UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 19 de novembro de 2025
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A Fifa está roubando a paixão das pessoas

Sepp Blatter e Aldo Rebelo
Sepp Blatter e Aldo Rebelo

No último dia 27 de maio, uma operação comandada pelo FBI (Polícia Federal dos EUA) e pela Receita Federal dos Estados Unidos prendeu, na Suíça, sete dirigentes do alto escalão da entidade sob a acusação de extorsão, fraude, suborno e lavagem de dinheiro, entre outras irregularidades.

A escalação dos cartolas presos é digna de seleção: José Maria Marin (ex-presidente da CBF), Jeffrey Webb (presidente da Concacaf), Eduardo Li (presidente da Federação de Futebol da Costa Rica), Julio Rocha (diretor de desenvolvimento da Fifa), Costas Takkas (assessor do presidente da Concacaf), Rafael Esquivel (membro executivo da Conmebol) e Eugenio Figueiredo (vice-presidente da Fifa).

Segundo a procuradora-geral de Justiça dos EUA, Loretta Lynch, os presos são acusados de montar um esquema de enriquecimento próprio por meio de negociatas envolvendo o futebol. “A corrupção é desenfreada e sistêmica”, afirmou.

A investigação, que está apenas no começo, revelou o pagamento de propinas de pelo menos US$ 150 milhões em contratos de transmissão de jogos e direitos de imagem na América do Sul e nos Estados Unidos. Além disso, há indícios de compra de votos na escolha da África do Sul como sede da Copa do Mundo 2010 e na eleição para presidente da Fifa, em 2011.

A Justiça dos Estados Unidos alega que o motivo para a investigar a Fifa e seus dirigentes, é a sonegação de milhões de dólares para a Receita Federal do país já que boa parte da propina do esquema foi paga ou recebida por meio de bancos norte-americanos, como o Delta, JP Morgan Chase, Citibank e Bank of America, ou por filiais de bancos como o Itaú e o Banco do Brasil nos EUA.

Como funcionava o esquema

Segundo o FBI, desde 1991, cartolas da Fifa e das confederações nacionais se aproveitam de suas posições para fazer acordos com empresas de marketing esportivo e lucrar com campeonatos de futebol, como a Copa América, a Libertadores e a Copa do Brasil.

O esquema funcionava assim: para ter direito de transmitir um evento organizado pela Fifa, as empresas de marketing pagavam propinas milionárias aos dirigentes da entidade. Depois, esse direito era revendido para emissoras de televisão por verdadeiras fortunas. “A maioria dos esquemas investigados diz respeito à solicitação e recebimento de propinas por autoridades do futebol vindas de executivos de marketing, em conexão com a comercialização de direitos de imagem e marketing de várias partidas e campeonatos”, revela o Departamento de Justiça dos EUA.

Apenas o contrato de transmissão das Copas América de 2015, 2019 e 2023, assinado pela Datisa, empresa ligada ao brasileiro J. Hawilla, foi de US$ 352,5 milhões. Em depoimento à Justiça norte-americana, este afirmou ter pago US$ 110 milhões a altos dirigentes do futebol sul-americano para fechar o negócio. Depois disso, Hawilla vendeu os direitos de transmissão da Copa América no Brasil para a Rede Globo.

Globo e Fifa: tudo a ver

A TV Globo insiste em negar seu envolvimento, mas é público que J. Hawilla é sócio da TV TEM, uma das afiliadas da Rede Globo em São Paulo, ao lado de ninguém menos que Paulo Daudt Marinho, filho de João Roberto Marinho. Hawilla também é dono da produtora TV 7, responsável pelos programas globais “Auto Esporte” e “Pequenas empresas, grandes negócios”.

O empresário foi condenado nos Estados Unidos por extorsão, fraude, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Para não ir para a cadeia, fez acordo de “delação premiada” e pagou uma multa de quase R$ 500 milhões.

Apesar de não ser citada na investigação do FBI, a Globo é uma das principais parceiras da Fifa desde os anos 1970, e proprietária dos direitos de transmissão de quase todos os campeonatos ligados à corrupção da cartolagem.

O próprio Roberto Irineu Marinho já confessou a importância dessa parceria para a emissora: “Por mais de 40 anos, a Globo e a Fifa desenvolveram uma parceria muito frutífera, que trouxe ótimos resultados para ambas as partes. Nós estamos orgulhosos de prolongar esta parceria”, disse.

CBF comanda esquema no Brasil

A investigação do FBI também envolve diretamente Ricardo Teixeira, que presidiu a Confederação Brasileira de Futebol por 23 anos. Teixeira é acusado de receber propina em, pelo menos, duas negociatas: no contrato da CBF com a Nike e na venda de direitos de transmissão da Copa do Brasil.

O cartola deixou o comando da CBF em 2012, sendo substituído por outro ladrão, José Maria Marin, agora preso. O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol ainda responde processo por ter participado de 27 negociatas envolvendo lavagem de dinheiro, tráfico de divisas e fraude fiscal, além de ter usado recursos da CBF para financiar campanhas eleitorais de políticos aliados.

Fundada em 1904, em Paris, a Fifa tinha como objetivo original desenvolver o futebol, organizar competições internacionais e estabelecer as regras para a prática do esporte mais popular do mundo. Porém, de lá para cá, especializou-se em outro tipo de “negócio”, passando a ser conhecida como a entidade mais corrupta do mundo.

“A Fifa está roubando a paixão das pessoas. O futebol é uma paixão, e a paixão cega. Esses crápulas que dirigem a Fifa enriquecem às custas do dinheiro da paixão. Todo o sistema das grandes confederações do esporte está contaminado. A corrupção está lá”, denuncia o jornalista inglês Andrew Jennings.

Porém, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, chefe maior da máfia da Fifa, não só continua solto, como, inclusive, foi reeleito para mais um mandato. “Ele vende a imagem de ser um amante do futebol, mas é um parasita. Um sanguessuga grudado na jugular do futebol. Um homem de negócio que usa o esporte para se autopromover e ganhar dinheiro, disse Jennings.

Há que se perguntar, então, por que o nome Blatter não consta na lista dos investigados. Se a própria procuradora Loretta Lynch afirma que a corrupção no futebol é sistêmica, não faz sentido deixar ileso o chefe desse sistema, ou melhor, da quadrilha que comanda o futebol mundial.

Heron Barroso, Rio de Janeiro

Eleições na Turquia: Edorgan perdeu!

Campaigning continues ahead of Turkish general electionsAs eleições celebradas na Turquia no último dia 7 de junho, trazem importantes e potenciais consequências políticas para esse país. O partido da Justiça e Desenvolvimento – AKP, do atual presidente Edorgan, segue sendo o primeiro partido, com 40,7% dos votos, alcançando 258 assentos na Assembleia, mas não conseguiu alcançar uma maioria absoluta. O partido social-democrata CHP manteve seus 25% e alcançou 132 assentos. O MHP, partido de corte fascista, obteve 16,5% dos votos e 80 assentos, enquanto o Partido Democrático dos Povos – HDP, uma aliança de forças de esquerda e democráticas da qual é membro o EMEP, obteve 13,1% dos votos, alcançando 80 deputados, de um total de 550 da Assembleia Nacional. A cláusula de barreira de 10%, introduzida depois do golpe fascista de 12 de setembro de 1980, dirigida para evitar que os representantes do povo curdo e dos trabalhadores entrassem no parlamento, foi derrotado nessas eleições.

Nas últimas eleições de 2011, os candidatos da aliança de esquerda tiveram que participar como candidatos independentes para superar a cláusula de barreira, alcançaram 6,5% dos votos e 35 lugares no parlamento. Quatro anos mais tarde, este obstáculo que os partidos burgueses construíram foi demolido.

Mas além de ultrapassar a clásula, foi destruído também o sonho do presidente Tyyip Erdoğan, líder do AKP, de estabelecer uma ditadura no Oriente Médio através de mudanças na constituição para o estabeleciemento de um sistema presidencialista.

Ainda devemos seguir avaliando os resultados desta ‘demolição da clásula’, os impactos destes resultados no discurso político no país e que tipo de governo surgirá nos próximos dias.

No entanto, podemos fazer as seguintes observações:

  • É evidente que um número considerável de pessoas, pela primeira vez, votaram no HDP. Uma parte grande da sociedade reconheceu que votar no HDP é a única maneira de deter o AKP. Isto demonstra que a cosciência política dos povos é mais avançado que o dos partidos e círculos fora da classee. Isto é importante : indicar uma possibilidade de reestruturação política no país.
  • O país disse não ao presidencialismo, ao caudilhismo de Erdoğan como se fosse seu partido pessoal, à grandeza do palácio, ao suborno e a corrupção, à arrogancia, à governança arbitrária, à exploração religiosa sectária, às intenções de silenciar os meios de comunicação e ao comportamento ditatorial mostrado por Erdoğan.
  • Este resultado indica as possibilidades de uma Turqui laica e democráticca, as soluções da questão curda e alaita e a ampliação do alcance das liberdades ; assim como a demonstração da determinação dos povos de lutar contra as aspirações políticas na linha da ‘Irmandade Mulçumana’ que se orienta a construção de uma educação baseada nas regras religiosas, a criação de uma juventude religiosa e a reconstrução conservadora da sociedade.
  • Este resultado, além de ser um rotundo ‘não’ às políticas do AKP no Oriente Médio, é também uma derrota para as organizações islamitas e para os círculos que recebem apoio ideológico, diplomático (e financeiro) do governo do AKP. Pelo contrário, o resultado foi fonte de elevação moral e de motivação para todos que lutam por um Oriente Médio laico e democrático, contra as forças da Sharia e do terrorismo religioso na região.
  • Tendo em conta a dificuldade da aparição de um governo de coalizão desde o Parlamento é pouco provável, as discussões sobre ‘eleições antecipadas’ em um curto espaço de tempo parecem inevitáveis. As eleições de 17 de junho puseram fim a era do AKP. Ainda que seja possível firmar coalizões com outros partidos ou estabelecer um governo em minoría, o período de poder que poderia ser nomeado como ‘época Erdoğan’ ou ‘era AKP’ já não será mais.
  • Edorgan tera que se conformar com o sistema presidencial que existe atualmente, ou a Presidência se converterá, rapidamente, em um problema do regime, do sistema que necessita ser ‘resolvido’.

A Turquia não é um país cor-de-rosa para os que ganharam a eleição. O AKP e Erdoğan, inclusive se não estão no governo, tentarão com todas as forças continuar exercendo seu poder através da Presidência e de seus quadros no Estado. O declive do governo do AKP não significa que a parte mais difícil foi superada.

O resume das eleições de 7 de junho é que foi a eleição em que Erdoğan e o AKP perderam e os povos ganharam.

Emek Partisi (EMEP) / Partido do Trabalho

Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba recebe um dos Cinco Heróis, em Recife

A 22ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba se converteu na maior construção, dos últimos anos, de unidade de partidos, entidades de classes e organizações para a cooperação e a defesa do povo cubano realizada no Brasil.

João Morais
Crédito: João Morais

Pernambuco sediou, nos dias 04, 05 e 06 de junho, a 22ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, com a presença de 480 delegados vindos de 18 estados, representando 54 organizações. A abertura aconteceu na Associação de Ensino Superior de Olinda (AESO), com a exposição Fidel es Fidel, do fotógrafo cubano Roberto Chile. Em seguida, a mesa oficial de abertura contou com as saudações do prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, do vice-prefeito de Recife, Luciano Siqueira, do secretário executivo da Casa Civil do Estado de Pernambuco, Anchieta Patriota, do presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa, Edival Cajá, do diretor do Instituto Cubano de Amizade aos Povos (Icap), Roberto Hamilton, e da embaixadora de Cuba no Brasil, Marielena Ruiz Capote, além de representantes das organizações envolvidas na execução do evento.

“A 1ª Convenção levantou duas bandeiras na construção da unidade de ação de diferentes partidos e organizações: a suspensão do bloqueio dos EUA e a recuperação de Guantánamo, ocupada pelo imperialismo em 1903. Outra bandeira erguida depois foi a libertação dos Cinco Heróis. E esta é a grande conquista do movimento de solidariedade dos povos com Cuba. As outras duas bandeiras são apenas questão de tempo para conquistarmos”, declarou Edival Cajá, que coordenou a comissão executiva da Convenção.

Em sua fala, a embaixadora Marielena Ruiz também celebrou a conquista da libertação dos Cinco, destacando que esta foi uma vitória dos movimentos em todo o mundo, e enfatizou a importância da unidade nesta conquista. “Depois de todos esses anos, brasileiros e cubanos estão cada vez mais próximos. A vinda de um dos heróis para este evento é um agradecimento a todo suporte dado pelo Brasil”, declarou.

Os debates que se seguiram foram realizados no auditório da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP), em Recife. Temas como o bloqueio econômico e financeiro, a reabertura das relações diplomáticas entre EUA e Cuba, a luta pelo fechamento de Guantánamo, o papel da juventude na construção do socialismo e a importância de uma rede de comunicação eficaz para contrapor as mentiras da mídia burguesa sobre a Revolução Cubana. A Verdade participou da mesa debate sobre este último tema, com a intervenção do jornalista Rafael Freire, que, entre outras questões, enfatizou a campanha desenvolvida pelo jornal, durante anos, em prol da libertação dos Cinco Heróis.

gerardo
Crédito: Sylvia Campos

Mas o grande momento da 22ª Convenção ficou para o final. Edival Cajá, que presidiu os trabalhos, leu a Carta do Recife, uma enérgica declaração unitária de todas as organizações presentes e deu prosseguimento ao painel de encerramento, com o tema da libertação dos Cinco Heróis cubanos, que contou com o convidado de honra Gerardo Hernández, líder do grupo que lutava, em Miami, para impedir ações terroristas contra o povo cubano. Por seu trabalho revolucionário, Gerardo passou 16 anos preso nos cárceres norte-americanos e, só no dia 17 de dezembro de 2014, regressou a Cuba juntamente com outros dois camaradas, dos cinco, que ainda se encontravam detidos.

Recepcionado com uma explosão de aplausos e palavras de ordem, Gerardo foi atencioso com todos que queriam abraçá-lo e agradeceu o apoio dos brasileiros pela libertação dos cinco. “Não são vocês que têm que agradecer aos Cinco, são os Cinco que têm que agradecer a vocês. Agradeço por trazer-me, e não me refiro a trazer-me de avião, mas a trazer-me de volta a liberdade. Ao longo desses anos todos em que estive condenado a duas prisões perpétuas e mais 15 anos, só conseguimos resistir porque sabíamos que os povos do mundo lutavam por nós”, declarou. “Agora, mais do que nunca, precisamos seguir nesta unidade, em solidariedade e em defesa de Cuba. Não se pode baixar a guarda. Vocês, como nós, estão conscientes que os ventos que enfrentam a Revolução Cubana não são pequenos, mas confiamos no espírito de luta do nosso povo”, finalizou com a humildade e fé de um revolucionário, contagiando o plenário lotado. Os trabalhos da 22ª Convenção foram encerrados oficialmente pela embaixadora Marielena Ruiz, que convocou todos a permanecer mobilizados em defesa da Revolução Cubana.

A Verdade ainda realizou uma entrevista exclusive com Gerardo, com será publicada em nossa edição de julho.

O Estado de Minas Gerais foi aprovado, por consenso, como próxima sede da Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, que ocorrerá em 2017.

Abaixo, segue a íntegra da Carta do Recife.

Ludmila Outtes e Thiago Santos

Comissão Executiva da Convenção
Comissão Executiva da Convenção


Carta da 22ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, ao povo e ao governo do Brasil e de Cuba

Recife-PE, 06 de junho de 2015

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Crédito: Sylvia Campos

Nas hospitaleiras cidades de Recife e Olinda, Estado de Pernambuco, terra de tantas revoluções libertárias, de heróis patrióticos e internacionalistas, como José Inácio de Abreu e Lima, Miguel Arraes, David Capistrano e Gregório Bezerra, no dia 6 de junho de 2015, os 480 delegados e convidados à 22ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba celebramos, junto a Gerardo Hernández Nordelo, uma das mais importantes vitórias do movimento de solidariedade internacional com a Causa dos Cinco: estes voltaram à Pátria, ao seio do povo que defenderam de forma digna e heroica, e, de onde seguem, com mais força e convicções, defendendo o Socialismo que cubanas e cubanos assumiram, por esmagadora maioria, como opção histórica de desenvolvimento social, democracia e justiça para todos.

O regresso dos Cinco demonstrou o valor insubstituível da solidariedade na defesa das causas justas dos nossos povos e confirmou a utilidade dos esforços como o que realizamos hoje.

Somos protagonistas de uma das maiores Convenções de Solidariedade celebradas até hoje no Brasil, com recorde de delegados (480), de organizações de solidariedade representadas (54), de estados com delegações presentes (18) e de movimentos sociais e partidos amigos de Cuba. Fato que nos orgulha e estimula.

Constatamos, com satisfação, que a expansão do movimento de solidariedade a Cuba, durante os últimos anos, foi muito mais que quantitativa, foi qualitativa: se evidenciou uma crescente diversidade das forças sociais interessadas em promover as relações de amizade e solidariedade mútua entre nossos respectivos povos; fica cada vez mais claro que, desde as organizações de solidariedade, podem-se gestar iniciativas que favoreçam o crescimento das relações bilaterais, inclusive em nível de Governo; e se tornaram mais objetivas as relações plurais cultivadas por nossos dois povos nos últimos anos.

Seguiremos firmes no nosso caminho. Defendemos a cooperação, a solidariedade e a amizade entre todos os povos do mundo. E esta é também a característica fundamental da política externa cubana. Assim sendo, nos somamos à defesa de uma solução pacífica dos conflitos internacionais em que os verdadeiros interesses dos povos e nações sejam respeitados. Confiamos que o povo, que soube escolher o caminho da revolução socialista, da liberdade e da autodeterminação, com inauditos sacrifícios, jamais se submeterá ao perverso domínio do capitalismo e que continuará firme na construção do Socialismo.

Por isso, devemos enfrentar a guerra midiática permanente realizada pelos EUA, que busca caluniar, isolar e solapar o processo socialista cubano.

Continuaremos firmes na batalha pela soberania, pela democracia, pela liberdade e pelo socialismo em Cuba e no mundo.

Levaremos a nossa luta pela causa da vida, pela justiça social, pela paz, pelo fim do terrorismo de Estado até as últimas consequências. Por isso, exigimos a condenação dos verdadeiros terroristas, como Luis Posada Carriles, agente da CIA, declarado terrorista pela justiça cubana e pela justiça da Venezuela, autor do atentado ao voo 455 da Cubana de Aviación, em 1976, que sobrevoava os céus de Barbados, matando os 73 passageiros inocentes. Por isso, seguiremos firmes no nosso caminho e ao lado de Cuba e também da Venezuela!

Defendemos a integração solidária dos povos da América Latina e Caribe e de todo o mundo, por isso, exigimos o fim do criminoso bloqueio econômico, que, até 2013, trouxe perdas superiores a US$ 117 bilhões, mais que o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) de Cuba, causando danos irreparáveis e desumanos à indústria, à agricultura, ao comércio e ao povo cubano.

De igual modo, exigimos o encerramento imediato da prisão de Guantánamo e a sua indiscutível devolução ao povo cubano, como a única maneira de pôr fim às graves violações dos direitos humanos que comete o governo dos Estados Unidos nesta base militar, que fere a soberania da nação cubana.

Tentam em vão, mas não apagarão jamais da história a trajetória de solidariedade humana da revolução cubana: desde 1963, quando partiu para a Argélia a primeira brigada médica cubana em missão internacionalista, 131.933 profissionais da saúde colaboram com outras nações; atualmente cerca de 25 mil médicos e mais de 50.000 especialistas permanecem prestando esses serviços, inclusive no Nepal, onde uma brigada médica cubana integrada por 49 profissionais  presta socorro às vítimas do terremoto de 25 de abril deste ano.

Neste sentido, somos imensamente gratos pela realização do extraordinário trabalho dos médicos cubanos em nossos municípios distantes e nas periferias das grandes cidades do Brasil por meio do programa Mais Médicos; somos pelo reconhecimento automático, como faz o governo argentino, dos médicos formados na Escola Latino Americana de Medicina (ELAM), que, além da capacitação profissional e técnica, ensina também a solidariedade e o humanismo como ferramentas para salvar vidas.

Essa deverá ser a base política de construção de uma nova sociedade que os povos do mundo inteiro desejam. Não queremos tropas militares invadindo países para saquear suas riquezas, e sim médicos que salvem vidas, educadores que fomentem valores de solidariedade, técnicos que preservem o meio ambiente, enfim, homens e mulheres que sirvam a paz e a cooperação entre os povos.

Não nos esqueceremos jamais que os resultados extraordinários alcançados pelos nossos irmãos cubanos, como o fim do analfabetismo, da desnutrição infantil, a universalização da educação, inclusive de nível superior, os altos índices de expectativa de vida e o menor índice de mortalidade infantil do mundo só foram possíveis graças à sua revolução, que nacionalizou as terras, os bancos e socializou o conjunto das riquezas produzidas pelo povo cubano ao longo da sua história.

Por tudo isso, exigimos:

Fim do iníquo, ilegal e criminoso bloqueio estadunidense a Cuba!

Fechamento imediato da prisão e da Base de Guantánamo e sua imediata devolução aos seus verdadeiros donos, o povo cubano!

Fim das ações terroristas, punição para Posada Carriles e todos os criminosos impunes!

Fim do terrorismo midiático contra Cuba!

Fora com a 4ª Frota dos mares latino-americanos e caribenhos!

Viva o 56º Aniversário da Revolução Cubana! Viva o Socialismo!

Viva a libertação dos Cinco Heróis!

Pela autodeterminação e unidade da América Latina e Caribe!

Banco Itaú obrigou funcionária a continuar trabalhando após sofrer aborto

Banco_Itaú_agência_LeblonNo último dia 1 de junho, foi noticiado no portal do Ministério Público do Trabalho o andamento de um processo por assédio moral numa agência do Banco Itaú de Palmas, capital do Tocantins. Segundo publicação, a ação pretende uma multa de R$ 20 milhões por dano moral coletivo.

Segundo depoimentos colhidos pela procuradora Mayla Mey Friedriszik após uma denúncia realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado de Tocantins (SINTEC-TO), uma funcionária teria sofrido um aborto espontâneo durante o horário de expediente, sendo impedida de abandonar sua função. A jovem guardou o feto abortado dentro de um saco plástico, só indo buscar auxílio médico após três horas do ocorrido, ao término do expediente. Após atendimento médico, a agência negou os 30 dias a que tinha direito de afastamento, permitindo à funcionária apenas quatro dias de licença.

“Os depoimentos colhidos são uníssonos e demonstram que a ré (Banco Itaú) sobrecarrega seus funcionários com acúmulo de funções e carga excessiva de trabalho, muitas vezes não computando a integralidade das horas suplementares laboradas, contribuindo para um flagrante prejuízo à saúde física e mental dos obreiros”, declarou a procuradora Mayla Mey. “A busca incessante por metas inatingíveis, acrescida de ameaças explícitas e veladas de retaliação ou mesmo demissão no caso de ‘rendimento insuficiente’ do empregado e somadas aos casos de efetivo adoecimento em razão da conduta da demandada se configura em prática de assédio moral organizacional, cuja ocorrência, infelizmente, já causou dano moral coletivo”, completou Mayla.

O MPT-TO entrou com uma Ação Civil Pública contra o Banco Itaú, com audiência marcada para o dia 18 de junho, para obrigar a empresa a estabelecer metas compatíveis com a atividade laboral, pausa remunerada para descanso, pagamento das horas extras com a correta anotação destas e a proibição do acúmulo de funções. Além disso, o MPT garantiu acompanhamento para que os funcionários que prestaram depoimentos não sofram perseguição na empresa.

Redação

Após protestos, prefeitura de Mauá garante água para população

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11401385_10203724267256620_7649818109535529571_nNa noite do dia 01 de junho, o prefeito de Mauá (região do ABC Paulista), Donisete Braga (PT), foi com sua equipe até os bairros Jardim Sonia e Silvia Maria, na divisa com Santo André e São Paulo, para dar satisfações sobre as medidas tomadas para acabar com a falta d’água nos dois bairros.

Embora fiquem próximos do centro da cidade, os dois bairros são pouco atendidos pela prefeitura por serem quase apêndices da cidade – existe apenas uma rua ligando os bairros ao centro – que só dá valor mesmo aos altos impostos pagos pelas indústrias do pólo petroquímico instalado na região há mais de 50 anos e ignora as reivindicações da população.

A situação dos(as) moradores(as) beirava o desespero. Há mais de dez anos que existe o problema da falta de água, mas com a crise desse ano ela se agravou e a maioria das casas chegaram a ficar dez dias seguidos sem água. Foi nesse momento que foi organizado um protesto que interrompeu a Rua Oscarito, a única que liga o centro da cidade de Mauá ao bairro de São Mateus, na Zona Leste da capital paulista. Os moradores colocaram fogo em pneus e fecharam a rua por várias horas para denunciar o problema da falta de água nas torneiras.

O problema também ficou pior depois da privatização da SABESP e do sistema de abastecimento ter se tornado municipal em 1994. O bairro faz divisa com a capital paulista e recebia água diretamente do bairro vizinho, mas com a municipalização, houve mudança no caminho da água por causa da divisa entre as cidades. Isso baixou a pressão do sistema e deixou a região sem água. Além disso, mesmo cobrando de todos os(as) usuários(as) a SAMA (empresa que opera o sistema de água e esgoto em Mauá) tem uma dívida de R$ 2 bilhões com a SABESP e a população que sofre com a retaliação da SABESP depois que a empresa de Mauá deixou de pagar a dívida alegando que o valor é de apenas R$ 400 milhões.

Como saída, após a pressão popular, o prefeito disse que iria conversar com a SABESP para retomar o abastecimento de água, assim como era na época que a SABESP atendia a cidade de Mauá, ou seja, a partir do bairro de São Rafael que fica em São Paulo e é separado apenas por um córrego dos bairros Sonia e Silvia Maria. Já no dia seguinte à reunião com o prefeito, os moradores começaram a receber uma ligação eletrônica da SAMA anunciando que havia sido feito um acordo com a SABESP para retomar o fornecimento a partir do Parque São Rafael em até 30 dias, o que deve aumentar a pressão da água e garantir que ela chegue até as casas dos bairros de Mauá.

Ficou claro para todos(as) que não basta se queixar dos problemas. É preciso se movimentar e questionar os governantes, protestando e denunciando o descaso que o povo sofre todos os dias.

Glicia Marcelino, moradora do Jardim Silvia Maria.

Movimentos sociais decidem boicotar as eleições mexicanas

HOMEO Estado mexicano vem se degenerando, ano após ano, em um Estado policial onde os narcotraficantes fortalecem seu domínio e se associam ao poder público na repressão aos trabalhadores. O assassinato de lideranças populares se tornou regra e o armamento da população para autodefesa uma realidade em várias províncias do país.

O caso dos 43 estudantes desaparecidos na cidade de Ayotzinapa é o principal exemplo do processo de fascistização que está em curso nas instituições estatais mexicanas.

Diante desse quadro, o país vai para mais uma eleição federal e a grande maioria dos movimentos sociais, de trabalhadores, das mulheres, dos camponeses e indígenas decidiram por boicotar as eleições, realizando ações de protesto em todo país.

A Verdade entrevistou Florentino López, presidente da Frente Popular Revolucionária do México, que explicou o ponto de vista das organizações que estão organizando o boicote eleitoral. Florentino explicou que “O objetivo do nosso movimento é demonstrar ativamente, mediante diversas ações, o rechaço da população ao processo eleitoral. Em várias regiões do país onde a força e organização do povo está mais consolidada, foi tomada a decisão de não permitir a realização de campanhas eleitorais, retirando a propaganda eleitoral e impedindo a instalação de urnas, mediante o bloqueio de rodovias e a vigília permanente da população. Ocorreram também ocupações de escritórios do Instituto Nacional Eleitoral (INA)”.

A Verdade: Que ações o movimento popular está tomando para impedir a realização das eleições?

Florentino Lopez
Florentino Lopez

Florentino López: As ações que estão sendo realizadas há várias semanas para boicotar o processo são decididas em assembleias e é levado em conta a correlação de forças que existe em cada ponto do país. O objetivo do nosso movimento é demonstrar ativamente, mediante diversas ações, o rechaço da população ao processo eleitoral. Em várias regiões do país onde a força e organização do povo está mais consolidada, foi tomada a decisão de não permitir a realização de campanhas eleitorais, retirando a propaganda eleitoral e impedindo a instalação de urnas, mediante o bloqueio de rodovias e a vigília permanente da população. Ocorreram também ocupações de escritórios do Instituto Nacional Eleitoral (INA). Essas ações estão concentradas, principalmente, nos estados de Chiapas, Oaxaca, Guerrero e Michoacán. No dia 7 de junho, o movimento irá impidir a instalação de urnas eleitorais, e promover ações de incineração de material eleitoral. Em outras regiões, onde o movimento é mais débil, estamos concentrados na agitação contra o processo, combinando com o chamado para anular o voto e não comparecer às urnas no dia 7 de Junho.

A Verdade: Por que o movimento social no México decidiu boicotar as próximas eleições?

Florentino López: Por que consideramos que as eleições que se realizam no próximo domingo (7 de Junho) buscam legitimar um regime decadente e apodrecido; por que a maioria da população mexicana não crê que mediante a via dessas eleições seja possível alcançar uma transformação social que melhores suas condições de vida. Também por que dos 500 integrantes da Câmara de Deputados que poderão ser votados, não há nenhum escolhido através de um procedimento democrático. São todos representantes dos partidos que representam os diferentes setores da burguesia mexicana.

A Verdade: As eleições no México são democráticas? Como funcionam as eleições mexicanas?

Florentino López: Temos um sistema eleitoral totalmente antidemocrático e corrupto. Essa é a razão principal do boicote. A cada 3 anos são eleitos 500 deputados e presidentes muncipais (prefeitos). A cada 6 anos são eleitos 128 senadores, 32 governadores de Estados e o presidente da República. As eleições são organizadas pelo Instituto Nacional Eleitoral (INE). As leis privilegiam a participação eleitoral mediante os partidos políticos com registro, os quais são financiados com recursos públicos. Estes recursos são distribuídos de acordo com o número dde postos públicos e a votação alcançada anteriormente, de tal maneira que os três principais partidos burgueses do país recebem a maior parte do financimento. Estes são: O Partido Revolucionário Institucional (PRI), o Partido Ação Nacional (PAN) e o Partido da Revolução Democrática (PRD). Estes partidos não têm diferenças essenciais entre si. Há outros 7 partidos que são apêndices dos 3 anteriores, exceto o Movimento de Regeneração Nacional (MORENA), de Andrés Manuel López Obrador, que busca se converter no partido da social-democracia mexicana. Nas últimas reformas ao código eleitoral, se permitiu a participação de candidatos independentes dos partidos políticos. No entanto, esses candidatos têm enormes obstáculos para seu registro, para seu financiamento, de tal maneira que se faz quase impossível a participação das massas de maneira independente. O órgão eleitoral é nomeado pelos próprios deputados, não é independente. A eleição é organizada e a apuração dos votos ocorre, então, através de uma acordo entre PRI, PAN e PRD. O Instituto Nacional Eleitoral não é uma organização imparcial.

A Verdade: Como se relacionam os partidos da ordem com o narcotráfico e os paramilitares?

Florentino López: O narcotráfico, como fruto do precesso de decomposição da sociedade capitalista, como um novo e poderoso ramo da economia nacional, intervêm igualmente a qualquer outra forma de capital. Os traficantes buscam a continuidade de seus negócias, o lucro máximo, e o controle político, econômico e social do povo explorado e oprimido. Em várias regiões do país, o narcotráfico contrala a todos os partidos poíticos e estes partidos, por sua vez, buscam o financiamento do narcotráfico para garantir suas campanhas eleitorais e a compra de funcionários e consciências. Ambos mantêm uma relação de negóciose proteção mútuas. Os traficantes não controlam apenas os partidos, controlam áreas estratégicas do governo federal e dos governos locais, especialmente os altos funcionários encarregados do exército e das forças polciais. Essas são as áreas favoritas dos cárteis da droga. Tudo é feito com o beneplácito dos governantes. É por isso que, em muitas ocasiões, quando ocorrem os massacres contra a população civil, é muito difícil determinar onde terminou a ação do narcotráfico e onde começou a ação do Estado, por que muitas vezes não há uma linha que os divida. O narcotráfcio se converteu em uma extensão das forças repressivas do Estado, em grupos paramilitares, que são ilegais, mas atuam coordenamente com as forças legais da burguesia. É o mesmo que ocorre na economia. Não há um limite claro entre a economia legal do narcotráfico e a economia regulada pelas leis, mas ambas atuam e o Estado e a oligarquia as permitem e as promovem.

Sandino Patriota, São Paulo

 

Trabalhadores dos trens de SP realizam GREVE no dia de hoje

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A mais de 2 meses em Campanha Salarial, contemplando 8 rodadas de negociações e três tentativas de conciliação, os trabalhadores das ferrovias urbanas de São Paulo cansaram da intransigência da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e decidiram por paralisar a categoria no dia de hoje.

A adesão é bastante expressiva, das 4 linhas onde os trabalhadores decidiram por greve, a abertura das estações atrasaram por mais de 2 horas, e apenas 1 linha está em funcionamento, de forma muito precária.

Canabrava, secretário-geral do Sindicato Central do Brasil em São Paulo (um dos 4 sindicatos responsáveis por representar a categoria no ramo), afirma que o sentimento da categoria é de extrema indignação com a forma com que a empresa e o governo do estado veem tratando as negociações.

Um dos motivos para que essa categoria perca ainda mais a paciência, são os casos de corrupção já confirmados nas administrações e nas licitações realizada pelo governo e pela empresa, o que mostra que a desvalorização e as péssimas condições de trabalho dessa categoria, como tantas outras, também tem a ver com o enriquecimento ilícito de grandes empresários e políticos.

O dirigente sindical também lembrou que neste ano o reajuste da tarifa para as ferrovias foi de 16%, demonstrando que a proposta do Governo do estado de 7,72% de reajuste salarial é muito inferior a possibilidade da empresa.

Canabrava lembrou também que o mesmo governo do estado de São Paulo fechou a negociação com os funcionários do Metrô de São Paulo com 8,29% de reajuste salarial. “Nessa comparação com os trabalhadores do metrô, que tem a mesma atividade-fim, nós da ferrovia saímos sempre em desvantagem, já que nas negociações recebemos sempre valores inferiores, temos condições de trabalhos piores e as distâncias que percorremos são muito maiores”, alerta o diretor da Central do Brasil.

Na assembléia marcada para as 14 horas de hoje será discutida a permanência ou não da greve.

Trabalhadores do Telemarketing do ABC pararam no dia 29 de maio

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Ato dos trabalhadores em Telemarketing
Ato dos trabalhadores em Telemarketing

No dia 29 de Maio, dia de paralização nacional contra a PL 4330, os trabalhadores do telemarketing não podiam ficar em casa e não protestar contra tamanha brutalidade que os capitalistas estão impondo contra a classe trabalhadora.

Várias categorias foram as ruas para mostrarem sua indignação contra a lei que faz retroceder anos de luta, onde companheiros ate mesmo perderam suas vidas para que tivêssemos os direitos conquistados.

Infelizmente, nós trabalhadores do telemarketing já sofremos há muito tempo com a terceirização, e não poderíamos nos calar nesse grande dia.

Embora nossa categoria tenha crescido muito, existindo praticamente em todos os estados, crescendo e gerando lucro para as empresas, mesmo com crise que vive a economia.

Porém, nossas condições de trabalho estão cada dia mais precárias, e direitos vem sendo tomados constantemente. É o caso da multinacional que hoje lidera o mercado do telemarketing no Brasil, a ATENTO.

Ao comprar a CBCC Casas Bahia Contact Center mostrou que nada é tão ruim que não possa piorar. Trabalhar na Atento é uma luta diária, em um local precário, hostil e intimidador.

Logo na chegada, a dificuldade de encontrar uma PA (estação de trabalho) é imensa, e quando encontramos ou ela está em péssimas condições, ou seus sistemas não funcionam. Os fones de ouvido são tão antigos que mal se consegue ouvir os clientes. O ar condicionado ou está muito frio, dando sensação de estarmos dentro de um frigorifico, ou é desligado, provocando grande calor.

Como se não bastasse, a pressão psicológica é constante. Somos oprimidos até mesmo nos nossos momentos de pausa. Muitas vezes acumulamos tempo nos bancos de horas e nunca conseguimos receber.

Acontece assédio moral e sexual a todo instante, tirando nossa vontade de trabalhar. Sem falar dos nossos salários que vêm sofrendo descontos cada vez mais maiores. No vale transporte temos o desconto de 6%, e ainda inventaram um sistema de roteirização que nos rouba o dinheiro da passagem e nos força a andar quilômetros para tomar apenas uma condução. Essa situação coloc nossa vida em perigo constante, em especial as mulheres que são forçadas a caminhar em ruas próximas a terrenos baldios ou desertas. O desconto do VA/VR aumentou de R$3,50 para R$17,50 e o Auxílio creche, que antes era de R$ 180,00 diminuiu para 170,00.

Não admitindo mais tamanha injustiça o Sintratele (Sindicato dos Trabalhores do Telemarketing), o Movimento Luta de Classes, junto com os teleoperadores, fomos às ruas denunciar imensa exploração.

Nosso ato percorreu as ruas de São Caetano do Sul em São Paulo, seguindo em direção à Justiça do trabalho, parando as mais importantes ruas da cidade.

Contamos com o apoio dos movimentos sociais: MLB ( Movimento de luta nos bairros, vilas e favelas), UJR ( União da Juventude Rebelião). Nosso trabalho de conscientização apenas começou e não vamos parar até que os teleoperadores sejam tratados com dignidade e respeito.

Jaqueline Andrade, SINTRATELE e Movimento Luta de Classes

 

 

Segregação racial cresce nos Estados Unidos

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BlackUm das maiores campanhas levadas a cabo pelos Estados Unidos para a desestabilização e difamação de Cuba e Coreia do Norte é a propaganda a favor dos “direitos humanos”.

A máscara da hipocrisia imperialista cai quando analisamos como este mesmo governo trata os Direitos Humanos em seu país, sobretudo, em relação à população afro-descendente. Mesmo o presidente dos EUA sendo negro, a maior parte da composição governamental e de seus agentes públicos continua promovendo a criminalização da população negra.

Quando Freddie Gray, um jovem de 25 anos, morador de Baltimore, no estado de Maryland, morreu por complicações na medula espinhal após sofrer agressões físicas cometidas por policiais brancos, a questão do preconceito racial voltou à tona gerando reações violentas de uma população indignada e preocupações em diversos grupos sociais no país.

Pesquisa

Numa pesquisa feita pela rede de comunicações CBS, 61% da população estadunidense afirma que as relações raciais no país estão complicadas, enquanto que há dois meses o percentual era de 38%. Toda essa desconfiança vem crescendo, também, desde o assassinato de outro jovem negro, Michael Brown, que morava na periferia de St. Louis, no estado de Missouri, assassinado por outro oficial de polícia branco. Michael não portava armas e não tinha antecedentes criminais, o que deixa ainda mais evidente como são postas em prática as políticas públicas no país.

O percentual de negros nos Estados Unidos constatado no último censo de 2013 é de 13,7% da população. Mas, quando observamos o percentual de criminalidade no país, dados alarmantes chamam a atenção: de acordo com pesquisa feita pelo órgão NAACP (Associação Nacional pelo Progresso de Pessoas de Cor, em português), 42% dos encarcerados nos Estados Unidos são negros, e 31% das vítimas de assassinatos cometidos por policiais também.

Divisão de classes

Esses dados são reflexos da divisão de classes nos EUA. Por mais desenvolvido que o país seja, não irá resolver essa questão a menos que a divisão de classes seja abolida.

Essa divisão, necessariamente, subjuga uma classe em detrimento da outra, para que a dominante possa assegurar seu domínio através da exploração, utilizando a meritocracia como argumento. No caso dos Estados Unidos, a população negra possui um histórico de escravidão, que se reflete nos tempos atuais na herança da discriminação e do rebaixamento social.

Os conflitos em Baltimore, gerados pela morte de Freddie, são resultado de todo esse processo histórico, que não foi capaz de apagar as feridas deixadas pela elitização e o conservadorismo da sociedade norte-americana.

Mesmo após esses casos de racismo, os agentes públicos continuam a mostrar o reflexo desse comportamento classista, direcionado pela ala majoritária do Partido Republicano (que inclui também grupos de extrema-direita, como o TeaParty) no parlamento nacional. Após cessar os conflitos na cidade de Baltimore, Allen Bullock, um jovem negro de 18 anos, foi penalizado com uma multa de 500 mil dólares por ter quebrado uma vidraça de um carro durante as manifestações. Allen se entregou à polícia depois que sua mãe o reconheceu nas imagens. O padrasto de Allen, Maurice Hawkins, denunciou o exagero das autoridades: “Ao se entregar, ele também reconheceu que o que fez foi errado, mas eles (a polícia) estão fazendo dele um exemplo e isso não é correto”, declarou em entrevista ao The Guardian.

Enquanto isso, os seis policiais acusados pela morte de Freddie Gray foram liberados para atuarem em serviço após pagarem fianças entre 250 e 375 mil dólares. Os pais de Allen ficaram indignados com a pena aplicada ao seu filho em comparação com a dos policiais: “Ele (Allen) estava realmente triste com o fato dos policiais estarem livres. Vocês querem dar ao meu filho uma fiança de meio milhão de dólares por quebrar um vidro de uma viatura policial e não dão nada a esses policiais? Nada? Nada por assassinato?”, desabafam.

Para ficar mais claro a postura segregacionista do governo norte-americano, vale lembrar o que ocorreu com o conglomerado de mídia japonesa Sony nas vésperas da pré-estréia do filme A entrevista. A ex-executiva da companhia, Amy Pascal, teve um e-mail vazado por um grupo de hackers de uma conversa com um dos produtores da empresa, Scott Rudin. Os dois faziam piadas sobre cor de Barack Obama e sua relação aos possíveis gostos cinematográficos do presidente.

Após esse caso há de se perguntar em quantos dólares a empresa foi multada? Quais foram as ações das autoridades estadunidenses para promover os direitos humanos? Se fosse algum jovem de classe média ou baixa infringindo a lei ciberneticamente as autoridades deixaram passar se fosse descoberto?

Mesmo após as ações de Amy, sua permanência de vínculos com a Sony foi muito comemorada pelo diretor executivo da empresa, Michael Lynton. Esse é o resultado da postura classista do governo norte-americano, que se compromete em promover direitos à sua elite nacional, renegando as necessidades básicas de seu povo, como a inclusão social de grupos marginalizados.

Bruno Melo, estudante de jornalismo da UNICAP e militante da UJR

Ocupação Paulo Freire resiste em Belo Horizonte

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Mais nova ocupação do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), em Belo Horizonte, resiste à tentativa de despejo da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Esses primeiros dias estão sendo de muita resistência e combatividade das famílias.

Logo nas primeiras horas da manhã desse domingo, 31 de maio de 2015, os moradores da Ocupação Paulo Freire enfrentaram a ação da PMMG em sua tentativa de despejar a comunidade. Foram momentos de muita tensão, mas que foram contornados inicialmente com o trabalho de uma comissão composta por membros da coordenação, do MLB e pelos advogados Cintia Melo e Thales Viotti.

Além de várias viaturas, o Batalhão de Choque também esteve presente. O Comando da PMMG disse que vai aguardar as medidas judiciais de reintegração de posse, que podem ocorrer a qualquer instante. Um suposto proprietário do terreno apareceu, mas não conseguiu apresentar documentos comprovando ser proprietário da área. Essa é uma situação muito comum na região, já que grilagem é uma prática recorrente, pois as áreas pertenciam anteriormente à Codemig – Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, que, ao que tudo indica, repassou os terrenos para vários proprietários privados em troca da construção de empresas para compor o chamado Distrito Industrial do Vale do Jatobá.
Porém, a maioria desses proprietários que receberam essas áreas não constrói nada há mais de 20 anos e segue especulando, enriquecendo ilicitamente, sendo que os terrenos vão passando de mão em mão, sem cumprir nenhuma função social.

O resultado é que em menos de 10 anos surgiram várias ocupações. Entre as principais estão Eliana Silva, Camilo Torres, Irmã Dorothy, Nelson Mandela e, recentemente, a Ocupação Paulo Freire.

Diante desses fatos e da ameaça de uma dura repressão policial para tirar as famílias do local, as lideranças do MLB e da coordenação da ocupação reiteram a necessidade de fortalecer o apoio à luta pelo direito à moradia das centenas de famílias da Ocupação Paulo Freire. Somente com a luta e a organização da população pobre da periferia é que essa mobilização poderá se tornar vitoriosa. Apesar do recuo da PM a situação é de ameaça para os sem teto. Como não há nada resolvido até o momento, a palavra de ordem é resistir.

Redação Minas Gerais

Servidores Públicos de Porto Alegre em greve

A categoria dos Servidores Públicos de Porto Alegre entrou em greve contra o arrocho salarial proposto pelo prefeito Fortunati (PDT). A greve começou no dia 20 de maio, após dois dias de paralisação, em 13 e 14 de maio, exigindo negociação imediata. Não foram atendidos na paralisação. Assim, a categoria dos servidores deflagrou a paralisação total das repartições, após a prefeitura, comandada pelo PMDB e PDT, ter aprovado um projeto que concedeu 220% de aumento nos salário de apenas 120 fiscais da secretaria da fazenda e um retrocesso para a categoria, com uma PL que retiram direitos, transformando os avanços alcançados durante a carreira em um ABONO, que pode ser retirado a qualquer momento e nem integrado na aposentadoria, visto que não configura vantagem nem salário.

Foi o estopim… A revolta resultou em piquetes cheios de indignação pelos órgãos municipais. Entre atos, passeatas e assembleias, os municipários avançam nas negociações, impondo respeito e mostrando disposição de luta, para que a partir dessa mobilização, o prefeito Fortunati (PDT), envie um PL que garanta salários e não retrocessos. As propostas da categoria são: Encaminhamento de um projeto de lei do efeito cascata, construído em consenso com a categoria, em regime de urgência – reposição integral da inflação – publicação e calendário de pagamento das progressões 2010/2012. Os trabalhadores foram recebidos pelo vice-prefeito, já que Fortunati se encontra na Alemanha e foi flagrado se divertindo em um bar com o governador Sartori (PMDB).

O prefeito não está em situação confortável, visto que DMLU, DMAE, FASC, SMED, a área da saúde, dentre outros setores estão parados. É uma batalha que está sendo travado no território urbano, o prefeito esta na areia movediça, pois sonha ser governador, o vice, sonha ser prefeito, mas a cidade vai mal. A avaliação é extremamente negativa, beirando 65% de insatisfação!! O Porto definitivamente não é mais Alegre.

Greve municipários Porto Alegre 02

Várias foram as denúncias de corrupção, que vivem assombrando a atual gestão. Recentemente o secretário de Saúde foi derrubado, depois de um acumulado de denúncias de assédio moral e da compra de um famoso livro chamado “Zumbis da Pedra”. Foram mais de 1 milhão de reais sem licitação. Lembrando que a pasta da Saúde na cidade de Porto Alegre sempre foi motivo de muita polêmica, inclusive de assassinato, como no dia 27 de fevereiro de 2010, quando um político tradicional da burguesia, Eliseu Santos (PTB), fora assassinado, após depor na Operação Pathos, que investigava o desvio de verba do Programa Saúde da Família, que foi especulado em 9 milhões.

Greve municipários Porto Alegre 03

Contudo, os municipários reafirmaram, na última assembleia, que só saem da greve com a reposição integral da inflação de 8,17% e o reconhecimento das perdas acumuladas, totalizando 20%, mais o calendário das progressões funcionais para 2015 e o PL garantindo o não terão confiscados seus salários e direitos adquiridos. Enquanto seguem em greve, os vereadores se autoconcederam um belo reajuste de quase 2 mil reais. Reafirmando o caráter de classe das decisões que os vereadores e o prefeito vêm tomando, mostrando, assim, que o lado destes não é o da classe trabalhadora.

Jonas Tarcísio, Municipário
Matheus Portela, Unidade Popular pelo Socialismo (UP)