UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sábado, 19 de abril de 2025
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No Equador, Correa manda prender de trabalhadores a estudantes da oposição

Dez jovens equatorianos, entre trabalhadores e estudantes foram presos em Quit0, Equador, no dia 3 de março em meio a uma Marcha pela Água, Vida e Dignidade dos Povos. Até hoje não foram libertados e sofrem processos de atentado a segurança do Estado.

Na Argentina, saudações aos 40 anos da JCR

Duas mil pessoas compareceram ao Centro Cultural Dardo Rocha, em La Plata – Argentina aos 40 anos da Juventude Comunista Revolucionária.. Delegações das juventudes do PCR do Uruguai, PCML do Equador e PCR do Brasil deixaram suas saudações a uma das juventudes comunistas mais históricas e revolucionárias da Argentina.

Golpe de estado no Paraguai

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Golpe de estado no ParaguaiO Paraguai vive uma tentativa de golpe de Estado. A burguesia e os grandes latifundiários tentam dar aparência legal à ação. A Câmara dos Deputados aprovou a abertura do processo de impeachment do presidente da República, Fernando Lugo, em rito sumário no final da manhã de quinta-feira (21). Nesta sexta, Lugo terá duas horas para se defender e, em seguida, o processo será julgado pelo Senado paraguaio.

A Câmara dos Deputados paraguaia abriu um “julgamento político” contra o presidente, sob a acusação de má gestão do país, em especial em relação a um confronto entre policiais e trabalhadores rurais em uma fazenda no último dia 15, que terminou com 17 mortos. O presidente Fernando Lugo culpou o candidato à presidência pelo Partido Colorado, Horace Carter,e setores conservadores desse ato inconstitucional.

Por trás dessa atitude estão os interesses das oligarquias paraguaias em não permitir o avanço da reforma agrária no país. “O presidente colocou o dedo na ferida da oposição”, afirma Marcos Ybáñez, secretário de comunicação do Partido Tekojoja, em entrevista ao site Opera Mundi. “A maioria dos deputados de direita é proprietária de grandes latifúndios e a situação da oligarquia paraguaia se tornou insustentável quando o presidente colocou em debate questões tão sensíveis como a reforma agrária”, explicou o partidário do atual presidente.

Ybáñez também afirma que esse movimento dos partidos Colorado e Liberal Radical Autêntico (responsáveis pelo processo de impeachment na Câmara de Deputados e no Senado) foi planejado para atrapalhar as eleições presidenciais de 2013. “Eles querem boicotar o desenvolvimento normal do processo eleitoral. Eles temem que a esquerda ganhe espaço no próximo ano”, declarou o secretário.

A resistência popular cresce nas ruas. Milhares de representantes de movimentos sociais, sindicais e camponeses cercam o congresso nacional. Uma vigília em apoio ao presidente Lugo foi realizada essa madrugada. Uma comitiva de chanceleres dos países da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) chegou ao Paraguai e acompanha o processo.

Natália Alves

Aquecimento Global: de quem é a culpa?

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Aquecimento Global: de quem é a culpa?Nos últimos anos, várias catástrofes vêm ocorrendo em nosso planeta causando mortes de milhões de pessoas e a destruição de cidades e do meio-ambiente. A desertificação já atinge mais de 100 países e, segundo o estudo “Erosão do Litoral Brasileiro”, 120 praias foram “engolidas” pela erosão no litoral do Brasil.

Maremotos, chuvas fortes, furacões e secas existem há séculos. No entanto, nos últimos anos tornaram-se mais frequentes e intensos.
No início, os governos dos principais países capitalistas afirmavam que tudo era culpa da própria natureza e recebiam apoio de alguns religiosos que creditavam essas tragédias à ira de Deus contra os homens.

Porém, como as catástrofes se tornaram constantes e passaram a atingir as populações dos países ricos, como foi o caso dos furacões nos EUA, a ciência teve que ser levada mais a sério.

Esta foi a razão da Organização das Nações Unidas (ONU) instalar o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, sigla em inglês) para debater e explicar as causas das profundas alterações climáticas que estão acontecendo no mundo. O 4º. IPCC reuniu 600 cientistas de 40 países e terminou com a divulgação do documento “Mudança do Clima 2007: a base da ciência”, com graves advertências sobre o futuro de nosso planeta:

– O nível do mar subirá até 2100 entre 18 e 58 centímetros, provocando novas inundações e ameaçando de destruição milhares de cidades costeiras, entre elas Nova Iorque, Veneza, Xangai, Miami, Rio de Janeiro e Recife;

– a temperatura da atmosfera se elevará pelo menos mais 1,8º Celsius além do que já subiu, e alcançará entre 4º e 6,4º até o fim deste século. Caso se confirme essa elevação da temperatura, 3,2 bilhões de pessoas sofrerão com a falta de água.

– a camada de gelo sobre o Oceano Ártico pode desaparecer totalmente até o fim do século; a geleira existente na Groenlândia também desaparecerá em alguns milênios; e, desde 1960, a cobertura de neve no mundo já diminuiu 20%.

– o aquecimento hoje é o pior em 20 mil anos e cinco dos seis anos mais quentes ocorreram nos últimos cinco anos, causando secas e agravando a fome no mundo: entre 200 e 600 milhões de pessoas ficarão sem alimentos nos próximos 70 anos.

Segundo os cientistas, “o aquecimento do sistema do clima é inequívoco e agora se torna evidente, a partir de observações de acréscimos nas temperaturas globais médias do ar e do oceano, derretimento disseminado de neve e gelo e elevação do nível médio global do mar”.

O relatório do IPCC previu ainda mais chuvas, perdas de gelo nas geleiras, mais secas, além da elevação do nível do mar até 2100 e aumento da extinção das espécies (a cada ano 10 espécies são extintas e se calcula que dois terços das espécies estão ameaçados de extinção).

A degradação do solo vai piorar e várias regiões equatoriais serão transformadas em desertos. Enfim, o mundo assistirá nos próximos anos a mais e mais catástrofes.

Sobre a causa dessas mudanças no clima, o relatório afirma que “é muito provável (90% de chances) que as atividades humanas estejam fazendo a atmosfera esquentar desde meados do século 20”.

Apesar de superficial, ao apontar como responsável pelo aquecimento do planeta “as atividades humanas”, o 4º. IPCC foi, sem dúvida, um avanço, uma vez que o último relatório do Painel da ONU afirmava que a contribuição humana para o aquecimento era apenas “provável”.

O que mudou?

Do último relatório do IPCC (2007) até hoje, só uma certeza: o planeta vai esquentar mais alguns graus Celsius, entre 2ºC e 5º C, neste século.

Em sua exposição A terra vista do céu¹, com fotos do planeta da Eco 92 até a Rio+20, o fotógrafo Yann Artus-Bertrand revela que as emissões de CO2 aumentaram em 36% e atingem 30 bilhões de toneladas por ano; as florestas mundiais perderam quase 300 milhões de hectares, ou seja, 13 milhões de hectares por ano; um 1 bilhão de pessoas sofrem de desnutrição enquanto o mesmo número sofre de obesidade e uma espécie de vertebrado em cada cinco corre risco de extinção.

De acordo com o relatório dos cientistas, o aquecimento global é causado pela retenção do calor da Terra devida a uma capa de gases na atmosfera. A queima de combustíveis fósseis, petróleo e derivados, carvão mineral e gás natural para a produção de energia, e a destruição das florestas aumentam a concentração desses gases, contribuindo para a elevação do chamado efeito estufa. Ou seja, a concentração na atmosfera de gases como o dióxido de carbono (CO2) e metano, produzidos pela queima de petróleo e carvão e pela destruição de florestas, provoca o aquecimento e as consequentes mudanças do clima, que tornam mais frequentes fenômenos como inundações, furacões, secas, tsunamis etc. Calcula-se que a produção de energia gerada por combustíveis fósseis é responsável por cerca de 60% das emissões de gases que causam o efeito estufa.

Para se ter uma ideia, nos últimos dez anos as emissões desses gases passaram de 6,4 bilhões de toneladas anuais para 7,2 bilhões. Em outras palavras, os gases-estufa acumulados na atmosfera bloqueiam a saída do calor, levando o planeta a acumular mais calor do que dispersa.

De quem é a culpa?

Logo após a divulgação do relatório, os grandes meios de comunicação da burguesia estamparam manchetes culpando o ser humano pelo aquecimento global.

Mas que culpa têm, pela existência de furações e tsunamis, os 900 milhões de pessoas que vivem com fome no mundo, ou os 40% da população urbana da África que vivem com menos de US$ 1 dólar (pouco mais de dois reais) por dia?

Que responsabilidade têm, por essas alterações climáticas, os 350 mil indígenas brasileiros que tiveram suas terras roubadas e sobreviveram após cinco séculos de “civilização”?

Qual a culpa dos dois bilhões de pessoas que, jogadas na sarjeta pela burguesia, sofrem com a falta d’água e vivem abaixo da linha de pobreza?

E os países que foram bombardeados – como o Iraque, o Afeganistão e a Líbia – têm a mesma responsabilidade que os governos dos EUA e da Inglaterra, que lançaram milhares de bombas sobre aquelas nações?

Que culpa tem para o aquecimento global um país como Cuba, que não possui nenhuma arma nuclear e raciona o pouco petróleo importado, quando sabemos que os EUA já realizaram quase 2 mil testes nucleares e possuem mais da metade de todas as armas nucleares existentes no mundo?

Nenhuma, absolutamente nenhuma!

O maior poluidor do mundo

Os sete principais países capitalistas do mundo – EUA, China, Japão, Inglaterra, França, Alemanha e Rússia – são responsáveis por mais de 80% da produção desses gases. Somente os EUA são culpados por 25% das emissões de dióxido de carbono do planeta e consomem 70% da madeira extraída da floresta amazônica. Mais: enquanto um habitante dos EUA, por exemplo, consome 340 gigajoules de energia por ano (um gigajoule equivale à energia de 27,6 litros de gasolina), o consumo de um habitante da América Latina não ultrapassa 50.

Porém, embora sejam os países imperialistas os maiores responsáveis pela poluição do mundo e pelo consumo desenfreado de petróleo, carvão, gás e madeira, são as populações da Ásia, da África e da América Latina que sofrem as piores consequências.
Na realidade, o efeito estufa e o aquecimento global são filhos do sistema capitalista. De fato, a finalidade do capitalismo é alcançar o maior lucro possível à custa da exploração do homem e da natureza. Não existe neste sistema nenhuma preocupação com o bem-estar da população ou com o meio ambiente e a construção de um planeta melhor. Pelo contrário, a natureza (incluindo nela o homem) é, para o burguês, apenas um meio para ele acumular capital.

Com certeza, o modo capitalista de produção é organizado para explorar o homem e as riquezas naturais, visando ao enriquecimento da classe capitalista. Para tanto, o capitalista realiza uma feroz exploração tanto do homem quanto do meio ambiente, levando ambos ao esgotamento.

O transporte no capitalismo, por exemplo, deixa de ser um meio de as pessoas se locomoverem para se transformar numa mercadoria que enriquece os acionistas das indústrias de automóvel. Com efeito, apesar de todos os números que revelam a gravidade do aquecimento global – hoje, as concentrações de dióxido de carbono, metano e outros gases-estufa são as mais altas da história do planeta –, os monopólios das indústrias automobilísticas não param de aumentar a produção de carros e de receber polpudos subsídios dos governos capitalistas. Preferem, assim, monopólios e governos, produzir milhões e milhões de automóveis por ano – embora a sociedade não necessite de todos eles –, a investir em transporte público, mesmo sabendo que esses milhões de carros vão poluir mais o planeta e transformar exatamente no contrário um meio de transporte criado para possibilitar às pessoas chegar mais rápido a um lugar, devido aos engarrafamentos. Desse modo, continua-se a produzir mais gases e a jogar toneladas de enxofre, fuligem, óxido de nitrogênio, gás carbônico e hidrocarbonetos na atmosfera, elevando a temperatura no planeta e multiplicando o número de pessoas com câncer e doenças respiratórias.

Outro exemplo. Sabe-se que, mantido o atual consumo, o petróleo existente é suficiente apenas para os próximos 50 anos. Mesmo assim, porém, os capitalistas e seus monopólios continuam realizando uma exploração sem limites das reservas de petróleo. Pior, as poderosas empresas petrolíferas, sabendo da valorização do petróleo e do gás nos dias de hoje, por meio de seus governos promovem guerras de rapina, invadem países e assassinam milhares de pessoas para se apropriarem do petróleo e do gás dessas nações e, com a sua venda, ganharem fabulosos lucros.

Para piorar, as companhias petrolíferas seguem causando danos ao meio-ambiente com os seguidos vazamentos de óleo no Mar, como se verificou no Golfo do México pela British Petroleum (BP), Halliburton e a Transocean ou os vazamentos de petróleo da empresa Chevron no Campo de Frade, na Bacia de Campos (RJ).

Na realidade, o capitalismo é um sistema voltado exclusivamente para atender aos interesses de uma classe, a burguesia, e não aos interesses da maioria da sociedade. Seu objetivo é produzir mercadorias que permitam ao capitalista – o patrão – obter um lucro cada vez maior. Dessa maneira, elevar a riqueza capitalista é o que decide o que se vai produzir e a forma dessa produção.
Este é também o caso da agricultura. Para obter elevados níveis de produtividade, o modo de produção capitalista realiza uma gigantesca exploração da terra e utiliza agrotóxicos que, comprovadamente, envenenam o solo, os alimentos produzidos e jogam na miséria milhões de camponeses. Ou seja, sob o pretexto de fertilizar a terra, a tornam improdutiva e estéril. Hoje, 65% das terras cultiváveis estão degradadas.

Portanto, é essa busca desenfreada de lucro (ou para evitar sua queda) pelos grandes monopólios capitalistas que agrava o aquecimento, contamina o ar que respiramos, os rios, os mares, e ameaça destruir o próprio planeta. Em resumo, o capitalismo, além de desemprego e miséria, polui o mundo e destrói o meio ambiente. Entretanto, para esconder essa realidade, os verdadeiros responsáveis pelo aquecimento global – os bilionários do planeta – uma vez por ano fazem doações de alguns poucos milhões, plantam algumas árvores e defendem a privatização da Amazônia e de suas riquezas.

Na verdade, a crescente destruição da natureza a que assistimos e que coloca em risco a própria sobrevivência do ser humano é uma prova inconteste da incapacidade da burguesia e de seu modo de produção em resolver os problemas atuais da humanidade.

Solução é a socialização do mundo

Há 140 anos, Karl Marx, em O Capital, já tinha alertado para as consequências destruidoras para o meio ambiente do então recente modo de produção capitalista:

“Além disso, cada progresso da agricultura capitalista é não só um progresso na arte de espoliar o trabalhador, mas também na arte de espoliar o solo; cada progresso no aumento de sua fertilidade dentro de um dado prazo é também um progresso na ruína das fontes duradouras desta fertilidade. Quanto mais um país, como, por exemplo, os Estados Unidos, tem como base de seu desenvolvimento a grande indústria, tanto mais rápido será tal processo de destruição. A produção capitalista, portanto, apenas desenvolve a técnica e a combinação do processo social de produção, minando, simultaneamente, as fontes de todas as riquezas: a terra e o operário”. (K. Marx. O Capital, I, capitulo13)

Logo, para mudar essa situação e pôr fim às constantes mudanças climáticas que ameaçam de destruição nosso planeta e a humanidade, é necessário se promover uma profunda transformação da atual sociedade. É preciso a substituição do atual modo capitalista de produção por outro modo de produção, preocupado com o homem e integrado com o meio ambiente, com a natureza, isto é, o modo socialista de produção. Em outras palavras, só a socialização do mundo pode evitar a destruição da natureza. Com medidas paliativas, a humanidade apenas se engana, enquanto cava sua própria sepultura. Dito de outro modo, a “culpa não é do ser humano” e tampouco “nossa”, mas, sim, deles, dos exploradores.

Lula Falcão
Diretor de redação de A Verdade e membro do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário

Olho: “A crescente destruição da natureza coloca em risco a própria sobrevivência do ser humano”
¹Veja o sítio: http://terravistadoceu.com

A Rio+20 e a proposta de um capitalismo verde

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A Rio+20 e a proposta de um capitalismo verdeEntre os dias 13 e 22 de junho próximos ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro a Cúpula da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. A Rio+20, como é chamada, reunirá chefes de Estado de todo o mundo, membros de grandes corporações empresariais, ONGs, Banco Mundial e demais entidades ligadas à ONU, 20 anos depois da primeira conferência sobre o tema, a Rio-92.

Para a realização do encontro, a ONU solicitou, e o governo brasileiro acatou, um dos maiores esquemas de segurança implementados na História do Brasil: cerca de 12 mil homens das Forças Armadas, 43 organizações governamentais de segurança, 300 militares do destacamento antiterrorismo do Exército e Marinha – com um gasto previsto de R$ 122 milhões. O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, solicitou à Câmara de Vereadores da capital que fossem decretados feriados os dias da conferência, considerando esse evento um ensaio geral para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas de 2016. Deste modo, medidas semelhantes às propostas para esses eventos serão tomadas na Rio+20, como a proibição de manifestações e a vigilância cerrada às movimentações na internet (A Verdade, nº 138).

Tamanho esquema de segurança traz o questionamento de qual a importância desse evento em nosso país.

Por que algo que traria soluções para o problema da destruição do meio ambiente em todo o planeta deve ser tão resguardado e, ao mesmo tempo, permite tão pouca participação popular na tomada das decisões?

Por que restringir o papel dos chamados Major Groups, criados pela própria ONU, ao caráter consultivo, mesmo sendo compostos por inofensivas ONGs, pequenas empresas do ramo ambiental e movimentos sociais?

Por que, antes de a Conferência começar, existe um documento chamado “Esboço Zero”, formulado pelos representantes dos países imperialistas com o texto-base do que seria o documento final da Rio+20?

A explicação para tantas perguntas pode ser encontrada no próprio histórico que precede a Rio+20 e em sua proposta central, a Economia Verde.

Histórico

A Rio-92 foi o início de um grande fracasso no encaminhamento de acordos firmados pelas grandes potências imperialistas e os países em desenvolvimento. Tendo como documento básico a Agenda 21 e a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), buscava-se com o primeiro um desenvolvimento mais “sustentável” para o capitalismo na terra, controlando emissões de gás carbônico e demais substâncias causadoras do efeito estufa, ou mesmo outros efeitos degradantes. Já o CDB almejava criar as bases para a manutenção da diversidade genética e ambiental em todo o planeta. Mas o descumprimento das metas foi sistemático por parte dos países ditos “desenvolvidos”, a ponto de, durante a Rio+5 (1997 – Nova Iorque), o presidente dos EUA, Bill Clinton, dizer que não iria “frear o crescimento americano”, quando questionado sobre a redução do consumo de recursos naturais. Os EUA consumiam, em 2000, 25% da energia gerada em todo o mundo, segundo a Agência Internacional de Energia.

Após 1997, sucederam-se os encontros de Kyoto (Japão), Joanesburgo (África do Sul – Rio+10) e COP 15 (Noruega – 2010), todos com infrutíferas conclusões entre os ditos chefes de Estado, que de chefes pareciam não ter nada, já que o lóbi político das grandes multinacionais e bancos era escancarado. Em que pese o desfecho, Joanesburgo teve o mérito de apontar com maior clareza a necessidade de combater a catástrofe social gerada pelo capitalismo, a fome e a falta de acesso a recursos básicos da vida humana, também relacionadas à crise ambiental.

Portanto, o papel histórico das Cúpulas da ONU tem sido o de encenação da política da burguesia internacional, escamoteando a verdadeira causa dos problemas ambientais.

A “Economia Verde”

O termo “desenvolvimento sustentável”, bastante utilizado pelos meios de comunicação burgueses na tentativa de explicar uma solução para a problemática ambiental, consolida-se na década de 1980 com o Relatório Bruntdland, da Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento da ONU. Mas, ainda em 1972, o chamado Clube de Roma, formado por executivos da Xerox, Olivetti, Fiat, IBM e outras grandes corporações, encomenda uma pesquisa ao Massachusetts Institute of Technology (MIT) que revela que as taxas de utilização dos recursos naturais dentro do capitalismo poderiam destruir para sempre as reservas existentes.

Toda essa movimentação das multinacionais é uma resposta à crescente indignação popular, advinda da crítica ambiental contida nas lutas e rebeliões da década de 1960, que questionavam o modelo de desenvolvimento centrado no lucro acima da vida e o consumismo desmedido existente no capitalismo. De modo que a burguesia cria uma linha política para a questão ambiental que passa a resumir o problema em dar eficiência ao gasto de matéria-prima e energia e culpar o indivíduo. A questão passa a ser como melhor aproveitar os meios, mas os fins são as taxas de lucro crescentes das empresas capitalistas, e a pretensa propaganda da imprensa dominante cria a ideia de que plantar uma árvore, fechar a torneira na hora de lavar louça ou apagar a luz do quarto resolverá a catástrofe ambiental em que vivemos. Para se enxergar a falsidade dessa argumentação, basta observar a soma do gasto de energia gerada por todas as nossas fontes naturais.

No Brasil, por exemplo, a indústria e o comércio, não contando os meios de transporte e serviços públicos, correspondem a 60% do consumo total de energia, enquanto o gasto residencial é de 23% (Procel, 2001). Números semelhantes ou de maior desproporção ocorrem em todo o mundo, provando que o problema está nas decisões do setor que detém os meios de acumulação de riqueza e não nas famílias e suas residências.

Mas, com a crise do capitalismo iniciada em 2008, a burguesia internacional tenta encontrar novos meios de gerar e concentrar o capital. Por isso, a Rio+20 traz em seu bojo a “nova” ideia de “Economia Verde”, que é basicamente a mercantilização dos processos naturais e sua consequente financeirização, a velha ideia capitalista de privatizar.

Exemplo desse processo são os famosos créditos de carbono, pelos quais um país em desenvolvimento e que tenha que usar emissões de gás carbônico acima do recomendado pode comprar uma “permissão” de um país desenvolvido que esteja abaixo dos limites previstos (o mesmo pode ser feito entre indústrias e proprietários rurais). O caminho seguinte é a conformação desses créditos no mercado financeiro na forma de ações. A grande questão para o capitalismo é que essa financeirização ainda é reduzida, já que poucos países aceitaram a política de créditos de carbono, o que a burguesia espera reverter com a Rio+20. Trocando em miúdos, a proposta significa, na prática, transformar a respiração de uma árvore em mercadoria. Mecanismos como este são o eixo central da “Economia Verde”, são os chamados “Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA)”.

O problema ambiental

Com as consequências da crise econômica de 2008, fica cada vez mais clara a importância histórica da construção de um modelo alicerçado na socialização da riqueza gerada na sociedade e sua consequente planificação. Na questão ambiental isso fica também muito nítido, como diria Friedrich Engels, em sua obra Dialética da Natureza, acerca de nossas atitudes para com a natureza no regime capitalista:

“Não vamos nos orgulhar tanto com nossas vitórias sobre a natureza. Para cada uma dessas vitórias ela se vinga sobre nós. Cada uma tem, inicialmente, os efeitos previstos, mas, num segundo e terceiro momentos, ela terá efeitos bem diferentes, consequências imprevistas que, muitas vezes, eliminam os efeitos iniciais”.

A defesa do socialismo como caminho para superar as contradições do capitalismo é cada vez mais necessária. As contribuições do marxismo para o entendimento dos efeitos danosos que o processo de reprodução do capital causa ao nosso próprio habitat natural são fundamentais para compreender que este é um problema que tem sua origem no modo de produção. Consequentemente, a mudança de um modo de produção somente virá com a derrubada do poder instituído e que está nas mãos da burguesia, principal beneficiada com o funcionamento deste sistema.

Com o fim da propriedade privada sobre os meios de produção a sociedade vai desenvolver novos paradigmas, como, por exemplo, dar preferência à utilização do transporte público, reduzindo, assim, a atual produção de automóveis de uso individual que, em quantidade, aproxima-se do número de seres humanos existentes na terra, porém é consumida por menos de 1/10 dos habitantes.
Em paralelo à Rio+20, ocorre o evento alternativo Cúpula dos Povos (15 até 23 de junho), que dá enfrentamento à “Economia Verde”. Surgido inicialmente por iniciativa de ONGs ecológicas e movimentos sociais durante a Rio-92, mobilizará mais de 10 mil pessoas em manifestações e debates durante o evento da ONU e, com certeza, terá maior possibilidade de manifestação para o povo.

É papel dos revolucionários fazer ver, em espaços como esse, que devemos construir um sistema baseado na satisfação das necessidades coletivas da humanidade, no qual os que trabalham recebam o justo pelo que produzem e em que o homem desenvolva uma relação harmoniosa frente à utilização de seus recursos naturais. Caso contrário, o planeta pode não ter mais 20 anos para esperar, e as consequências para a humanidade podem ser fatais.

Esteban Crescente é diretor de Assistência Estudantil da UNE

Capitalismo ameaça a existência da espécie humana

Capitalismo ameaça a existência da espécie humanaNo mês em que comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho) e que se realizará a Rio+20 e a Cúpula dos Povos, faz-se jus uma abordagem dialética da questão ecológica.

Quando se fala em meio ambiente, logo nos vem à mente: aquecimento global, destruição da camada de ozônio, desmatamento; temas mais abordados pelos meios de comunicação de massa, mas outro aspecto da questão é pouco abordado e discutido.

Os estudos da Biogeografia, ramo interdisciplinar da Biologia e Geografia, comprovam que em qualquer ecossistema, seres vivos transmissores (os vetores) de organismos patogênicos (causadores de doenças) são controlados por seus predadores naturais.Conforme mostram os estudos da bióloga Márcia Chame, pesquisadora da Fiocruz e da Fundação Museu do Homem Americano, com a exploração predatória e consequente poluição e devastação dessas áreas, os predadores naturais são extintos, e os vetores se proliferam pelos grandes centros urbanos e demais cidades, ocasionando epidemias de novas doenças gravíssimas. Esta é a razão das epidemias dos vírus Ebola e Lassa na África, fruto da devastação das florestas tropicais africanas pelas potências imperialistas (em especial europeias), através da atividade predatória de suas indústrias de mineração e extração de madeira.

No Brasil, a Caatinga, que abrange predominantemente o Nordeste, mas também parte do Centro-Oeste e de Minas Gerais, tem sido vítima da devastação de sua flora pela indústria carvoeira para alimentar a guerra imperialista do Iraque, isso por que o ferro-gusa, matéria-prima do aço das armas de fogo, é obtido em fornos de fundição alimentados com o carvão, obtido da queima da vegetação caatinguense. Isso sem falar da caça predatória para o tráfico de animais. Segundo Aldo José, biólogo especialista em répteis, “só os lagartos, por exemplo, tem grande importância no controle da população de insetos, muitos dos quais vetores de doenças, como o mosquito Aedes aegypti”.

Vale ressaltar ainda a devastação da Mata Atlântica pelo agronegócio, que tem ocasionado a proliferação de ratos silvestres e consequente surto de hantavírus em cidades do interior de Minas, São Paulo e Goiás. O hantavírus é um vírus mortal, ocasiona febre hemorrágica, como o Ebola, porém mata a pessoa infectada em 48 horas. Na Floresta Amazônica, a devastação das madeireiras, mineradoras (Vale do Rio Doce), agropecuaristas (gado+soja e demais ramos do latifúndio monocultor) coloca em grande risco a natureza, isto porque a floresta possui grande quantidade de vetores de vírus e outros microorganismos mortais, mais letais e agressivos que o hantavírus supracitado. Cabe citar o vírus sabiá, que já infectou e matou membros da população ribeirinha e um cientista brasileiro que o estudava.

Tudo isto mostra o perigo que representa o capitalismo para a própria existência da humanidade, e quão necessária é sua substituição por uma ordem societária superior. Toda esta ação predatória é fruto do caráter anárquico da produção capitalista, que tem como razão de ser a reprodução de forma crescente e ampliada do lucro individual, que está em flagrante contradição com o conjunto do meio ambiente.

Só uma planificação centralizada da produção e da sociedade, visando ao bem-estar da maioria, com controle consciente dos produtores sobre a natureza, teremos produção e distribuição de mercadorias capazes de atender à necessidade de todos, ao mesmo tempo evitando o colapso ambiental e o consequente fim de nossa espécie. Este novo regime é o socialismo.

Dados do IBGE revelam queda do emprego industrial e nos ramos de produção

Dados do IBGE revelam queda do emprego industrial na maioria dos estados e ramos de produçãoO emprego industrial no Brasil tem tido consecutivas quedas no ultimo quadrimestre de 2012, impacto gerado pela crise mundial que derruba as exportações brasileiras para os países em crise. Dos 14 estados pesquisados 9 apresentaram redução nos postos de trabalho, no mês de abril a queda total foi de 1,4% em relação a abril de 2011.

Dentre os estados as principais perdas de empregos foram em São Paulo (-3,6%), Ceará (-3,6%), Bahia (3,7%) e Santa Catarina (-1,2%).
Também registraram maior desemprego 13, dos 18 ramos industriais pesquisados. Sendo as maiores perdas no setor de vestuário (-7,9%), produtos de metal (-5,6%), têxtil (-6,2%), calçados e couro (-5,3%), papel e gráfica (-3,9%), madeira (-8,6%) e borracha e plástico (-3,4%).

No índice acumulado nos quatro primeiros meses de 2012, o emprego industrial permaneceu em queda (-0,9%), com taxas negativas em oito dos 14 locais e em 11 dos 18 setores investigados.

Quando se leva em conta o número de horas pagas aos trabalhadores, a queda é ainda maior. Em comparação com abril de 2011, o números de horas de trabalho pagas em abril de 2012 caiu 2,1%. Registrando a oitava taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto e a mais intensa desde novembro de 2009 (-3,1%).

Fonte: IBGE

A greve dos professores da Bahia é justa

A greve dos professores da Bahia é justaNós, professores da rede estadual, estamos em greve há 50 dias; foi inevitável que ela acontecesse, por quê? Essencialmente, desde março, estávamos exigindo do governador Jacques Wagner (PT) uma proposta de como ele poderia nos pagar os 22,22%, firmados em acordo desde outubro de 2011 entre representantes legítimos do governo e da nossa categoria.

Ventilou-se que o governo pagaria uma parcela em novembro de 2012 e outra em abril de 2013; mas a categoria aceitava o fracionamento apenas para 2012; o governo não aceitou e a nossa categoria decidiu entrar em greve acreditando que logo o governador iria negociar e pagar, ainda que fracionado, mas no ano vigente. Isso porque acreditávamos que para um governo que se se diz o defensor das causas sociais e dos trabalhadores, a educação seria prioridade. Ledo engano.

O que vemos? Um tratamento humilhante, uma tentativa de descaracterizar e criminalizar o movimento, a retirada de conquistas históricas, cortes salariais, bloqueio de credicesta e consignado, ameaças constantes na grande mídia, inverdades, discursos que nos enojam, tentativa de nos transformar em vilões e de colocar a sociedade contra nós.

Por tudo isso colegas professores, eu lhes pergunto: Vamos nos curvar diante da truculência deste senhor que por hora é governador da Bahia? Vamos recuar e voltarmos com quais conquistas? Que cidadania é essa que pregamos em nossa prática pedagógica e não exercemos na luta junto à nossa categoria? Não nos esqueçamos de que nossa luta não é pela reposição salarial, pelos cortes salariais. Nossa luta é pela valorização da nossa carreira e para que ela seja mais atrativa, conquistas que poderemos ter a vida toda.

Então nossa hora é agora, vamos nos manter firmes, vamos nos fortalecer e fortalecer o nosso movimento. Estamos vendo uma luta midiática entre Davi e Golias? Sim, e não seria diferente; afinal é o governo que investe milhões na falsa publicidade e que pode falar o que quiser, o tempo que quiser; enquanto nós não temos quase nenhum espaço.

Mas a sociedade já vem reconhecendo a postura autoritária de Jacques Wagner; a realidade da Bahia está sendo escancarada com tantas greves: dos professores estaduais, dos professores particulares, dos motoristas, os médicos também vão entrar em greve. Ou seja, vivemos um desgoverno na Bahia.

Então não venham (MÍDIA, GOVERNO, PAIS, ESTUDANTES) tentar nos colocar como vilões, como culpados pela falta de aula, nos julgar como radicais PORQUE A CULPA É DO GOVERNO DO ESTADO QUE NÃO PRIORIZA A EDUCAÇÃO, QUE NÃO QUER NEGOCIAR COM A NOSSA CATEGORIA E POUCO ESTÁ SE LIXANDO PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA. Mas nós, educadores, sim, lutamos por uma educação pública de qualidade, e por nossa valorização profissional; afinal A GREVE DOS PROFESSORES DA BAHIA É UM DIREITO LEGAL.

Nossa resposta será nas urnas em outubro? Será. Mas nossa resposta se faz necessária agora, colegas; por isso, permaneçamos firmes na luta. Não façamos articulações de bastidores, por maiores dificuldades que estejamos passando. Nossa luta e trajetória não merecem posturas assim. FORÇA, CORAGEM, RESISTÊNCIA, RESILIÊNCIA, AVANTE, COLEGAS! JACQUES WAGNER É PASSAGEIRO, NÓS NÃO SOMOS.

” É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
Há os que têm vocação para escravo,
mas há os escravos que se revoltam contra a escravidão
Não ficar de joelhos,
que não é racional renunciar a ser livre.
Mesmo os escravos por vocação
Devem ser obrigados a ser livres,
Quando as algemas forem quebradas.
É preciso não ter medo,
É preciso ter a coragem de dizer…”
( Carlos Marighella)

Professora Laudicéia Santos, Jacobina, Bahia

Solidariedade a Cuba: “Só confiamos em vocês e no nosso povo”

Solidariedade a Cuba: “Só confiamos em vocês e no nosso povo” Ocorreu nos dias 24 a 27 de maio, no Centro de Convenções da Bahia, na cidade de Salvador, a 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. A abertura teve a presença de 500 pessoas e do poeta Thiago de Mello, que declarou seu amor ao povo cubano. O evento contou também com uma delegação de Cuba, além do embaixador de Cuba, Carlos Zamora, que agradeceu ao povo brasileiro pelo apoio e a solidariedade ao povo cubano que durante todos estes anos de bloqueio econômico imposto pelos americanos nunca se curvou, e a presença da esposa de um dos cinco antiterroristas presos nos EUA.

Durante dois dias, a convenção teve grupos de discussão e plenárias, que estavam um pouco esvaziadas devido à greve dos rodoviários em Salvador. Os temas debatidos foram Integração Latina – americana e Amizade entre os Povos; o sistema de saúde em Cuba; bloqueio econômico; combate à campanha midiática internacional contra Cuba e, principalmente, a luta pela libertação dos cinco patriotas antiterroristas cubanos injustamente presos nos Estados Unidos.

Em nome dos cinco heróis, a esposa de Ramon Labañino, Elisabete Palmeira, leu uma mensagem na plenária final em que eles declaram “Mais do que nunca a solução do nosso caso está nas mãos e nos corações de vocês. Só confiamos em vocês e no nosso povo”, assinalam.

A plenária final aprovou por aclamação a “Carta de Salvador de todos os povos e lutas” e foi encerrada por Kenia Serrano, presidente do Icap, entidade para a qual converge a atividade de 2.116 associações de amizade e solidariedade com Cuba em 152 países. A plenária decidiu que a 21ª Convenção será realizada em 2013, na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná.

O Partido Comunista Revolucionário e a União da Juventude Rebelião estiveram presentes com dezenas de companheiros. A convenção também foi grande espaço para divulgarmos os materiais das Edições Manoel Lisboa e de brigadas do jornal A Verdade, que vendeu 105 jornais.

Claudiane Lopes e Queops Damasceno 

Greve dos rodoviários na BA atinge 100% da frota da capital

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Greve dos rodoviários na BA atinge 100% da frota da capitalA greve dos rodoviários do Estado da Bahia atingiu 100% da frota da capital e também várias cidades: Feira de Santana; Vitória da Conquista; Itabuna; Jequié entre outras. Foi iniciada na quarta-feira 23 de maio e terminou no sábado, 26 de maio. A decisão para a volta ao trabalho foi tomada durante assembleia realizada na manhã deste sábado, 26, na sede do Sindicato dos Eletricitários do Estado da Bahia.

A desembargadora Vânia Tanajura Chaves, da 5ª Vara da Fazenda Pública, determinou que os trabalhadores de Salvador deveriam manter rodando 60% do efetivo de ônibus nos horários de pico e no restante do tempo apenas 40% do efetivo de transporte público. Em caso de descumprimento da medida, o sindicato teria que pagar multa diária de R$ 50 mil. Mesmo assim, a categoria manteve a 100% da frota parada, a população teve que utilizar transporte clandestino, mototáxi, táxi, e muitos não conseguiram ir ao trabalho ou locais de estudo.

A categoria, que reivindicava reajuste de 13,8%, quinquênio, fim da terceirização, aumento do ticket de R$ 15 para 30 e seu pagamento também nas férias, aceitou o reajuste de 7,5% determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), durante audiência de conciliação. O reajuste salarial foi de 7,5%, incidentes sobre os salários já praticados, a partir da data base de 1 de maio de 2012, e a volta do pagamento do quinquênio, que é a concessão de 5% do salário base para todos os trabalhadores com cinco anos de serviços efetivo e contínuo na mesma empresa. Além disso, cada trabalhador terá direito a tíquete-alimentação para ‘cada dia útil de trabalho’, no valor de R$ 11,20, mediante desconto de até 20% do valor no salário.

Por fim, a greve dos rodoviários foi vitoriosa, mas os donos das empresas de ônibus de Salvador encaminharam pedido à prefeitura de Salvador, de ‘’realinhamento tarifário’’, ou seja, um nome bonito para pedir aumento da tarifa de ônibus R$ 2,50 para R$ 3,15. No pedido, o sindicato das empresas de transporte de passageiros de Salvador (SETEPS) alega o impacto resultante do reajuste salarial dos rodoviários. Agora será a vez dos estudantes, trabalhadores e da população em geral fazerem novamente a REVOLTA DO BUZÚ, pois não dá para aguentar mais um aumento de tarifa.

Redação da Bahia

Moradores ocupam terreno em São Paulo e exigem construção de Centro Comunitário

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Moradores ocupam terreno em São Paulo e exigem construção de Centro ComunitárioMoradores da região do Lageado, capital de São Paulo, organizados pelo Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB) e pela Associação Comunitária Olga Benário, ocuparam um terreno que há anos estava vazio na região, acumulando entulho, lixo, ratos, e servindo para uso de drogas e criminalidade. O bairro fica localizado na periferia da Zona Leste de São Paulo e carece de equipamentos públicos que garantam uma vida digna para a população. Saúde de qualidade, segurança, transporte digno e também locais para realização de atividades de lazer e cultura, que são artigos de “luxo” nesta sociedade, e isso não é diferente no Lageado.

Com muita determinação, o terreno permaneceu ocupado por 50 dias, servindo de espaço de formação e organização onde foram realizadas atividades de lazer e saúde para toda a comunidade que apoiou massivamente a ação da Associação e reconheceu a justeza da causa.

A ocupação deu nova dinâmica para a vida no bairro e para o trabalho da Associação, que hoje conta com mais membros conscientes e combativos e criou as condições para que outras lutas sejam encampadas na região.Apesar de ter sido deferida e cumprida a liminar de reintegração de posse, a Associação segue na luta pela desapropriação do terreno e futura construção do Centro Comunitário. No dia 21 de maio, foi realizada uma audiência com o Secretário Municipal dos Negócios Jurídicos, Claudio Lembo, na qual toda a reivindicação da Associação foi entregue. A Associação aguarda a posição do poder municipal; no entanto, segue na luta organizando as próximas mobilizações, pois sabe que somente assim será possível alcançar esta e outras tantas demandas da classe trabalhadora.

Redação São Paulo