UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 19 de novembro de 2025
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Crise na Educação: Governo vai cortar mais dinheiro das áreas sociais

Joaquim Levy, ex-banqueiro e atual ministro da Economia.
Joaquim Levy, ex-banqueiro e atual ministro da Economia.

Dentre as várias áreas sociais atingidas pelo ajuste fiscal implementado pela presidenta Dilma, a Pátria Educadora é certamente quem mais sofre. Nesta sexta-feira (22), o governo federal anunciou mais um corte de verbas no orçamento do Ministério da Educação de R$ 9,8 bilhões.

A saúde pública (com menos R$ 11,8 bilhões) e a construção de moradias populares (corte de R$ 17,2 bilhões) também tiveram seus orçamentos diminuídos. Com esta medida, o governo federal fortalece sua concepção de jogar sobre as políticas sociais e os trabalhadores a conta da crise econômica.

No caso específico da educação, os cortes anunciados podem ser o prenúncio de uma grande crise em todo o sistema. Após a expansão da oferta de vagas pelo setor público (Programa de Reestruturação das Universidades – Reuni) e, principalmente, pelo setor privado (Prouni e Fies), a falta de recursos pode comprometer todo o sistema.

No setor público, tanto os professores quanto os funcionários das Instituições Federais de Ensino anunciaram a realização de uma greve geral da categoria para o próximo dia 28. Diante dos cortes, o Ministério da Educação não apresentou qualquer proposta de reajuste salarial ou de garantia das condições de trabalho para esses servidores.

Em várias instituições os trabalhadores terceirizados estão com salários atrasados há pelo menos três meses. É o caso da UFRJ, que viveu uma ocupação de Reitoria por quase uma semana, e o reitor foi obrigado a suspender as atividades em alguns setores. Situação similar ocorre em quase todas as federais.

O bloqueio no pagamento das diversas modalidades de bolsas estudantis também é uma realidade desde o início do ano letivo. Sem bolsas, muitos estudantes que mudaram de cidade para fazer o ensino superior estão tendo que abandonar a universidade.

Os governos estaduais acompanham o governo federal nos cortes da educação. O resultado é a explosão de greves de professores das redes estadual e municipal por todo o país. Professores do Paraná, Pernambuco, São Paulo e Pará estão em greve neste momento.

No setor privado, o corte nas bolsas do Financiamento Estudantil (Fies) afetou a vida acadêmica de milhares de estudantes pelo país. Este corte foi encaminhado pelo MEC da pior forma possível, fazendo crer que era um problema técnico, mas, na verdade, era uma decisão política de diminuir as verbas para o financiamento.

Este novo corte das verbas do MEC pode comprometer, no próximo semestre, a realização de programas como Prouni, tornando ainda mais difícil a situação dos estudantes que mais precisam.

Todo esse ajuste fiscal tem um objetivo claro: juntar R$ 66,3 bilhões (1,1% do PIB) para pagar de juros aos banqueiros e especuladores. Não é a toa que a taxa básica de juros está em 13,25% e continua a subir a despeito da estagnação da economia. Neste contexto, o leve aumento de impostos para os bancos anunciado pelo governo tem um efeito de mera propaganda.

Sandino Patriota, São Paulo

Servidores da UFRJ entram em greve a partir do dia 29 de maio

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Em assembleia convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ (SINTUFRJ), mais de 500 trabalhadores decidiram, ontem (21/05), por unanimidade a adesão da categoria à greve nacional da Fasubra, a partir do dia 29 de maio.

Para o Coordenador Geral do sindicato, Francisco de Assis, o momento é de mobilização. “Devemos envolver toda a categoria para lutar por uma greve que traga mais conquistas. Para isso, precisamos sair da postura de comodismo que muitas vezes impera na greve, e construir as atividades locais e nacionais de mobilização”.

Rafael Coletto, do Movimento Luta de Classes (MLC) e servidor da UFRJ, lembrou da pauta interna de democratização da universidade e defendeu a paridade na ocupação dos cargos de direção da UFRJ. “Acabamos de eleger um Reitor (Roberto Leher) que defendeu abertamente essa proposta. Agora, temos que aproveitar a greve para fortalecer esta pauta, lutando para ocupar mais os espaços de gestão da universidade”, disse.

De modo geral, houve consenso em todas as falas do absurdo que é o governo destinar 45% do Orçamento da União para o pagamento da dívida pública, enquanto faz economia cortando direitos dos trabalhadores e se nega a sinalizar ganhos econômicos para os servidores.

A assembleia também aprovou os eixos principais da greve: estabelecimento de data-base, aumento de 27,3%, paridade entre ativos e aposentados, isonomia de benefícios, fim da EBSERH e aprimoramento da Carreira.

A entrada da UFRJ na greve da Fasubra fortalece o movimento nacional, pois se trata da maior universidade em quantitativo de servidores do país, além de estar vivendo uma forte conjuntura de mobilizações estudantis e de trabalhadores terceirizados. No próximo fim de semana a Fasubra realizará plenária nacional que irá definir a estratégia da paralisação.

Redação Rio

Denúncia de violência policial na favela do Acari, no Rio de Janeiro

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O complexo de favelas do Acari, na Zona Norte do Rio de Janeiro, tem sofrido com recorrentes operações policiais nos últimos dias devido ao processo de preparação para a instalação de uma UPP na comunidade vizinha do “Chapadão”.

Essas operações têm feito os moradores sofrerem na mão da famigerada CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Cívil). Na quinta feira (14/05), a menina Ana Júlia dos Santos Coutinho, 8 anos, foi atingida por uma “bala perdida” durante uma incursão da polícia na favela.

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Ana Júlia, 8 anos, é mais uma vítima da polícia no Rio de Janeiro

O sentimento dos moradores é expresso nas palavras de Deley de Acari, poeta e ativista de direitos humanos residente na favela. “Estaria agredindo a minha parca inteligência se acusasse a CORE de tentativa de homicídio na favela do Acari. O que a polícia civil militarizada faz é, de fato, uma declaração de guerra, não ao tráfico de drogas, mas ao povo favelado não só de Acari, mas de todas as favelas”.

Segundo Deley, o policial da CORE fez vários disparos de fuzil contra seis pessoas, entre elas duas mães e quatro crianças negras. “Quando o delegado da CORE que comandava a operação afirma que houve confronto com traficantes ou foi ‘acidente’, mente descarada e cinicamente, pois o que aconteceu foi um confronto contra um perigoso grupo de mães e crianças fortemente armados de uniformes de escola e mochilas com armamento pesado e letais, como cadernos, livros, canetas, borrachas e estojos de lápis de cor”, afirma.

Casos de violência policial como esse são comuns nas favelas do Rio de Janeiro, e ocorrem mesmo nas comunidades “pacificadas” pela UPP.

Redação Rio

Prefeito Marinho se nega negociar com servidores de São Bernardo em Greve

marcha dos servidores sbcHá quase 10 dias, os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público municipal da cidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, estão em greve por melhores condições de trabalho e por aumento salarial. O prefeito Luiz Marinho (PT) se negou a apresentar qualquer proposta até o 7o dia de greve e, depois, condicionou as negociações ao término do movimento paredista.

Luiz Marinho é ex-presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC e construiu toda sua projeção política como militante sindical. No entanto, uma vez na administração, o prefeito tem se comportado como o pior tipo de patrão, se negando a negociar com o sindicato dos trabalhadores e perseguindo os movimentos sociais de moradia da cidade.

A greve dos servidores de São Bernardo do Campo tem sido um exemplo de mobilização e luta. Todas as manhãs são realizadas mobilizações em diversos pontos da cidade e ações de esclarecimento à população são desenvolvidas. Todos os dias são realizadas marchas até a prefeitura que reuniram até 10 mil pessoas.

Para reivindicar a abertura de negociações por parte da prefeitura, um grupo de servidores ocupou a Câmara dos Vereadores e lá permanece até que o governo se sensibilize.

Abaixo, reproduzimos a carta dos servidores que se encontram em ocupação na câmara:

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O funcionário público de São Bernardo do Campo traz em sua história a característica do atendimento humano. Constitui-se em nossa história a construção da cidadania, da democracia.

Diante das situações que temos vivenciado com governo tão antagônico, com discurso democrático e ação ditatorial, não restaram alternativas a não ser manifestar nossa indignação e insatisfação diante dessas ações que afetam nossa característica maior: “Servir com qualidade”.

Nós, que estamos aqui dentro, somos apenas uma parte do todo que está aí fora. Estamos aqui com sentimento de gratidão, alegria, união com o resgate da força e dignidade que estamos vivenciando.

Salientamos ainda que durante toda a noite, tivemos as necessidades básicas supridas graças à solidariedade de todos.

Não esqueçamos “juntos somos fortes”. Estamos dispostos a permanecer aqui até que sejam abertas as negociações e haja uma proposta real e respeitosa que não traga prejuízo a nenhum servidor.

“Nenhum de nós é tão forte quanto todos nós juntos!”

São Bernardo do Campo, 21 de maio de 2015

Da Redação, São Paulo

Técnico-administrativos da UFRGS, UFCSPA e IFRS decretam greve

assembleia3Foi realizada neste dia 21 de maio, em Porto Alegre, a assembleia geral dos servidores técnico-administrativos da UFRGS, UFCSPA e IFRS. O auditório do curso de Economia ficou pequeno para os mais de 400 servidores presentes, que aprovaram por ampla maioria a greve a partir do dia 28 de maio, por tempo indeterminado.

Dentre as pautas principais dos servidores estão: luta por data-base, reajuste salarial, contra a terceirização, contra a Ebserh e por democracia nas IFES.

Em relação à terceirização, além do retrocesso do PL 4.330, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 16 de abril, que é constitucional o repasse de recursos públicos para Organizações Sociais (OSs). Assim, abriu-se a possibilidade para o fim dos concursos públicos para a contração de trabalhadores em todas as áreas sociais do Estado, como hospitais e universidades, ampliando o modelo falido já aplicado na saúde também para a educação.

Para Jerônimo Menezes, servidor da UFRGS e militante do Movimento Avançando Sindical (MAS) e da Intersindical-CCT, “o modelo de OSs é a entrega da educação para o modelo privado de gestão. Acaba com o Regime Jurídico Único dos servidores públicos e precariza o trabalho e as condições de organização dos servidores para resistir a esses ataques, visto que fragmenta a classe trabalhadora em diversos regimes de trabalho distintos. Além de tornar o direito à educação uma mercadoria”.

Na assembleia também foram eleitos delegados que representarão a Assufrgs na Plenária da Fasubra, de 23 e 24 de maio, que definirá as pautas e a tática do movimento grevista que iniciará em âmbito nacional.

O sentimento é de unidade, de luta e combatividade diante do cenário nacional de retirada de direitos da classe trabalhadora. Como aponta Hélio Omar Cavalheiro, servidor da UFRGS: “sempre foi assim, desde os anos 90 quando entrei na UFRGS, com muita luta, manifestações paralisações e greve”. É o que classe trabalhadora tem em suas mãos: a organização e a luta.

Professores da rede estadual de Pernambuco voltam à greve

assembleia2Após 24 dias de greve no mês passado, os professores da rede estadual de ensino de Pernambuco decidiram, em assembleia realizada na manhã deste dia 21, retornar à greve a partir de sexta-feira (29). A categoria exige o cumprimento da Lei do Piso Salarial, que garante reajuste de 13% a todos os profissionais da rede. O governo ofereceu esse reajuste apenas ao magistério, o que corresponde atualmente a apenas 10% da categoria.

A primeira greve realizada neste ano se encerrou no dia 05 de maio, após o governador Paulo Câmara garantir que iria reabrir as negociações e ouvir a categoria, que mantinha a paralisação mesmo após a Justiça ter decretado o movimento ilegal.

A assembleia contou com a participação de cerca de 2.500 professores, além de estudantes que foram apoiar o movimento. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), o governo propôs um reajuste inicial de 0,89% para o mês de abril e 2% a cada trimestre de 2015, totalizando cerca de 7%. O sindicato planeja um ato em frente à Assembleia Legislativa no dia 29, onde os professores se reunirão para definir os rumos da greve.

Redação PE

Ocupação Olga Benário do MLB continua a luta

2105aO MLB vem a publico repudiar a ação truculenta do batalhão de choque na ação do despejo das famílias da ocupação Olga Benário, na Av. Recife no bairro do Jiquiá em Recife-PE, por volta das 5h do dia 21/05/2015, mais uma vez os interesses dos grandes projetos se sobrepõem aos interesses das famílias sem teto da nossa cidade.

Depois de 18 dias de muitas lutas, atos, passeatas e inúmeras reuniões com a prefeitura do Recife e do governo do estado, para garantir os direitos de moradia digna, centenas de famílias da Ocupação OLGA BENARIO, foram surpreendidas  com ação do batalhão de choque, cerca  de 1500 barracos, foram destruídos na manhã de hoje.

A ordem de reintegração de posse foi contestada pela advogada do movimento Drª Maria José, que conseguiu que o judiciário notificasse a advogada da Jiquiá Desenvolvimento Imobiliário SPE Ltda para que no prazo de 5(cinco) dias respondesse a ação do Movimento, mais no entanto o judiciário não suspendeu a ação de reintegração.

Em reunião com a Prefeitura do Recife e Governo do estado no dia de ontem (20/05) foi conquistado pelo movimento:

– Cadastramento pela prefeitura e governo de todas as famílias;

– Levantamento de terrenos indicados pelo MLB, para iniciar a negociação da construção de conjuntos habitacionais para essas famílias;

-Mesa de negociação permanente e periódica com a prefeitura e o governo.

O MLB afirma sua luta juntamente com todas as famílias da ocupação Olga Benário, em lutar pelo direito a moradia e pela reforma urbana. Queremos agradecer a todos os companheiros (as), que contribuíram levando sua solidariedade e apoiando nas negociações para evitar a reintegração violenta, e agradecer as famílias que resistiram e continuaram na luta!

A luta continua!

Não aos Megas Projetos

Pelo direito a Terra, moradia e Reforma urbana.

Olga Benario Vive, resiste e luta!

 

Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB

Solidariedade a Cuba terá plenária aberta neste sábado em São Paulo

10419007_839373829443376_6182027042775172102_nO Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba convocou para este sábado uma plenária aberta a todas as entidades e militantes da solidariedade. A plenária ocorre às 14h, na sede do Sindicato dos Advogados, na rua da abolição.

O objetivo da Plenária é o de preparar o  movimento de solidariedade a Cuba na participação da próxima convenção nacional de solidariedade, que ocorre de 04 a 06 de junho, na cidade de Recife, Pernambuco.

O objetivo da convenção é o de preparar o movimento de solidariedade para a nova conjuntura cubana e a necessidade de fortalecer a campanha pelo fim do embargo econômico que continua a ser imposto pelos EUA.

Representantes do governo cubano estarão presentes na convenção, o que permitirá o aprofundamento de vários temas e os esclarescimento de questões e ataques que são levantandos pela mídia nesta nova fase que vive o país.

Da Redação, São Paulo

Marcha do Silêncio: milhares nas ruas do Uruguai por verdade e justiça

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11350515_1086440194705124_8753053960112484119_nEm mais um 20 de maio no Uruguay milhares de pessoas saíram âs ruas na capital, Montevidéu, com uma só demanda: verdade e justiça sobre os crimes e desaparecimentos de uma centena de pessoas cometidos pelas Forças Armadas que deram um golpe de estado e tomaram o poder político durante doze anos (1973-1985) nesse país.

A data lembra a aparecimento em Buenos Aires (20 de maio de 1976), dos corpos de Zelmar Michelini e Héctor Gutiérrez Ruiz, legisladores uruguaios assassinados na Argentina por um comando de militares coordenado com os militares argentinos dentro do conhecido “Plano Condor”. Nesse “operativo” também foram assassinados Rosario Barredo e William Whitelaw, integrantes da resistência à ditadura nesse momento exilados na Argentina, como milhares de uruguaios e uruguaias.

A marcha é uma iniciativa da associação Mães e Familiares de Detidos Desaparecidos e busca pressionar o governo nacional para que aplique a punição aos torturadores e assassinos do período militar.

 Da Redação

 

Metrôs e Trens de São Paulo vão entrar em greve no dia 27

Os 3 sindicatos que representam os ferroviários em toda Grande São Paulo e o Sindicato dos Metroviários acabaram de decidir em assembleia pela greve a partir das 0h do dia 27 de maio.
imagesA CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), o Metrô e o Governo de Geraldo Alckmim (PSDB), insistem em oferecer apenas 6,65% sob as cláusulas econômicas e 0% de reajuste real. Pelo INPC, a categoria deveria ter no mínimo 7,9% de reajuste para recompor as perdas.
As empresas têm se negado a negociar e têm sido intransigente no reajuste oferecido. Os ferroviários e metroviários alegam que insistiram em uma negociação que garantisse um reajuste real dos salários mas que a empresa se mantém de braços cruzados em relação às demandas da categoria.
Uma das reivindicações da categoria é readimissão imediata dos 37 metroviários demitidos na última greve. A justiça do trabalho já deu ganho de causa aos metroviários, mas o governador insiste em recorrer à lentidão da justiça para impedir que pais e mães de família retornem aos seus postos de trabalho.
Nessa sexta-feira (22), iniciam a comunicação com a população através de panfletagens na frente das estações,  alertando sobre a data e os motivos que levaram os ferroviários e ferroviárias ao recurso da greve como forma de luta por seus direitos.
Fernando Oliveira, São Paulo

Terceirizados da UFCG fazem paralisação contra atraso no pagamento

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Edísio terceirizados da UFCGApós dois meses de salários atrasados, os trabalhadores da empresa Suprema, que presta serviços terceirizados no Restaurante Universitário da Universidade Federal da Paraíba (UFCG), resolveram no início dessa terça-feira (19/05) cruzar os braços.

Além do atraso no pagamento, empresa desde o começo do ano não paga o reajuste do salário mínimo a seus funcionários, não repassa o vale-transporte, nem deposita o FGTS. Apesar deste flagrante desrespeito aos direitos trabalhistas, a empresa assediava moralmente os trabalhadores para que continuassem trabalhando mesmo sem receber.

Após reunião com representantes da Reitoria, os trabalhadores terceirizados decidiram manter a paralisação, saindo em passeata pelo campus universitário, rumo à Reitoria, onde estava previsto para se iniciar uma reunião sobre o orçamento da universidade entre o Reitor e os diretores de centro. Imediatamente, o movimento recebeu o apoio dos estudantes.

Terceirizados UFCGO Reitor da UFCG, Edilson Amorim, afirmou que não havia atraso no pagamento feito às empresas que justificasse tamanha demora dos salários, e se comprometeu a chamar uma reunião com as empresas envolvidas para a solução do problema.

Para Wilton Maia, representante do Movimento Luta de Classes, o caso dos terceirizados da UFCG não é isolado. “É o retrato fiel do que acontece com os trabalhadores terceirizados no país. Além dos baixos salários, ainda sofrem um tratamento similar ao da escravidão. Talvez até pior, pois os escravos ainda recebiam comida para trabalharem. Se for aprovado o PL 4330, da terceirização, que está tramitando no Congresso Nacional, essa será a situação a que estarão submetidos todos os trabalhadores brasileiros”, disse.

Já para Edísio Leite, militante da União da Juventude Rebelião e diretor da UNE, que também esteve presente, esse é o reflexo do ajuste fiscal nas universidades. “Este corte está causando um verdadeiro caos para os estudantes, que além de sofrerem com a falta de assistência estudantil, estarão agora sem poder se alimentar no RU por conta de empresas que não estão nem um pouco interessadas no desenvolvimento da universidade, e sim na obtenção de lucros, mesmo que para isso coloque os seus próprios funcionários em situação de penúria”, afirmou.

No momento, os trabalhadores mantêm o serviço paralisado até que os pagamentos atrasados sejam regularizados.

Redação Paraíba