Os moradores da Ocupação Eliana Silva, em Belo Horizonte, celebraram o Dia Internacional da Mulher em ato político realizado no último dia 10, com direito a café da manhã e convidadas especiais.
A mesa do ato contou com a participação de Dirlene Marques (professora aposentada da UFMG), Maria da Consolação (PSOL, candidata a prefeita nas últimas eleições), Natália Alves (Partido Comunista Revolucionário), Poliana Souza (Ocupação Eliana Silva – MLB) e Raphaella Mendes (Movimento de Mulheres Olga Benario).
O ato destacou a luta das mulheres por seus direitos, e em especial a luta contra a violência, além de ter celebrado o trabalho de reforma da creche “Tia Carminha”, que funciona dentro da ocupação Eliana Silva.
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MG
A Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxista-Leninistas (CIPOML) expressa seu pesar pelo falecimento do comandante Hugo Chávez Frias, presidente da República Bolivariana da Venezuela. Manifesta sua solidariedade com a classe operária e o povo, com o Governo da República Bolivariana, com os revolucionários e comunistas que combatem valorosamente pela liberação social e nacional na Venezuela.
O processo revolucionário que tem lugar na Venezuela, envolvendo milhões de seres humanos, os trabalhadores e a juventude, vem cumprindo a tarefa de democratizar a sociedade; de dar acesso aos setores empobrecidos dos direitos de saúde, educação e segurança social; enfrenta a oposição da reação e da oligarquia e pôs de pé as massas trabalhadoras e a juventude para defender esse processo.
O Governo da Venezuela, com Hugo Chávez à cabeça, desenvolveu uma importante política de integração na América Latina, incluindo os diversos países da Região e, de maneira particular, aqueles que integram a Alba. Este processo tenta um desenvolvimento independente e enfrenta a oposição aberta do imperialismo norte-americano, que se nega a perder seu domínio tradicional.
Por estas razões, o comandante Chávez ganhou um posto entre os lutadores sociais e revolucionários, entre os trabalhadores e povos da América Latina e de outros continentes; destaca-se como um lutador, um patriota decidido, um anti-imperialista consequente. Sua morte cria uma grande perda para a luta contra a tirania e o inevitável, mas duro e difícil, processo de libertação dos povos. Mas esse doloroso golpe não freará a luta; pelo contrário, estamos convencidos de que a classe operária, o povo e a juventude venezuelanos continuarão os combates, saberão distinguir seus amigos verdadeiros dos inimigos abertos e encobertos, e avançarão na luta de libertação, resolutamente, pelo caminho da revolução e para o socialismo. Com os revolucionários proletários à frente, enterrarão o capitalismo e o imperialismo, tal como o farão outros povos da América Latina e do mundo.
Os Partidos e Organizações Marxista-Leninistas integrantes da CIPOML renovam seu compromisso com a revolução internacional do proletariado, com o internacionalismo proletário; reafirmam sua convicção de que os integrantes do Partido Comunista Marxista-Leninista da Venezuela (PCMLV) e as verdadeiras forças revolucionárias do país, continuarão a luta para conduzi-la pela revolução e pelo socialismo até a vitória.
Essa firmeza nos teus gestos delicados
Essa certeza desse olhar lacrimejado
Haja virtude, haja fé, haja saúde
Pra te manter tão decidida assim
Que segurança pra dobrar tanta arrogância
Que petulância de ainda crer numa esperança
Quem é o guia que ilumina os teus dias?
E que te faz tão meiga e forte assim
Coragem, coragem, coragem, mulher
Coragem, coragem, coragem, mulher
Como te atreves a mostrar tanta decência?
De onde vem tanta ternura e paciência?
Qual teu segredo, teu mistério, teu bruxedo
pra te manter em pé até o fim?
Coragem, coragem, coragem, mulher
Coragem, coragem, coragem, mulher
Como te atreves a mostrar tanta decência?
De onde vem tanta ternura e paciência?
Qual teu segredo, teu mistério, teu bruxedo
pra te manter em pé até o fim?
Coragem, coragem, coragem, mulher
Coragem, coragem, coragem, mulher
Milhares de venezuelanos continuam caminhando nas ruas de Caracas para se despedir do presidente Hugo Chávez. Correspondentes estrangeiros admirados com a adoração do povo venezuelano a Chávez perguntam as pessoas que passam horas nas enormes filas a razão de estarem ali e recebem repostas que o deixam ainda mais surpresos: “Não importa o tempo. Se fosse necessário, ficaria 20 mil horas na fila”, disse o trabalhador José Luís Paredes, 45, acompanhado da mulher e de dois filhos, de 6 e 10 anos. Outro trabalhador declarou “estamos chorando mas com o punho fechado.
A venezuelana Kehisber Diaz, 46, enfermeira, enfrentou uma fila quilométrica para ver o corpo do Comandante. Acompanhada de familiares e amigos, após 24 horas ela conseguiu chegar ao caixão do presidente Chávez. Enquanto assistia ao funeral de Estado por um telão instalado na frente da Academia Militar, onde o corpo está sendo velado, falou a imprensa: “Ele [Chávez] sacrificou a vida por nós, venezuelanos. Por isso ele merece que a gente venha aqui e espere o que for necessário para vê-lo”.
De fato, em 14 anos, o presidente Hugo Chávez nacionalizou multinacionais como a Cargill, colocou a petroleira PDVSA sob controle popular e estatizou empresas agroindustriais, metalúrgicas e de construção civil.
Além disso, a mortalidade infantil foi reduzida de 25 por 1.000 crianças para menos de 13 por 1.000; 96% da população passou a ter acesso à água; de 18 médicos por 10.000 habitantes, agora são 58; 13.721 clínicas médicas foram construídas nos bairros pobres (crescimento de 169,6%) e 350 mil casas populares foram entregues.
Por essas razões, o povo chora e lamenta a morte de Hugo Chávez.
A cerimonia de despedida de Hugo Chávez se realizou no dia 8 de março ante a presença de chefes de Estado de governo de dezenas de países e teve início com o Hino Nacional tocado pela orquestra sinfônica de Simon Bolívar. Na ocasião, falando em nome do povo venezuelano, Nicolas Maduro fez um emocionado discurso: “Comandante não puderam contigo nunca e não poderão também conosco. Não houve em nossa história um líder do nosso país mais insultado e atacado mais violentamente do que o nosso comandante em 200 anos. Nunca se mentiu tanto sobre um homem (…), mas não conseguiram. “Aqui está invicto, um puro e transparente, verdadeiro, que vai viver para sempre, para sempre (…) aqui você comandante, com os seus homens, de pé, todos os seus homens leais e mulheres como nós te juramos, lealdade além da morte. “
Ainda no dia 8 de março, enquanto seguia as homenagens ao líder venezuelano, Nicolas Maduro, assumiu a presidência do país e prestou juramento na Assembleia Nacional.
Novas eleições para presidente serão realizadas na Venezuela em 14 de abril.
Em Natal, RN, o Dia Internacional das Mulheres foi marcado com muita energia e combatividade em uma bonita passeata realizada no centro da capital potiguar.
O ato foi convocado por diversas entidades, entre as quais, o Movimento de Mulheres Olga Benário, o MLB, CUT, Marcha Mundial de Mulheres, Movimento Bandeira Lilás, PT e o PCR. A concentração aconteceu no local onde se realizava a assembleia dos professores que foram também convidados a participar do Ato.
Participaram ainda do Ato parlamentares do PT, como o vereador Hugo Manso, deputado estadual Fernando Mineiro e a Deputada Federal Fátima Bezerra.
Muitas palavras de ordem, falas, energia e disposição marcaram a passeata. Pelo Movimento de Mulheres Olga Benário falou Luciana Gomes afirmando que as mulheres deveriam se organizar cada vez para mais para desenvolver as lutas por suas reivindicações, como por exemplo: creches, lavanderias coletivas e restaurantes populares. “Estas são reivindicações concretas que devem mobilizar as mulheres no país inteiro porque são direitos desrespeitados diariamente” disse.
Pelo PCR falou Samara Martins que realizou uma justa homenagem à memória da companheira Valdete Guerra que além de ter nascido no dia 8 de março era uma mulher de luta e revolucionária. Lembrou que hoje em nosso país as mulheres sofrem com o descaso dos governos e com a opressão da sociedade capitalista e que, portanto para libertarmos as mulheres da escravidão, da humilhação e exploração a que estão submetidas devemos por fim a essa sociedade injusta e construir em seu lugar o Socialismo.
Foi divulgada no último dia 6 de março, a lista de parlamentares que integrarão a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, que terá como uma de suas responsabilidades votar o Projeto de Lei 4471, que prevê a investigação dos autos de resistência e outros procedimentos para o caso de mortes violentas envolvendo agentes do Estado. O projeto é de autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e o presidente da comissão será o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ).
Na última reunião da comissão, em 2012, o PL 4.471 deveria ter sido votado, porém, a votação foi adiada para 2013, pois não havia quórum. O relator à época, deputado Pastor Eurico (PSB-PE), votou favoravelmente à aprovação.
O projeto determina que, nos casos qualificados como “resistência”, se do “emprego da força resultar ofensa à integridade corporal ou à vida do resistente, a autoridade policial competente deverá instaurar imediatamente inquérito para apurar esse fato, sem prejuízo de eventual prisão em flagrante”.
“Se não houver um controle, há a possibilidade de uma ação policial violenta, que é ilegal, e temos que agir aqui [Brasília], pois o número de mortes é altíssimo”, argumentou Paulo Teixeira. “Esses autos acabam escondendo o uso excessivo da força policial”, garante. O PL prevê ainda que, após a instauração do inquérito, “será feita imediata comunicação ao Ministério Público e à Defensoria Pública, sem prejuízo do posterior envio de cópia do feito ao órgão correcional correspondente e, onde houver, à Ouvidoria, ou órgão de atribuições análogas”.
O ouvidor geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga Dantas, alega que a nova lei irá reafirmar, apenas, o que já está previsto, mas não é cumprido. “O ordenamento jurídico, nosso código penal, determina que qualquer morte violenta deva ser registrada como ‘homicídio’. Está lá, no artigo 121 [do Código Penal], isso deveria ser simples e investigado, mas não é assim que funciona.” Dantas vai além: para ele, seria necessário obrigar que todo socorro, em casos de suposto confronto entre civis e militares, com vítimas, seja prestado pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). “Temos registros de pessoas que são mortas no caminho para hospitais, dentro das viaturas, por tortura.” O ouvidor lembrou que o “papel da polícia é a prevenção ao crime, mas que alguns policiais têm agido em desacordo com esse princípio.”
Na mesma linha do ouvidor está Daniela Skromov Albuquerque, defensora pública do Estado de São Paulo, que participou das discussões sobre a Lei e que também não é tão otimista quanto a sua eficácia. Ela acredita que a alteração legislativa não será suficiente. “É um projeto bem vindo, porém, não deve mudar esse cenário. Todo policial que se envolve em ‘evento morte’ deveria ser afastado do cargo. O problema vai além, ele é de ordem prática e ideológica, na atuação da polícia militar.” Como exemplo de sua preocupação, Skromov cita uma das infrações que é cometida de forma cotidiana. “O projeto pede a preservação da cena do crime, mas isso já é lei. No entanto, infringe-se, vivemos no país em que não se cumprem as leis, em que existe a cultura da ‘lei que pega’”, finalizou.
Os números de mortes pela ação da polícia em todo o Brasil são alarmantes. Em São Paulo, no primeiro semestre de 2012, 239 pessoas tiveram suas mortes justificadas por meio dos “autos de resistência seguida de morte”. A taxa de homicídios chega a 1,16 para cada 100 mil habitantes. Na Bahia, morreram, de janeiro a agosto, 267 pessoas em confronto com policiais, enquanto no Rio de Janeiro foram 214 assassinatos.
Movimentos sociais pressionam
Cinquenta e duas entidades assinaram em conjunto uma nota cobrando a aprovação do PL 4.471. O coletivo lembrou os altos índices de letalidade policial. “Aponta-se que, entre janeiro de 2010 e junho de 2012, apenas nos estados do Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, 2.882 pessoas foram mortas em ações registradas como ‘autos de resistência’ ou ‘resistência seguida de morte’ – média de mais de 3 execuções por dia.”
Débora Maria, fundadora do grupo Mães de Maio, já foi até Brasília pressionar parlamentares pela aprovação do projeto e chegou a enviar uma carta para a presidenta Dilma Rousseff. Ela está confiante. “Para os movimentos sociais, é importante que essa nova comissão vote unanimemente em favor do objetivo maior, que é a vida dos periféricos desse país.” A ativista diz que acompanhará as votações e não descarta a realização de manifestações na capital federal. “Se tiver que fazer pressão, vamos até Brasilia de novo. Em todos os cantos do Brasil a polícia mata, isso tem que parar. Mães não podem criar seus filhos para a polícia matar, isso não é aceitável”, afirma Débora Maria.” Ela ainda lembrou que em maio de 2006, após ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo, cerca de 492 jovens teriam sido executados em retaliação aos ataques da facção e, desde então, o movimento luta pelo fim dos “autos de resistência seguida de morte”, que justificam a morte de 84 jovens naquele ano.
Sobre possíveis alterações no projeto, Paulo Teixeira afirmou que serão poucas, mas a principal determina que os policiais que se envolvam em conflitos com pessoas e que acarretem em lesões ou óbito não serão presos imediatamente, somente após a investigação determinar a culpabilidade do agente.
Após ser votado na Comissão de Segurança Pública, o projeto será encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça e, só então, caso aprovado, será levado ao plenário da Câmara dos Deputados. Teixeira está otimista sobre a aprovação da lei ainda em 2013.
A nova formação da comissão conta com Alessandro Molon (PT), Assis do Couto (PT), Cândido Vacarezza (PT), Zeca Dirceu (PT), João Campos (PSDB), Otávio Leite (PSDB), Pinto Itamaraty (PSDB), Guilherme Campos (PSD), Moreira Mendes (PSD), Keiko Ota (PSB), Efraim Filho (DEM), Major Fábio (DEM), Enio Bacci (PDT), José Augusto Maia (PTB), Protógones Queiroz (PCdoB), Otoniel Lima (PRB), Lourival Mendes (PTdoB) e Fernando Francischini (PEN).
Outros pontos do projeto de lei:
– É vedado o acompanhamento do exame de corpo de delito por pessoa estranha ao quadro de peritos e auxiliares;
– Nos casos de morte violenta, será obrigatório exame interno, documentação fotográfica e coleta de vestígios encontrados durante o exame necroscópico;
– O exame interno sempre será realizado nos casos de morte violenta ocorrida em ações com envolvimento de agentes do Estado;
– É vedado o acompanhamento da autópsia por pessoa estranha ao quadro de peritos e auxiliares, exceto se indicados por representantes da vítima;
– Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime;
– Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que deverão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos
“Na Bulgária não há crise”, garantem os tecnocratas neoliberais de Sófia e Bruxelas. O governo de extrema direita de Borikov, o “Batman”, caiu, o salário mínimo equivale a 75 euros, metade da população está ameaçada de pobreza, um milhão de búlgaros emigraram, o desemprego sobe vertiginosamente.
Dezenas de milhar de búlgaros saíram à rua na segunda-feira, em Sófia e outras cidades do país, como tem acontecido nos últimos tempos, devido à degradação econômica e social de um país, o mais pobre da União Europeia, onde a corrupção alastra através das elites políticas e econômicas.
No entanto, garantem os tecnocratas, “na Bulgária não há crise”. A dívida externa é inferior a 16 por cento do PIB, o défice público é inferior a dois por cento, a economia cresce – apenas 0,5 por cento -, o problema é que “o desemprego aumenta agora muito rapidamente”, afirma um perito da Universidade de Economia de Sófia.
O governo populista de extrema de direita de Boiko Borikov, conhecido por “Batman”, demitiu-se em bloco na sequência dos protestos em todo o país devido às subidas brutais dos preços da eletricidade durante um Inverno rigoroso. Um “governo de tecnocratas” deverá gerir o país até às eleições, antecipadas de Junho para Abril. A população desespera perante as alternativas que se colocam, o regresso do antigo guarda costas e karateka Borisov, ou os socialistas, rendidos à economia neoliberal, como no resto da Europa.
Apesar de “não haver crise”, 49 por cento dos búlgaros estão ameaçados de pobreza, de acordo com o Eurostat. O salário mínimo é 75 euros, o médio é 350, os salários e pensões estão congelados há muito, os preços aumentam. O desemprego está em 12,5 por cento, mas cresce a grande velocidade. Dos pouco mais de sete milhões de búlgaros, um milhão já emigrou. As exportações e os investimentos estrangeiros reduziram-se para um quinto dos valores de 2009, o poder de compra diminui, os únicos investimentos resultam dos fundos comunitários, disfarçando a situação real de recessão.
A situação do país, elogiado por Berlim e Bruxelas porque cumpre de maneira “férrea” a disciplina orçamental, resulta de anos consecutivos imposta à esmagadora maioria da população.
A Alemanha é um dos países que tenciona receber o chefe do governo do Paraguai, nascido de um golpe parlamentar e que não é reconhecido pelas uniões de países latino-americanos. Se a Alemanha e a Comissão Europeia receberem José Feliz Fernández, “danificarão seriamente a democracia”, uma vez que se trata de um “representante ilegítimo” do país, adverte a Esquerda Unitária no Parlamento Europeu (GUE/NGL).
O governo dirigido por Feliz Fernández, sob a presidência de Frederico Franco, resultou do golpe parlamentar de meados de 2012 que destituiu o presidente eleito, Fernando Lugo. O golpe não foi reconhecido pela esmagadora maioria dos países da América Latina, atitude que adotaram também as estruturas reginais como o Mercosul, a Unasul e a Celac.
Em nome do GUE/NGL, a presidente do grupo, Gabi Zimmer, advertiu que será um dano para a democracia, em nome da qual a União Europeia toma tantas posições, se a Alemanha e a Comissão Europeia receberem “um representante ilegítimo do Paraguai”. A eurodeputada alemã sublinhou que “serão os primeiros europeus a acolher um governo de facto fruto de um golpe parlamentar contra o presidente constitucional do Paraguai, Fernando Lugo”.
Jurgen Klute, eurodeputado alemão do GUE/NGL e membro da Delegação Parlamentar com os países do Mercosul, declarou que “será uma vergonha que o governo alemão se preste novamente a tentar legitimar golpes de Estado para assegurar os seus interesses económicos, prosseguindo a história de saque que tanto tem prejudicado a América Latina”.
Klute integrou a delegação do Parlamento Europeu que se deslocou ao Paraguai para averiguar as circunstâncias da deposição de Fernando Lugo, presidente eleito livre e democraticamente. “A União Europeia e os Estados membros devem abster-se de intervir nas decisões tomadas pelos seus homólogos regionais, como o Mercosul, a Unasul e a Celac, que foram unânimes na condenação da rutura da ordem institucional do Paraguai e que suspenderam o país dessas instituições”, afirmou Jurgen Klute.
Investigações realizadas no Paraguai apuraram que o presidente Federico Franco, vice-presidente até ao derrube do presidente, conseguiu em quatro anos ampliar em 700 por cento a sua fortuna pessoal, além de ser conhecido pela prática de nepotismo ao distribuir altor cargos públicos pela família. O primeiro ministro, Feliz Fernandez, é acusado de apropriação indevida de terras para a própria família.
O Paraguai é um dos 10 países mais desiguais do mundo, situação para a qual contribui, sobretudo, o enorme peso dos latifundiários, acusados d terem estado por detrás do golpe contra Lugo.
Antes de a Alemanha e a Comissão Europeia se prepararem para receber um chefe de governo resultante de golpe de Estado já o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, “legitimara” o regime ao encontrar-se com Federico Franco em Nova Iorque, durante a última Assembleia Geral das Nações Unidas.
A primeira posição alemã sobre a situação no Paraguai, assumida logo em Junho do ano passado, fez prever o que agora poderá acontecer. Para Berlim, o golpe de Estado que depôs Fernando Lugo foi “normal”.
Os trabalhadores das empresas Ecofor e Marquise, lotados na garagem no município de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, deram uma demonstração de rebeldia e coragem nos dias 05 e 06 de março. Os garis, organizados pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Limpeza Urbana do Estado do Ceará, realizaram uma paralisação de 3 horas para pressionar o patrão por 15% de reajuste sobre o salário mínimo e um acréscimo de R$ 2,6 no vale alimentação.
Após a greve, a empresa prontamente marcou uma reunião com o SINDLIMP-CE para negociar, mas na reunião junto ao Ministério do Trabalho os representantes patronais somente informaram que havia encerrado a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho com o Sindicato do Asseio e Conservação, e este havia aceitado a proposta de 8% e R$ 1,10 no vale. No entanto, o presidente do Sindlimp, Glaydson Santana, apresentou discordância dessa proposta e a posição contrária dos garis: “a categoria sequer pôde opinar sobre o reajuste. Simplesmente foi apresentado sem a devida consulta à base da categoria. Foi empurrado goela abaixo. Por isso, fizemos a paralisação e a disposição é de continuar esse movimento”. Uma Nova reunião foi marcada no Ministério Público do Trabalho, o qual mediará o conflito.
A greve demonstrou muito bem o quanto está revoltada a categoria, bem como não aceitará mais as manobras e conluios com os patrões. A luta continua na certeza de uma importante vitória para os trabalhadores.
Vítimas de opressão dupla na sociedade de classes, imposta pelo sistema a todos os despossuídos e a específica, que as relega a um papel secundário, o de cuidar dos afazeres do lar, ou as submete a dupla jornada, quando desempenham alguma atividade econômica, as mulheres nunca se conformaram com essa situação. Muitas, sintetizando a força e o desejo contidos nas mentes e nos corações de todas elas, romperam grilhões e preconceitos e se colocaram na vanguarda das lutas, provando aos homens sua capacidade de ocupar as ruas, liderar greves, passeatas, piquetes, enfrentar patrões, polícia, desbravar florestas, empunhar fuzil. Tornaram-se heroínas do povo brasileiro. A Verdade já falou de algumas delas: Anita Garibaldi, Olga Benário, Sônia Angel, Margarida Alves. Em reverência ao seu Dia Internacional, o 8 de março, marcado pelo sacrifício brutal das tecelãs grevistas de Chicago, vamos falar de outras que, entre tantas, marcaram as lutas do povo brasileiro, em diferentes fases da nossa história. Operárias, camponesas, estudantes, intelectuais, valentes, dispostas, bravas lutadoras.
Ana Lins e Bárbara de Alencar, na Confederação do Equador
Alagoana, uma senhora de engenho adepta da liberdade, Ana Lins se engajou nas lutas republicanas de 1817 e 1824, arregimentando escravos e garantindo a sua libertação. Derrotada a Confederação do Equador, não se entregou, lutando até não dispor mais de nenhuma munição. Bárbara de Alencar, foi a heroína da Confederação no estado do Ceará. Chamada de “infame culpada” pelos monarquistas, redimiu-a o poeta Caetano Ximenes, dizendo: “Bárbara aprofundou seus passos no território livre do seu povo”. E ela, sertaneja, se tornou “Iansã, deusa dos ventos, orixá dos pescadores”.
Nas lutas operárias, o vigor e o perfume de uma Rosa
Numa fase em que as meninas brincam com suas bonecas, Rosa Bittencourt já era operária no Rio de Janeiro. Aos sete anos, selava carretéis, aos dez passou para o setor de fiação. Rosa observava as trabalhadoras adolescentes serem molestadas sexualmente pelos chefes e ficava revoltada. Aos doze anos, chegou o seu dia. Um contramestre tentou aproveitar-se dela e recebeu como resposta uma bordoada com um rolo de ferro que estava ao alcance da mão. Ganhou a admiração das mulheres operárias, que fizeram várias manifestações de protesto contra a sua demissão e a garota voltou a trabalhar na mesma fábrica. Era o ano de 1903. Daí em diante, todas as lutas contaram com a participação da valente obreira: pela jornada de oito horas, pelo almoço, por melhores salários e condições de trabalho, na linha de frente das greves de 1919 e 1920. Demissões e prisões foram uma constante, mas Rosa nunca recuou. Quando nenhuma fábrica a aceitou mais, passou a viver de biscates e distribuir boletins de porta em porta, conversando, conscientizando os trabalhadores, especialmente as mulheres. Palavras dessa lutadora: “Cada rua é um jardim, cada porta um canteiro, cada material que eu entrego representa as flores que colho para enfeitar o meu peito cardíaco”.
Abaixo a ditadura do Estado Novo. Viva o Socialismo!
Laura Brandão era participante ativa da Aliança Nacional Libertadora. Poetisa, preferia estar com as setenta operárias que integravam a Ala Feminina da ANL no Rio de Janeiro. Com suas poesias revolucionárias, animava e comovia os trabalhadores na Praça Mauá e no Cais do Porto. A ditadura do Estado Novo (Vargas) expulsou-a do Brasil. Laura foi para Moscou, onde deixou suas últimas poesias e morreu de armas na mão defendendo a capital do socialismo da sanha nazista dos invasores alemães na Segunda Guerra Mundial.
Movimento de Mulheres Olga Benário
Manifestação de mulheres no Paquistão
Nas Ligas Camponesas
Muitas mulheres integraram e tiveram importantes funções nas Ligas Camponesas.13,8% dos líderes eram mulheres, entre as quais Maria Celeste, Maria Aquino e as duas que citamos nessa homenagem.
Viúva de João Pedro Teixeira, dirigente da famosa Liga de Sapé (PB), assassinado a mando dos latifundiários em 1962, Elizabete Teixeira ficou com onze filhos para criar, mas não se acomodou. Assumiu o posto do companheiro morto e percorreu o Brasil inteiro, divulgando a proposta das Ligas, defendendo a Reforma Agrária, denunciando a impunidade dos assassinos. Com o golpe militar de 1964, Elizabete passou a viver na clandestinidade, até a anistia decretada em 1979.
Anatália de Sousa Alves de Melo
Potiguar, de Mossoró, mudou-se para Pernambuco e atuou politicamente junto às Ligas Camponesas. Era admirada pelo seu espírito de solidariedade e companheirismo. Depois do golpe militar aderiu à esquerda revolucionária, integrando o PCBR. Presa em dezembro de 1972, não resistiu às torturas. Morreu no dia 13 de janeiro de 1973.
Helenira Rezende na luta contra a ditadura militar.
Quantas deram a vida. Sua juventude. Exemplo e memória. Para simbolizá-las, Helenira Rezende de Sousa Nazareth, que nasceu em 19 de janeiro de 1944 em César Cerqueira (SP). Lenira, Preta, Nira. Participou do Movimento Estudantil, de 1967 a 1970, foi dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Presa no Congresso de Ibiúna, foi solta por meio de ha-beas-corpus, pouco antes da edição do Ato Institucional n.º 5 (AI-5). Militante do PCdoB, passou a viver na clandestinidade e foi para o Araguaia, viver e lutar como camponesa. Pegou em armas junto com os companheiros para defender-se dos ataques do Exército. No dia 29 de setembro de 1972, numa emboscada, recebeu uma rajada de metralhadora nas pernas. Caída e se esvaindo em sangue, revidou o ataque, matando um soldado e ferindo outro. Presa, gritou: “os companheiros me vingarão”. Foi assassinada friamente no local a golpes de baioneta e ali mesmo enterrada. Sua legendária bravura permanece viva, como seu sangue que tingiu de vermelho as águas do Araguaia.
Seguindo seus passos
Estrelas-guias do amanhã. Seu brilho clareia o Brasil, a América Latina, o mundo inteiro. Unidos na luta, de mãos dadas, trilharemos o caminho iluminado por vocês, revolucionárias de ontem, de hoje e de amanhã.
Movimento de Mulheres Olga Benário (Publicado no Jornal A Verdade, nº 26, março 2002)
As mulheres são hoje maioria na população brasileira. No entanto, estão entre os que mais sofrem. Desde que nascemos nossos direitos são roubados: não temos acesso a saúde e educação de qualidade, levamos nas costas as obrigações domésticas e muitas de nós não tem emprego digno.
Quando conseguimos algum trabalho, nosso salário é, em geral, menor do que o recebido pelos homens. Na realidade, na imensa maioria das famílias, a mulher sofre a escravidão doméstica. É sobre ela que recaem as tarefas dos filhos, da alimentação, da casa e de todo o mesquinho e pesado trabalho doméstico. Pior: com as mulheres cada vez mais trabalhando fora de casa, o que acontece é uma dupla jornada de trabalho, já que elas continuam fazendo todo o serviço de casa.
Também crescem os casos de violência física e sexual contra as mulheres, incentivada pela propaganda burguesa nos meios de comunicação, que apresenta a mulher como objeto sexual ou uma mercadoria à venda.
Tal situação coloca a urgência de o movimento feminino tomar as ruas, organizar suas entidades de massa e dar um firme combate a todos esses abusos dos capitalistas contra a mulher. O Movimento de Mulheres Olga Benario é, portanto, fruto da luta de centenas de mulheres brasileiras contra a opressão e a exploração e por uma vida com direitos e dignidade numa sociedade nova, justa e socialista.
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