UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 17 de setembro de 2025
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Trabalhadores realizam encontro em Natal

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No dia 3 de fevereiro realizou-se o I Encontro Estadual do MLC, na Escola Estadual Celestino Pimentel em Natal. Com a representação de várias categorias estiveram presentes companheiros e companheiras da educação, limpeza urbana, vigilantes, funcionários públicos e da construção civil.

O encontro foi precedido de panfletagem nas empresas, convocando diretamente os trabalhadores potiguares a se organizarem no MLC. Foram convocados também os companheiros e companheiras que estão nas ocupações organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas, o MLB.

Na abertura, Samara Martins, representando a UJR, saudou a realização do Encontro ressaltando a importância da participação da juventude no movimento operário e sindical. Luciana Gomes, em nome do Movimento de Mulheres Olga Benário.

O debate central do encontro foi justamente a respeito da necessidade e da importância do surgimento, no País, de um novo movimento sindical que seja verdadeiramente classista, que defenda de forma decidida as reivindicações dos trabalhadores e a revolução socialista.

Outro aspecto importante do encontro foi o destaque dado ao jornal A Verdade como instrumento de divulgação das nossas lutas e reivindicações, assim como um centro aglutinador e organizador dos trabalhadores conscientes.

Redação RN

 

MLC organiza Ativo em Minas Gerais

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O Movimento Luta de Classes (MLC) realizou no dia 24 de fevereiro, no Sindicato dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares do Estado de Minas Gerais (Sindados-MG), um Ativo Estadual. Durante dois dias, trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias como educação, processamento de dados, call center, metalurgia, indústria alimentícia, serviço público federal e eletricitários estiveram mobilizados nessa  atividade de formação operária e sindical.

Com importante debate sobre conjuntura nacional e internacional, os militantes do Movimento Luta de Classes ratificaram as propostas realizadas no último Ativo Nacional do MLC, ocorrido na cidade de Maceió, Alagoas, que apontaram a importância da formação de núcleos do movimento em todas as empresas e categorias nas quais existe inserção do MLC. É tarefa principal do Movimento organizar e participar de cada greve, paralisação e mobilização dos trabalhadores, denunciando a exploração praticada pelo patronato e as graves consequências da crise do sistema capitalista. Outra tarefa fundamental é a de agitação e propaganda das ideias revolucionárias através de um sistemático trabalho de disseminação do jornal A Verdade em cada empresa e em cada porta de fábrica.

Outra proposta levantada no Ativo foi a realização de cursos de formação marxista-leninista e de um trabalho de formação de mulheres como lideranças sindicais.

Ao lado do Partido Comunista Revolucionário, o MLC de Minas Gerais dá início ao ano de 2013 com um trabalho que tem como objetivo aumentar a influência e a participação do movimento sobre a classe operária e o conjunto dos trabalhadores, engrossando as fileiras da Revolução e da luta pelo socialismo.

Redação MG

Ebserh e Saúde: o que muda?

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Ebserh não é soluçãoNo dia 27 de fevereiro, ocorreu, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco, o Seminário “Ebserh e Saúde: o que muda?”, realizado pelo Movimento Luta de Classes (MLC). Tendo como tema principal a possível implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no Hospital das Clínicas da UFPE, o Seminário contou com a presença de várias entidades que defendem a manutenção da gestão pública do Sistema Único de Saúde (SUS).

No dia 27 de fevereiro, ocorreu, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco, o Seminário “Ebserh e Saúde: o que muda?”, realizado pelo Movimento Luta de Classes (MLC). Tendo como tema principal a possível implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no Hospital das Clínicas da UFPE, o Seminário contou com a presença de várias entidades que defendem a manutenção da gestão pública do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Seminário consistiu de três mesas redondas: “Parceria público-privada: inovação ou retrocesso?”, “Ebserh: a quem serve?” e “O papel dos movimentos sociais na luta pela saúde”. A primeira mesa contou com a participação do enfermeiro e professor da Universidade de Pernambuco e presidente da Associação dos Professores da UPE (ADUPE) Itamar Lages, que abordou de maneira mais ampla a relação do Estado com a saúde, desde antes da criação do SUS, as dificuldades de financiamento e a influência do setor privado, que cada vez mais mercantiliza a saúde.

A segunda mesa trouxe o Sindicato dos Servidores da UFPE (Sintufepe), representado por José Everaldo, e a assistente social do Hospital das Clínicas, Isadora Serrano. Foi realizada uma abordagem retrospectiva da criação da Ebserh e sua aprovação pelo presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, bem como todas as manifestações realizadas por estudantes e funcionários da UFPE contrárias à adesão do HC-UFPE a esta forma de terceirização da gestão. Também foram discutidas as implicações da implantação da Ebserh, como a quebra da autonomia universitária, a cisão da tríade ensino-pesquisa-extensão, inerente a qualquer universidade, além das consequências financeiras e trabalhistas trazidas com a dispensa de licitação para compra de materiais e equipamentos, e a mudança do regime de trabalho para CLT.

A última mesa foi composta por Thiago Henrique, representante do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Isabel Vasconcelos, representante do Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco (Seepe), e Ludmila Outtes, representante do MLC. Foi discutido o papel dos movimentos sociais e entidades de massas no processo de construção da saúde que queremos.

A organização do seminário foi mais um passo importante na luta pelo reconhecimento da saúde como um direito fundamental do ser humano, servindo para esclarecer à comunidade acadêmica das consequências da adesão do HC à gestão da Ebserh.

Ludmila Outtes, Recife

Até onde iremos?

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É certo que os lutadores e lutadoras das causas populares de todo Brasil levam os dias a construir o momento em que não haverá exploradores e nem explorados. Por isso mesmo, boa parte destes combatentes da boa causa certamente se realizam com o anúncio da proximidade do fim da miséria no País, conforme alardeado pela presidenta Dilma Rousseff (PT), ainda que saibam se tratar de uma medida paliativa.

Ocorre que a propaganda ufanista dos setores majoritários do Partido dos Trabalhadores, sob a liderança do ex-presidente Lula, faz crer à classe operária que a política socioeconômica instalada no Brasil pelos seus sucessivos governos, além de reparar injustiças, possui algo de duradouro, quase que determinando “o fim da história” dos mais de 500 anos de exploração e miséria da Classe.

Os que se atrevem a questionar as verdades estabelecidas são acusados veementemente de fazerem coro com a Direita, porque são os “privilegiados de sempre” que não querem abrir mão dos seus “ganhos exorbitantes”. Nesta linha discursiva, o alvo preferencial são os servidores públicos e outros setores da classe média brasileira.

Porém, ao decretar “o fim da história”, os petistas aderem definitivamente ao capitalismo sob a pretensão de que aqui instalarão a socialdemocracia nos moldes europeus. Portanto, a questão que se coloca a partir desta constatação é: até onde isto nos levará?

Não sou eu quem diz, é o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o economista Márcio Pochmann, candidato a prefeito de Campinas-SP, nas últimas eleições, pelo PT. Ou seja, um membro do Governo. Segundo ele, o Brasil não chegará ao centro do capitalismo mundial. Para Pochmann, para se tornar um País membro do capitalismo mundial duas coisas são necessárias: ter moeda forte e poder bélico. O Brasil não possui nem uma e nem a outra condição.

Em não sendo um País do capitalismo central, continuaremos a ser uma Nação de economia periférica, produtora de insumos e bens secundários, enquanto os países do Centro produzem alta tecnologia, cujo valor é infinitamente maior e, portanto, produz muito mais riqueza.

Então, como se explica o alardeado sucesso dos programas de distribuição de renda dos governos petistas? Pelo achatamento do poder aquisitivo da classe média.

O Brasil tem a terceira maior carga tributária do planeta. De tudo que um trabalhador ganha por ano, 47% é destinado ao pagamento de tributos diretos e indiretos. Entretanto, mesmo arcando com essa carga tributária, a classe média brasileira paga por educação, saúde, previdência e até segurança privadas. Ou seja, contribui, mas não consome serviços públicos. E sem tributar bancos e grandes fortunas, é daí que saem os recursos para que o Governo mantenha, em boa parte, os programas sociais.

Neste aspecto, é fundamental ressaltar que não estamos aqui a defender a mediana mediocridade da classe média e, ainda menos, esse modelo de sociedade que aparta gente em castas. Mas, tão somente, a explorar os termos e limites do ufanismo petista, a fim de que não percamos o foco naquilo que realmente importa: a verdadeira emancipação da classe operária.

Moraes Junior,
redator de política do site Conexão Penedo

Mulheres de Pernambuco comemoram 8 de março

Mulheres de Pernambuco comemoram 8 de marçoO Movimento de Mulheres Olga Benário de Pernambuco organizou pelo segundo ano uma passeata do Dia Internacional de Luta das Mulheres, 8 de março, no Recife. O ato contou com a presença de mas de 120 companheiras e companheiros que saíram de diversos bairros, escolas e ocupações.

A concentração começou na praça Maciel Pinheiro, com panfletagem no comércio local, conversando com as mulheres que passavam pelas principais ruas do centro da cidade, e foi até a sede da prefeitura. Quando a concentração foi impedida de entrar no prédio decidiu-se ocupar a prefeitura.

O ato durou toda a manhã. As mulheres não aceitaram sair sem ser atendidas e, depois de muita negociação, uma comissão foi recebida e as reivindicações foram entregues, com o compromisso de uma nova data para retorno à prefeitura e acompanhamento do andamento da pauta.

À tarde o Movimento participou de um ato unificado do movimento feminino com todas as organizações de esquerda do estado. Oficinas marcaram o inicio deste evento e depois uma passeata tomou conta do Conde da Boa Vista, principal avenida da cidade.

Também em Caruaru, agreste de Pernambuco, o Movimento de Mulheres Olga Benário realizou atividades do Dia Internacional da Mulher. Pela manhã fez um ato público no centro da cidade, com panfletagem e entrevistas nas rádios e TV locais, a fim de apresentar o movimento às mulheres da cidade e denunciar a opressão e a violência sobre as mulheres, além de reivindicar mais creches nos locais de trabalho e nos bairros.

À noite, na comunidade Novo Mundo, um cine-vídeo com a exibição do filme Olga encerrou a homenagem às mulheres. No final houve uma comemoração ao som de muita música com o cantor Costa Jr e com as comidas preparadas pelas companheiras da própria comunidade.

Elizabeth Araújo, Recife

Hugo Chávez presente, agora e sempre!

homenagem chávez 01No último dia 11 de março, no auditório da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), em Recife-PE, foi realizado um ato em memória do presidente da Venezuela Hugo Chávez Frías, falecido no dia 05.

O evento foi organizado por uma parceria de diversas entidades como o Diretório Central dos Estudantes da Unicap, o Centro Cultural Manoel Lisboa (CCML), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (Uespe) e o Consulado da Venezuela. Dezenas de militantes, estudantes, artistas e políticos participaram do ato.

A emoção marcou vários momentos nos discursos e depoimentos de convivência com o presidente; músicas, poesias e místicas foram apresentadas pelos companheiros e companheiras do MST.  O cônsul da Venezuela em Recife, Nestor Chirinos, terminou sua fala dizendo: “Não estamos preocupados com o futuro da Venezuela, porque o povo Venezuela continuará o legado de Chávez!”.

Redação Recife

Juncker teme “guerra na Europa” e anuncia apoio a Merkel

Juncker teme guerra na Europa e anuncia apoio a MerkelNa primeira entrevista que deu depois de ter deixado a presidência do Eurogrupo, o luxemburguês Jean-Claude Juncker advertiu que a questão “da guerra e da paz” está em aberto na Europa e anunciou, entretanto, que irá apoiar a senhora Merkel.

Em declarações ao semanário alemão Der Spiegel, Juncker afirmou que a intensificação dos conflitos na Europa lhe faz lembrar o cenário que se vivia há cem anos, imediatamente antes da Primeira Guerra Mundial. “Está redondamente enganado quem pensa que a questão da guerra e da paz já não se coloca”, disse.

As alusões do chefe do governo luxemburguês aos “paralelismos com 2013” baseiam-se nas recentes situações eleitorais vividas em Itália e na Grécia, onde disse ter detectado “ressentimentos que julgávamos terem desaparecido para sempre”, embora sem especificar.

Sem manifestar, durante toda a entrevista, preocupação com a subida dos nacionalismos e da extrema direita desde o Báltico à Eslovênia  Juncker focou o problema dos conflitos na forma, segundo ele “muito anti-alemã e muito antieuropeia” como “decorreram as campanhas eleitorais na Itália e na Grécia”. Reconheceu, por outro lado, que a maneira como políticos alemães tratam a Grécia deixa “feridas profundas na sociedade grega”.

Jean-Claude Juncker anunciou que apoiará pessoalmente a chanceler Angela Merkel nas eleições gerais de setembro na Alemanha, à qual diz “estar muito ligado”. Considerou também que a saída da crise apenas será possível como “maior união” entre os países europeus.

Fonte: BE Internacional

“Salvamos os bancos mas corremos o risco de perder uma geração”, diz presidente do parlamento europeu

Martins Schultz, presidente do Parlamento EuropeuO presidente do Parlamento Europeu, Martins Schultz, considera que a União Europeia, “campeã dos cortes” mas “sem ideias para estimular crescimento”, salvou os bancos em troca do risco de “perder uma geração”.

Martin Schulz, o presidente do Parlamento Europeu, está preocupado com o esquecimento a que está a ser deixada a mais jovem geração da União Europeia. “Somos campeões nos cortes mas temos uma ideia menos feita do que fazer para estimular o crescimento”, afirmou o político alemão em entrevista à Reuters.

“Na Grécia, na Espanha, na Itália temos, talvez, as gerações melhor formadas de sempre. Os pais investiram imenso dinheiro na formação das suas crianças. Tudo o que fizeram estava certo. E, agora que [essas gerações jovens] estão prontas para trabalhar, a sociedade diz-lhes: ‘Não há lugar para vocês’. Estamos a criar uma geração perdida”.

As considerações são feitas por Martin Schulz, o presidente do Parlamento Europeu, numa entrevista publicada esta segunda-feira, 11 de março, pela agência de informação Reuters.

Schulz defende que uma das grandes ameaças à frente da União Europeia é a possibilidade de se perder a confiança de que o espaço comunitário seja capaz de resolver os seus problemas. Um dos perigos é que seja a geração mais jovem a perder essa confiança.

É neste sentido que o político alemão afirma que há um sério risco de se perder uma geração – algo que Martin Schulz tinha já declarado em entrevistas anteriores. Mais uma vez, comparou os jovens à banca, através de uma pergunta feita por uma jovem espanhola por si citada.

“Ela efetivamente colocou-me a seguinte questão: ‘Vocês, que deram 700 bilhões de euros para o sistema bancário, quanto dinheiro tem para mim? E qual foi a minha resposta? Se temos 700 bilhões de euros para estabilizar o sistema bancário, temos de ter, pelo menos, o mesmo montante para a geração jovem em tais países”, contou à Reuters o presidente do Parlamento Europeu, a única instituição da UE que é eleita diretamente, conforme sublinha a agência.

“Salvamos os bancos mas estamos a correr o risco de perder uma geração”, disse. Uma das acusações feitas pelos críticos da austeridade é, precisamente, a injeção de dinheiro para a banca, sem que haja uma atenção ao impacto social das medidas de austeridade impostas na economia. A taxa de desemprego em países periféricos, tal como em Portugal, tem registado máximos históricos, sendo que a porção mais jovem da população tem sido a mais afetada. Ao mesmo tempo, as economias têm contraído.

“Somos campeões nos cortes mas temos uma ideia menos feita do que fazer para estimular o crescimento”, disse Martin Schulz. Em Janeiro, o comissário europeu para o Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão, Laszlo Andor, tinha já alertado para a possibilidade de a Europa perder uma geração se não adotar medidas para a criação de emprego.

Fonte: BE Internacional

Na velocidade da exploração

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Na velocidade da exploraçãoTodos em São Paulo têm pressa, fato. As motos aceleram por entre os carros, que correm para trancar o caminho das motos. As pessoas vivem correndo nas calçadas e até nas escadas rolantes. Ao analisar a notícia a seguir, no entanto, não é adequado ter pressa.

Aconteceu em um domingo, 10 de março. Às 05h30, na Avenida Paulista, dirigindo um Honda Fit (preço de mercado por volta de R$ 50 mil), o estudante de Psicologia Alex Siwek, 22 anos, atingiu, em alta velocidade, o corpo e a bicicleta de um trabalhador. O trabalhador atende pelo nome de David Santos de Souza e tem 21 anos. Enquanto Alex voltava de uma balada, David se dirigia ao trabalho, precário, terceirizado, de limpar janelas de um grande edifício da avenida paulista.

Foi ainda mais trágico e revoltante. A violência do atropelamento decepou o braço direto de David, ficando preso no para-brisas do Honda Fit. Alex não parou para prestar socorro, continuou arrancando até parar nas proximidades da Avenida Ricardo Jafet e atirar o braço amputado de David em um córrego. Após guardar seu precioso carro em casa, Alex entregou-se à polícia.

Trata-se de um crime tão cruel que é difícil pensar em uma punição que traga justiça para a situação. É mais revoltante se considerarmos que o atropelamento culminou uma série de injustiças que David e vários outros trabalhadores sofrem todos os dias.

David foi atropelado em sua bicicleta. Mas David não vai ao trabalho de bicicleta por uma opção sustentável. O preço da passagem de ônibus ou metrô é R$ 3,00. Para ir e voltar são R$ 6,00. Em 26 dias de trabalho são R$ 156,00, dinheiro que faz muita falta pra quem ganha um baixo salário.

David, como milhares de trabalhadores terceirizados, trabalha no domingo e feriados sem receber nenhum adicional por isso. Grande parte dos direitos trabalhistas são atacados todos os dias sob o argumento da terceirização, aumentando a jornada, a estafa e o estresse por conta do trabalho.

A crueldade sofrida por David é desumana, mas não é novidade. Thor Batista, filho do milionário Eike Batista, fez parecido no fim no ano passado. A exploração divide as pessoas entre os que são explorados no trabalho e os que podem pagar para ter um crime abafado (ou se divertir na velocidade de um carro de luxo, ainda que custe a vida de outros). A exploração tira, cada dia mais, o que temos de humano. Ao submeter toda uma classe de humanos a viverem sem praticamente nenhum direito, subjugados no trabalho, no caminho pra casa e no seu próprio bairro, a sociedade cria o caldo de cultura que faz playboys pensarem que podem matar livremente. É preciso pôr fim a exploração. Bertolt Brecht diria melhor:

“ao invés de serem apenas bons, esforcem-se
para criar um estado de coisas que torne possível a bondade”.

Sandino Patriota, São Paulo

Chapa organizada pela UJR vence eleição no IFPA

Chapa organizada pela UJR vence eleição no IFPANo último dia 07 de março ocorreu no IFPA (Instituto Federal do Pará) a eleição do Grêmio Estudantil Cabanagem (GECA). Duas chapas estavam na disputa: A Chapa 1 – “A Mudança”, que apesar do nome representava a última gestão que deixou o grêmio imobilizado, e a Chapa 2 – “Construção Coletiva”, organizada pela União da Juventude Rebelião (UJR) e que contou logo na sua formação com o apoio de mais de 90 estudantes.

A campanha da chapa da situação foi caracterizada por difamações e acusações contra a chapa formada pela UJR. No entanto, a tentativa de descaracterizar o debate político na eleição foi frustrada e a resposta dos estudantes se deu nas urnas. A Chapa 2, Construção Coletiva, recebeu mais de 62% do total de votos. Foram 327 votos contra 198 votos da chapa 1.

“Os estudantes deram o seu recado nesta eleição. Era urgente retomar o nosso grêmio pra luta, pois somente assim poderemos conquistar um ensino técnico de qualidade” afirmou a presidente eleita, Jaquelliny Lopes.

A nova gestão do GECA já se prepara para organizar junto com a Federação Paraense dos Estudantes em Ensino Técnico (FEPET) o III Encontro Paraense de Estudantes em Ensino Técnico (FEPET) com data a se realizar no mês de abril. “É a luta dos estudantes que só tende a se fortalecer com esta nova gestão eleita no dia de hoje” afirmou Matheus Tavares, coordenador geral da FEPET.

Redação Pará

Após perder casas em enchentes, moradores são despejados

Após perder casas em enchentes, moradores são despejadosA população da cidade metropolitana da Baixada Santista, Cubatão, passou por momentos de desespero. No dia 22 de fevereiro, após uma intensa chuva, o rio Pilões, que fica na cidade, transbordou, a água atingiu 2 metros de altura no bairro de Água Fria e dezenas de casas foram arrastadas. Pelo menos 980 famílias viviam nos locais atingidos pelas enchentes.

Para fugir da enchente que logo virou uma correnteza, várias pessoas tiveram que abandonar suas casas. Outras, que não imaginavam que a água subiria tanto, ficaram ilhadas, tendo que subir no telhado de suas casas à espera de socorro.

No dia seguinte ginásios esportivos e escolas tiveram que servir de alojamento para cerca de 1500 pessoas que ficaram desabrigadas, sem contar com aqueles que foram para a casa de parentes.

Muito insatisfeitos com a situação, os desabrigados organizaram um mutirão e ocuparam 460 apartamentos no entorno, os quais fariam parte de um conjunto habitacional. Uma parte já estava pronta há algum tempo e outra parte estava em construção.

As palavras de alguns dos ocupantes explica bem a situação na cidade: “Não tenho onde morar, não tenho parente próximo. Nem a prefeitura, nem o governo do estado dão uma situação para nós, o que é que agente vai fazer? Porque eu acho que eles deviam ter pensado antes disso acontecer, ter um plano de prevenção, e não teve isso! Então eu acho que eles são responsáveis sim pelo que aconteceu com nós”, disse um dos ocupantes.

“Eles pensam que estou aqui por luxo? Estou aqui por necessidade!”, explica Simone Teixeira, dona de casa, também ocupante.

No mesmo dia a policia foi até o local, por ordem da prefeitura e deu um prazo de 24 horas para fazer a reintegração de posse pacífica. E assim foi feito no dia seguinte.

Diante deste quadro, fica a reflexão: até quando será possível suportar governos que nunca se responsabilizam pelos problemas do povo? Eles culpam a natureza pelas catástrofes, mas será que não imaginavam que o rio poderia transbordar, sendo que a própria população já alertava há tempos as autoridades?

O desrespeito é grande, o sistema capitalista serve apenas para quem é rico, enquanto o pobre é jogado na miséria, tendo que pagar aluguel para morar. Por isso temos que lutar não só pela moradia digna, mas também por um governo do povo e que sirva ao povo.

Thainá Siudá