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quarta-feira, 19 de novembro de 2025
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Marcha Patriótica quer a democratização da Colômbia

O jornal A Verdade entrevistou Sergio Quintero Londoño, da Marcha Patriótica da Colômbia, que tem como finalidade organizar uma ampla frente internacional de apoio e luta pela paz na Colômbia. Na entrevista, Londoño explica a proposta de paz defendida pelas forças insurgentes e denuncia a política de beligerância promovida pelo governo colombiano contra os trabalhadores e suas organizações políticas e sindicais.

Priscila Voigt e Lorena Teixeira, de Porto Alegre

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A Verdade – O que é a Marcha Patriótica da Colômbia e quando surgiu?

A Marcha Patriótica é um movimento político e social que surgiu em abril de 2012 para alcançar avanços nos direitos do povo colombiano e nos diálogos para superação do conflito armado, na luta pela segunda e definitiva independência.

Imediatamente, iniciamos nosso trabalho internacional e, em maio de 2013, realizamos no Brasil, em Porto Alegre, o 1º Fórum pela Paz na Colômbia, precedido de debates nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Hoje, estamos articulando a construção do 2º Fórum, no Uruguai, em junho de 2015, e dos Pré-Fóruns nacionais em várias cidades do Brasil como forma de fortalecer a solidariedade internacional, refazer os contatos e consolidar o movimento nessas cidades.

Dentro da Marcha Patriótica há mais de duas mil organizações e movimentos políticos. Não possuímos uma plataforma revolucionária, mas o possível para esse momento. Temos 13 pontos na plataforma, são eles: solução política para o conflito social e armado, e paz com justiça social; democratização da sociedade, do Estado e do modelo econômico; modo alternativo de vida e de produção e novas formas de poder e economia; garantia da materialização dos direitos humanos por parte do Estado; dignificação do emprego e humanização do trabalho; reparação integral às vítimas da guerra e do exercício estrutural da violência; reapropriação social do território para atender as necessidades comuns; reforma agrária integral para a paz, a autonomia e a soberania alimentares; reforma urbana integral e democratização da cidade; cultura para a solidariedade e transformação da ordem social; restabelecimento da soberania nacional e autodeterminação; nova ordem mundial, internacionalismo e integração da Nossa América; continuidade das lutas pela dignidade, a emancipação e a libertação.

Como se deu início aos diálogos de paz?

É preciso ter em mente que as FARC e os movimentos guerrilheiros sempre deixaram bem claro que surgiram porque não tinham outra possibilidade. Os camponeses estavam morrendo diante dos conflitos de terra e das condições paupérrimas a que estavam submetidos, e o Estado não deixava outro caminho a não ser a luta armada. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia surgem em 1964. Em 1984/85, foi a primeira vez que as FARC sentam à mesa de diálogo com o Estado. Essa bilateral iniciou-se na Venezuela e seguiu para o México. Importante destacar que, em 1985, surge a União Patriótica, organização política legal, que foi exterminada pelo próprio Estado. De 1998 a 2002, também houve novos processos de diálogo.

O que a conjuntura nos coloca hoje para esse processo de diálogo em curso é que há um impasse. O Estado deu duros golpes na insurgência e, apesar disso, ela continua de pé. Por outro lado, a insurgência não tem conseguido tomar o poder político no país. Outro ponto importante é que o ascenso dos movimentos populares vem pedindo o fim do conflito armado e solicitando um diálogo político.

A mesa de diálogo de Havana foi anunciada em outubro de 2012 e instalada em novembro. Foi preciso um período de seis meses para determinar a pauta e mais de um ano de discussão para decidir se iriam abrir os diálogos de paz e como seria feito.

Quais são os pontos que estão sendo debatidos na mesa de Havana?

Hoje estamos debatendo seis pontos principais para superar o conflito: Terra e território, Participação Política, Uso ilícito dos cultivos e narcotráfico, Vítimas, Fim do conflito e Referendo.

Algumas metodologias foram acordadas. O princípio fundamental é que não será assinado um acordo de paz parcial. Ou será assinado um acordo de paz completo ou não será assinado.

Ainda para permitir o desenvolvimento de todos esses pontos e para o avanço do debate, haverá acordo daquilo que for possível pactuar em cada um dos pontos e o que não for possível será debatido ao fim de todo processo. Ao final de cada ponto serão acumulados esses temas e será avaliado de que forma eles serão resolvidos.

Já foi possível pré-acordar os três primeiros pontos, com documentos assinados tanto pela insurgência quanto pelo Estado, destacando os pontos não acordados para serem resolvidos mais adiante. Em cada um dos pontos há situações problemáticas.

No tema “terra e território”, o Estado se compromete com avanços importantes, mas existem vários impasses. O Estado promete dar terra aos camponeses que não têm ou têm pouca, garante mercado, vias de acesso, crédito e avanços técnicos, ou seja, garante questões fundamentais que para um país como a Colômbia são muito caras, muito importantes. Está sendo debatida a garantia de saúde e educação no campo e até aposentadoria para o trabalhador rural. São pontos muito importantes, porém, com limites muito grandes. O Estado não tem perspectiva em mexer nos interesses dos latifundiários e da burguesia nacional, ou seja, estão dizendo que farão a reforma agrária sem mexer no latifúndio e nós não aceitamos isso.

No segundo ponto, que é participação política, o governo tem se comprometido com algumas questões muito importantes, como a necessidade de garantir o acesso aos meios de comunicação, a necessidade de se ter um financiamento público das organizações, a possibilidade real de que a insurgência saia da luta armada ilegal para a participação política legal, enquanto movimento, e a possibilidade inclusive de algumas organizações ou regiões do país que nunca participaram do parlamento poderem participar sem precisar fazer o processo burocrático que tem apresentado essa “democracia” na Colômbia.

São avanços importantes, mas temos grandes limites também nesse ponto como, por exemplo, a atuação dos paramilitares. É sempre bom lembrar que o paramilitarismo é o principal aliado do Estado. Logo, de nada adianta esses direitos serem garantidos pelo Estado se o paramilitarismo continuar vivo, dificultando e impedindo que tudo isso possa ser, de fato, concretizado. Não estamos dispostos a tentar aceitar alguns desses mínimos direitos e depois sermos exterminados, como já aconteceu em várias ocasiões. Nossa posição tem sido de que enquanto o paramilitarismo existir não teremos possibilidade de assinar um acordo tranquilamente.

O Estado reconhece que o maior violador dos direitos humanos é o paramilitarismo, mas o mostra como se fossem alguns bandidos autônomos que desenvolveram esse projeto de guerra. Porém, a realidade tem mostrado que, na grande maioria das ações do paramilitarismo, como também na sua orientação política e financiamento, existe uma articulação muito grande com as estruturas estatais. Tanto que, há três anos, 70% do parlamento colombiano estava sendo investigado pelos órgãos estatais por ligação com o paramilistarismo. Ou seja, o paramilitarismo cresceu sua hegemonia até tomar 70% do parlamento colombiano.

Nesse momento, a Corte Interamericana de Direitos Humanos tem denunciado e condenado o Estado colombiano por ação e/ou omissão nas chacinas feitas pelo paramilitarismo. No período mais intenso do paramilitarismo, constatou-se mais de uma chacina por semana e, na maioria delas, as forças militares estavam envolvidas. Temos hoje grandes setores dos militares, alguns inclusive desvinculados da instituição, que estão falando: “nós recebemos orientações, instruções e dinheiro do exército colombiano”.

O Estado pretende dizer que o paramilitarismo é uma das maiores dificuldades para garantia da participação política no país, e nós dizemos que o paramilitarismo está tomando o Estado. Esse será um grande impasse na mesa de negociação.

Em relação ao ponto três, sobre narcotráfico, na Colômbia, os camponeses, pela sua condição de empobrecimento, muitas vezes não têm alternativa a não ser realizar o cultivo da maconha, coca e papoula. E o Estado tenta relacionar os camponeses e as FARC com o narcotráfico.

Quem planta maconha, coca e papoula é o camponês que não teve condições logísticas e financeiras para produzir outra coisa. É preciso fazer a reforma agrária para que esse camponês pare de produzir coca, papoula e maconha e produza comida, por exemplo.

Já ficou claro também que o narcotráfico não está dentro das estruturas da insurgência das FARC. O que eles faziam para poder financiar e garantir um exército de um pouco mais de 10 mil unidades guerrilheiras é cobrar imposto ao latifúndio, à burguesia, ao capital transnacional e também dos setores narcotraficantes de algumas regiões. O Estado diz que esse era o link para determinar que a insurgência era narcotraficante. Se assim fosse, é possível argumentar que a insurgência também é transnacional, burguesa, latifundiária e banqueira.

 

Relativamente à questão do narcotráfico, tem ficado evidente que setores do Estado estão comprometidos com esse grande negócio internacional. Por exemplo, vários generais do Exército e da Polícia estão sendo extraditados para os Estados Unidos e condenados pelas cortes norte-americanas por narcotráfico.

O quarto tema, sobre “as vítimas”, está quase acordado e já está sendo analisada a possibilidade de escrever os pré-acordos.

O tema “fim do conflito”, quinto ponto, está sendo analisado por uma subcomissão de militares e generais da República, do Exército e da Marinha e os guerrilheiros para viabilizar um acordo.

O último ponto, o “Referendo”, ainda não foi debatido na mesa de Havana, mas já se tem apontado um indicativo de como o Estado, a insurgência e a sociedade civil irão se posicionar.

A Assembleia Nacional Constituinte é nossa proposta, pois uma Constituinte compromete não só um governo, não só o governo de Juan Manuel Santos, compromete o Estado Colombiano. Se nós desenvolvermos a proposta de Referendo, que é a proposta do Estado colombiano, só comprometemos o governo, só vamos transformar o sistema político e econômico minimamente. Juridicamente, então, só transformaríamos dois artigos da nossa Constituição, levando-nos a não viver uma verdadeira transformação política e econômica.

A proposta da Assembleia Nacional Constituinte, portanto, na qual as três insurgências e a grande maioria do movimento popular têm consenso, é pela necessidade de construir outro projeto político e econômico. Não queremos reformar o que aí está, queremos superar o que aí está.

Com quais países estão sendo realizadas articulações? Qual a importância dessa articulação internacional para os diálogos de paz e para a realização do 2º Fórum?

O primeiro Fórum teve uma participação de quase 100 organizações e um pouco mais de mil pessoas. Para o segundo, estamos procurando articular a unidade de mais de 150 organizações. No Fórum anterior, nós conseguimos articular principalmente Argentina e Brasil. Neste, articulamos Argentina, Brasil, Uruguai e Colômbia. No Fórum anterior, conseguimos ter representação da maioria dos países latino-americanos e de dois ou três países europeus. Agora, queremos representação de todos os países latino-americanos e ainda mais europeus; então, é um salto qualitativo e quantitativo que queremos dar.

E este processo está sendo bem interessante. Estamos conseguindo colocar na pauta internacional o tema da Colômbia de uma forma diferente, para além da ideia do terrorismo e do narcoterrorismo.

Sobre a questão da solidariedade internacional, acreditamos que ela seja essencial. Se nós pensarmos no extermínio da União Patriótica em 1985 e olhamos para o contexto internacional, percebemos que era um contexto adverso em que a maioria dos países latino-americanos estava saindo das ditaduras e alguns deles continuavam e, portanto, era muito difícil haver um respaldo e um acompanhamento desses povos egovernos para evitar o extermínio do povo colombiano. Hoje em dia, reconhecendo a diversidade das esquerdas populares e das organizações políticas e sociais, avaliamos que estamos em um contexto muito melhor do que na década de 80. Acreditamos que esse é um novo momento e que temos governos e organizações políticas e populares comprometidas hoje em fazer esse acompanhamento. Esse acompanhamento é tão importante que as nossas atuações, pelo menos no campo da América Latina, têm procurado articular toda solidariedade a partir do Fórum pela Paz na Colômbia, mas não é a única atividade. Na Europa, por exemplo, temos articulação também. Reconhecemos que nessa outra parte do planeta há governos, partidos e movimentos que podem aportar tanto na defesa da vida dos militantes democráticos e de esquerda na Colômbia e lutar para evitar um extermínio dessas novas gerações quanto para consolidar o projeto democrático que possa vir da mesa de diálogos. Os diálogos dando certo ou mesmo se rompendo, o acompanhamento internacional será fundamental.

Como tem sido a experiência da unidade no interior da Marcha Patriótica?

Nenhuma das organizações colombianas estava com capacidade qualitativa ou quantitativa para desenvolver um processo revolucionário que transformasse o país. Cada um foi reconhecendo seus limites e suas possibilidades e vimos que a única possibilidade era a articulação. Inclusive essa era a primeira proposta da Marcha Patriótica, articular setores que ideologicamente tivessem algumas semelhanças. Então reconhecemos nossos limites, reconhecemos as nossas diferenças, mas vimos quais eram os pontos que compartilhávamos e começamos a desenvolver essa proposta. Não tem um projeto revolucionário na Marcha Patriótica, não estamos apontando quais as estruturas para construir o socialismo ou o comunismo. Nós estamos tentando construir o que nesse momento é possível, mas sem esquecer que o que fazemos agora, na medida das possibilidades, é simplesmente o passo inicial para superar o que temos. Em momento algum falamos que queremos democracia burguesa na Colômbia; o que falamos é que precisamos de alguns direitos democráticos para abrir o jogo político da luta de classes com mais clareza e a partir dai superar a burocracia e a democracia burguesas.

 

Qual a importância dos diálogos de paz?

Os diálogos de paz nos darão uma nova oportunidade. Nós, infelizmente, temos desenvolvido um sistema econômico e político autocrático, que não se apresenta como ditadura, mas que tem resultados ainda piores que as ditaduras latino-americanas.

Segundo a OIT, 50% dos sindicalistas mortos no mundo são colombianos, apesar de termos apenas 4% dos trabalhadores sindicalizados. Na Colômbia, o número de desaparecidos é cinco vezes maior do que na Argentina no tempo da ditadura militar. Temos 150 mil desaparecidos, 9.500 presos políticos e menos de 20% são guerrilheiros; os mais afetados pelo conflito armado são os camponeses.

Sabemos que a Revolução Russa foi baseada, em um primeiro momento, sobre as reivindicações de pão, paz, terra e liberdade. Não foi buscando o comunismo, foi respondendo aos interesses imediatos dos trabalhadores para, a partir dali, consolidar o processo revolucionário. É um pouco disso que estamos pensando. Vamos atender os interesses dos camponeses com a reforma agrária, dos estudantes com a reforma da educação, do povo da cidade com a reforma urbana. E então criar as condições para realmente pensar em um processo revolucionário pleno. Portanto, devemos escutar as principais necessidades do povo e ter na construção dos diálogos de paz uma nova oportunidade.

Ato em solidariedade à Venezuela conta com participação do Cônsul

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WP_20150430_005No último dia 30 de abril, no Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas em Maceió, realizou-se um importante ato de solidariedade à Venezuela, que contou com a presença do Cônsul Interino da Venezuela Néstor Chirinos.

Mesmo na véspera do feriado, cerca de 100 pessoas participaram da atividade que contou ainda com a participação de representantes do MST, PSOL, Consulta Popular, Instituto Luís Carlos Prestes, PCB e a Unidade Popular pelo Socialismo.

Durante as falas os integrantes da mesa saudaram a presença do Cônsul, que pela primeira vez visitava Alagoas, e destacaram os avanços e conquistas do governo venezuelano ao longo dos últimos anos, e do cerco que a grande mídia faz contra o país e o presidente Maduro.

Néstor agradeceu ao convite e falou das mudanças ocorridas na Venezuela, das medidas econômicas adotadas pelo governo frente à crise e a redução do preço do petróleo, principal produto de exportação do país, enfatizando a manutenção dos investimentos nas áreas sociais e nas obras de infra-estrutura. “Não seguiremos o caminho da austeridade praticado pelos governos europeus”, afirmou o Cônsul.

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Várias pessoas da platéia fizeram uso da palavra, com perguntas e colocações sobre as contra-informações acerca da Venezuela nos meios de comunicação, denunciando as reiteradas tentativas por parte do governo norte-americano de atacar a soberania nacional e patrocinar ataques ao governo venezuelano.

A promoção dessa atividade, organizada conjuntamente entre a Unidade Popular pelo Socialismo, PCR e PCB, serviu como ponto de partida para a organização do Comitê de Solidariedade à Venezuela que nas próximas semanas será instalado no estado de Alagoas.

Redação Alagoas

Manifesto do MLC para o 1º de Maio – Dia do Trabalhador

cartaz 1º de maio (02)Barrar a destruição dos direitos dos trabalhadores e reforçar a luta para acabar com a exploração do homem pelo homem

Proletários e trabalhadores, povos oprimidos de todos os países!

Neste 1º de Maio – dia internacional da solidariedade e da luta dos operários de todos os países – nos encontramos sob uma crescente ofensiva imperialista.

Durante os últimos anos da crise econômica, que levaram à ruína grandes massas de trabalhadores, os governos burgueses e as instituições do grande capital prometeram uma recuperação econômica que traria emprego, prosperidade e uma melhor qualidade de vida. Mas o sofrimento dos trabalhadores e dos povos continuou. As medidas adotadas pelos governos para sair da crise impuseram novos sacrifícios.

Nas fábricas, a exploração assume proporções insuportáveis, enquanto o desemprego continua flagelando os operários e jovens. Mais de 200 milhões de desempregados em todo mundo procuram um trabalho que o capitalismo não é capaz de lhe dar.

Os camponeses pobres, os pescadores, os pequenos artesãos e comerciantes, os aposentados adoecem sob o jugo do capitalismo. Uma insuportável carga de impostos recai sobre os ombros da gente pobre.

Nos últimos anos, a classe dominante exaltou sua “democracia” e sua “liberdade”. Mas há muito tempo esta classe só produz reação e opressão às massas, que agora se espalha por todo mundo.

Para piorar, a burguesia estabelece governos conservadores, prepotentes e autoritários. Pisoteiam violentamente os direitos democráticos dos trabalhadores, reforçam a criminalização e repressão aos protestos sociais como método de governo. Os direitos de greve e de organização são limitados e até negados para ilegalizar as lutas da classe operária.

Os patrões e seus governos atacam os sindicatos operários com o objetivo de liquidar os contratos coletivos e aprovar leis como a terceirização para aumentar seus lucros.

Ao mesmo tempo, difundem a xenofobia e o racismo, impõem leis e políticas de segurança contra os imigrantes, convertidos no bode expiatório desta situação.

O imperialismo se reafirma como a reação em todos os âmbitos, assim como com a intensificação da opressão social e nacional. A democracia burguesa se desagrega e assume o rosto feroz de ditadura aberta dos monopólios e do capital financeiro.

Só entendendo e organizando a resistência das amplas massas da classe operária em uma frente única será possível derrotar a ofensiva capitalista, impedir a destruição dos direitos dos trabalhadores e reforçar a luta para acabar com a exploração do homem pelo homem.

A crescente desigualdade do desenvolvimento econômico, a implacável concorrência pelos mercados e as fontes de matérias primas, o controle das esferas de influência, o desejo de descarregar sobre os rivais as conseqüências da crise, fazem com que as contradições entre os bandidos imperialistas e capitalistas se agravem dia após dia.

Aumenta a exploração e as guerras no mundo

Os governos das potências imperialistas e suas instituições supranacionais (ONU, FMI, UE, etc.), seguem falando de paz. Mas nunca no mundo, desde a 2ª Guerra Mundial, houve tantas guerras reacionárias e corrida armamentista. As conseqüências estão nos conflitos armados, no intervencionismo e na ingerência imperialista na África, no Oriente Médio, na Ásia, na Europa Oriental, na América Latina.

Os EUA ainda são a potência imperialista dominante e querem manter sob seu controle a supremacia sobre outras potências. China, Rússia, Alemanha e outros países imperialistas e capitalistas suportam cada vez menos o domínio norte-americano, visam quebrar o regime do dólar e a afirmar seus interesses. A França defende com as armas suas zonas de influência.

Na luta pelo domínio os bandidos imperialistas instigam o nacionalismo, apoiam e financiam grupos religiosos fundamentalistas para preparar as condições de novas intervenções militares, de desmembrar países soberanos e de golpear as lutas populares e nacionais progressistas. O peso das contradições imperialistas cai sistematicamente sobre os povos e nações oprimidos, como no caso dos povos palestino e curdo, que, apesar dos brutais ataques que padecem, continuam corajosamente sua luta pelo direito à autodeterminação.

Neste 1º de Maio, assim como no 70° Aniversário da derrota do nazi-fascismo pelo heroico Exército Vermelho da União Soviética, organizemos grandes demonstrações contra os perigos de guerra imperialista!

Só com a unidade e a solidariedade internacional dos trabalhadores poderemos deter a política de guerra e agressiva do imperialismo, o saque dos recursos naturais, a corrida armamentista, o sangrento terrorismo reacionário e imperialista, e abrir caminho para o socialismo e para uma política de paz e de solidariedade entre os povos.

Proletários e trabalhadores, povos oprimidos de todos os países!

Apesar do feroz ataque dos capitalistas, das políticas reacionárias e dos ventos de guerra, crescem as mobilizações e as lutas dos trabalhadores que já não querem retroceder nem pagar a crise e a “recuperação” dos exploradores.

A classe operária retorna com força ao campo de batalha.  Da Índia a Turquia, do Brasil a China, da Grécia a Polônia, da Austrália ao Canadá, do México aos Estados Unidos, novamente se levanta o protesto contra o regime da exploração, contra o desemprego e a miséria.

Milhões de operários e de trabalhadores vão à greve e reclamam pão e trabalho. Pedem respeito aos contratos coletivos e aos sindicatos, rechaçam as leis e projetos que minam seus direitos e garantias sociais, dizem basta aos sacrifícios, às demissões e à escravidão assalariada.

Milhões de camponeses pobres, de pequenos produtores e empregados públicos se levantam contra a piora das condições de trabalho e de vida, dos cortes aos serviços sociais, para pôr fim à opressão dos monopólios sobre a imensa maioria da sociedade.

Os jovens e os estudantes são ativos na luta pelo trabalho, em defesa da educação pública, contra os programas neoliberais dos governantes burgueses e das instituições da oligarquia financeira.

As mulheres trabalhadoras estão à frente da resistência contra o retrocesso social, o aguçamento da opressão e da exploração, da política belicista e das ameaças ao ecossistema.

Viva a luta dos trabalhadores!

Neste 1º de Maio, renovemos as forças revolucionárias da classe operária e dos outros setores dos trabalhadores, reforcemos a unidade de luta dos explorados e dos oprimidos contra a ofensiva capitalista, as medidas reacionárias e os perigos da guerra imperialista!

Enquanto as lutas operárias e populares tomam força e se radicalizam, os chefes revisionistas, socialdemocratas e oportunistas levam adiante sua política de colaboração de classe. Falam de “reformas”, mas para ajudar o capitalismo e preservar as bases da atual sociedade.

Mas, a despeito da propaganda da burguesia e seus lacaios, os fatos demonstram que o capitalismo é incapaz de eliminar o desemprego, a pobreza, o fascismo e as guerras. É incapaz de assegurar à esmagadora maioria de mulheres e homens, aos jovens, uma vida digna, um futuro de paz e desenvolvimento social.

Portanto, o sistema capitalista-imperialista deve ser demolido pela luta revolucionária do proletariado e dos povos e deve ser substituído por uma ordem social e econômica mais elevada: o socialismo, primeira etapa da sociedade comunista.

A história demonstra que sem autênticos partidos marxista-leninistas que dirijam o proletariado na luta pelo poder, sem combater o oportunismo, não se pode derrubar o imperialismo e conduzir até o fim a batalha pela libertação social e nacional, não se pode abolir a propriedade privada capitalista e construir uma economia socialista planificada.

Neste 1º de Maio, chamamos à unidade dos comunistas e dos lhes operários avançados sob as bandeiras do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário, para construir fortes Partidos e organizações comunistas onde não existam, desenvolver os existentes e fortalecer a unidade internacional do proletariado revolucionário.

Viva o 1º de Maio, dia internacional de solidariedade e luta dos proletários de todo o mundo!

Viva o 70° Aniversário da vitória sobre o nazifascismo!

Trabalhadoras e trabalhadores, povos oprimidos de todos os países, unamo-nos!

Movimento Luta de Classes (MLC)

Partido Comunista Revolucionário (PCR)

 

Covardemente, governador do Paraná manda PM agredir professores

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Foi um verdadeiro massacre. O Centro Cívico, em Curitiba, ao contrário do que o nome da praça sugere, foi transformado em campo de guerra para operações militares na tarde deste dia 29 de abril. A mando do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), quase 2.000 policiais militares utilizaram escudos, cassetetes, balas de borracha, spray de pimenta, bombas de gás lacrimogênio, jatos d’água, cavalaria, cachorros e até helicóptero para, covardemente, massacrar professores da rede estadual que estão em greve há três dias e tentavam acompanhar uma sessão da Assembleia Legislativa. Cerca de 20.000 pessoas participavam do protesto, das quais mais de 200 ficaram feridas.

Os deputados estaduais votaram hoje, a portas fechadas, o segundo turno do “pacotaço” de ajuste fiscal elaborado pelo Governo do Estado, cujo centro é o corte de investimentos em aéreas sociais e a retirada de direitos trabalhistas para “economizar” recursos dos cofres públicos e “equilibrar” as contas do Estado. Entre outras maldades, o projeto, aprovado por 31 votos a favor e 20 contrários, determina que os servidores públicos arquem com parte do fundo de previdência social, prejudicando cerca de 33.500 servidores públicos.

Em nota, o Sindicato do Professores do Paraná (APP-Sindicato) repudiou a violência e afirmou que “centenas de policiais foram deslocados(as) de todas as regiões para a capital apenas com o intuito de garantir a votação de uma proposta que poderia ter encontrado consenso, mas que, pela ganância e incompetência do governador, teve sua discussão atropelada. A polícia, em uma obediência cega e cruel, atirou milhares de balas de borracha, bombas de gás e jatos de água em pessoas que protestavam contra um projeto que coloca em risco suas aposentadorias. O futuro suado de cada um de nós, servidor e servidora do Paraná”.

O deputado federal Enio Verri (PT) disse que “é uma atitude truculenta e absurda, ultrapassada, parece o Brasil do século 19. São trabalhadores organizados fazendo uma mobilização não para conquistar direitos, mas para não perdê-los”, afirmou.

Há pouco mais de dois meses, uma greve histórica dos servidores públicos do Estado do Paraná, em especial a categoria dos professores, já havia sacudido o Paraná e dado um grande exemplo de luta aos trabalhadores de todo o Brasil. Entraram em greve naquela ocasião professores da rede estadual de ensino básico, professores e técnico-administrativos das universidades de Londrina e Maringá, agentes penitenciários, engenheiros, servidores da Saúde, do Judiciário, do Ministério Público e do Detran, entre outros. Agora, com a quebra dos acordos estabelecidos entre as entidades representativas dos servidores e o governador, nova greve geral está sendo preparada.

Da Redação

CIPOML: Por um 1º de Maio de unidade, luta e organização!

Reproduzimos abaixo o manifesto da Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxista-Leninistas (CIPOML) por ocasião do 1º de Maio, Dia Internacional da Classe Trabalhadora.

1o de Maio na Rússia.
1 de Maio na Rússia.

Aos trabalhadores e povos oprimidos de todos os países!

1º de Maio – Dia internacional de solidariedade e luta dos trabalhadores de todos os países ocorre sob crescente ofensiva imperialista.
Durante vários anos de crise, nos quais enormes massas de trabalhadores foram arruinadas, os governos burgueses e as instituições do grande capital prometeram uma recuperação econômica que traria emprego, prosperidade e uma melhor qualidade de vida.
Mas os sofrimentos dos trabalhadores e dos povos não terminaram. As medidas adotadas pelos governos para sair da crise impuseram novos sacrifícios.
A exploração nas fábricas assume proporções insuportáveis, enquanto o desemprego continua a flagelar trabalhadores e jovens. Mais de 200 milhões de desempregados estão à procura de um emprego em todo o mundo, mas o capitalismo não é capaz de assegurar sequer este direito.
Os trabalhadores do campo, pescadores, artesãos e vendedores, os pensionistas, todos definham sob o julgo capitalista. Uma carga insuportável de impostos recai sobre os ombros do povo pobre.
Manifestar nas ruas no 1º de maio para defender nossos direitos e derrotar a direita hostil à classe trabalhadora!
Contra a ofensiva do capital vamos construir uma poderosa frente de luta da classe trabalhadora, organizar organismos de luta compostos por trabalhadores de todas as tendências para defender unidos nossa classe contra os capitalistas, os ricos e seus governos!

Apenas realizando e organizando a resistência das amplas massas da classe trabalhadora em uma frente única será possível derrotar a ofensiva dos capitalistas, impedira a destruição dos direitos dos trabalhadores e reforçar a luta para abolir a exploração do homem pelo homem.
Nos últimos anos, a classe dominante tem exaltado de forma demagógica sua “democracia” e sua “liberdade”. Mas por muito, essa classe vem produzindo apenas reação e opressão sobre as massas, opressão essa que se espalha por todo o mundo.
Para encontrar uma solução para a crise, para a instabilidade política e econômica, a burguesia estabelece governos reacionários, arrogantes e autoritários. São governos que atacam de maneira violenta os direitos democráticos dos trabalhadores, aumentam a criminalização e a repressão ao protesto social como método de dominação.
Os patrões e seus governos atacam os sindicatos com o objetivo de impedir a negociação coletiva. Os direitos de greve e de organização são limitados e mesmo negados para colocar na ilegalidade as lutas da classe trabalhadora.

Ao mesmo tempo, as forças imperialistas promovem a xenofobia e o racismo, impõem leis e políticas de segurança contra os imigrantes, que se tornaram o bode expiatório da situação.
O imperialismo confirma assim sua atitude reacionária a toda linha, intensifica a opressão social e nacional. A democracia burguesa está quebrada e assume sua careta de ditadura aberta dos monopólios.
Realizar no primeiro de maio manifestações em todos os lugares contra as medidas fascistas e reacionárias, contra a repressão antipopular, a xenofobia e o racismo!
Contra as políticas antidemocráticas do imperialismo e da burguesia, contra a liquidação de liberdades e direitos, fortalecer a resistência e criar frentes populares amplos, de acordo com a circunstâncias!
Apenas unificando em torno da classe trabalhadora todas as vítimas do capitalismo, apenas organizando frentes e alianças populares com genuínas forças proletárias, de esquerda, anti-imperialistas e a antifascistas, com forças democráticas coerentes, será possível impedir a reação burguesa, derrotar os fascistas e abrir caminho para verdadeiros governos populares e dos trabalhadores que colocarão fim na opressão sobre os povos.
Os governos das forças imperialistas e suas instituições supranacionais (ONU, FMI, União Europeia, etc.) continuam falando sobre paz. Mas nunca no mundo, desde o período após a segunda grande guerra até agora, houve tanta guerra e tensão, guerras civis reacionárias e corridas armamentistas.
O crescimento irregular da economia, a implacável competição por mercados e por fontes de matéria-prima, o controle das esferas de influência, o desejo de despejar sobre os rivais as consequências da crise, tudo isso acentua as contradições entre os imperialistas dia após dia.
A preparação de uma guerra de pilhagem se tornou um elemento fundamental da política internacional e doméstica da burguesia imperialista. Podemos ver as consequências nos conflitos armados, intervenções e interferências imperialistas na África, no Oriente Médio e na Ásia, no Leste Europeu e na América Latina.
Os EUA continuam liderando as forças imperialistas e querem manter seu controle sobre a ascensão de outras forças. China, Rússia e Alemanha, além de outros países imperialistas e capitalistas, se submetem cada vez menos à dominação dos Estados Unidos. Eles querem quebrar o regime do dólar e afirmar seus interesses. A França defende com armas suas próprias zonas de influência.
Na luta pela dominação, os imperialistas instigam o nacionalismo. Eles apoiam e financiam grupos religiosos fundamentalistas e preparam as condições de uma nova intervenção militar para desmantelar a soberania dos países e impedir a luta popular de caráter progressista e nacional. O peso das contradições imperialistas cai, sistematicamente sobre as nações e povos oprimidos, como é o caso do povo palestino e curdo, que a despeito da das brutais agressões sofridas, continuam a lutar bravamente por seu direito a autodeterminação.

Neste 1º de maio, assim como no 70º aniversário da derrota do fascismo, vamos realizar grandes manifestações contra o perigo de guerras imperialistas!
Podemos impedir as intenções belicistas dos governos com a unidade anti-imperialista e a luta da classe trabalhadora e dos povo, das forças revolucionárias e populares e com a resistência nacional.

Apenas com a unidade e a solidariedade internacional dos trabalhadores podemos parar as intenções belicistas e a política agressiva do imperialismo, o roubo dos recursos naturais, a corrida armamentista, o sangrento terrorismo reacionário e imperialista, para abrir caminho para o socialismo, para políticas de paz e solidariedade entre as pessoas.
Proletários e trabalhadores, povos oprimidos de todos os países!
A despeito dos ataques capitalistas, das políticas reacionárias e dos ventos de guerra, cresces cada vez mais as mobilizações dos trabalhadores que não querem perder ainda mais direitos, que não querem pagar pela crise e a ‘recuperação’ dos exploradores.
A classe trabalhadora retorna com força para o campo de batalha. Da índia à Turquia, do Brasil à China, da Grécia à Polônia, da Austrália ao Canadá, do México aos EUA, crescem mais uma vez os protestos contra o regime de exploração, de desemprego e de pobreza.
Milhões de trabalhadores, mineiros, assalariados dos transportes, etc. fazem greves reivindicando pão e emprego. Eles lutam pelo respeito a negociação coletiva e aos sindicatos, rejeitam leis e projetos que atacam os direitos e garantias sociais, dizem basta aos sacrifícios, aos layoffs, ao salário de fome.
Milhões de trabalhadores rurais, de pequenos produtores se levantam contra a piora nas condições de trabalho e de ida, os cortes nos serviços sociais, pelo fim da opressão dos monopólios sobre a grande maioria da sociedade.
Jovens e estudantes estão ativos nessas lutas por emprego, em defesa da educação pública, contra os programas neoliberais dos governos burgueses e as instituições da oligarquia financeira.
As mulheres trabalhadoras e das classes sociais mais pobres estão na vanguarda da resistência contra os ataques sociais, contra o agravamento da opressão e da exploração, contra as políticas belicistas e os ataques ao meio ambiente.
Neste 1º de maio vamos renovar as forças revolucionárias da classe trabalhadora, vamos fortalecer a luta unificada dos explorados e dos oprimidos contra a ofensiva capitalista, contra as medidas reacionárias e os perigos da guerra imperialista!
Enquanto as lutas populares ganham força e se radicalizam, os líderes revisionistas, socialdemocratas e oportunistas mantêm sua política de colaboração de classes. Eles falam em ‘reformas’, mas para salvar o capitalismo e preservar as bases da atual sociedade. Eles formam uma frente unida com os burgueses e escondem das massas a natureza do populismo e do fascismo. Eles tentam manter a classe trabalhadora longe das lutas e dividida, desarmada ideologicamente, politicamente e organizativamente em frente a ofensiva dos capitalistas.

A despeito da propaganda da burguesia e seus lacaios, os fatos mostram que o capitalismo é incapaz de eliminar o desemprego, a pobreza, o fascismo e as guerras. É incapaz de garantir a igualdade entre mulheres e homens, os direitos dos jovens, uma vida que seja digna deste nome, um futuro de paz e de desenvolvimento social.
Dessa maneira, o capitalismo deve ser demolido pela luta revolucionária do proletariado e dos povos, e substituído por uma ordem econômica e social mais elevada: o socialismo, primeiro estágio da sociedade comunista, único caminho seguro para escapar da barbárie do capitalismo.
A história demonstra que sem autênticos partidos Marxista-leninistas que liderem o proletariado na luta pelo poder, sem lutar contra o oportunismo, é impossível derrotar o imperialismo e conduzir ao sucesso a luta por liberação social e nacional. Sem esse partido, é impossível liquidar a propriedade privada burguesa e construir uma economia socialista planejada.
Neste primeiro de maio, conclamamos a unidade dos comunistas e dos trabalhadores conscientes sob as bandeiras do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário, para construir fortes partidos e organizações comunistas onde estas não existam, e para desenvolver ainda mais as que existem, reforçando a unidade internacional do proletariado revolucionário.
Viva o primeiro de maio, dia internacional de solidariedade e luta dos proletários de todo o mundo!
Viva o 70º aniversário da Vitória sobre as hordas fascistas!
Realizemos manifestações unitárias em todo o mundo!
Mulher trabalhadora e homem trabalhador, povos oprimidos de todo o mundo, uni-vos!

Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxista-Leninistas (CIPOML), abril de 2015

Vitória do Movimento Pró Fórum Permanente de Educação de Belo Horizonte

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conferenciaO Movimento Pró Fórum Permanente de Educação de Belo Horizonte é constituído por mais de 120 entidades e coletivos que representam diversos setores da população. Fórum que é de suma importância, pois dentro dele se discute, delibera e fiscaliza o PME (Plano Municipal de Educação).

Nos dias 24, 25 e 26 de Abril, aconteceu à 7ª Conferencia Municipal de Educação de Belo Horizonte, uma conferência histórica e de grandes lutas perante uma gestão ditatorial da Prefeitura de Belo Horizonte, representada pela Secretária Municipal de Educação, e de algumas vitorias parciais da educação, graças a todos os movimentos sociais, pais e alunos integrantes do Movimento Pró Fórum de BH.

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Neste final de semana do dia 24/04 tivemos uma amostra da falta de democracia institucionalizada pela prefeitura de BH, gerida pelo PSB. Além da falta de paridade, entre gestores e representantes da sociedade civil dentro da Comissão Organizadora da 7ª Conferencia , vimos o total descaso da Prefeitura com a discussão das Metas e Estratégias do PME, onde os grupos divididos pelos sete eixos, não tiveram acesso ao diagnostico da educação na cidade. Uma tentativa de desmobilizar o Movimento e delimitar qualquer discursão mais profunda sobre a real situação da educação na cidade.

Com muita luta dentro da plenária da conferencia e mobilização da sociedade o Movimento Pró Fórum de BH conseguiu a aprovação do fórum por lei e sua composição paritária entre gestores do Governo e Movimentos Sociais. Dentro da plenária ecoou gritos por mais democracia e varias palavras de ordem, puxadas principalmente pelos estudantes representados pela AMES-BH (Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Belo Horizonte), Professores de diversos sindicatos e pais revoltados com a péssima gestão da prefeitura. A 7ª Conferência Municipal de Educação continua em Maio, a partir da elaboração de um diagnóstico mínimo feito pela PBH e solicitação de dados aos gestores estadual e federal para uma radiografia da Educação em Belo Horizonte. Este é só o começo de uma luta por uma educação que liberte.

Guilherme Henrique Vieira Marques

100 anos do genocídio do povo armênio

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genocidio do povo armênio
Soldados turcos diante de corpos de armênios vítimas do genocídio no Império Turco-Otomano

Na madrugada de 24 de abril de 1915, no Império Turco-Otamano, começara a perseguição aos armênios, promovida pelo alto comando político-militar do imperialismo turco, tendo à frente a entidade ultranacionalista Jovens Turcos, cuja bandeira era o panturquismo[1], que tomara o poder central em 1908. A justificativa da perseguição era a de resgatar a “pureza” no território turco e proteção das fronteiras em virtude da Guerra Mundial, em especial na península da Anatólia, na Ásia Menor, habitada, há séculos, por turcos, gregos, curdos e armênios, e que fazia fronteira com o Império Russo. Porém, o povo armênio foi o principal alvo das investidas policiais, acusado de ajudar os russos e, a partir da prisão de 250 intelectuais e líderes armênios em Constantinopla[2], deportações e execuções em massa assassinaram 1,4 milhão de armênios em poucos meses, isto é, 2/3 de todo o povo armênio, sendo que, até hoje, o governo turco permanece impune e praticando violência contra outra minoria, a curda.

Os armênios habitavam o leste da península da Anatólia, em 1915, sob o controle turco e russo, desde antes da era cristã. Surge no séc. VI a.C. suas língua e escrita próprias, utilizadas até hoje, e promovem a elevação do povo armênio à condição de nação. Em 301, tornam-se o primeiro país a adotar o cristianismo como religião oficial, criando-se, a partir de então, a Igreja Apostólica Armênia, a qual é um elemento fundamental na unificação do povo. Porém, os armênios sofrem inúmeras investidas militares de seus vizinhos ao longo do tempo, por sua posição estratégica (entre Europa e Ásia) e por estar em local sagrado, segundo a Bíblia (a cadeia montanhosa do Cáucaso se estende por todo o seu território e atinge o ponto mais alto no monte Ararat, onde a Arca de Noé repousou no fim do dilúvio, local reverenciado por judeus, muçulmanos e cristãos). A Pérsia[3] é o primeiro Estado a intervir, sob o pretexto de combater o avanço da fé cristã, e conquistar parte do território armênio. É, depois, disputada e dividida entre vários impérios: Árabe e Bizantino, Otomano e Persa, Russo e Otomano, porém, por conta de sua forte coesão cultural e religiosa, mantém a maioria de suas características sociais e manifestações populares.

O Império Turco-Otomano surge na baixa Idade Média, e seu nome deriva de Otman I, que reina de 1281 a 1326, com um território que se estende do Rio Indo ao Mar Mediterrâneo. Em 1453, Constantinopla, sede do Império Romano do Oriente, ou Bizantino, é conquistada pelos turcos, e torna-se capital do mundo islâmico e símbolo do poder otomano. Sua queda simboliza o fim do período medieval e início da modernidade. Os turco-otomanos, já em 1520, sob o reinado de Solimão I, chegam às portas de Viena, na Áustria, e passam a controlar grandes áreas, subjugando diversos povos aos seus interesses, a exemplo dos gregos, sérvios e albaneses, na Europa, e dos curdos, árabes e armênios, na Ásia Menor e Oriente Médio. A partir de 1700, tem início a decadência do império, e as repressões às minorias geram guerras, como a da Grécia (1821-1822), da Sérvia (1878) e balcânica (1913), e massacres horrendos, como o genocídio armênio de 1915 a 1923, o qual é comparável ao holocausto promovido pelos fascistas contra o povo judeu.

Na véspera do início do séc. XX são registrados atos de violência, desencadeados por autoridades turcas, em Constantinopla, no ano de 1895. Manifestantes que exigiam melhores condições de vida foram reprimidos pela polícia, morrendo dezenas de armênios. Ao longo dos anos, novos atos de saque a aldeias armênias são registrados, até a chegada da corrente Jovens Turcos, em 1908, ao poder, quando as perseguições tomam grandes proporções. Em novembro de 1914, os turcos entram na Guerra Mundial ao lado da Tríplice Aliança (Impérios Alemão e Austro-Húngaro), contra a Tríplice Entente (Impérios Inglês, Francês e Russo). Portos russos no mar Negro são bombardeados em 28 de outubro de 1914, e os armênios que vivem na Rússia lançam-se na guerra contra os turco-otomanos. A primeira batalha entre os dois impérios, a de Sarikamish, leva à vitória os russos, que passam a ocupar parte do território nativo armênio, ao leste da Turquia. A partir desse momento, Mehmed Talaat Pasha, líder do governo, idealiza as linhas gerais da sangrenta repressão aos armênios que vivem no Império Otomano, acusados de apoiar o governo russo, e ordena a entrega de armas e desmobilização geral dos armênios a serviço das forças armadas turcas, em 25 de fevereiro de 1915.

As prisões sumárias de 24 e 25 de abril de 1915, em Constantinopla (conhecidas como Domingo Vermelho), são os resultados preliminares de um extenso trabalho de propaganda e logística, justificadas, segundo um oficial naval turco, com as seguintes palavras: “os armênios estão conspirando com o inimigo. Eles vão começar uma revolta em Constantinopla, matar os líderes do Comitê União e Progresso (CUP) e abrirão os estreitos (de Dardanellos e de Bósforo).” A partir de então novas investidas dos militares turcos e das instituições políticas obrigam centenas de milhares de armênios a deixarem suas casas e partirem para o desarmado “Batalhão Trabalhista”. Os soldados e os habitantes armênios são convencidos a abandonar armas e vilas sob o pretexto de uma possível paz entre o governo turco e as autoridades armênias do lado russo. Entretanto, a censura postal e a prisão de opositores são os sinais não de uma tentativa de conciliação, e sim de um elaborado esquema de deportação em massa do povo armênio da península da Anatólia em direção ao remoto deserto da Mesopotâmia[4], conhecida como “marchas mortais”, fruto da Lei Temporária de Deportação (“Lei Tehcir”), redigida pelo vizir Said Halim Pasha e aprovado pelo CUP em 29 de maio de 1915. A lei concedia ao governo turco-otomano e aos militares autorizações especiais para deportação e cerceamento de liberdade contra qualquer indivíduo considerado nocivo à segurança nacional. Os armênios, habitantes do Império Turco-Otomano, são enquadrados na Lei Tehcir e é sistematizada a repressão em todas as províncias do império.

Mesmo com a forte censura do governo sobre a imprensa, as notícias sobre o massacre contra os armênios ganham visibilidade em vários países, em especial na Armênia russa e nos EUA. Os cônsules são os primeiros a denunciar aos seus governos a intensa repressão, porém logo são expulsos. Jornalistas levam as informações até vários veículos, em especial o The New York Times, relatando as falsas promessas de “recolocação” dos armênios em uma zona de exclusão bélica, e o presidente Theodore Roosevelt caracterizou o massacre como “o mais importante crime de guerra”. Contudo, a ampliação das denúncias ocorreu somente no fim da guerra, e o saldo de armênios assassinados ultrapassava um milhão, a maioria durante as deportações a pé pelo deserto, vítimas dos ataques de milícias turcas e inanição. O Império Turco-Otomano assinou o armistício com a Entente em 30 de outubro de 1918, sendo desmembrado para o despojo de guerra de Inglaterra e França. Os três paxás que planejaram a repressão sangrenta fogem do país. Com a assinatura do Tratado, a Península da Anatólia e Constantinopla permaneceram sem nenhuma interferência exterior necessária para análise das violações contra as nacionalidades minoritárias e crimes de guerra contra a população civil. O próprio parlamento turco exige averiguações sobre o massacre, porém o governo assume postura conciliadora e julga poucas autoridades relacionadas com o genocídio, instaurando uma corte marcial. Acredita-se que houve em torno de 25 grandes campos de concentração sob o comando de Sukru Kaya, nomeado por Talaat Pasha, o qual proferiu a mensagem: “os armênios perderam o direito à vida no Império Turco-Otomano”. Destacaram-se os campos Lale, Tefridje, Dipsi, Del-El e Ra’s al-‘Alin, ao longo da atual fonteira entre Turquia, Síria e Iraque, criados exclusivamente para a recepção e extermínio de armênios.

Em 05 de fevereiro de 1920 retornam as matanças com o massacre de dez mil armênios em Marash. Em 18 de janeiro de 1921 o governo turco cancela a corte marcial e várias autoridades responsáveis pelos massacres são reabilitadas na vida pública, incluindo os paxás exilados após a guerra. Em 09 de setembro de 1922 a Turquia entra em guerra contra a Grécia, e a cidade de Smyrna é atacada por tropas muçulmanas, sendo assassinados milhares de gregos e armênios. Em 24 de julho de 1923, no Tratado de Lausanne, a Turquia reconhece a independência das antigas nações do império e se compromete a respeitar suas minorias, porém mantém sob sua posse a Armênia turca, não autorizando sua unificação com a Armênia Soviética. Nesse ato a Turquia acaba oficialmente com as perseguições e repressões contra os armênios, entretanto, dos 2,1 milhões de armênios que viviam em territórios turcos, 1,4 milhão tombou no genocídio, 400 mil se refugiaram na Armênia caucasiana e mais de 300 mil emigraram forçadamente a outros países, como o Brasil. A cidade de Osasco, na grande São Paulo, recebeu milhares de imigrantes armênios, e hoje possui um grande número de descendentes que mantêm viva a memória das vítimas do genocídio.

A Turquia permaneceu impune, desde o fim da Primeira Grande Guerra até hoje, tendo os principais responsáveis pelo genocídio vivido o resto de suas vidas no conforto de suas riquezas roubadas do povo armênio. Não nega que morreram milhares de armênios no Império Turco-Otomano, porém apresenta os fatos como “efeitos colaterais da guerra”, e, indo mais longe, seus legisladores e governantes promulgaram, no código penal, o artigo 301, o qual considera ato criminoso denegrir o governo turco e suas instituições, isto é, qualquer pessoa, como um descendente de armênios vitimados durante os massacres, em território turco, pode ser condenado se denunciar a impunidade das autoridades turcas em relação ao genocídio do povo armênio. O governo turco, membro da terrorista Otan, com o segundo maior exército da organização, mantém vigente um grande aparato repressivo contra uma minoria nacional de seu país, os curdos, e sua principal organização política, o PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão[5]), é considerado terrorista, posto na ilegalidade e reprimido violentamente.

A resistência armada curda inicia-se em 1984 sob a liderança de Abdullah Ocalan. As forças armadas turcas já violaram dezenas de vezes a soberania de seus vizinhos Síria e Iraque para bombardear aldeias e cidades curdas nesses territórios. Atualmente os curdos resistem heroicamente na cidade síria de Kobane, lutando contra as forças pró-imperialistas do Estado Islâmico (terroristas treinados pelo Mossad de Israel e financiados pelos sheiks sauditas), sem nenhum apoio turco, mesmo a cidade estando localizada a apenas alguns poucos quilômetros da fronteira com a Turquia. Os genocídios, massacres e perseguições são o resultado de uma política nacionalista-burguesa, que, em momentos de crise econômica e guerras, age de maneira deliberada ao jogar uma nação contra outra, mesmo dentro de seu próprio país, sob o pretexto de resgatar a “pureza” da nação e combater os “invasores”. A Turquia só permanece impune porque segue à risca os ditames do imperialismo, contribuiu nas invasões ao Afeganistão e Iraque pelo EUA e protege os interesses desse país e de Israel no Oriente Médio, o qual massacra o povo palestino. Somente um amplo movimento popular, guiado pelo internacionalismo proletário, será capaz de romper com a impunidade e com as guerras e garantir a paz e o respeito mútuo entre as nações. O genocídio armênio é um símbolo da podridão do imperialismo e prelúdio do seu desmoronamento, a ser alcançado após a conquista de verdadeiras democracias populares no Oriente Médio e demais continentes.

Matheus Nascimento, estudante de Psicologia da UFPA 

Notas

1 Panturquismo e Pan-islamismo: ideologia política das altas camadas sociais turcas, tártaras, etc. (dos cãs, dos mulás, dos latifundiários, dos comerciantes, etc.), que aspira a unificar todos os povos que professam a religião do Islã (religião muçulmana). O pan-islamismo é afim do panturquismo, que pretende unificar os povos muçulmanos e territórios da Ásia Menor sob o poder dos turcos. (J. Stálin, O Marxismo e o Problema Nacional e Colonial, pág. 395, Ed. Vitória Ltda, RJ – 1946).

2 Constantinopla: atual Istambul, na Turquia, e antiga Bizâncio, nos primórdios do Império Romano.

3 Pérsia: termo instituído pelos gregos antigos e correspondente ao atual Irã, localizada no Oriente Médio.

4 Deserto da Mesopotâmia: noroeste e norte dos atuais Iraque e Síria.

5 Curdistão: Os curdos lutam pela criação do Estado do Curdistão, o qual abrangeria territórios da Síria, Iraque, Irã e Turquia. Com uma população estimada em 25 milhões de habitantes, a comunidade curda é maior nação do mundo sem um país delimitado. Na Turquia encontra-se o maior número de curdos, ultrapassando a marca dos dez milhões de habitantes, à sudeste da península da Anatólia.

1 Soldados turcos diante de corpos de armênios vítimas do genocídio no Império Turco-Otomano

Pernambuco recebe visita do presidente da UP

image1O presidente nacional da Unidade Popular pelo Socialismo (UP), Leonardo Péricles, está em Recife hoje e amanhã (22 e 23 de maio) para cumprir uma agenda de divulgação do novo Partido na capital pernambucana e interior. O estado de Pernambuco foi escolhido como primeiro local para iniciar a caravana nacional, onde o presidente vai fortalecer a coleta de apoiamentos para o registro do partido.

 “A UP propõe a unidade de todas as forças populares pela defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores. Lutamos para estabelecer uma pátria nova e socialista”, afirmou o Presidente da UP Leonardo Péricles. O partido construiu uma agenda junto à classe trabalhadora e as camadas populares: “Iremos realizar uma campanha de coleta de assinaturas na porta das empresas e fábricas aqui no Recife e em Carpina. Entendemos que só com o apoio dos trabalhadores é possível construir um governo que atenda aos interesses dos trabalhadores, aumente os salários, congele os preços dos alimentos, diminua o valor da conta de luz e dos aluguéis, além de aumentar os investimentos em saúde, educação e moradia popular”, concluiu Leonardo.

A agenda inclui campanhas de coleta de assinaturas de apoio na Contax, maior empresa de telemarketing do estado em conjunto com sindicalistas do Sintelmarketing-PE, na CAEL-Olinda, empresa de limpeza urbana, com o apoio de dirigentes do Sindlimp-PE, e na Alpargatas-Dupé, empresa de calçados da cidade de Carpina junto com trabalhadores do Sindcalçados. Também está prevista uma visita ao presidente do TRE-PE, Fausto Campos, para despachar aos cartórios a autorização para confirmação do recebimento das Fichas de Apoiamentos. “Pernambuco é o estado onde a UP tem o maior número de apoios até agora. Vamos começar por aqui a entrega das fichas para os cartórios. A ideia é despachar pessoalmente com o Presidente do TRE durante nossa estadia aqui em Recife” finalizou Leonardo, presidente da Unidade Popular pelo Socialismo – UP.

Thiago Santos, executiva estadual da UP em Pernambuco.

Técnicos administrativos do IFRN estão em luta

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Os técnicos administrativos do IFRN no Campus Parnamirim, iniciaram um processo de mobilização como forma de protestos que culminou em greve. As mobilizações iniciaram devido a um posicionamento inflexível da reitoria com relação às férias do Instituto Federal do Rio Grande Norte.

Depois de ter sido criada uma comissão para produzir um relatório, que mostrasse a economia dos gastos do Instituto com a redução do horário de funcionamento para 6h diárias no período de férias, o relatório foi submetido a aprovação do Conselho Superior – Cosup, sendo aprovado o mérito no conselho, inclusive com parecer favorável do auditor, restando apenas a apresentação ao Tribunal de Contas da União – TCU.

No entanto depois de alguns meses de protelação na resposta, a decisão tomada foi, de não reduzir o funcionamento dos Campi, com o argumento de que iria ferir a legislação, pelo fato de serem estabelecidas 40 horas semanais na jornada de trabalho.

Após os Técnicos Administrativos terem sua jornada de trabalho aumentada no ano de 2013 e de ter visto a suspensão do funcionamento no período da copa do mundo, viu-se que, tratava-se de uma questão política, por ser um ato discricionário do reitor, a redução do horário de funcionamento dos Campi.

A resposta da categoria foi pronta: paralisação de três dias e deflagração de greve, agora não mais, só pela regulamentação do funcionamento dos Campi no período do recesso, mais também pela redução da jornada de trabalho, para voltar a ser 6 horas corridas novamente.

Mesmo sendo no recesso docente, houve vários companheiros professores que estão apoiando a greve. Isso mostra de forma clara o descontentamento das categorias técnicos e docentes no IFRN e que estão dispostos a lutarem pelos seus direitos.

Francisco Dias é técnico administrativo do IFRN e coordenador do Movimento Luta de Classes

Após mais de 10 anos, estudantes organizados pela AMES se reúnem com o governo

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Aconteceu ontem (22) uma reunião histórica para o movimento estudantil da região metropolitana de Belo Horizonte.

Após cerca de dez anos sem ouvir a representação dos estudantes, a secretaria de estado de educação, com sua secretária Macaé e demais representantes, sentaram na tarde de quarta-feira com a AMES-BH e estudantes de diversas escolas para discutirem pautas da educação, da relevância do movimento estudantil e das dificuldades encontradas na gestão passada, caracterizada por um governo autoritário e sem dialogo nas pessoas de Aécio Neves e Antônio Anastásia, ambos do PSDB.

Na reunião, a AMES-BH colocou a sua visão e posição em relação ao ensino públicoestadual oferecido em BH E Região Metropolitana, ressaltando o sucateamento de praticamente todas as escolas, com a falta de itens básicos e essenciais, além da dificuldade de organização do movimento estudantil e dos estudantes em geral, que acontece por uma completa falta de democracia imposta pelas direções do colégio que são viciadas ainda em um governo autoritário e que não é aberto ao diálogo.

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A AMES-BH reiterou ainda a necessidade do novo governo estadual do PT, de manter aberto o dialogo com os estudantes e garantir o cumprimento das leis que asseguram a livre organização dos mesmos, mantendo o mais longe possível supostas entidades que são conhecidas nacionalmente por usarem o movimento estudantil para financiar um projeto comercial de venda de carteira de estudantes.

Há de se repudiar ainda, o boicote feito pela diretoria majoritária da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas que sem convite, invadiu uma reunião marcada pela entidade metropolitana com a secretaria estadual de educação.

Mesmo ja tendo tido outras reuniões com a secretaria e não tendo convidado o movimento estudantil que representa os estudantes na região metropolitana, representantes da diretoria majoritária da ubes, usaram de oportunismo na apresentação de uma entidade combativa e de luta e que faz um trabalho massivo com os estudantes nas escolas, para se promoverem também como movimento estudantil.

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Por fim, a AMES-BH encaminhou à secretaria alguns projetos e ofícios para serem avaliados e discutidos. Houve também o agendamento de futuras reuniões, com a garantia de ter um canal direto e democrático com a gestão da educação estadual.

A avaliação feita pelos estudantes e pela entidade é da grande importância e representatividade da reunião, que ainda que claro, não vá resolver de imediato o problema da educação, é ao menos um primeiro contato um pouco mais democrático do que a gestão passada do governo PSDB.

Além disso, o que fica mais claro a cada dia para os estudantes do Brasil, é que mesmo com os avanços na questão do dialogo, a nossa vitória se dará nas ruas e na luta.

É essencial reafirmamos o caráter combativo, livre e de luta da AMES-BH e dos estudantes e juventude que tem como marco de sua geração, a jornada de junho de 2013.

Avante juventude! E que cada vez mais, possamos construir uma educação digna e de qualidade em Minas Gerais e no Brasil.

João Maia é do grêmio do IEMG e militante da UJR

Audiência Pública debate repressão policial contra estudantes em MG

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Na manhã do dia 22 de abril houve, em Belo Horizonte, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, uma audiência pública convocada pela comissão de direitos humanos para discutir a repressão ocorrida durante um ato da Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande BH (AMES-BH) dentro da escola, Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) no dia 26 de março na jornada de lutas Edson Luís. A mesa foi composta por representantes da Comissão de Direitos Humanos, Secretaria da Educação de Minas Gerais, Direção do IEMG, Polícia Militar de Minas Gerais, AMES-BH, Grêmio do IEMG e UNE.

A manifestação feita no dia 26 de março foi em prol da memória do estudante Edson Luiz, morto no período da Ditadura Militar, mais investimento na educação, melhoria da estrutura e mais democracia para o movimento estudantil dentro da escola. No decorrer do ato a diretoria do IEMG acionou a Polícia Militar para intervir. Após a chegada da PM o ato pacífico que estava ocorrendo na escola foi reprimido. Em momento algum a PM propiciou o diálogo com os manifestantes e agrediu três estudantes, Mariana Ferreira (coordenadora geral da AMES-BH), Marcelle Rocha e Taynara Moraes (alunas da escola), prendendo-as em seguida junto com dois estudantes, João Maia (presidente do Grêmio do IEMG) e Gabriel Villar (membro do Grêmio do CEFET-MG-BH), e a mãe de uma das estudantes agredidas.

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Durante a audiência o diretor do IEMG, presente na mesa, argumentou que sempre houve diálogo entre o Movimento Estudantil e a direção, entretanto, esta segue uma orientação feita pelo último governo do estado (PSDB) na qual restringe a entrada do Movimento Estudantil nas escolas estaduais. Segundo a AMES-BH, a diretoria dificulta o diálogo com os estudantes e reprimi o Movimento Estudantil, a pouca voz que os estudantes possuem atualmente dentro da escola foi conquistada com muita luta dos estudantes em conjunto com a AMES-BH.

Os alunos do IEMG junto a AMES-BH exibiram vídeos para o plenário que relatam as agressões cometidas, mostrando que a PM está totalmente despreparada para lidar com estudantes. Sendo ressaltado pela Idalina Franco, superintendente da metropolitana A, que a PM não deve entrar na escola para resolver problemas escolares, educação não é caso de Polícia.

Os representantes da PM alegaram que o uso da força e as agressões cometidas foram legítimos, pois objetivavam o “estabelecimento da ordem”, e serão apuradas as denúncias feitas para analisar se houve abuso de autoridade. Em contrapartida os estudantes esperam esclarecimentos a respeito do “estabelecimento da ordem”, onde reprime violentamente o Movimento Estudantil e impede que os estudantes exerçam seus direitos e, mais uma vez, sejam reprimidos por tentarem conquistar voz na sociedade.
“Se a educação sozinha, não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” – Paulo Freire.

Gabriel Villar é do grêmio do Cefet e militante da UJR