UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quinta-feira, 7 de agosto de 2025
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Vacinas de Cuba e do Brasil salvam vidas na África

Vacinas de Cuba e do Brasil salvam vidas na ÁfricaEm meados de 2006, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou um SOS internacional: necessitava da produção massiva, ao preço mais baixo possível, da vacina polis-acárida contra a meningite A e C, com destino a 23 países do chamado “cinturão da meningite” da África, que se estende do oeste de Senegal até o leste da Etiópia, e onde vivem 430 milhões de pessoas.

A única empresa que fabricava estas vacinas era a transnacional “Sanofi Pasteur” mas, devido aos baixos índices de lucro, a empresa havia reduzido drasticamente seus volumes de produção, algo que colocava a África à beira da emergência sanitária. Cada vacina era comercializada nestes países por 20 dólares, impossibilitando que a maioria do povo tivesse real acesso a vacina.

Com este problema do lucro, a OMS teve que apelar para outros laboratórios públicos e privados de todo o mundo, pedindo que encontrassem a maneira de fabricar milhões de vacinas baratas. As multinacionais responderam, dizendo que era inviável a produção dessas vacinas pois não trariam grandes lucros, incluindo Fundação Bill e Melinda Gates que também recusou a proposta. No entanto, dois laboratórios públicos o fizeram.

O Instituto Finlay de Cuba e o Instituto Bio-Manguinhos do Brasil se associaram para a criação da vacina vax-MEN-AC, específica para os tipos de meningites que afetam a região africana. A partir de então, em Cuba é produzido o princípio ativo, e no Brasil desenvolve-se o resto do processo industrial, incluindo a liofilização e embalagem. O preço final de cada dose é reduzido quase 20 vezes: dos cerca de 20 dólares da vacina comercializada pela citada multinacional para menos de 0,95 centavos. Esta aliança entre Brasil e Cuba permitiu fabricar desde então 19 milhões de vacinas para a África, que são adquiridas e distribuídas por entidades como a própria OMS, UNICEF, Médicos Sem Fronteiras ou a Cruz Vermelha Internacional.

Mas apesar de sua relevância informativa inegável este tipo de iniciativa de cooperação em grande escala não mereceu o menor espaço nos grandes meios internacionais, localizados no Primeiro Mundo. Algo que contrasta com a cobertura periódica das ações sanitárias na África que são financiadas, por exemplo, pela fundação do multimilionário Bill Gates; ou de projetos de mínimo impacto, sustentados por empresas privadas, algumas do próprio ramo farmacêutico, a partir de orçamentos de marketing social corporativo.

Iniciativas como esta e como os programas educativos, sanitários, alimentares ou culturais de Cuba em dezenas de países pobres nos mostram que a teoria de que a única forma possível de cooperação internacional é a chamada “cooperação Norte-Sul”, isto é, a entrega de recursos dos países do Primeiro Mundo aos do Terceiro, está equivocada.

Uma segunda ideia é que o mercado e a empresa privada, neste caso, as multinacionais farmacêuticas, oferecem soluções mais eficientes às necessidades da população que as iniciativas públicas. A cooperação cubano-brasileira na África demonstra justamente o contrário: milhões de seres humanos desatendidos pelo mercado, que só age pela rentabilidade, conseguem solução para uma necessidade vital a partir da vontade política de governos, como o de Cuba Socialista e do Brasil!

Leonardo Zegarra

A prática da eugenia nos EUA

A invenção da eugenia nazista nos EUAPacientes com sobrenomes latino-americanos internados em asilos e instituições psiquiátricas do estado da Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, foram esterilizados em taxas desproporcionais que variam de 20 a 30 por cento, de acordo com pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, que perguntou sobre este procedimento praticado discriminatoriamente sob os termos da Eugenia¹.

A pesquisa foi realizada pela professora de Obstetrícia e Cultura Alexandra Minna Stern e a estudante de pós-graduação de Estudos Latinos, Natalie Lira, que analisaram o número de solicitações de esterilização processadas na Califórnia pelos superintendentes das instituições estatais. Os resultados da pesquisa mostraram que até um terço das cerca de 60 mil esterilizações realizadas em 32 estados dos EUA estavam entre as pessoas com sobrenomes hispânicos sob as leis discriminatórias entre 1907 e 1980, refletindo a discriminação étnica e racial nos procedimentos de esterilização.

Na Califórnia, foram feitos cerca de 20 mil esterilizações em instituições psiquiátricas, sob o pretexto de que os pacientes eram “portadores de deficiência mental”, ocorrido entre 1922 e 1952 sob a Lei 1.909 Eugenics, recentemente anulado em 1979. Enquanto isso, no leste da Carolina do Norte, mostrou que as esterilizações eram desproporcionais em mulheres afro-americanas, e na cidade de Alberta (leste do Canadá), as taxas mais elevadas corresponderam às mulheres indígenas.

Stern realizou uma pesquisa para registrar o legado da eugenia na Califórnia contemporânea e da luta das mulheres por seus direitos na nação americana. Atualmente, o pesquisador planeja criar um arquivo digital de grande escala, que faria essa história amplamente acessível e a coletivizaria com todos.

Ele explicou que para a esterilização forçada eram usados ​​como argumentos, “que as mulheres tiveram desvios sexuais, que sofriam de epilepsia, eram mães adolescentes sem apoio ou tinham QI abaixo de 70”.

A maioria das jovens que foram esterilizadas na Califórnia eram mexicanas, que por serem imigrantes, sofriam muitos transtornos e não tinham acesso à educação.

O Consulado do México e da Igreja Católica expressou oposição a estes procedimentos e as famílias das menores mexicanas esterilizadas foram quem levaram os casos ao tribunal.

Leonardo Zegarra

Notas

¹ Eugenia é um termo criado em 1883 por Francis Galton , significando “bem nascido”. Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente. Baseando na seleção natural de Darwin, Galton propôs a seleção artificial com os estudos da genética humana e com as escolhas de “ parceiros certos”. Veio a ser parte fundamental da ideologia de “pureza racial”, com o surgimento da eugenia nazista.

Nos EUA surgiu a eugenia negativa, aliança entre as teorias eugênicas europeias e o racismo, que consiste na eliminação das futuras “gerações de incapazes” (doentes, de raças indesejadas e empobrecidas) através da proibição de casamentos, esterilização coercitiva e eutanásia. Como teoria, vicejou no final do século XIX, quando os imigrantes eram mal vistos pelos descendentes dos primeiros colonizadores. O patrocínio privado à eugenia começou nos EUA, nos anos iniciais do século XX. Financiadores do racismo nos EUA, os milionários americanos John D. Rockefeller, Harriman, Carnegie e tantos outros financiaram também a eugenia. Ao capital uniram-se cientistas de Harvard, Yale, Princeton e Stanford.

Apoiado por criadores de animais e especialistas em sementes que participavam do movimento eugenista, Charles Davenport  criou em 1909 o Eugenics Record Office, registro de antecedentes genéticos de americanos com que pretendia pressionar o governo a criar leis propícias à prevenção do nascimento de indesejáveis. O estado de Indiana foi o primeiro a legalizar a esterilização coercitiva, seguido por outros 31 estados. Foram esterilizadas por determinação legal, nos EUA, cerca de 60 000 pessoas, metade delas na Califórnia.

Contrariamente a uma crença popular, a eugenia é inglesa (não alemã) em invenção e estadunidense (não alemã), em pioneirismo legislativo.

Ato em Belém presta solidariedade ao povo cubano e a Revolução

Ato em Belém presta solidariedade ao povo cubano e a RevoluçãoCom a presença do conselheiro político da Embaixada de Cuba no Brasil, Rafael Hidalgo, partidos e entidades do movimento social de Belém participaram de ato de solidariedade a Cuba realizado no plenário da Câmara Municipal no último dia 23.

Cerca de 100 pessoas compareceram ao ato que contou com uma mesa composta por representantes do PCR, PPL, PCdoB, LPJ, PCB, do deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) e da Vereadora Marinor Brito (PSOL), além de Carlos Dávila, cônsul adjunto da República Bolivariana da Venezuela em Belém.

Fernanda Lopes, representando o Partido Comunista Revolucionário, destacou a importância histórica da Revolução Cubana para a luta dos povos na América Latina e da necessidade de a tomarmos como “exemplo a ser seguido para transformar radicalmente a realidade de sofrimento pelo qual passa o nosso povo”.

As intervenções da mesa foram alternadas com palavras de ordem vindas do plenário de apoio a Revolução Cubana como “Cuba sim, Yanques não! Viva Fidel e a Revolução!”.

Hidalgo em sua intervenção deu ênfase à importância do trabalho realizado pelos médicos cubanos em 69 países espalhados pelo mundo cumprindo a missão de salvar vidas e prestando solidariedade aos povos atendidos por este trabalho.

O ato faz parte de atividades relativas à XXI Convenção Nacional de Solidariedade à Cuba a ocorrer nos próximos dias 6,7 e 8 de junho em Foz do Iguaçu no estado do Paraná. No final do ato, Rafael Hidalgo fez questão de convidar a todos os presentes à convenção.

Trabalhadores dos serviços essenciais preparam greve unificada

GREVE UNIFICADA EM SPMetroviários,ferroviários, trabalhadores do meio ambiente e saneamento, e eletricitários estão construindo o caminho da unidade com o objetivo de enfrentar os desmandos do governo do PSDB no estado de São Paulo.

Governando o estado há 18 anos, o PSDB vem aplicando uma política de privatização dos serviços públicos que ataca direitos fundamentais do povo paulista. Serra e Alckmin privatizaram a linha 04 (amarela) do metrô e quase todas as empresas de fornecimento e distribuição de eletricidade. Através de novos nomes, como terceirização, concessão ou Parceria Público-Privada, as privatizações continuam nos serviços prestados pela Companhia de Saneamento – Sabesp e de Meio Ambiente, Cetesb.

Neste ano, Alckmin realizou ainda mais ataques aos direitos dos trabalhadores do serviço público, diminuindo o pagamento da participação nos resultados dos trabalhadores do Metrô e Sapesp, aumentando a terceirização em vários setores e negando aumento real de salário, mesmo frente à alta inflação vivida no país. Para o povo, o governo reserva aumento nas tarifas de metrô, ônibus e trem para R$ 3,20 além do aumento na conta de água.

Durante esta semana, a mobilização foi intensa em todas as categorias e estão convocadas assembleias para a próxima segunda-feira (27) que deflagrarão a greve unificada. Para Ricardo Senese, membro do Movimento Luta de Classes – MLC e delegado sindical na estação de metrô da Barra Funda: “A unidade das categorias dos serviços essenciais é um caminho seguro para a vitória. Precisamos construir uma greve unificada que mostre a força dos trabalhadores”.

Abaixo, reproduzimos a nota do Movimento Luta de Classes – MLC em apoio ao movimento:

Diante dos ataques do governo Alckmin (PSDB) aos trabalhadores e ao povo, a greve unificada dos trabalhadores dos serviços essenciais é fundamental. A unidade é um caminho seguro para vitória. Essa é uma greve que se soma a luta dos professores da rede estadual, que enfrentaram de maneira combativa 20 dias de greve, e dos professores da rede municipal que exigem da prefeitura de São Paulo um reajuste salarial digno e a qualidade no ensino.

O MLC tem estado presente nas assembleias, panfletagens e mobilizações convocando os trabalhadores e trabalhadoras a fazer uma greve combativa, que exija do governo o fim das privatizações e se some à luta do povo paulista pela qualidade nos serviços públicos.

No momento em que a inflação diminui de fato o poder de compra dos salários. No momento em que a prática privatista volta com força ao nosso país, através da privatização dos portos, aeroportos, rodovias e, o mais grave de todos, os leilões do petróleo que entregaram parte importante da riqueza estratégica nacional, a unidade e a luta da classe trabalhadora são fundamentais para mudar essa realidade.

Na situação de crise econômica que vive o capitalismo a nível internacional, quando os direitos da classe trabalhadora são atacados no mundo todo, fica evidente que nossas lutas unificadas devem acumular para um sentido ainda maior. O capitalismo é o sistema do desemprego, da miséria, das altas tarifas e da violência e não pode oferecer nada mais para a humanidade. É preciso, em seu lugar, construir uma nova sociedade de Poder Popular e Socialismo.

Apoiamos e participamos da greve unificada dos trabalhadores dos serviços essenciais de São Paulo, defendendo:

-Cumprimento das reivindicações das categorias, com aumento real de salário, pagamento integral e igualitário da Participação nos Resultados, equiparação salarial, fim dos salários regionais e um plano de carreira digno.
– Reestatização da Linha 04 (Amarela) do Metrô. Fim das terceirizações e Parcerias Público-privadas.
– Nenhum aumento na tarifa de metrô, trem ou ônibus. Passe-livre para os estudantes e desempregados.
– Fim das perseguições ao movimento sindical. Readmissão dos perseguidos na greve de 2007 do metrô.

Coordenação Movimento Luta de Classes – MLC

Como a austeridade mata

Como a austeridade mataNo início do mês passado, um triplo suicídio foi noticiado na cidade costeira de Civitanova Marche, Itália. Um casal, Anna Maria Sopranzi, 68, e Romeo Dionisi, 62, estiveram lutando para sobreviver com sua pensão a mensal de 500 euros (mais ou menos R$ 1250,00), e caíram no aluguel.

Por conta dos cortes de austeridade no orçamento do governo Italiano que aumentaram a idade mínima para aposentadoria, o Sr. Dionisi, um trabalhador da construção civil, tornou-se um dos Italianos “esodati” (exilado) – trabalhadores em idade avançada, postos na miséria sem uma rede proteção social. No dia 05 de Abril, ele e sua mulher deixaram uma nota no carro do vizinho pedindo por perdão e se enforcaram na garagem de casa. Quando o irmão do Sr. Sopranzi, Giuseppe Sopranzi, 73, soube da notícia da morte dos familiares, afogou-se no mar Adriático.

A correlação entre desemprego e suicídio tem sido observada desde o século XIX. Pessoas sem emprego tem duas vezes mais chance de pôr fim às suas vidas do que aqueles empregados.

Nos EUA, a taxa de suicídio, que vinha crescendo lentamente desde o ano 2000, teve um salto após a recessão de 2007-2009. Em nosso novo livro, estimamos em 4.750 os suicídios “extras” – ou seja, o número de mortes acima da média anteriormente existente – ocorridos de 2007 a 2010. As taxas destes suicídios foram significativamente maiores nos estados que experimentaram as maiores perdas de postos de trabalho. As mortes por suicídio ultrapassaram o número de mortes por acidente de carro no ano de 2009.

Se os suicídios são uma inquestionável consequência das crises econômicas, esta seria apenas outra história sobre os custos humanos da Grande Recessão. Mas não é só. Os países que cortaram os orçamentos da proteção social e de saúde, como a Grécia, Itália e Espanha, viram nitidamente piores resultados na saúde em comparação a países, como a Alemanha, Irlanda e Suíça, que mantiveram sua rede proteção social e optaram por estímulos ao invés da austeridade (A Alemanha prega as virtudes da austeridade – para os outros).

Como pesquisadores de saúde pública e política econômica, assistimos horrorizados a forma como os políticos encerram o debates sobre as dívidas e os déficits, sem a mínima consideração sobre os custos humanos de suas decisões. Durante a década passada, analisamos uma grande quantidade de dados de vários países para entender como a economia impacta – da Grande Depressão ao fim da União Soviética até a crise financeira Asiática e a Grande Recessão – nossa saúde. O que encontramos foi que as pessoas não ficam inevitavelmente doentes ou morrem por conta de crises econômicas. A política fiscal, ao que parece, pode ser uma questão de vida ou morte.

Em um extremo, está a Grécia, que se encontra em meio ao desastre da saúde pública. O orçamento nacional para a saúde foi cortado em 40% desde 2008, parcialmente para alcançar as metas de redução orçamentária definidas pela chamada troika – o Fundo Monetário Internacional, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeia – como parte do pacote de austeridade de 2010. Algo em torno de 35000 médicos, enfermeiros e outros trabalhadores da saúde perderam o emprego. As internações hospitalares se elevaram após os gregos perderem as rotinas e os tratamentos preventivos por conta do longo tempo de espera e do auto custo dos remédios. A mortalidade infantil aumentou 40%. Novas infecções de HIV mais que dobraram como consequência do uso de drogas intravenosas – ao passo que o orçamento para o programa de doações de agulhas foi cortado. Após o corte no programa de doação de agulhas. Após os cortes no programa de pulverização anti-mosquito no sul da Grécia, foram registrados números significantes de casos de malária pela primeira vez desde a década de 1970.

Em contraste, a Islândia evitou um desastre na saúde pública mesmo experimentando, em 2008, a maior crise bancária da história em relação ao tamanho de sua economia. Após a falência dos três principais bancos comerciais, a dívida total subiu, o desemprego aumentou nove vezes, e o valor da moeda, a krona, entrou em colapso. A Islândia tornou-se o primeiro país europeu a pedir um empréstimo ao FMI desde 1976. Mas, ao invés de salvar os bancos e realizar cortes no orçamento, como demandava o FMI, os políticos da Islândia deram um passo radical: puseram a austeridade sob o voto. Em dois referndos, em 2010 e 2011, os Islandeses votaram majoritariamente pelo pagamento gradual ao credores internacionais,ao invés do pagamento imediato exigido pela política de austeridade. A economia da Islândia se recuperou bastante, enquanto a Grécia se aproxima do colapso. Ninguém perdeu cobertura de saúde ou acesso a medicamentos, mesmo com o crescimento do preço dos remédios importados. Não houve crescimento significativo no suicídio. Ano passado, no primeiro ranking da ONU “World Happiness Report” colocou a Islândia como uma das nações mais felizes.

Céticos vão argumentar sobre diferenças estruturais entre a Grécia e a Islândia. O fato da Grécia ser membro da eurozona fez a desvalorização da moeda impossível e deixou menos espaço político para rejeitar as imposições do FMI. Mas o contraste entre os dois países fortalece nossa tese de que uma crise econômica não tem que, necessariamente, envolver uma crise na saúde pública.

Os EUA estão em algum lugar entre estes dois extremos (Islândia e Grécia). Inicialmente, o pacote de estimulo de 2009 fez crescer a rede de seguridade. Mas haviam sinais de alerta – por trás das altas taxas de suicídio – que a situação da saúde pública piorava. O número de prescrições de anti-depressivos cresceu. 750 mil pessoas (particularmente homens jovens sem emprego) se tornaram alcoólatras. Mais de cinco milhões de estadunidenses perderam o acesso a tratamentos de saúde durante a recessão, pois perderam seus empregos. Visitas médica preventivas foram diminuídas, houve atraso no atendimento médico fazendo com que as pessoas terminem em salas de emergência (a Lei de cuidados com a saúde do presidente Obama expande a cobertura, mas apenas gradualmente).

David Stuckler, pesquisador senior em sociologia em Oxford, e Sanjay Basu, professor assistente de medicina e epidemiologista no Centro de Pesquisa em Prevenção em Stanford, ambos são autores do livro “The Body Economic: Porque a austeridade mata”.

Por David Stuckler e Sanjay Basu

Crise do capitalismo desemprega 73 milhões de jovens

Crise do capitalismo desemprega 73 milhões de jovensEm virtude da especulação no mercado financeiro e da anárquica produção capitalista, desde 2008 o mundo está mergulhado em uma profunda crise, demonstrando o fracasso geral do atual sistema político e econômico. De lá até agora todas as ilusões de que a liberalização do mercado internacional, a livre concorrência e os ideais de lucro a todo custo poderiam resolver os problemas da humanidade dissolveram-se no ar. O American Way of Life (O estilo de vida americano), antes propagado como o caminho da felicidade em filmes e canções, hoje deixa mais dez milhões de trabalhadores desempregados. O mesmo acontece com a Europa que antes era vista como o caminho para ter um trabalho certo, mas hoje, com a crise do capitalismo, países como a Espanha pontua as maiores taxas de desemprego desde 1970 e, segundo pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o índice de desemprego entre os jovens não deve cair para menos de 17% até 2016 nos países desenvolvidos deste continente.

Ainda segundo a mesma pesquisa realizada pela OIT que foi divulgada no último dia 08 são 73 milhões de jovens entre 15 e 24 anos que encontram-se desempregados no mundo, isto é, 3,5 milhões a mais que em 2007! Em 2012 este índice chegou a 54,2% na Grécia e 38,7% em Portugal. A imprensa burguesa tem dito que entre os motivos principais está a desistência na procura de empregos, incompatibilidade da atividade exercida com a especialização do empregado e a perda de potencial produtivo das economias, isto nos países desenvolvidos. Mas a verdade é que a burguesia, temendo a perda de suas riquezas, tem colocado milhões de trabalhadores nas ruas; naturalmente menos trabalhadores significa menos gastos para o patrão, que fará com que menos pessoas continuem produzindo mais em troca de um salário de miséria. Assim, continuará roubando a maior parte das riquezas produzidas pelos trabalhadores. O fato é que o capitalismo não tem mais nada a oferecer para os jovens do mundo, muito menos aos jovens brasileiros.

No ano passado foi divulgada uma pesquisa do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro que afirma: no Brasil 5,3 milhões de jovens entre 18 e 25 anos nem trabalham nem estudam. Este é o reflexo mais triste e real da crise do capitalismo, são milhares de famílias que não têm um lugar para morar, não têm o que comer e não sabem o que será do seu futuro.

Uma vez que a anarquia do capital financeiro internacional só nos tem colocado mais limitações para uma sociedade justa e feliz, em que é subtraído das pessoas até mesmo o direito sagrado de trabalhar, só resta transformar profundamente esta sociedade. Para por fim a esta situação calamitosa em que nos colocou o capitalismo precisamos nos unir, organizar todos os trabalhadores, jovens e oprimidos para que juntos tomemos de volta o que nós construímos.

Daniel Victor, Pernambuco

Golpe da Prefeitura de BH é frustrado na Conferência das Cidades

Apesar da tentativa de golpe da prefeitura de BH, Conferência das Cidades é adiadaNeste último sábado (18) mais uma tentativa de golpe por parte da prefeitura de Belo Horizonte foi desarticulada. A 5ª Conferência das Cidades, de Belo Horizonte, foi convocada pela prefeitura de forma arbitrária e sem a participação dos movimentos populares da cidade.

“A prefeitura de Belo Horizonte, desrespeitando o histórico das próprias outras quatro conferências, que tiveram média de mil participantes, limitou a participação a 300 pessoas”, disse Leonardo Péricles da Coordenação Nacional do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB. E não foram somente essas as irregularidades: “Além disso, a suposta comissão preparatória, eleita de forma anti-democrática pois na época de sua eleição, quase nenhum movimento foi avisado, aprovou um regimento que impedia entidades que não tem registro no município de participar da conferência e isso é ilegítimo, uma vez que se trata de uma etapa de uma conferência nacional e mais, a maioria das associações de bairro não têm registro, e nem por isso não são legítimas” argumenta Leonardo.

A desorganização e despreparo dos organizadores ficou evidente. Dezenas de pessoas ficaram mais de uma hora na fila para não conseguir nem se inscrever como observadores.

Nesse contexto, o MLB e a Ocupação Eliana Silva, juntamente com diversos movimentos presentes tentou entrar no espaço onde a suposta conferência estava sendo iniciada. A prefeitura de Belo Horizonte acionou a guarda municipal para tentar impedir a entrada dos movimentos: “Fomos recebidos com cassetetes e spray de pimenta da Guarda Municipal, isso contra trabalhadores lutando legitimamente por seu direito de participar da Conferência”, relata Poliana Souza da Coordenação da Ocupação Eliana Silva.

O Deputado Federal Nilmário Miranda destaca que a insatisfação não se deu só hoje, mas estava colocada desde o processo de credenciamento, que chegou a ser cancelado e depois reaberto. “A concepção da conferência é a participação. Tem que ter regras, regras democráticas, mas a presença deve ser acolhida, mesmo de quem não é observador ou delegado”, observa.

Nilmário aponta ainda que o objetivo da Conferência é discutir o direito à cidade, com tudo que isso inclui, como a moradia, transporte, segurança, meio ambiente, acesso aos bens e serviços essenciais, controle da especulação imobiliária, etc. “Por isso a participação popular é essencial. Quando ela é restringida, a conferência perdeu o sentido”, afirma (1).

Depois de muito enfrentamento e agressões por parte da Guarda Municipal, centenas de participantes, indignados com tamanha covardia da Prefeitura de Belo Horizonte, se juntaram aos movimentos e garantiram a entrada de todos.

Após o incidente foi feita a leitura do regimento que foi destacado por praticamente todos os movimentos presentes, e estes foram unânimes ao defender o adiamento da Conferência, o que foi aprovado pela maioria dos presentes. Ainda foi decidido pelos movimentos a organização de uma nova comissão preparatória com a participação de mais movimentos populares e a remarcação da Conferência com critérios democráticos que possibilitem a participação de todos os movimentos de nossa cidade.

“Essa foi uma vitória dos movimentos populares que impediram mais um golpe da prefeitura de BH. Agora é impedir que a prefeitura possa tentar outra fraude, pois quem deve mandar na conferência são os movimentos” disse Poliana.

Da Redação MG

NOTAS

(1) Entrevista com Deputado Nilmário Miranda foi retirada de matéria da Jornalista Joana Tavares do Portal Minas Livre.

O mito da liberdade sexual feminina

O mito da liberdade sexual femininaEm uma economia dominada por grandes monopólios, onde as pequenas iniciativas e o “empreendedorismo” individual ocupam cada vez menos espaço nas transações econômicas, os valores do liberalismo pequeno burguês que enaltecem os direitos e liberdades individuais, mesmo que imprescindíveis para a manutenção do capitalismo, são cada vez mais questionáveis do ponto de vista prático da economia.

Os desafios colocados hoje para o sistema já não passam mais pela necessidade de que se forjem meios para que mercadorias sejam produzidas. Hoje a disputa acontece para que se garantam as condições para o escoamento da megaprodução desordenada. É a era da “sociedade de consumo”.

Entretanto, o sexo ainda é campo fértil para a disseminação das ideias liberais. Nas primeiras décadas do século 20, foram desenvolvidas diversas teorias sobre uma forte cultura do sexo, adotadas por vanguardas artísticas e por meios de comunicação. Ali a cultura seria uma espécie de grau mais elevado do “instinto sexual”. Esta teoria de que o sexo seria a base de toda a cultura, bem como a terapêutica através da desinibição, formuladas por alguns psicanalistas, foi prontamente absorvida e comercializada pela cultura de classes.

Sendo assim, todos os meios de comunicação e publicidade imprimiram no ideário coletivo o mito de que o sexo é o último refúgio da soberania e liberdade individuais.

Escrava da “sociedade de consumo”, a mulher, em busca de prestígio e reconhecimento social, agora figura como a “compradora oficial do lar”. A publicidade “dignifica” a mulher, apresentando-lhe produtos que seduzem e estimulam também reconhecimento e atração masculinos, como se esta fosse uma forma de equiparação dos sexos na sociedade.

Concepções idealistas colocam o sexo da mulher como via de sua libertação. Esta corrente deixa de lado toda a História de exploração da força de trabalho feminina no seio do lar, bem como não leva em conta a estrutura familiar que pede agora à mulher uma entrega “voluntária” no casamento, para que viva permanentemente como usufruto daquele homem, maquiando sua condição de propriedade privada. Se toda mercadoria pode ser comercializada, a mulher e seu sexo deve também encontrar um comprador, e esta transação se dá tanto pela via do contrato matrimonial como pela prostituição.

A supervalorização da liberdade sexual como objetivo da luta das mulheres está intimamente ligada ao crescimento da “sociedade de consumo” e é uma corrente que fortalece o individualismo. Em termos práticos, desvia a atenção das mulheres da questão fundamental de classe. Elas deixam de fortalecer a luta pela coletivização das múltiplas jornadas, contra a divisão sexual do trabalho e da luta pelos espaços de poder proletário da sociedade. É importante ressaltar que estas ideias aparecem com força entre intelectuais, estudantes ou mulheres presentes nos meios culturais, que já atingiram certo prestígio ou posição social um pouco mais favorecida ou reconhecida, e que, em geral, não vivem as contradições e os problemas do trabalho doméstico na mesma intensidade das mulheres proletárias. Estes movimentos privilegiam uma moral privada, que se opõe à necessidade da criação de uma moral social proletária e, ao mesmo tempo em que reivindicam diretos das mulheres, incentivam resquícios históricos da poligamia, que sempre foi, na prática, poligamia para os homens e monogamia para as mulheres.

Sendo assim, a luta das mulheres trabalhadoras deve ser fortalecida. As mulheres devem lutar por sua libertação das diversas jornadas de trabalho, por uma sociedade verdadeiramente igualitária, onde não haja opressão de qualquer natureza. Enquanto as mulheres forem obrigadas a ceder e vender sua força de trabalho e estiverem, ao mesmo tempo, alijadas dos espaços de poder da classe, não conquistarão sua liberdade plena nem a total proletarização de suas consciências.

Raphaella Mendes,
Movimento de Mulheres Olga Benario – Minas Gerais

Professora condenada por “sabotagem” e “terrorismo” no Equador

O ódio e a descriminação correísta declararam culpada de "sabotagem e terrorismo" a professora Mery Zamora	Em mais um capítulo da política de perseguição e criminalização dos movimentos sociais no Equador, o governo de Rafael Correia reabriu, mesmo após ser arquivado por falta de provas, o processo contra a líder sindical Mery Zamora, condenando-a por “sabotagem e terrorismo”.

Segue nota no site do Movimento Popular Democrático do Equador, do qual Zamora é dirigente, denunciando mais essa arbitrariedade cometida pelo regime de Correia.

O ódio e a descriminação correísta declararam culpada de “sabotagem e terrorismo” a professora Mery Zamora

Um dia após o dia das mães, o Décimo Tribunal Penal de Guayas declarou culpada a professora Mery Zamora, ex-presidente da União Nacional dos Educadores (UNE) e atual subdiretora nacional do MPD (Movimento Popular Democrático), do suposto delito de sabotagem e terrorismo, com uma pena prevista de 8 a 12 anos de reclusão de acordo com o Art. 158 do Código Penal.

Para o Diretor Nacional do MPD, Luis Villacís Maldonado, esta sentença é uma expressão do ódio e da perseguição política aos dirigentes sociais, e reflete uma descriminação contra as valentes mulheres que levantaram sua voz contra os abusos do poder. A sentença contra Mery Zamora é a conclusão de uma campanha sistemática de mentiras e insultos, visto que o processo havia sido arquivado por falta de provas, mas foi reaberto por pedido presidencial, e agora, sem provas, condenaram essa professora de forma ilegal e inconstitucional. Assim funciona a justiça do Equador.

Luis Villacís acrescentou que a equipe jurídica do MPD apelará dessa sentença, adotará todos os recursos legais no país e recorrerá aàCorte Interamericana de Direitos Humanos para denunciar este caso de flagrante violação dos direitos humanos no Equador. O diretor do MPD convocou todos os setores sociais e populares a levantar a bandeira de solidariedade a Mery Zamora e todos os dirigentes sociais, jornalistas e ecologistas que são perseguidos judicialmente pelo regime: “Frente a perseguição é hora da mobilização popular”, setenciou Vilaccís.

A professora Mery Zamora reiterou sua decisão de seguir enfrentando a prepotência e o autoritarismo do regime, de continuar a luta em defesa das maiorias, e confirmou sua participação na Convenção Nacional Extraordinária do Movimento Popular Democrático que se realizará em 18 de maio de 2013, na cidade de Quito.

MPD – Movimento Popular Democrático do Equador

Da escravidão à ditadura: eles deram a vida pela liberdade

O Centro Cultural Manoel Lisboa e o MLB – Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas de Diadema organizarão no próximo sábado, 18, uma homenagem aos heróis e heroínas negros mortos e desaparecidos durante ditadura civil-militar de 1964 em nosso país. A atividade ocorrerá no Teatro Clara Nunes, centro de Diadema.

Também serão lembrados os negros africanos e descendentes de africanos torturados e mortos pelo regime colonial-imperial e a todos os jovens assassinados nas periferias de nossa cidade ainda hoje.

A história de luta e resistência do povo trabalhador é desconhecida e omitida. Com a história do povo negro isso é ainda maior. O Brasil precisa conhecer sua história e saber que camponeses, operários, mulheres e jovens negros deram suas vidas contra a opressão e a injustiça, assim como seus antepassados nunca se sujeitaram à escravidão. Porém estes companheiros geralmente estão entre os que menos são lembrados, devido a sua origem pobre, aos poucos recursos de suas famílias, ao medo e outros fatores. Por isso, muito de suas vidas e lutas permanecem no quase total anonimato.

Com esta atividade pretende-se reforçar e contribuir para a atual luta pela Pela Memória, Verdade e Justiça, desenvolvida por amplos setores sociais em nosso país, pelos familiares dos mortos e desaparecidos políticos, pelas entidades, sindicatos, partidos políticos de esquerda e movimentos sociais que têm tido um papel de destaque no contexto da Comissão Nacional da Verdade instituída para apurar os crimes da ditadura no Brasil.

A homenagem será feita através de apresentações culturais que contarão com a presença de CÍCERO DE CRATO, PEDRO MUNHOZ E PEDRO ROCHA, além de capoeira e dança afro. Entre uma música e outra, familiares de mortos e desaparecidos e militantes sociais darão depoimentos sobre o tema.

Da escravidão à ditadura: eles deram a vida pela liberdade

Manifesto em Apoio aos Trabalhadores e Trabalhadoras da MGS

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Manifesto em Apoio aos Trabalhadores e Trabalhadoras da Minas Gerais Administração e Serviços – MGSTrabalhadores e trabalhadoras da MGS: vocês não estão sozinhos e o povo mineiro vai saber da covardia que o governo está fazendo com vocês. Não aceitem demissões imotivadas, pois elas são ilegais. Para se demitir um trabalhador da MGS, é necessário que se abra um processo administrativo no qual o trabalhador tem amplas garantias, mas a empresa, a mando do governo do estado, não cumpre com as normas que ela mesma produziu.

Para facilitar a degola, o governo esboça o tal PDV – Plano de Desligamento Voluntário, que os próprios trabalhadores já chamam de “PDVai”! É uma maneira confortável que o governo encontrou de dar um pé-na-bunda dos trabalhadores concursados, colocando-os no olho da rua com o “consentimento” deles… Não aceitem pressão para aderir a nenhum plano de demissão, que de voluntários não têm nada.

É intenção do governo terceirizar setores inteiros do serviço público para economizar com a força de trabalho, pois os trabalhadores terceirizados trabalham em condições precárias, muitas vezes análogas à escravidão. A própria MGS foi criada pra isso: contratar trabalhadores regidos pela CLT e não estatutários, com cargos e funções precárias e mal remuneradas. Ainda assim os trabalhadores concursados da MGS buscam melhorias das condições de trabalho e salariais e não o “olho da rua” proposto pelo governo. Se o governo quer acabar com a MGS, que absorva os trabalhadores para o quadro do estado, pois eles já são concursados, competentes e experientes!

Ação Entre Amigos…

O SINDEAC, sindicato que se diz representante da categoria, “rifou” os trabalhadores num acordo absurdo feito com a direção da MGS no dia 16/04/2013, à surdina, com a mediação do Ministério Público do Trabalho – MPT. Ficou acordado que não haveria demissões em massa, sendo que até 270 demissões por mês a MGS poderia executar sem nenhum problema e que a partir de 271 demissões o sindicato seria apenas comunicado. Para as partes que fizeram a “ação entre amigos”, 270 demissões por mês não é considerado demissão em massa, pois é a média de demissões que já está ocorrendo há mais de 1 ano. Se uma carnificina dessas não é demissão em massa, o que mais pode ser? O SINDEAC sequer consultou os trabalhadores para tomar uma decisão tão séria como esta, um verdadeiro desrespeito! Resta aos trabalhadores se rebelarem contra esta falcatrua do sindicato e se organizarem para lutar contra as demissões.

Já estão sendo encaminhadas denúncias ao Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, ao Ministério Público do Trabalho – MPT e ao Ministério Público – MP, mas o fundamental agora é a categoria se preparar para a luta, paralisações e greve!

A LUTA DE UM É A LUTA DE TODOS!

Todos sabem que, ao tratar os trabalhadores, o governo de Minas é um carrasco.

O SINDEAC “rifou” os trabalhadores da MGSNa educação, esse mesmo governo reduziu os investimentos quase pela metade desde 2003, deixando as escolas na situação em que conhecemos e não como o governo mostra nas propagandas. Aos trabalhadores, não cumpre a lei federal que estabelece o piso salarial para os educadores, pagando uma miséria que muitas vezes é menor do que o salário mínimo.

Na CEMIG, demissões e sucateamento geral para gerar mais lucro para os acionistas que nada produzem, principalmente a Andrade Gutierrez (grande patrocinadora de campanhas eleitorais), que já levou mais de 1 bilhão de reais em 3 anos de farra. A conseqüência disso é o alto valor das tarifas; a queda na qualidade dos serviços prestados; o apagão técnico que existe na empresa, pois a CEMIG não faz concursos e esvazia seu quadro de trabalhadores e; a triste marca de 1 morte a cada 45 dias por acidente de trabalho, por causa da precarização provocada pela terceirização. Mas na propaganda, a CEMIG é a melhor energia do Brasil…

Na COPASA, o governo vem forte com a tal da PPP – Parceria Público-Privada, entregando o serviço e o patrimônio público para grupos gananciosos terem lucro com a água, um dos bens mais importantes para a vida humana.

Na segurança pública a situação é caótica e as polícias têm “enxugado gelo” para tentar resolver os problemas da crescente criminalidade. A falta de investimento na educação tende a piorar o problema, mas o governador pouco se preocupa, pois ele e seus pares moram em condomínios luxuosos, cercados por seguranças particulares e também do estado. Se fecham em condomínios para se sentirem seguros, mas na verdade estão presos em suas gaiolinhas de ouro…

Na saúde é o caos de sempre. Tem gente morrendo por dengue, uma doença tropical já antiga no Brasil, fácil de combater e de se tratar, desde que haja uma política séria, pois é necessário conscientizar a população para eliminar os focos com programas educacionais localizados (mais uma vez, educação) e não com propagandas vazias que só enchem o bolso das agências de publicidade.

Para os trabalhadores da saúde, arrocho salarial. A proposta de reajuste desse ano é de 5%, abaixo da inflação. Os servidores da justiça mineira amargaram a proposta de reajuste de 4,5%, bem abaixo da inflação, mas estão em luta para avançar nas conquistas. Esse mesmo índice foi proposto aos trabalhadores da CEMIG que estão sem Acordo Coletivo de Trabalho desde novembro de 2012.

Essa é a política do “desgoverno” de Minas: acabar com o serviço público e colocar bens e serviços essenciais nas mãos DELES MESMOS. São grupos políticos e grupos econômicos que compõem uma mesma elite, anti-popular, atrasada, conservadora e neoliberal, que massacra o povo e se apropria dos recursos públicos para viverem num conforto absurdo.

Agora é a tentativa de degolar os trabalhadores da MGS e a categoria não pode aceitar. Organize-se! Lute! Em defesa do emprego e de um estado forte, eficiente e para o povo, não esse estado que funciona para privilegiar os ricos e gananciosos.

Assinam este manifesto:

• MLC – Movimento Luta de Classes
• SINDMETAL de Mário Campos, Brumadinho e região
• SINDMASSAS de Contagem
• SINDADOS – MG
• SINDMETRO – BH
• SINDIELETRO – MG
• FNU – Federação Nacional dos Urbanitários
• Jornal A Verdade

Movimento Luta de Classes – MG