UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

terça-feira, 11 de novembro de 2025
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Oaxaca volta a ser palco de grandes batalhas

Presos políticos de Oaxaca

Dois dias após dezenas de prisões havidas durante as manifestações de 1º de Maio no Estado de Oaxaca, México, as polícias estadual e municipal voltaram a atacar os manifestantes que se encontravam acampados nas instalações da Procuradoria Geral de Justiça do Estado, na Cidade Administrativa, exigindo a libertação dos presos políticos. Foram presos arbitrariamente Citlali Orea Santiago e os dirigentes, Florentino López Martínez, Presidente Nacional da Frente Popular Revolucionaria (FPR), e o professor Germán Mendoza Nube, dirigente histórico e fundador da organização, que apesar de sua condição física e de encontrar-se em cadeira de rodas, foi brutalmente espancado pelos covardes elementos da AEI, pretendendo com isso quebrar sua indomável força e têmpera comunista.

Com a agressão aos manifestantes e a detenção de três dos principais dirigentes da FPR, o governo de Gabino Cué Monteagudo confirma sua posição de classe e seu reacionarismo a serviço do governo do PRI, revelando à opinião pública não ser um governo “democrático e de mudança” conforme se declarava e rompendo de fato com o movimento sindical e popular oaxaquenho.

Ainda está bem viva para o povo de Oaxaca e de todo o México a violenta repressão sofrida pelos trabalhadores daquela região, em 2006/2007, que acabou em mortes, assassinatos e centenas de detenções, mas, também, com um levante popular que interrompeu a escalada de violencia,marcando mais uma página na história de resistencia e luta pelos seus direitos do povo mexicano. As intenções, agora, não se mostram muito diferentes daqueles dias. O governo prepara uma nova ofensiva contra a classe operária, o magistério, os povos e as organizações sociais que manifestam repúdio às Reformas Estruturais do Regime, aos megaprojetos de extorsão e saque em mãos do imperialismo e da repressão e ao terrorismo de estado.

Esta nova ofensiva da reação e do fascismo em Oaxaca tem claros objetivos em curto prazo, d acordo com a FPR:

  • A desarticulação do processo da Frente Única de Luta que vem se gestando entre o magistério do SNTE-CNTE, os sindicatos do FUSION, os povos que lutam contra os megaprojetos mineiros e eólicos, os coletivos libertários, as organizações sociais e as ONG´S.
  • A criminalização do protesto social e sua satanização midiática a fim de justificar uma repressão maciça de terríveis proporções, gerando um novo banho de sangue como em 2006-2007; assim o confirmam a repressão ao movimento popular em Álvaro Obregón, Juchitan, Oaxaca, São José do Progresso, etc.
  • A repressão seletiva, assim como a detenção, desaparecimento e extermínio físico dos líderes do povo, dos sindicatos democráticos e das organizações revolucionárias; esperando com isso desatar o terror e gerar dispersão entre as forças populares.
  • A imposição a todo custo das Reformas Estruturais, dos megaprojetos e demais políticas antioperárias e antipopulares, a fim de aniquilar por completo os direitos sociais e as conquistas trabalhistas que os povos e os trabalhadores obtiveram com suas lutas.

Frente à imediata resposta promovida pela FPR, com ações de massa exigindo a libertação dos 20 presos do dia 1º de Maio, os camaradas Citlali Areja Santiago, Florentino López Martínez e Germán Mendoza Nube foram liberados.

No entanto, a repressão por parte da polícia estadual e da AEI continua em Tehuantepec, onde militantes estão sendo perseguidos pelo regime.  A direção da FPR já informou que não retrocederá até ver todos os presos políticos de 1° de Maio libertados, tampouco abaixará as bandeiras nem tolerará mais agressões contra a FPR, nem contra o conjunto do movimento sindical e popular e, com o intuito de fortalecer a luta, trabalha junto com as outras organizações em luta pela constituição da Frente Única de Luta, em 11 de Maio, em Oaxaca.

De acordo com a FPR, é necessário redobrar os esforços para a construção da Frente Única de Luta em Oaxaca, sair às ruas contra os inimigos do povo, fortalecendo o processo de unidade em nível nacional até obter a conformação da Frente Única de Todo o Povo, que derrube o regime burguês e instaure um Governo Provisório Revolucionário de Operários e Camponeses Pobres, que convoque uma Assembléia Nacional Constituinte, para discutir, aprovar e promulgar uma Nova Constituição a serviço do povo e que construa uma República Democrática Popular Antiimperialista e Antifascista.

Redação – Rio de Janeiro

Comissão da Verdade dos Jornalistas Paraibanos – Cajá dá sua contribuição

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Representando o Comitê Pernambucano pela Verdade, Memória e Justiça, o presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa de Pernambuco, Edival Nunes Cajá, falando durante instalação da Comissão da Verdade dos Jornalistas Paraibanos (03.05.13).

Famílias ocupam terreno por moradia popular em Diadema

Ocupação Lucinéia XavierProjeto Minha Casa, Minha Vida está parado na cidade que têm um déficit habitacional de mais de 20 mil moradias

No terreno situado ao lado do novo estádio de futebol de Diadema, no bairro do Inamar zona sul da cidade, mais de 300 famílias iniciaram a ocupação Lucinéia Xavier do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas nas primeiras horas do dia 05 de maio.

São famílias que estão fartas de esperar e já não têm condições de pagar os valores absurdos de aluguel que estão sempre em alta na região. Em Diadema, em virtude da especulação imobiliária, o preço do aluguel de um quarto e banheiro chega a custar R$ 400,00. O aumento do custo de vida e os baixos salários estão fazendo com que mais e mais famílias vivam na rua. É preciso que uma política de habitação verdadeiramente popular vire realidade nesta cidade.

As famílias organizadas pelo MLB têm um longo histórico de lutas. Desde 2008, a partir de um duro processo de ocupações e sensibilização do poder público, iniciou-se a desapropriação de um terreno para garantir moradia às famílias do movimento. A atual administração municipal vem, no entanto, usando de vários instrumentos burocráticos para atrasar o efetivo início da construção, de maneira que este ano nada de concreto foi feito.

Sem outra alternativa e diante do desespero que é o despejo forçado, homens, mulheres e crianças ocuparam um terreno que há anos está abandonado e que apenas serve para a especulação com objetivo de reivindicar:

– Implantação efetiva do projeto Minha Casa, Minha Vida na cidade com o objetivo de atender, prioritariamente, as famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos, principais afetadas pela falta de moradia.

– Desapropriação imediata do terreno de interesse social situado na Avenida Apóstolo Pedro, Bairro do Inamar, com o cumprimento de TODOS os requisitos burocráticos para tanto.

– Inclusão imediata de todas as famílias do MLB, que há anos estão cadastradas na prefeitura, no programa de aluguel social.

Convidamos todo o povo de Diadema a participar desta luta e promover a solidariedade à ocupação Lucinéia Xavier. Queremos uma cidade melhor para todos. Com igualdade, moradia, emprego e segurança. Viva a luta popular!

Cordenação do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB

Ocupação Lucinéia Xavier – Av. Nossa Sra dos Navegantes (Ao lado do estádio municipal).
Contatos: Carol – (011) 98454,0407

Concedida permissão para René González, dos Cinco Cubanos, permanecer em Cuba definitivamente

Concedida permissão para René González, dos Cinco Cubanos, permanecer em CubaA corte americana finalmente aprovou nesta sexta-feira (3) uma moção que permitirá a René González cumprir o restante de seus 3 anos em Cuba, após o que ele poderá obviamente permanecer no país, fora da jurisdição da corte. Até este momento a corte havia requerido que ele passasse este período numa localidade não divulgada na Flórida, praticamente em regime de reclusão, devido ao perigo de vida que corria por estar próximo aos terroristas cujas ações ele e os outros membros do Cinco Cubanos ajudaram a desvendar.

René está em Cuba faz duas semanas para participar das cerimônias do funeral de seu pai Cándido, que morreu recentemente. Phil Horowiz, advogado de René, disse que ambos estão felizes que René “poderá voltar a sua família.”

A ordem judicial de 7 páginas, emitida pelo juiz Joan Lenard (você pode visualiza-la clicando neste link) descreve os requerimentos para o seu direito de permanecer em Cuba. O principal requerimento é que ele renuncie à sua cidadania, o que ele voluntariamente já havia oferecido fazer (René tinha dupla cidadania, cubana-estadunidense). Para renunciar à cidadania estadunidense deve-se estar fora dos EUA, de acordo com uma lei federal do país.

Esta grande conquista é um alento e uma inspiração a todos os solidários aos Cinco Cubanos para que continuem na luta de forma que Gerardo, Ramín, Antonio e Fernando possam também retornar para casa imediatamente!

Glauber Ataide, com informações de Free the Five

Cuba alcança quase 100% de retenção escolar

Cuba alcança quase 100% de retenção escolarA vice-ministra da Educação de Cuba, Cira Piñero, apresentou nesta sexta-feira (3) um relatório que aponta que 99% dos alunos da escola primária dão continuidade aos estudos na escola secundária.

Este número é ainda superior ao total de alunos que avaliam positivamente o curso primário, que chega a 98,1%.

A retenção escolar quase total em Cuba é resultado de um trabalho sistemático para manter e elevar a qualidade da educação, anunciaram autoridades do setor em La Habana.

Na inauguração de um seminário nacional do Ministério da Educação (Mined) para planejar o curso 2013-2014, a titular da pasta, Ena Escla Velázquez, considerou que os esforços devem se intensificar com o objetivo de continuar avançando na formação das novas gerações.

Neste sentido, “é importante persistir no estudo sistemático, no trabalho, na ordem, na disciplina, na organização e na exigência”, afirmou.

Glauber Ataide

Evo Morales expulsa agência norte-americana da Bolívia

Evo Morales expulsa USAID da BolíviaO presidente da Bolívia, Evo Morales, determinou a suspensão das atividades e a expulsão dos integrantes da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (cuja sigla em inglês é Usaid). Morales acusa a organização de ingerência política nos sindicatos de camponeses e entidades sociais, além de conspiração contra o governo. Ele admitiu que a decisão é também uma resposta aos Estados Unidos, que consideram a América Latina como quintal.

A agência atuava no país há 40 anos, desenvolvendo projetos em vários setores sociais, como saúde e meio ambiente. “Decidimos expulsar a Usaid da Bolívia, que saia a Usaid da Bolívia, peço ao irmão chanceler [David Choquehuanca] que comunique imediatamente à Embaixada dos Estados Unidos”, disse o presidente no discurso do Dia do Trabalhador.

“Seguramente pensaram que aqui se poderia manipular politicamente e economicamente [os bolivianos], mas esses são tempos passados”, acrescentou Morales. Ele reiterou que o objetivo é manter relações de igualdade entre a Bolívia e os Estados Unidos, usando uma expressão em espanhol de “você para você”. Segundo o presidente, não há mais espaço para a mentalidade de dominação.

“Seremos um pequeno país, mas igual, e merecemos respeito. A expulsão da Usaid é também um protesto ao chanceler [John Kerry], que disse que a América Latina é um quintal dos Estados Unidos”, disse Morales.

Fonte: Agência Brasil

Presidente da Nestlé diz que água deve ser privatizada

Peter Brabeck diz que água deve ser privatizadaPeter Brabeck-Letmathe, um empresário austríaco que é presidente do grupo Nestlé desde 2005, afirma que é necessário privatizar o fornecimento da água. Isso para que nós, como sociedade, tomemos consciência de sua importância e acabássemos com o subpreço que se produz na atualidade.

Palavras sujas que provocaram estupor, sobretudo quando se tem em conta que a Nestlé é a líder mundial na venda de água engarrafada. Um setor que representa 8% de seu capital, que em 2011 totalizaram aproximadamente 68,5 bilhões de euros.

Pero Brabeker junta essa a outras críticas para destacar que o fato de muitas pessoas terem a percepção de que a água é gratuita faz com que em várias ocasiões não lhes deem valor e a desperdicem. Assim sustenta que os governos devem garantir que cada pessoa disponha de 5 litros de água diária para beber e outros 25 litros para sua higiene pessoal, mas que o resto do consumo teria que gerido segundo critérios empresariais.

Apesar das rejeições que sua posição provoca, faz tempo que ele defende, sem cerimônia, com entrevistas como esta que aparece no vídeo abaixo, que qualifica de extremistas as ONGs que sustentam que a água deveria ser um direito fundamental.

Em sua opinião, a água deveria ser tratada como qualquer outro bem alimentício e ter um valor de mercado, estabelecido pela lei de oferta e procura. Só desta maneira, aponta, empreenderíamos ações para limitar o consumo excessivo que se dá nesses momentos.

Fonte: Brasil de Fato

Desemprego na Europa bate novo recorde

Segundo o relatório oficial de estatísticas da União Europeia, a taxa de desemprego subiu mais uma vez na região. Batendo recorde após recorde, os desempregados representam agora 12,1% da população, somando mais de 26 milhões de homens e mulheres.

Os países que apresentam as maiores taxas são Grécia (27,2%), Espanha (26,7%) e Portugal (17,5%).

Entre os jovens a situação é mais grave: 24% dos jovens abaixo dos 25 anos não tem emprego na região. Os países com maior desemprego para a juventude são Grécia (59,1%), Espanha (55,9%), Itália (38,4%) e Portugal (38,3%).

Na Bélgica 22,4% das pessoas com menos de 25 anos não têm trabalho, sendo que o mais surpreendente neste país é que “a grande subida é do grupo que tem um nível de ensino mais elevado. O ensino superior deixou de ser garantia de emprego”, publicou o jornal De Morgen.

Desemprego na Europa

Glauber Ataide

Shostakovich – O 1º de Maio

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No vídeo acima a Sinfonia Nº 3, de Shostakovich, conhecida como “O 1º de Maio”. Sua estreia foi em 21 de janeiro de 1930, sob execução da Orquestra Filarmônica de Leningrado. O texto cantado pelo coral ao final da obra, de autoria de Semyon Isaakovich Kirsanov, é um louvor ao Primeiro de Maio e à Revolução, como ilustram os versos abaixo:

Ouçam, trabalhadores, à voz de nossas fábricas:
ao queimar o velho, vocês devem acender o novo

Bandeiras hasteadas como o sol,
Marchem, que seus passos sejam ouvidos
Cada Primeiro de Maio
É um passo em direção ao Socialismo

O Primeiro de Maio é a marcha
dos mineiros armados
Às praças, revolução
Marcha com um milhão de pés!

Possibilidade de venda da OGX revela fragilidade da política nacional do petróleo

Possibilidade de venda da OGX revela fragilidade da política nacional do petróleoA possível venda de 40% da OGX a Lukoil revelaria a fragilidade do controle da política econômica do petróleo no Brasil. O mito do senhor X, o herói financiado com dinheiro do povo, desaba e seus escombros servem de degrau ao avanço dos oligopólios internacionais.

Para entender este fato é preciso analisar o processo histórico sempre renegado no Brasil a condição secundária. Desta forma este texto inicia-se apontando os motivos que levaram a criação da Petrobrás somada à importância do monopólio estatal do petróleo.

O movimento popular que resultou na criação da Petrobras buscava – principalmente – os meios necessários para a auto-suficiência. A dramática situação observada durante a Segunda Guerra Mundial quando o Brasil, então importador de gasolina, ficou praticamente sem combustível levantou a necessidade da rápida exploração do petróleo nacional.

Petróleo este cuja existência em território nacional era conhecida desde o século XIX quando foi concedida, ainda no período monárquico, uma concessão para a exploração na região de Maraú na antiga província da Bahia. Neste caso um cidadão inglês dedicou-se à produção de querosene destinado à iluminação pública.

Sua empreitada não durou muito, tendo em vista o predomínio ideológico liberal que impedia qualquer tipo de medida de proteção à iniciativa nacional sucumbindo a iniciativa em função da concorrência desleal dos produtos importados.

Ao longo do século XX diferentes iniciativas para a criação de empresas nacionais de exploração petrolífera foram realizadas. Todas fracassando diante do poderio dos oligopólios internacionais que criavam diversos obstáculos incluindo a utilização da imprensa para atacar os autores destas iniciativas.

Monteiro Lobato em seu livro O escândalo do petróleo e do ferro denuncia detalhadamente os métodos empregados por estes grupos econômicos internacionais. O próprio Lobato foi alvo de ataques na imprensa que o classificavam de louco a ladrão das economias dos eventuais investidores nas companhias petrolíferas que criou.

A situação mostrava-se ainda mais grave quando verificamos a disputa entre os defensores da nacionalização e aqueles favoráveis a entrega do petróleo aos oligopólios existente no interior do governo chefiado por Getúlio Vargas. Esta disputa, durante os anos de 1930 e inicio da década de 40 acabou por gerar desconfianças quanto aos verdadeiros interesses para a instituição do monopólio do petróleo.

A crise de abastecimento de combustíveis, todavia, obrigou o início de um debate no qual observava-se a fragilidade do capital privado diante do poderio dos oligopólios internacionais.

Simplesmente criar uma empresa de capital aberto para explorar o petróleo brasileiro significava a clara possibilidade de entrega aos oligopólios de mais uma forma de controle da exploração deste mineral diante da possibilidade da compra de ações por parte destes grupos.

A população brasileira sabia deste modo das dificuldades que encontraria para criar uma empresa privada nacional em condições de concorrer com os oligopólios petrolíferos e desta forma iniciou uma campanha cujo resultado foi a fundação da Petrobras.

O monopólio da Petrobras, deste modo, foi criado para vencer as dificuldades observadas desde o século XIX quando, em função da concorrência desleal, o projeto de Maraú acabou derrotado.

A criação da Petrobras possibilitou as bases para o rompimento com o modelo colonial, apresentando as condições econômicas básicas para o desenvolvimento industrial.

Lamentavelmente estes princípios fundadores da Petrobras foram abandonados. Em 1997 a Lei 9478 extinguiu o monopólio instituindo a prática dos leilões, entendendo estes como “modernização” e permitindo a presença dos oligopólios no processo de exploração do petróleo.

Para possibilitar a entrega total do petróleo brasileiro permitiu-se ainda a venda de ações ordinárias aos grupos internacionais. A velha prática retornava.

Seguindo o processo de entrega do petróleo brasileiro e a consequente manutenção do modelo colonial, a Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP) anuncia para o mês de maio o leilão de 289 blocos ao longo de 155 mil quilômetros quadrados.

Vejam a crueldade deste fato. Este modelo de administração do petróleo – exatamente este – foi derrotado em 1953 quando o povo brasileiro, através da vitória da campanha O petróleo é nosso, sepultou o modelo proposto no governo do presidente Dutra denominado Estatuto do Petróleo. Durante 50 anos os oligopólios esperaram até retornarem com suas práticas de sempre.

Festejam ainda os oligopólios a ampliação das privatizações, agora elegantemente tratadas por concessões, motivando declarações de alegria conforme observa-se na entrevista do presidente da Bunge – gigante do agronegócio mundial – ao Financial Times: “Estamos começando a ver os incentivos agora; [no Brasil] há um monte de privatizações, especialmente em portos, ferrovias, logística.”

Enquanto isso a ANP divulga as empresas petrolíferas habilitadas para o leilão. A primeira da lista seria o orgulho do capital nacional, a OGX Petróleo e Gás S/A. Pouco depois de receber esta autorização, o senhor Eike Batista, presidente do grupo, passou a correr o mundo e anunciar a venda de 40% de sua parte à empresa russa Lukoil. Esta, por sua vez, apresenta como proprietária de 20% de seu capital a Conoco Philips, dos Estados Unidos.

A Conoco Philips, de forma individual, também encontra-se habilitada a participar do leilão de entrega do petróleo brasileiro. Vai concorrer, concretizando-se a negociação, graças ao patrocínio do dinheiro do povo brasileiro entregue a OGX, em condições de vantagem.

Wladmir Coelho, MG

1º de Maio: Viva a luta dos trabalhadores do Brasil e do mundo!

MLC - Movimento Luta de ClassesAbaixo a exploração dos patrões! Viva a luta dos trabalhadores do Brasil e do mundo!

O capitalismo, o sistema econômico que hoje domina a economia mundial, mostra, mais uma vez, a sua face cruel ao jogar sobre os ombros dos trabalhadores o ônus da atual crise econômica. Em toda a Europa, já são 26 milhões de trabalhadores desempregados e nos Estados Unidos, cerca de 15 milhões.

Mas, enquanto os trabalhadores são jogados no olho da rua, veem suas famílias sendo despejadas de suas casas e vivem em meio a dificuldades, os governos dos ricos usam rios de dinheiro público para salvar bancos e monopólios, exatamente os que são responsáveis pela crise econômica.

Sem outra opção, os desempregados vão às ruas protestar, mas em vez de serem ouvidos, são reprimidos por policiais que jogam bombas e agridem homens e mulheres trabalhadoras.

Em nosso país, também vemos muitas injustiças contra os trabalhadores. O salário mínimo é de apenas R$ 678, valor que não contempla sequer o que estabelece a Constituição. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), para cobrir as necessidades básicas dos brasileiros, o salário mínimo deveria ser de R$ 2.874.

Além do mais, muitos direitos dos trabalhadores são desrespeitados. Somente 49% dos trabalhadores têm carteira assinada e a maioria trabalha mais de oito horas por dia. Muitas empresas não pagam hora extra, férias nem os direitos rescisórios quando demitem o trabalhador. Ao adoecerem, muitos trabalhadores são demitidos e várias empresas se negam a pagar indenização ao empregado que tem a saúde abalada devido ao exercício da profissão. Quando ingressa na Justiça, o trabalhador enfrenta a corrupção do Poder Judiciário e as manipulações dos advogados dos patrões, o que o leva a esperar anos por uma sentença definitiva e outro tanto por sua execução.

No campo, milhões de camponeses esperam um reforma agrária que nunca chega, pois sucessivos governos priorizam a agricultura empresarial, o agronegócio, a produção de alimentos para a exportação, em detrimento dos pequenos proprietários e dos trabalhadores rurais. O resultado é que quase cinco milhões de famílias vivem sem terra; milhares ficam sem emprego com o avanço da mecanização e os preços dos alimentos não param de subir, diminuindo a cada dia o poder de compra do nosso salário.
Toda essa situação não é vontade de nenhum Deus, mas consequência de um sistema econômico, o capitalismo, que existe para beneficiar uma rica minoria e aumentar os lucros dos patrões.

Portanto, mais do que nunca, os trabalhadores devem se unir e lutar por seus direitos e contra esse regime, que concentra a riqueza nas mãos de uma minoria e joga os trabalhadores e o povo na miséria.

Governo quer entregar nosso petróleo

Não bastasse, o governo trai suas promessas de que não iria privatizar mais nenhum setor público, entregando portos e aeroportos, e realizará em 14 e 15 de maio a maior privatização do nosso petróleo na história do Brasil. A previsão é de que o valor dos poços leiloados chegue a 3 trilhões de dólares, duas vezes mais que tudo que foi produzido pela Petrobras desde a sua fundação.

Todo esse dinheiro, em vez de ser usado para construir milhares de escolas, hospitais, postos de saúde e casas populares, será transferido para as grandes empresas privadas nacionais e multinacionais.

Os trabalhadores não podem se calar diante de mais esse crime contra a soberania nacional. Não é justo que enquanto o povo brasileiro sofre nas filas dos hospitais, faltem verbas para a educação e para a habitação, e os nossos jovens não possam ingressar nas universidades públicas por falta de vagas, mais uma vez nossas riquezas sejam entregues a grandes capitalistas nacionais e estrangeiros.

O Partido Comunista Revolucionário (PCR) e o Movimento Luta de Classes (MLC) convoca todos os trabalhadores neste 1º de Maio a se manifestarem contra a entrega da nossa soberania e das nossas riquezas e a defenderem seus salários contra a alta dos preços e da inflação, exigindo que o governo suspenda os leilões dos poços petrolíferos. Convoca também a todos para lutarem pelo Socialismo, sistema no qual tudo o que a sociedade produz é dividido entre todos e não haverá mais a exploração de um ser humano por outro.

Basta de exploração do trabalhador!

Vamos à luta garantir nossos direitos!

1º de maio de 2013
Partido Comunista Revolucionário (PCR)

MLC - Movimento Luta de Classes

Viva o 1º de Maio!
Viva o Dia Internacional dos Trabalhadores!

Em 1º de maio de 1886, na cidade de Chicago, EUA, os operários, cansados da superexploração que sofriam e dos abusos dos patrões, revoltaram-se nas ruas para exigir a redução da jornada de trabalho. A repressão contra as manifestações dos trabalhadores nos EUA foi violenta: vários operários foram assassinados e dezenas, feridos. A Justiça, a serviço dos patrões, condenou quatro líderes da grande rebelião à morte e outros quatro à prisão.

No julgamento, os operários não se intimidaram, e ainda desafiaram a justiça da burguesia fazendo pronunciamentos, denunciando a exploração capitalista e afirmando o justo direito dos trabalhadores a se rebelarem contra a ordem injusta.

O exemplo de luta dos operários norte-americanos se espalhou por todo o mundo e desde então os trabalhadores unem-se no dia 1º de maio para defender os seus direitos, celebrar a luta contra a exploração capitalista e afirmar seu objetivo de construir uma nova sociedade sem opressão e sem exploração, a sociedade socialista.
Hoje, como ontem, os patrões continuam a explorar os trabalhadores pagando baixos salários para aumentarem seus lucros. Quando têm algum prejuízo, a primeira coisa que fazem é demitir o trabalhador.

Viva o 1º de Maio! Viva a luta dos trabalhadores pelo socialismo!

Movimento Luta de Classes (MLC)