Militante da UJR, Matheus Portela tem se destacado no trabalho com o jornal A Verdade no Rio Grande do Sul. Com muita disposição, vende mais de 100 jornais por mês, principalmente em brigadas individuais dentro dos ônibus da Capital gaúcha. A seguir, a entrevista de Matheus contando como realiza essas ações e o que pensa do nosso jornal.
A Verdade –Como são as brigadas do jornal nos ônibus?
Matheus Portela – É simples. Eu tenho uma cota mensal a ser vendida e, ao mesmo tempo, passo cerca de duas horas diárias dentro de um ônibus, devido às más condições do transporte público na cidade. O que eu faço é deixar o ônibus um pouco mais animado. Vendo e divulgo o jornal, e ele custa apenas dois reais.
A ideia das brigadas nos ônibus eu aprendi com os camaradas da União Juventude Rebelião do Ceará; apenas a adaptei ao Rio Grande do Sul. A tática de venda varia para cada tipo de ônibus. Quando ele não está lotado por completo, ou seja, quando as pessoas não estão totalmente apertadas, por exemplo, eu distribuo o jornal para cada pessoa, destaco um jornal para mim, vou para frente da roleta e começo a apresentar o jornal, mostrando-o a todos.
“Olá, pessoal, meu nome é Matheus, sou estudante de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e estou aqui para fazer a venda e a divulgação de um jornal popular, um jornal alternativo. Enquanto o Zero Hora e o Correio do Povo mentem para a população, eu venho aqui para falar dos problemas de vocês que estão neste ônibus, a verdade da classe trabalhadora”. Muitas vezes “brinco sério”, que o jornal A Verdade vem pra falar dos problemas da população e não de quanto sobe ou desce a Bolsa de Valores.
Não existe uma regra ou um script pronto. Tento prestar atenção e sentir seus olhares; só assim saberei o que está lhes chamando mais atenção.
Minha maior venda até agora foi uma apresentação de cerca de cinco minutos. Aplaudiram e até mesmo participaram do debate: acenando com a cabeça, gritando “viva a imprensa alternativa” e resmungando frente aos roubos da Copa. Nessa brincadeira, foram 26 jornais, e infelizmente não vendi mais porque acabou.
Por que é importante a venda do jornal?
Acho que a pergunta que devíamos nos fazer é por que não achamos importante vender o jornal ou por que não nos esforçamos para vendê-lo mais. O jornal é uma das principais tarefas para a revolução, pois com ele podemos trazer uma nova opinião aos trabalhadores. Foi por causa dele que me afirmei ideologicamente. E é por causa dele, também, que sigo na luta pelo socialismo.
Quando chega o jornal na minha cidade, a primeira coisa que faço é lê-lo por inteiro e, quando não consigo, faço no ônibus e sempre vou conversando com quem vendi o jornal. Todos sempre gostam muito e hoje tenho até clientela. Pena que são poucos jornais ou poucas pessoas para vendê-lo.
Durante nossa militância nos deparamos com contatos que não dispõem de tempo devido às inúmeras atividades, e assim nós reclamamos: “Não pudemos conversar, ele estava sem tempo”. Porém, se não conseguimos ter uma conversa séria sobre o futuro da sociedade e da nossa vida, deixemos que o jornal converse com ele.
Após a leitura do jornal eu me sinto eufórico, pois amo rir e chorar com as esperanças que aqueles que escrevem me dão. Essa euforia também se transforma em vontade de fazer com que outras pessoas sintam o mesmo que eu. Não consigo acreditar que alguém não queira mostrar o nosso jornal a outra pessoa – ele é excelente. Só consigo achar que ele (a) não o leu. Ainda mais, que todos os dias alguém me conta que leu todo o jornal e até mostrou à sua família.
Qual a sua mensagem para os leitores e brigadistas de A Verdade?
Gostaria de agradecer a todos pela paciência e pedir desculpas pelas vezes que eu possivelmente os acordei no ônibus. Queria também pedir a compreensão, pois faço isso unicamente por amor. Como dizia Che Guevara, “O verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor”.
Também quero convidá-los a divulgar esta imprensa popular e, principalmente, para mandarem matérias ao jornal, pois sem o trabalho de vocês não posso fazer o meu. Não existe matéria ruim ou de pouca qualidade teórica. Existem apenas as matérias escritas e as não escritas; então ajude! Este jornal também é seu; cabe a você cuidar dele, valorize o enorme esforço dos trabalhadores do jornal, que se esforçam voluntariamente para que esta impressão saia em nível nacional. Ajude com que esse jornal passe a ser quinzenal. Só assim, trilharemos uma nova agitação e propaganda revolucionária, que poderá modificar a concepção das massas mais atrasadas, e assim derrubaremos o capitalismo e forjaremos uma nova sociedade igualitária. A sociedade socialista.
Cerca de 5000 metalúrgicos da fábrica da Renault na cidade de Bursa entraram em greve na Turquia desde a meia-noite do dia 14 de maio. Milhares de trabalhadores de outras fábricas, incluindo Tofaş, uma joint venture do conglomerado industrial Turco Koç Holding, Coşkunöz e FIAT, também entraram em greve em apoio aos trabalhadores da Renault na última sexta. A fábrica da Renault em Bursa produz normalmente cerca de 400 carros por cada turno. Bursa é a quarta maior cidade da Turquia e centro da indústria automobilística no país.
A luta dos metalúrgicos por melhores condições de trabalho vem se fortalecendo desde 2012, quando milhares de trabalhadores da fábrica alemã Bosch se retiraram do sindicato Türk Metal (membro da Confederação Turca de Sindicatos, TÜRK-İŞ) por que esse sindicato abandonou a luta pelos direitos dos trabalhadores. Vários protestos se seguiram após essa decisão e levaram a realização de um fórum interno com várias fábricas para a realização de ações autônomas.
Os trabalhadores da Renault, que lutavam contra os baixos salários, demandaram que um dos executivos da fábrica desse resposta a suas reinvidicações, mas foram ignorados por mais de um mês. A inércia do sindicato dos Metalúrgicos (Türk Metal) também foi denunciada.Um acordo de trabalho foi assinado para o período de 2014-2017 entre o Türk Metal e o sindicato dos patrões, União Industrialista do Metal da Turquia (MESS, sigla em Turco), oito meses atrás.
No entanto, os trabalhadores continuaram reivindicando melhorias e as mesmas condições de trabalho que foram conquistadas pelos trabalhadores da Bosch, local onde o sindicato Türk Metal também dirige e um aumento de 60% foi conquistado. O contrato de trabalho na fábrica da Bosch foi renovado em Dezembro de 2015.
As demandas dos trabalhadores da Renault são as seguintes:
– Uma renogociação do contrato de trabalho com base no acordo da Bosch.
– Liberdade de filiação sindical através de processos democráticos. Garantia de estabilidade no trabalho para quem se desfiliou do sindicato Turk Metal.
– Retirada imediata dos funcionários do sindicato Turk Metal das fábricas.
Aconteceu no último dia 11 de maio, na Corte Nacional de Justiça do Equador, a audiência do recurso apresentado pelos advogados da professora Rosaura Bastidas Valencia, dirigente da União Nacional dos Educadores (UNE), contra a Corte Provincial de Esmeraldas. Apesar da sindicalista não ter cometido nenhum crime, o tribunal determinou uma pena de três anos de prisão.
Rosaura é professora primária e ex-vereadora pelo Movimento Popular Democrático (MPD), na cidade de La Concórdia. Foi condenada pela justiça equatoriana, após um processo que durou cinco anos, pelo suposto delito de “agressão terrorista”. Os demais envolvidos no caso, Juan Alcívar Reveja, Carlos Alcívar Castañeda, Byron Rojas Zapater, Wilder Casanova Polanco, Luis Quinto Zambrano e Carlos Santana Pincay, foram declarados inocentes.
Os “motivos” da prisão
Segundo a educadora, sua prisão foi completamente arbitrária. “Fui impedida de entrar no teatro onde acontecia uma reunião do presidente Rafael Correa com a população. Ao insistir que eu tinha direito de participar da reunião, o chefe de polícia simplesmente disse ‘você fica aqui, detida como terrorista’. Então, me levou aos empurrões ao camburão, onde me espancou, lançou gás de pimenta em meu rosto e me algemou”. O fato ocorreu em 19 de julho de 2010.
Como era grande a quantidade de pessoas que foi impedida de assistir à reunião, logo gerou-se um tumulto, e muitas pessoas correram para se proteger da polícia, que jogava bombas contra a população. O ato foi suspenso e Rosaura levada à cidade de San Domingo de los Tsáchilas, distante do local onde havia sido presa.
Ao chegar, o oficial de plantão que os recebeu repreendeu os policiais lhes dizendo “por que trazem a detida para uma jurisdição afastada de seus juízes naturais?”. A professora foi conduzida ao Centro de Detenção Provisória (CDP), localizado na fortaleza de Santa Martha.
No dia seguinte, diante da ilegalidade da prisão, seus companheiros e advogados entraram com um Habeas Corpus. Na audiência de acusação, Rosaura foi denunciada por “sabotagem e terrorismo”, apesar do boletim de ocorrência da polícia afirmar que sua detenção se deu por “escândalo em via pública”.
Perseguição política
O julgamento se iniciou em 16 de agosto de 2010, mas foi suspenso por falta de testemunhas, e retomado em 27 do mesmo mês.
Na audiência, Walter Ocampos, prefeito de La Concórdia, apresentou como testemunhas de acusação vários funcionários da prefeitura. Entretanto, nenhum deles disse ter visto Rosaura Bastidas perto do teatro.
Já o promotor do caso, Gorky Ortiz, em sua alegação final afirmou aos juízes que “fique claro senhores, nunca disse que a professora Rosaura Bastidas lançou a bomba. O que quero informar-lhes é que ela foi eleita vereadora pelo Movimento Popular Democrático, um partido oposto ao governo de nosso presidente Correa”.
Logo, fica desmontada a farsa da prisão de Rosaura Bastidas. Ela é outra vítima da perseguição política a líderes sociais e políticos de esquerda no Equador, que não estão de acordo com a política do presidente Rafael Correa.
A professora, que também é mãe, foi submetida a um tratamento degradante e desumano: foi agredida fisicamente, detida ilegalmente e julgada por justiça medrosa e dominada.
Sua prisão desmascara a incoerência e o duplo discurso do governo Correa, que quer projetar-se no exterior como defensor dos direitos humanos, mas trata seus opositores internos de maneira autoritária e violenta.
No julgamento nunca puderam provar nada sobre os fatos pelos quais foi sentenciada a professora Rosaura Bastidas e, o pior, é que não lhes interessava provar nada, a não ser condená-la atropelando tudo, sentenciando-a e procurando dobrar e submeter uma mulher, a uma mãe e uma líder de longa trajetória na luta pelos direitos à educação, por uma vida melhor para a juventude e seu povo.
Entretanto, ela, como outros líderes sociais e políticos, responde com a dignidade e a coragem de uma revolucionária firme e convencida, com a certeza e a força que têm as mulheres do povo que lutam pela Pátria Nova e o Socialismo.
“O que sinto é a indignação de viver de perto como se conduz a justiça em nosso país, onde há juízes que se convertem em esbirros do presidente Correa. Os ditadores e tiranos de todos os tempos sempre recorrem à calúnia, à repressão, ao encarceramento de todos os cidadãos que pensam diferente e que denunciam a corrupção. Mas isto não me intimida. Jamais poderei pedir perdão de algo que não fiz”, afirma Rosaura.
Seu caso chocou um grande setor social, que sente como o ódio, a estigmatização e a injustiça se enfurecem contra os lutadores sociais e, especialmente, contra as mulheres que se atrevem a enfrentar o poder.
Liberdade para Rosaura Bastidas e todos os presos político do Equador!
Coletivo Social pela Defesa dos Direitos Humanos no Equador, 4 de maio de 2015
Mesmo com obstrução do Governo, assassinato do jovem Davi foi denunciado aos parlamentares federais
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara de Deputados, que investiga a violência contra jovens negros e pobres, realizou uma audiência pública nesta segunda-feira, 18 de maio, a partir 15 horas, na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas (ALE).
Durante a sessão da CPI, integrantes das comunidades, partidos políticos e movimentos sociais, culturais e negros denunciaram a violência existente nas periferias, contra o povo trabalhador, pobre e negro em Alagoas.
Segundo o Mapa da violência, Alagoas possui a maior taxa de homicídio do país, com 63,3 mortes violentas a cada 100 mil habitantes, e Maceió lidera o ranking das cidades brasileiras, com 79,9 por 100 mil habitantes.
Sendo a população negra e pobre é a que mais sofre, a CPI foi criada para investigar as causas e as consequências da violência. Constituída no dia 20 de março, a Comissão Parlamentar já estive na Bahia, no Rio de Janeiro e chega em Alagoas, para investigar, também, o caso do jovem Davi – sequestrado, morto e com cadáver ocultado pela Polícia Militar, no dia 25 de agosto de 2014.
“São quase 9 meses que meu filho sumiu e não há condenação dos policiais, que já foram identificados. Se Davi estava fazendo algo de errado, tinha que levá-lo para julgar e não desaparecer com ele. Quero ter o direito de rever meu filho, nem que seja para enterrá-lo dignamente”, afirmou Dona Maria José, mãe de Davi Silva, que foi a primeira do plenário a ser ouvida pela CPI.
As falas que seguiram, além da violência em Alagoas, denunciaram a obstrução que o Governo Renan Filho criou na Audiência. Os secretários de Governo, durante 3 horas, falaram de uma realidade que não existe em Alagoas, de uma polícia cidadã e que trata o rico e o pobre, o branco e o negro de maneira igual. Isso fez com que a comunidade só fosse ouvida a partir das 19 horas.
“É uma falta de respeito com as mães e familiares que comparecem à audiência pública. Disseram que era um espaço para ouvir a comunidade, mas os representantes do poder público de Alagoas falaram durante 3 horas e foram embora sem ouvir a realidade do povo pobre, que é vitimado nas favelas. A violência policial é sistemática. O caso do Davi permanece impune porque era pobre preto, se fosse filho de rico já estaria solucionado.”, afirmou Magno Francisco, primo de Davi Silva e membro da Unidade Popular pelo Socialismo.
Representação
A CPI esteve representada pelo seu presidente, Deputado Reginaldo Lopes (PT/MG), sua relatora, deputada Rosângela Gomes (PRB/RJ) e pelos deputados Federais Paulão (PT/AL) e delegado Edson Moreira (PTN/MG).
A ocupação Olga Benário em Recife-PE, completou quinze dias de luta e resistência, organizada pelo MLB no ultimo dia 04 de maio, enfrentou nas duas primeiras noites ações de jagunços armados e recentemente foi publicado no diário oficial, decisão do juiz da 21ª Vara Civil da Capital a ordem de reintegração de posse, mas as famílias continuam se organizando e hoje já conta com mais de 600 famílias na ocupação, que cresce a cada dia.
O autor do pedido de reintegração foi a Jiquiá Desenvolvimento Imobiliária, consorcio formada pelas empresas: Patrimonial Incorporação de bens Ltda, do capitalista José Antonio Guimarães Lavareda Filho e a empresa Itacon Empreendimento Ltda, do capitalista Paulo Miguel Coelho Sultanum, ambos são considerados pela imprensa burguesa exemplos a serem seguidos, já que a partir da exploração dos trabalhadores acumularam fortunas. Antonio Lavareda é sócio da MCI Estratégia, uma empresa de marketing, que desenvolve pesquisas nas campanhas eleitorais e atuou em mais de 75 campanhas eleitorais em todas as regiões do País. Antonio Lavareda se tornou sócio entre outras empresas da Rede Matriz e da Construtora Conic, também é conhecido pela sua truculência e de sempre andar cercado de jagunços, recentemente o mesmo foi preso pela Polícia Federal por transportar armamento, com certeza parte delas foram usadas nas primeiras noites na ocupação para intimidar as famílias que lutam na defesa de que os terrenos urbanos tenham alguma função social e o seu direito de uma moradia digna. O Outro capitalista Paulo Sultanum foi proprietário da antiga Socimasa, sócio do grupo CAOA e recentemente atua na especulação imobiliária, a exemplo da recente construção do Condomínio Morada Recife Antigo.
Diante desta realidade as famílias organizadas pelo MLB, realizaram uma passeata no ultimo dia 14 de maio, com cerca de 500 pessoas pelas ruas da Capital Pernambucana, de modo a denunciar a situação de violência a que foram vitimas pelos capitalistas e cobrar do governador Paulo Câmara(PSB) e do prefeito do Recife Geraldo Julio(PSB), medidas concretas para diminuir o déficit habitacional e uma solução para a ocupação Olga Benario, a passeata foi encerrada em frente a prefeitura do Recife, onde após muita pressão a prefeitura recebeu uma comissão e ficou de ser feito o cadastramento de todas as famílias e localizar um terreno para construção de moradias populares e atender as famílias da ocupação Olga Benario.
A luta e resistência tem recebido o apoio de dezenas de pessoas e organizações da sociedade com a doação de alimentos, água e visitas de representantes da União da Juventude Rebelião(UJR), Movimento Luta de Classes(MLC), da Unidade Popular pelo Socialismo(UP) onde as famílias tem se solidarizadas também em apoiar com sua assinatura a Ficha de Apoiamentos para o registro da UP no TSE, do Vereador Marcelo Santa Cruz(PT) que é defensor dos Direitos Humanos e apresentou requerimento de Moção prestando solidariedade no Plenário da Câmara Municipal de Olinda-PE, do deputado estadual Edílson Silva(PSOL), membro da comissão Estadual da Assembleia Legislativa de Direitos Humanos, entre outros. A ocupação Olga Benário resiste e a cada dia aumenta a quantidade de famílias dispostas a lutarem pela reforma urbana e o direito elementar de ter uma moradia digna, se livrando do aluguel, pois quem luta, conquista.
A Câmara dos Deputados aprovou o texto base para regulamentar a terceirização no Brasil. É importante que se saiba que o projeto de Lei da Terceirização, o PL 4.330/04, de autoria do empresário e Deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) já tramita na Câmara dos Deputados desde 2004 o que, por si só, já caracterizaria que a regulamentação proposta no texto base leva em conta retrato econômico e social não mais existente no país. Desde então, outros Projetos de Lei mais atuais foram propostos com o mesmo fim, o de regulamentar a terceirização, como é o caso do PL 1621/07, do também deputado, porém, ex-metalúrgico Vicentinho, contudo, com a aprovação do texto base do PL 4.330/04, todos os demais serão desconsiderados.
O texto aprovado no último dia 22/04/2015 pelos deputados é defendido pelos empresários, industriais e liberais sob o argumento de que aumentará o número de vagas de emprego e diminuirá a informalidade.
Na verdade, o que se vê no texto aprovado, que ainda será analisado pelo Senado e, passará pela sanção presidencial, podendo retornar à Câmara caso sofra alguma modificação, é o efeito contrário, que pode prejudicar aproximadamente 12 milhões de trabalhadores.
No âmbito dos empregadores privados, entre outros graves problemas, destaca-se a permissão de contratação de trabalhadores através de empresa interposta, terceirizada, com a mesma atividade fim. A primeira consequência disto é adicionar na equação mais um custo à produção e serviço: o lucro da empresa terceirizada. Este, certamente, sairá da diminuição do salário do trabalhador ou, do aumento dos preços de produtos e serviços. Quem perde é a classe trabalhadora.
Outro risco fica por conta do enfraquecimento das entidades de classe e, em consequência, aos direitos oriundos de Convenções Coletivas, isto porque o texto prevê o recolhimento da contribuição sindical à entidade representante da categoria profissional da empresa contratante.
Os trabalhadores precisam ficar de olho nos próximos passos de tramitação deste projeto!
Dr. João Gabriel Wanick é advogado Trabalhista em Pernambuco
CUT, CTB, Intersindical, Conlutas, UGT e NCST farão em 29 de maio um Dia Nacional de Paralisação contra as MPs 664/665 e o PL 4330.
O Congresso Nacional mais conservador da história recente do Brasil vem aprovando, semana após semana, medidas que atacam os direitos conquistados pela classe trabalhadora e pelo povo brasileiro.
É um parlamento de corruptos. A grande maioria dos deputados e senadores tiveram suas campanhas financiadas por grandes empreiteiras e corporações capitalistas, inclusive aquelas que estão envolvidas com a corrupção na Petrobrás. De rabo preso com os capitalistas, os deputados e senadores votam de costas para o povo e aprovam leis em interesse próprio.
Na noite do dia 06 de Maio, o parlamento aprovou mais uma lei contra os trabalhadores. A Medida Provisória 665, defendida pela presidenta Dilma como parte do ajuste fiscal, ataca o direito ao seguro-desemprego e ao abono salarial, conhecido como Pis/Pasep.
Apesar do apelo da CUT, quase todos os deputados do PT e do PCdoB votaram contra os trabalhadores e a favor da MP 665, demonstrando o grande compromisso desses parlamentares com o capital e com o ajuste fiscal que beneficia os mais ricos.
Diante desse quadro, os trabalhadores e o povo só podem confiar na sua própria luta para barrar a retirada dos nossos direitos. É o momento de mobilizar todos os setores populares, da juventude e todas as categorias de trabalhadores para fazer uma grande greve geral que faça tremer os que pensam que podem atacar nossos direitos impunemente.
Abaixo, reproduzimos a nota da Executiva Nacional da CUT de convocação da greve:
A Direção Executiva da CUT, reunida em São Paulo no dia 05 de maio de 2015, reafirmou sua posição contrária à política de ajuste adotada pelo governo para enfrentar a crise econômica, assim como reiterou a luta que a Central vem desenvolvendo, junto com centrais sindicais e movimentos sociais parceiros, para defender os direitos, a democracia, a reforma política, a democratização dos meios de comunicação, a Petrobrás e para combater, com igual peso, a corrupção.
A CUT reprova a atual política econômica do governo por ser incoerente com o projeto que os/as trabalhadores apoiaram e que foi vitorioso nas últimas eleições, por levar o país à recessão e por penalizar a classe trabalhadora com o desemprego, a retirada de direitos, a precarização das relações de trabalho e a regressão de políticas públicas. Considera inaceitáveis as perdas de direitos contidas nas MPs 664 e 665 e posiciona radicalmente contra sua aprovação no Congresso Nacional. No lugar de penalizar os setores menos favorecidos da população, as medidas de ajuste deveriam incidir sobre os setores mais abastados da sociedade que concentraram renda e poder sonegando impostos e se beneficiando de uma política tributária regressiva.
A CUT questiona igualmente a eficácia da elevação da taxa de juros como medida de combate à inflação e seu efeito deletério na economia, ao provocar a elevação da dívida pública, limitar o investimento do Estado em infraestrutura e políticas públicas e inibir o investimento privado na produção. Reafirma a posição, explicitada na Plataforma da CUT, a favor de uma política que promova o crescimento econômico com inclusão social, proteja o emprego e a renda, preserve e amplie os direitos dos/as trabalhadores/as.
A CUT é radicalmente contra o PL 4330, repudia a forma truculenta como foi submetido à votação na Câmara Federal e denuncia os parlamentares que votaram a favor do projeto como traidores da classe trabalhadora e ladrões de direitos. Questiona sua constitucionalidade e continuará a luta contra a terceirização nas ruas, nas redes sociais e no próprio Congresso Nacional, pressionando pelo seu arquivamento no Senado.
A CUT questiona também a aprovação das PECs (PEC 215 na Câmara Federal e PEC 38 no Senado), que transferem a demarcação das terras indígenas do Executivo para o Legislativo, favorecendo os interesses do capital internacional e das empresas nacionais na apropriação dessas terras para o agronegócio, acentuando, dessa forma, a já impressionante concentração fundiária e de poder por parte de setores minoritários da sociedade brasileira. Reivindica também a abertura de diálogo para discutir os investimentos públicos nos portos e em transporte. Exige a aprovação da PEC das domésticas e a ampliação de seus direitos.
A direção da CUT manifesta irrestrita solidariedade aos servidores públicos em greve, particularmente os professores, e repudia a forma brutal como suas legítimas manifestações foram reprimidas, como no Paraná, considerando essas ações um atentado aos direitos humanos e à democracia. Denuncia a degradação do ensino e das condições de trabalho na rede pública estadual e exige que essas condições sejam revertidas, assegurando-se a prioridade constitucional dada à educação. Reitera a necessidade de regulamentação da Convenção 151 da OIT que reconhece e regula a negociação coletiva no serviço público, assim como considera fundamental o reconhecimento do direito de greve no setor público. Questiona, da mesma forma, os cortes federais na educação e as restrições impostas ao FIES, decorrentes da política de ajuste, que frustram as expectativas e interrompem a formação de milhares de estudantes universitários pobres.
Finalmente, a CUT conclama suas bases a darem continuidade às lutas, ao lado dos movimentos sociais, no local de trabalho e nas ruas, em defesa dos direitos, da democracia e do projeto de desenvolvimento vitorioso nas últimas eleições. Essa luta ganhará intensidade com o Dia Nacional de Paralisação, em 29 de maio, rumo à greve geral.
DIREITO SE AMPLIA, NÃO SE DIMINUI!
PÁTRIA EDUCADORA SE FAZ COM INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO!
PELA REFORMA POLÍTICA E PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA!
CONTRA A CORRUPÇÃO E EM DEFESA DA PETROBRAS!
29 DE MAIO: DIA NACIONAL DE PARALISAÇÃO E MANIFESTAÇÃO CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO, AS MPs 664-665 E EM DEFESA DOS DIREITOS E DA DEMOCRACIA!
O papel de Stálin na Segunda Guerra Mundial foi determinante para a vitória da humanidade sobre o nazismo. Caluniado por seus opositores internos e pelos ideólogos burgueses após sua morte em 1953, seus méritos militares raramente recebem o destaque que merecem, enquanto que batalhas e líderes de menor envergadura recebem mais destaque que o líder de aço soviético.
Quando se fala da II Guerra Mundial, é preciso sempre dizer que, de fato, não houve só uma guerra, mas várias. A guerra que levou os imperialismos anglo-americano e francês contra seu concorrente alemão não tinha muita coisa em comum com a guerra nacional antifascista da União Soviética. A guerra no Ocidente tinha sido uma guerra entre dois exércitos burgueses. No combate contra a invasão hitlerista, a classe dirigente francesa não queria nem podia mobilizar e armar as massas trabalhadoras por uma luta de morte contra o nazismo. Após a derrota das suas tropas, Pétain, o herói da I Guerra Mundial, assinou o ato de capitulação e entrou de pé leve na colaboração. Quase em bloco, a grande burguesia francesa se arrumou sob as ordens de Hitler, tentando tirar o melhor partido da Nova Europa alemã. A guerra do Oeste permaneceu, de qualquer sorte, uma guerra mais ou menos “civilizada” entre burgueses “civilizados”.
Nada de comparável na União Soviética. O povo soviético teve de fazer frente a uma guerra com toda uma outra natureza. E um dos méritos de Stalin é de tê-la compreendido e de estar coerentemente preparado.
Antes do começo da operação Barbarossa, Hitler já tinha claramente anunciado o colorido. Em seu Diário, o general Halderregistrounotas de um discurso que Hitler pronunciou diante dos seus generais,a 30 de Maio de 1941. O füher falava da guerra por acontecer com a União Soviética.
“Luta de duas ideologias. Julgamento humilhante a respeito do bolchevismo: ele é como um crime a-social. O comunismo representa um perigo horrível para o futuro. (…) Trata-se de uma luta de aniquilamento. Se nós não tomarmos a questão sob este ângulo, nós abateremos com certeza o inimigo, mas,em 30 anos, o inimigo comunista se oporá de novo. Nós não faremos a guerra para guardar nosso inimigo. (…) Luta contra a Rússia: destruição dos comissários bolcheviques e da inteligênciacomunista.”
Note-se que se trata aqui da “solução final” – mas não contra os judeus.
As primeiras promessas de “guerra de aniquilamento” e de “destruição física” foram endereçadas aos comunistas soviéticos.
E efetivamente, os bolcheviques, os soviéticos, foram as primeiras vítimas dos extermíniosde massa.
O general Nagel escreveu em Setembro de 1941:
“Contrariamente à alimentação de outros prisioneiros (quer dizer ingleses e americanos) nós não temos compromissocom nenhuma obrigação de ter de alimentar prisioneiros bolcheviques.”
Nos campos de concentração de Auschwitz e de Chelmno, “prisioneiros soviéticos foram os primeiros, ou estiveram entre os primeiros, a ser deliberadamente mortos por injeções letais e pelo gás.”
O número de prisioneiros de guerra soviéticos mortos nos campos de concentração, “no curso dos deslocamentos”, em “circunstâncias diversas”, atingiu a cifra de3.289.000 homens! Quando as epidemias se espalhavam nas barracas dos soviéticos, os guardas nazistasnão penetravam aí, “salvo com equipes de lança-chamas quando, por‘razões de higiene’, os morimbundos e os mortos eram queimados juntamente com suas camas, em farrapos cheios de vermes”. Pode ter havido cinco milhões de prisioneiros assassinados, ao se levar em conta os soldados soviéticos “simplesmente abatidos nos locais”, nos momentos em que eles se rendiam.
Assim, as primeiras campanhas de extermínio, as mais vastas também, foram dirigidas contra os povos soviéticos, nos quais se incluía o povo judeu soviético. Os povos da URSS tiveram o maior sofrimento, tendo contadoo maior número de mortos – 23 milhões – mas eles também faziam prova da mais feroz determinação do mais ardente heroísmo.
Até a agressão contra a União Soviética, não houvera grandes massacres de populações judias. Nesse momento, os nazistas não haviam encontrado ainda nenhum tipo de resistência séria. Mas, desde os seus primeiros passos no solo soviético, esses nobres alemães tiveram de enfrentar adversários oferecendo combate até sua última gota de sangue. Desde as primeiras semanas, os alemães sofreram perdas severas, e isso contra uma raça inferior, contra os eslavos, e pior ainda, contra os bolcheviques. A fúria exterminadora dos nazistas nasceu de suas primeiras perdas maciças. Quando a besta fascista começou a sangrar sob os golpes do Exército Vermelho,ela pôs em prática a “solução final” para o povo soviético.
A 26 de novembro de 1941, o 30º Corpo do Exército, ocupando um vasto território soviético, tinha ordenadoencerrar nos campos de concentração, como reféns,“todos os indivíduos que eram das famílias dos resistentes”, “todos os indivíduos suspeitos de estarem em relação com os resistentes”, “todos os antigos membros do Partido” e “todos os indivíduos que ocupassem funções oficiais”. Para um soldado alemão morto, os nazistas decidiram matar ao menos dois reféns.
A 1º de Dezembro de 1942, quando de uma discussão com Hitler sobre a guerra dos resistentes soviéticos, o general Jodl resumiu a posição alemã nesses termos:
“No combate, nossas tropas podem fazer aquilo que elas quiserem: pendurar os resistentes com a cabeça para baixo ou esquartejá-los.”
A bestialidade com a qual os hitleristas perseguiam e liquidavam todos os membros do Partido, todos os resistentes, todos os responsáveis pelo Exército Soviético e seus familiares nos fizeram melhor compreender os sentidos dos Grandes Expurgos dos anos 1937-1938. Nos territórios ocupados, contra-revolucionários irredutíveis que não foram sido liquidados em 1937-1938 puseram-se a serviço dos hitleristas, informando-os sobre todos os bolchevistas, suas famílias, seus companheiros de luta.
Na medida em que a guerra no Leste adquiria um caráter cada vez mais encarniçado, a demência mortífera dos nazistas contra todo um povo se intensificou. Himmler, dirigindo-se aos dirigentes das SS, falava em junho de 1942 de uma “guerra de extermínio” entre duas “raças e povos” que se engajaram em um combate “incondicional”. Havia de um lado há “aquela matéria bruta, aquela massa, esses homens primitivos, ou melhor, esses sub-homens dirigidos pelos comissários políticos”, do outro lado, nós, os alemães”.
Um terror sanguinário,jamais praticado antes: tal foi a arma com a qual os nazistas quiseram obrigar os soviéticos à capitulação moral e política.
“Durante os combates para a tomada de Khárkov”, dizia Himmler, “nossa reputação de despertar o medo e de semear o terror nos precedia. Era uma arma extraordinária que era preciso sempre reforçar.”
E os nazistas tinham reforçado o terror.
A 23 de agosto de 1942, às 18 horas precisamente, mil aviões começaram a largar bombas incendiárias sobre Stalingrado. Nesta cidade, onde viviam 600 mil habitantes, havia muitos imóveis construídos com madeira, reservatórios de combustíveis, reservas de carburantes para as usinas. Eremenko, que comandou a frente de Stalingrado, escreveu:
“Stalingrado foi imersa nos clarões do incêndio, rodeada de fumaças e fuligem. Toda a cidade ardia. Enormes nuvens de fumaça e de fogo turbilhonavam acima das usinas. Os reservatórios de petróleo pareciam vulcões vomitando suas larvas. Centenas de milhares de tranqüilos habitantes estavam em perigo. O coração apertava de compaixão pelas vítimas inocentes do canibalismo fascista.”
É preciso ter uma visão clara destas realidades insuportáveis para compreender certos aspectos daquilo que a burguesia chama de “stalinismo”. Durante a depuração, burocratas incorrigíveis, derrotistas e capitulacionistas foram ameaçados; muitos dentre eles foram enviados à Sibéria. Um Partido desgastado pelo derrotismo e pelo espírito de capitulação não teria jamais podido mobilizar e disciplinar o povo para se contrapor ao terror nazista. E foi isso que fizeram os soviéticos nas cidades sitiadas, em Leningrado e em Moscou. E mesmo no braseiro de Stalingrado, os homens que sobreviveram jamais se renderam e finalmente participaram da contra-ofensiva.
Durante a agressão alemã, em junho de 1941, o general do exército Pavlov, no comandoda frente Oeste, deu prova de incompetência grave e de negligência. A 28 de junho, a perda de da capital bielorussa, Minsk, foi a consequência. Stalin convocou Pavlov e seu Estado-Maior a Moscou. Jukov anotou que, “por proposta do Conselho Militar da Frente Oeste”, eles foram levados a julgamento e fuzilados. Elleinstein apressou-se em dizer que assim Stalin continuou a aterrorizar seu ambiente. Ora, frente à barbárie nazista, a direção soviética devia exigir uma atitude inquebrantável e uma firmeza a toda prova e todo ato de irresponsabilidade grave tinha de ser punido com o rigor necessário.
Quando a besta fascista começou a receber golpes mortais, ela tentou recobrar coragem com banho de sangue, praticando o genocídio contra o povo soviético caído nas suas mãos.
Himmler declarou a 16 de dezembro de 1943, em Weimar:
“Quando fui obrigado a dar, em um vilarejo, ordem para marchar contra os guerrilheiros e os comissários judeus, eu tinha sistematicamente dado a ordem de matar igualmente as mulheres e as crianças desses resistentes e desses comissários. Eu teria sido um relaxado e um criminoso frente a nossos descendentes se tivesse deixadovivas as crianças cheias de ódio daqueles sub-homens abatidos no combate do homem contra o sub-homem. Nós devemos ter consciência do fato de que nos encontramos em um combate racial primitivo, natural e original.”
O chefe da SS tinha dito em outro discurso em Kharkov, a 24 de abril de 1943:
“Por que meiospoderíamos tirar do russo mais homens, mortos ou vivos? Conseguiríamos isso matando-os, fazendo-os prisioneiros, fazendo-os trabalhar verdadeiramente e não devolvendo (alguns territórios) ao inimigo, senão após tê-los esvaziado completamente de seus habitantes. Entregar homens ao russo seria um grosso erro.”
Esta realidade de terror inaudito que os nazistas praticaram na União Soviética, contra o primeiro país socialista, contra os comunistas, é quase sistematicamente ocultada ou minimizada na literatura burguesa. Esse silêncio tem um objetivo muito preciso. Quanto mais as pessoas ignoram os crimes monstruosos cometidos contra os soviéticos, mais facilmente pode-se fazer engolir a ideia de que Stalin foi, ele também, um ditador comparável a Hitler. A burguesia escamoteia o verdadeiro genocídio anticomunista para poder ostentar mais livremente aquilo que ela tem em comum com o nazismo: o ódio irreconciliável ao comunismo, o ódio de classe para com o socialismo. E para obscurecer o maior genocídio da guerra, a burguesia dirige exclusivamente os holofotes contra outro genocídio, o dos judeus.
Imagem real de Stálin durante celebrações da vitória soviética sobre o nazismo
Em um livro notável, Arno J. Mayer, cujo pai era sionista de esquerda, mostra que o extermínio dos judeus não começou senão no momento em que os nazistas, pela primeira vez, sofreram duras perdas. Foi em junho-julho de 1941, contra o Exército Vermelho. A bestialidade exercida contra os comunistas, depois as derrotas inesperadas que abalaram o sentimento de invencibilidade dos Ubermenschen, criaram o ambiente que permitiu o holocausto.
“O genocídio judeu foi forjado no fogo de uma guerra formidável para conquistar à Rússia um “espaço vital” ilimitado, para esmagar o regime soviético e para liquidar o bolchevismo internacional. (…) Sem a operação Barbarossa não teria havido nem poderia haver catástrofe judaica, de “solução final”.” Só quando os nazistas se confrontaram com a realidade das derrotas na frente russa,eles decidiram por uma “solução global e definitiva” do “problema judeu”, durante a conferência de Wannsee, em 20 de janeiro de 1942.
Os nazistas criaram depois de longos anos seu ódio ao “judeu-bolchevismo”, o bolchevismo sendo, segundo eles, a pior invenção dos judeus. A resistência feroz dos bolcheviques impediu os hitleristas de terminarem com seu inimigo principal. Então,eles dirigiram suas frustrações contra os judeus, que eles exterminaram em um movimento de vingança cega.
Como a grande burguesia judaica era conciliadora para com o Estado hitlerista – em certos casos, cúmplice mesmo – a maioria dos judeus foi abandonada com resignação a seus carrascos. Mas os judeus comunistas, que agiam com o espírito internacionalista, combateram,com armas na mão, os nazistas e uma parte da esquerda judaica entrou para a resistência. A grande massa dos judeus pobres foi morta em câmaras de gás. Mas muitos ricos tiveram sucesso migrando para os Estados Unidos. Após a guerra, eles se posicionaram a serviço do imperialismo norte-americano e de Israel, a cabeçadeponte deste no OrienteMédio. Eles falam em profusão do holocausto dos judeus, mas em uma ótica pró-israelense; ao mesmo tempo, eles dãolivre curso a seus sentimentos anticomunistas e insultam assim a memória dos judeus comunistas que realmente enfrentaram os nazistas.
Para terminar, uma palavra sobre a forma pela qual Hitler preparou o espírito dos nazistas para massacrar indiferentemente 23 milhões de soviéticos. Para transformar seus homens em máquinas de matar, ele lhes enculcou que um bolchevique não era um homem, mas um animal.
“Hitler advertia suas tropas de que a força inimiga era ‘largamente composta de animais e não de soldados’, condicionados a combaterem com uma ferocidade animal.”
Para levar as tropas alemãs ao extermínio dos comunistas, Hitler lhes dizia que Stalin e os demais dirigentes soviéticos eram “criminosos enlameados de sangue (que tinham) matado e exterminado milhões de intelectuais russos, com sua sede selvagem de sangue… (e) que tinham exercido a tirania mais cruel de todos os tempos”.
“Na Rússia, o judeu sanguinário e tirânico matou, muitas vezes com torturas desumanas, ou exterminou pela fome com uma selvajaria verdadeiramente fanática cerca de 30 milhões de homens.”
Assim, na boca de Hitler, a mentira dos “30 milhões de vítimas de stalinismo” serviu para preparar psicologicamente a barbárie nazista e o genocídio dos comunistas e resistentes soviéticos.
Ressaltemos de passagem que Hitler inicialmente tinha posto essas “30 milhões de vítimas” na conta de… Lenin. De fato, essa mentira repugnante figurava já no MeinKampf, escrito em 1926, bem antes da coletivização e da depuração! Em ataqueao judeu-bolchevismo, Hitler escreveu:
“Com uma ferocidade fanática, o Judeu matou na Rússia cerca de 30 milhões de homens, muitas vezes sob torturas desumanas.”
Meio século mais tarde, Brzezinski, o ideólogo oficial do imperialismo norte-americano retoma palavra por palavra todas essas infâmias nazistas:
“É absolutamente razoável (!) estimar as vítimas de Stalin em no mínimo em 20 e talvez 40 milhões.”
Os méritos militares de Stálin
Como seria impossível avaliar finalmente os méritos militares daquele que dirigiu o Exército e os povos da União Soviética no curso da maior guerra, a mais pavorosa que a história já conheceu?
Apresentemos antes a opinião de Khruchov.
“Stalin tinha tentado muito fazer passar-se por um grande chefe militar. Reportemo-nos por exemplo a nossos filmes históricos. É desencorajante. Não se trata senão de propagaro tema segundo o qual Stalin era um gênio militar”.
“Não foi Stalin, mas sim o Partido inteiro, o governo soviético, nosso heróico exército, seus chefes talentosos e seus bravos soldados que alcançaram a vitória na grande guerra patriótica (tempestade de aplausos prolongados).”
Não foi Stalin! Não Stalin, mas o Partido inteiro. E este Partido inteiro obedecia sem dúvida às instruções do Espírito Santo.
Khruchovfazia parecer glorificar o Partido, este corpo coletivo de combate, para diminuir o papel de Stalin. Organizando o culto de sua personalidade, Stalin teria usurpado a vitória que o Partido “inteiro” tinha arrancado. Como se Stalin não fosse o dirigente mais eminente desse Partido, aquele que, no curso da guerra, fez prova da mais espantosa capacidade de trabalho, da maior tenacidade e clarividência. Como se todas as decisões estratégicas não tivessem sido resolvidas por Stalin, mas contra ele, por seus subordinados.
Se Stalin não foi um gênio militar, é necessário concluir que a maior guerra da história, aquela que a humanidade travou contra o fascismo, teria sido ganha sem gênio militar. Porque nesta guerra terrificante, ninguém desempenhou um papel comparável àquele desempenhado por Stalin. Mesmo AverellHarriman, o representante do imperialismo americano, após ter repetido os clichês obrigatórios a propósito do “tirano que era Stalin”, destacou sua “grande inteligência, sua fantástica capacidade de entrar nos detalhes, sua perspicácia e sua sensibilidade humana surpreendente, que ele pôde manifestar, ao menos durante a guerra. Eu acho que ele era mais bem-informado que Roosevelt, mais realista do que Churchill, sob vários aspectos o mais eficaz dos dirigentes da guerra.”
“Stalin presente, não havia mais lugar para ninguém. Onde estavam então nossos chefes militares?”, exclamou o demagogo Khruchov. Ele bajulava os marechais: não foram vocês os verdadeiros gênios militares da II Guerra Mundial? Finalmente, Jukov e Vassilevski, os dois chefes militares mais eminentes, deram a sua opinião, respectivamente 15 e 20 anos após o relatório infame de Khruchov.
Escutemos inicialmente o julgamento de Vassilevski.
“Stalin formou-se como estrategista. (…) Após a batalha de Stalingrado e particularmente a de Kursk, ele elevou-se ao máximo da direção estratégica. Stalin passa a pensar manejando as categorias da guerra moderna, ele se familiariza perfeitamente com todas as questões da preparação e da execução das operações. Ele exige então que as operações militares sejam conduzidas de forma criadora, dando conta plenamente da ciência militar, que elas sejam enérgicas e manobradas, tendo por objeto o deslocamento e o cerco do inimigo. Seu pensamento militar manifesta nitidamente a tendência a massificar as forças e os meios, a fazer um emprego diversificado de todas as variantes possíveis do começo das operações e de sua condução. Stalin começa a compreender bem não apenas a estratégia da guerra, o que lhe foi fácil,pois elepossuía a maravilhosa arte da estratégia política, mas também a arte operacional.”
“Stalin entrou duradouramente na história militar. Seu mérito indubitável esteve em que, sob sua direção imediata enquanto comandante supremo, as Forças Armadas soviéticas foram firmes nas campanhas defensivas e cumpriram brilhantemente todas as operações ofensivas. Mas, tanto quanto eu tenha podido observar, ele não falava jamais de seus méritos. Em todo caso, jamais o ouvi falar disso. O título de Herói da União Soviética e a posição de Generalíssimo lhes foram conferidos por proposta dos comandantes da frente ao birôpolítico. Quanto aos erros cometidos durante os anos de guerra, ele falava deles honestamente e francamente.”
“Stalin, eu estou profundamente convencido, particularmente a partir da segunda metade da Grande Guerra Patriótica, foi a figura mais forte e mais brilhante do comando estratégico. Ele se desempenhou com sucessona direção das frentes, de todos os esforços do país, na base da política do Partido. (…) Stalin permaneceuem minha memória como um chefe militar rigoroso, de forte vontade, a quem não faltava ao mesmo tempo encanto pessoal.”
Jukov começa por nos dar um perfeito exemplo do método de direção, exposto por Mao TseTung: concentrar as ideias justas das massas para retorná-las sob a forma de diretivas às massas.
“Foi a Joseph Stalin em pessoa que foram atribuídas soluções de princípio, em particular aquelas concernentes aos processos de ataque da artilharia, a conquista do domínio aéreo, os métodos do cerco doinimigo, o deslocamento doscontigentes inimigos cercados e sua destruição sucessiva por agrupamentos etc. Todas essas questões importantes da arte militar são frutos de uma experiência prática, adquirida no curso dos combates e das batalhas, fruto de reflexões aprofundadas e conclusões tiradas dessa experiência pelo conjunto dos chefes e pelas próprias tropas. Mas o mérito de J. Stalin consiste em ter acolhido de modo adequado os conselhos de nossos eminentes especialistas militares, de os ter completado, explorado e comunicado rapidamente sob a forma de princípios gerais nas instruções e diretivas dirigidas às tropas, com vistas a assegurar a conduta prática das operações.”
“Até a batalha de Stalingrado, J. Stalin não dominava senão em suas grandes linhas os problemas da estratégia, da arte operacional, da posta a prova das operações modernas,no nível de uma frente e, no último caso, aquelas de um exército. Mais tarde, sobretudo a partir de Stalingrado, Stalin adquiriu a fundo a arte de montar as operações de uma frente ou de várias frentes e dirigiu tais operações com competência, resolvendo bem vários problemas de estratégia.
“Na direção da luta armada, Stalin era de modo geral ajudado pela sua inteligência natural e sua riqueza de intuição. Ele sabia descobrir o elemento principal de uma situação estratégica e, em consequência, sabia responder ao inimigo, desencadear tal ou qual importante operação ofensiva.
“Não há dúvida: ele foi digno do comando supremo.”
Extraídos do livro Um Outro Olhar Sobre Stálin, de Ludo Martens.
Militantes e diversas organizações de esquerda celebraram, neste dia 07 de maio, no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, os 80 anos da criação da Aliança Nacional Libertadora (ANL).
A sessão solene, proposta pelo deputado estadual Paulo Ramos (PSOL), contou com a presença da historiadora Anita Leocádia Prestes e de representantes do PCR, MST, MPA, PCB e Arma da Crítica.
Em sua exposição, Anita Prestes falou dos motivos que levaram à criação da ANL e afirmou que a experiência da Aliança Nacional Libertadora continua atual. “A ANL foi a maior frente única popular jamais constituída no Brasil. Seu lema ‘Pão, Terra e Liberdade’ empolgou centenas de milhares de brasileiros”, destacou. “O exemplo dos aliancistas deve nos servir de inspiração para alcançarmos hoje a organização e a unificação dos trabalhadores e dos setores populares em torno de metas parciais que venham a contribuir para a acumulação de forças e a criação de condições para a conquista do poder político”, concluiu Anita.
Representante do PCR fala durante homenagem à ANL
Representando o PCR, Heron Barroso destacou o papel da ANL e dos comunistas na luta contra o fascismo. “Rendemos, hoje, nossas homenagens àqueles que ousaram instaurar no Brasil um governo anti-imperialista e foram fundamentais para derrotar o fascismo em nosso país. Ontem, como hoje, é fundamental a unidade popular contra a ameaça do fascismo, que ataca os direitos dos trabalhadores e leva a humanidade à barbárie”, disse.
Fundada com o objetivo de combater a versão brasileira do fascismo, o integralismo, e a dependência nacional ao imperialismo, a ANL refletiu a luta do movimento comunista em todo o mundo. Além da suspensão do pagamento da dívida externa, o programa da Aliança exigia a nacionalização das empresas estrangeiras, a reforma agrária e a proteção dos pequenos e médios proprietários, a garantia de amplas liberdades democráticas e a constituição de um governo popular. Nos quatro meses em que atuou legalmente, promoveu a criação de mais de 1.600 comitês em todo o país.
No dia 28 de Abril, foi fundada a Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ (ATTUFRJ), em uma assembleia com cerca de 60 trabalhadores no Centro de Ciências da Saúde, na Cidade Universitária, sendo a primeira organização de classe representativa de trabalhadores terceirizados no país.
Resultado de um processo de lutas intenso em toda a Universidade, por meio do qual, trabalhadores da limpeza, portaria, vigilância, almoxarifado e manutenção técnica realizaram manifestações, piquetes e greves. A reivindicação, em geral, era o direito mínimo de receber os salários e benefícios (transporte e alimentação) em dia, pois é muito comum o atraso por parte das empresas que faturam milhões em contratos que valem R$ 5 mil por trabalhador, pagando salários de R$ 900,00.
A mão de obra terceirizada cresceu muito nos últimos anos na UFRJ, graças a uma política de extinção de cargos no Serviço Público em benefício de setores que almejam a privatização da universidade e maior lucro em cima da força de trabalho. Na mesma proporção, cresceu o sofrimento diário com a pressão dos supervisores, o assedio sexual sofrido pelas trabalhadoras e a invisibilidade em meio a uma comunidade acadêmica que se convence, todos os dias, que só existem três segmentos na universidade docentes, técnicos e alunos. Ou seja, os terceirizados não teriam direitos na comunidade acadêmica.
Foto: Marco Fernandes/Adufrj-SSind
Neste cenário os trabalhadores terceirizados passaram a exigir um maior nível de organização, já que seus sindicatos de ramo não cumprem um papel proativo na luta. Neste sentido o Movimento Luta de Classes (MLC) apoiou esta organização com presença militante na base e conscientizando a categoria.
Segundo Waldinea Nascimento – Presidente da ATTUFRJ e do MLC; “Esta organização é fruto de muita luta e com certeza terá muita adesão, seremos cada vez mais firmes contra a opressão do patrão!”
Participaram da assembléia o Presidente Associação Docente da UFRJ (ADUFRJ) – Claudio Ribeiro, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (SINTUFRJ) – Rubens, a representante do Diretório Central dos Estudantes Mario Prata (DCE-UFRJ) e o coordenador do Laboratório de Solidariedade Técnica – SOLTEC – Flavio Chedid. Todas as entidades receberam forte agradecimento da diretoria eleita da ATTUFRJ, pois foram fundamentais para o fortalecimento da organização da categoria.
Primeira campanha da Associação é pela reintegração de Terezinha ao trabalho
Depois de uma forte mobilização que garantiu os salários atrasados dos trabalhadores da Qualitécnica (maior empresa terceirizada em atividade na UFRJ), a empresa decidiu demitir a funcionária conhecida por todos como Terezinha, hoje Vice-Presidente da ATTUFRJ.
Porém, toda a comunidade acadêmica da UFRJ se levantou contra esta injustiça, bem como, a categoria dos faxineiros que estão pressionando a empresa pelo retorno de sua principal liderança.
No dia 04 de maio de 2015, cerca de 250 famílias do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favela (MLB) organizaram a ocupação Olga Benario, em terreno localizado na avenida recife, no bairro do Jiquiá, ao lado do prédio da Justiça Federal.
Durante todo o dia foram constantemente ameaçadas e intimidadas por ditos seguranças do suposto proprietário do terreno, onde afirmavam que seria construído o “shopping metropolitano”. O terreno tem cerca de oito hectares, com boa localização e encontra-se totalmente abandonado a dezenas de anos, sem cumprir sua função social como define a constituição.
Após a realização da ocupação Olga Benario, dezenas de moradores da comunidade vizinha deram seu apoio e solidariedade juntando-se à luta. Até o meio dia a ocupação já tinha recebido o apoio do Movimento Luta de Classes(MLC), União da Juventude Rebelião(UJR), União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco(UESPE), Unidade Popular pelo Socialismo, Professor Luiz De Lamora, etc.
Como sabemos a sociedade capitalista é injusta com os pobres e altamente defensora da propriedade dos ricos, de modo a garantir e aumentar sua riqueza. Mas o que ocorreu na referida ocupação por volta das 20h do dia 04 de maio, extrapola toda legislação vigente que garante os direitos constitucionais elementares. A mando do suposto proprietário do terreno, três jagunços atirou contra as famílias, colocando em risco a vida de senhoras gestantes, idosas e crianças, além de ameaçar as demais famílias da ocupação queimando seus pertences como: Documentos pessoais, roupas, barracos, alimentos e destruindo a cozinha comunitária, a rede elétrica e a agua para o consumo das famílias.
Apesar de não ter tido nenhum óbito ou ferido a bala na ação dos jagunços, foi uma ação inaceitável para a sociedade atual se assemelhando a pratica da ditadura militar no Brasil, que resolvia os problemas sociais com violência, onde pistoleiros e torturadores assassinavam as pessoas por lutarem por seus elementares direitos. Contudo as famílias permanecem organizadas, para decidirem os próximos passos da ocupação Olga Benario na luta para garantir o direito a moradia digna.
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