teve a oportunidade por meio do teatro, de levar a mensagem do cuidado com o meio ambiente para vários estados.

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI), o maior problema em relação ao meio ambiente no Litoral Sul de Pernambuco, está localizado justamente no Rio Jaboatão, que deságua no Oceano Atlântico na região da Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. A pesquisa detectou níveis altos de microplásticos que vão desde a costa até os naufrágios mais distantes do litoral. A região, aliás, já foi palco de infelizes situações de crime ambiental, como as manchas de óleo que apareceram na região em 2019, causando diversos danos ao meio ambiente, até hoje não resolvidos pela justiça.

Levando o teatro para as escolas, a iniciativa demonstra que a cultura e o meio ambiente podem ser um contraponto ao descaso e a toda desinformação que, dentro do sistema capitalista, andam justos para manter a natureza sendo destruída, enquanto escondem que é preciso parar a sede de lucro das elites para lucrar, mesmo que destruam o planeta em meio ao processo.

 

 

Auditório lotado para assistir ao espetáculo. Foto: JAV- PE