UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 17 de setembro de 2025
Início Site Página 717

Italianos dizem não ao corte de verbas da educação

0

ItáliaAssim como na Grécia, na Espanha, em Portugal, e até mesmo na França, o povo italiano também é vítima dos planos de austeridade implementados pela chamada Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional). Depois de cortes de verbas (e sucateamento) em todos os serviços públicos do país, com aumento dos impostos pagos pelas camadas mais pobres da população, com a implementação e os recentes aumentos das taxas anuais para o estudo universitário (que há alguns anos não é mais gratuito) e após uma reforma trabalhista que retirou os principais direitos dos trabalhadores e aposentados do setor privado, o primeiro-ministro Mario Monte resolve retirar dinheiro da educação pública, ou melhor, do Ensino Médio, para pagar a dívida formada pela crise causada pelas instituições financeiras europeias.

Em setembro, no começo do outono europeu, estudantes e trabalhadores começam a ver as novas mudanças da Reforma do Ensino Secundário (Riforma della Scuola Secondaria Superiore). Já em 2011 e 2012, as escolas italianas viram a diminuição das horas semanais realizadas por cada disciplina, além de concursos públicos que há alguns anos vêm sendo adiados, antes por Berlusconi e agora por Monti. Após a saída da ex-ministra Mariangela Gelmini, que implementou as reformas responsáveis pelo pagamento de altíssimas taxas para as universidades do governo, entra o atual ministro, Francesco Profumo, e impõe uma reforma, que tem como principais pontos:

* Aumento (de 18 para 24) das horas mínimas semanais em sala de aula dos docentes, tanto os contratados quanto os concursados. Isso significa que cada professor dará mais tempo de aula e serão necessários menos professores para cobrir a demanda, permitindo a contratação de menos docentes.

* A implementação da “Escola da Meritocracia”. Em cada escola será escolhido o melhor aluno como o “Estudante do Ano”, através de olimpíadas das diversas disciplinas. Esse estudante será premiado com desconto no pagamento das taxas anuais de ensino e redução no valor pago em transportes públicos. As empresas que contratarem aqueles considerados entre “os melhores”, receberão incentivos fiscais (redução de impostos).

Greves e protestos se intensificam

Segundo o ministro Profumo, as mudanças têm como objetivo “aumentar a competitividade, também entre docentes, mas principalmente entre os estudantes, ‘forçando’ estes a se dedicar mais, consequentemente melhorando a qualidade do ensino”. O ministro diz que, para “premiar” os professores, pretende aumentar o tempo de férias anuais dos docentes.

Em resposta, desde o mês de outubro, estudantes e professores vão às ruas nas principais cidades italianas como forma não somente de se manifestar contrários às mudanças anunciadas, mas principalmente para denunciar a grave situação das escolas italianas. Segundo professores da Central Geral Italiana dos Trabalhadores (CGIL), as escolas públicas não suportam mais tantos anos de sucateamento: falta de vagas nas escolas de todo o país (aumentando a tensão entre estrangeiros e italianos, que exigem prioridade de seus filhos no momento da matrícula diante dos não italianos), falta de material escolar, mesas e cadeiras quebradas, superlotação das salas de aula, ausência de concursos públicos, pouca reciclagem de profissionais (com professores que há anos lecionam para as mesmas séries, pois são impedidos de se aposentar). Com a atual reforma, as denúncias vão além: segundo cálculos dos sindicatos, haverá a demissão de aproximadamente 6.400 professores suplentes em todo o país. Isso é, na verdade, o plano de corte de gastos com educação de 184 milhões de euros, o que representa 86% do corte de verbas planejado pelo Governo com os planos de austeridade. Dinheiro destinado ao pagamento das dívidas interna e externa.

Em novembro, na manifestação europeia do dia 14 contra os planos de austeridade, professores e estudantes eram maioria nas ruas da Itália. E em 24 desse mesmo mês, numa greve nacional organizada conjuntamente por sindicatos de professores de todo o país e comitês de base das escolas, trabalhadores e estudantes das escolas públicas realizaram diversas manifestações em toda Roma.

Desta forma, mais uma vez, os trabalhadores e a juventude mostram que existe uma saída para essa crise que assola a Europa e todo o mundo, mas que essa união é fundamental para isolar o inimigo comum, o imperialismo e seus lacaios locais, e agregar as outras parcelas do povo que tanto sofrem com os ataques contra seus direitos, seus salários e condições dignas de vida.

Redação Sucursal  Europa

GAZA!

0

Gaza, massacrePara se justificar, o terrorismo de Estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe álibis. Tudo indica que essa carnificina de Gaza, que, segundo seus autores, pretende acabar com os terroristas, logrará multiplicá-los. Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito de eleger seus governantes. Quando votam em quem não se deve votar, são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma ratoeira sem saída desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições de 2006. Algo parecido ocorreu em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições em El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.

São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com nenhuma pontaria sobre as terras que haviam sido palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E, ao desespero, ao ponto mesmo da loucura suicida, é a mãe de todas as bravatas a que nega o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto as muito eficazes guerras de extermínio estão negando, há anos, o direito de existência da Palestina. Já resta pouca Palestina. Israel a está apagando do mapa.

Os colonos invadem e, atrás deles, os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam o despojo, em legítima defesa. Não há guerra agressiva que não diga ser uma guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel traga outro pedaço da Palestina e os almoços seguem. O devoramento justifica-se pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu e pelo pânico que geram os palestinos que observam.

Israel é um país que jamais cumpre as recomendações e as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que zomba das leis internacionais. É também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros. Quem lhes deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com a qual Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não pode bombardear impunemente o País Basco para acabar com o ETA nem o governo britânico pode arrasar a Irlanda para liquidar com o IRA. Por acaso a tragédia do holocausto implica uma licença de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência imperialista que mais manda e que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?

O exército israelense, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe quem mata. Não mata por erro. Mata para causar horror. Às vítimas civis, chamam de danos colaterais, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez danos colaterais, três são crianças. E somam-se aos milhares os multilados, vítimas da tecnologia de despedaçamento humano que a indústria militar está ensaiando exitosamente nesta operação de limpeza étnica.

E, como sempre, sempre o mesmo em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte o outro bombardeio, a cargo dos meios de manipulação de massa, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto como cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a crer que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel ou que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

A chamada comunidade internacional existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e belicistas? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos se atribuem quando fazem teatro? Ante a tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial vem à luz uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.

Ante a tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E, como sempre, os países europeus esfregam as mãos.

A velha Europa, tão capaz de beleza como de perversidade, derrama uma ou outra lágrima enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caça aos judeus sempre foi um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinos, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antissemitas. Eles estão pagando, com sangue, uma conta alheia.

(Este artigo é dedicado a meus amigos judeus, assassinados pelas ditaduras militares latino-americanas que Israel assessorou)

Eduardo Galeano, escritor uruguaio

As brigadas do jornal A Verdade na Vila São Pedro

0

Nos dias 17 e 21 de novembro, foram realizadas as brigadas do jornal A Verdade no Bairro da Vila São Pedro, em São Bernardo do Campo, São Paulo. Houve agitação com som e denúncia da violência contra a mulher e da impunidade dos crimes da ditadura, matérias do último número do jornal.

O objetivo das brigadas foi divulgar o jornal e fortalecer as lutas do bairro na área da saúde, educação, transporte, melhoria de moradia e segurança, e buscar uma maior participação dos moradores. A Verdade está sendo bem aceito pela população da Vila São Pedro, que demonstrou muito interesse em conversar e entender um pouco mais da publicação.

Nos dois dias, durante duas horas, as brigadas venderam 38 exemplares. Nosso movimento está apenas começando e o fortalecimento da militância a cada dia vem crescendo, com o intuito de esclarecer e mostrar à população a verdadeira causa do sofrimento do povo brasileiro.

Wiliam Rodrigues e Samanta Rodrigues, São Bernardo do Campo

A importância das lavanderias comunitárias para as mulheres pobres

0

LavanderiaAinda é muito grande o número de mulheres que têm como exclusividade o cuidado com os filhos, com o marido e com as tarefas de casa, restando-lhe pouco tempo para a vida política. Um exemplo desse trabalho opressor e mesquinho é a lavagem de roupas em casa ou no trabalho das empregadas domésticas.

Dona Carmen Lúcia, que mora em João Pessoa com o esposo e quatro filhos atrás da casa de sua sogra, nos relata: “Às nove horas, acabo de fazer o almoço, arrumo a casa e passo o resto da manhã lavando roupa. À tarde engomo a roupa limpa e, no começo da noite, guardo. Esta é minha rotina todos os dias”.

É difícil imaginar que, mesmo com os avanços tecnológicos e o orçamento cada vez mais apertado do brasileiro, ainda haja gente que sustente sua família lavando “roupa de ganho”, mas esta realidade está presente na vida de milhares de mulheres no Brasil.

A profissão de lavadeira é bem antiga na humanidade e, em algumas cidades, já deixou até de existir.  Em determinado momento, a lavagem de roupas se transformou em serviço e depois empresas criaram lavanderias, que, depois da forma manual, passaram a ser mecanizadas, mas devido ao preço, não atingiu diretamente as mulheres mais pobres, que são a maioria da população. Na década de 1980, com objetivo de proporcionar fonte de renda e inclusão social de inúmeras famílias brasileiras, foram criadas algumas lavanderias comunitárias. Esta atividade faz a diferença na obtenção de renda das famílias, sem contar o tempo que lhes sobra para a família, para o lazer e para a vida social dessas mulheres.

Em agosto deste ano, a Prefeitura Municipal de João Pessoa inaugurou uma Lavanderia Comunitária na comunidade Padre Hildon Bandeira.  “Com o objetivo de formar um centro de inclusão produtiva, essa lavanderia comunitária proporciona não só um espaço onde as famílias vão lavar suas roupas, mas uma forma de geração de emprego e renda em economia solidária”, afirma Wanessa Costa, coordenadora da lavanderia e militante do Movimento de Mulheres Olga Benário na Paraíba.

Ela conta também como a lavanderia funciona e como pode melhorar a formação política dessas mulheres: “Temos dois tipos de público; primeiro, aquelas mulheres que lavam roupa por profissão e que, com inauguração da lavanderia, passaram de vinte para oitenta; além daquelas que, por falta de espaço em suas casas, já que a maioria das casas da comunidade não tem quintal, lavam as roupas de seus familiares sem nenhum custo, garantindo assim que lhes sobre mais tempo durante o dia, pois o trabalho diminuiu pela metade. Pretendemos trabalhar a formação política dessas mulheres e as qualificar para o trabalho”.

Dona Firmina, lavadeira há mais de 40 anos, relata: “Antes eu lavava uma trouxa de roupa por dia e hoje, com a lavanderia comunitária, que tem máquinas de tipo semi-industrial, faço o mesmo trabalho em duas horas e, à tarde, participo das capacitações e cursos de qualificação para o trabalho oferecidos pela lavanderia. Estou muito feliz e com mais tempo para meus netinhos”.

Desta forma, as lavanderias comunitárias são um importante passo para diminuir a carga de trabalho doméstico que recai sobre mulheres pobres. Por isso, é preciso que as comunidades se mobilizem para a conquista desse direito.

Rosilene Santana, do Movimento de Mulheres Olga Benario (PB)

Sem-teto ocupam terreno em Campina Grande

0

Cerca de 120 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) realizaram a ocupação de um terreno da Prefeitura Municipal, em Campina Grande-PB, na madrugada do último dia 1º de dezembro. A ocupação, denominada Margarida Maria Alves, em homenagem a esta camponesa paraibana, tombada na luta contra o latifúndio, já nasce com a marca da resistência.

Foram quatro meses de preparação política das famílias, todas vivendo de favor na casa de parentes ou de aluguel, para que elas tomassem consciência da necessidade de realizar a ocupação de forma planejada. Para Arjuna Escarião, coordenador do MLB na Paraíba, os objetivos da ocupação vão além da busca pelo sonho da moradia digna: “Estas famílias deram agora um passo decisivo para sua própria libertação, para compreenderem que o problema da habitação no Brasil só será resolvido com a reforma urbana e com o socialismo”.

Redação Paraíba

Famílias de Duque de Caxias continuam luta

0

Depois de serem despejadas violentamente pela Polícia Militar, as famílias da Ocupação Sônia Angel, em Duque de Caxias-RJ, permanecem mobilizadas e determinadas a conquistar o direito humano de morar dignamente.

Depois da ação ilegal de reintegração de posse comandada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), uma ampla campanha de denúncia da truculência policial foi desenvolvida pelo MLB, envolvendo centenas de pessoas na cidade e vários amigos e simpatizantes do movimento, além de haver sido realizado, no último dia 9 de novembro, no centro de Caxias, um ato público em defesa de moradia digna. O MLB também já está acionando a Justiça contra a Polícia e o Inea, exigindo a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis pela violência.

Ao mesmo tempo, as famílias sem teto continuam se reunindo semanalmente para traçar os novos encaminhamentos da luta e reorganizar a ocupação. Para Juliete Pantoja, uma das coordenadoras do MLB, nem mesmo o trauma da desocupação amedronta as famílias: “A cada reunião que fazemos nos bairros percebemos novas pessoas interessadas na luta do MLB. Isso pra nós é muito importante e é um incentivo a mais para continuarmos na luta. Tenho certeza de que a nova ocupação que estamos organizando será muito maior”, afirma.

 Mas não é apenas a luta por moradia digna que mobiliza as famílias da Sônia Angel. No próximo dia 8 de dezembro, haverá um encontro de mulheres do movimento e, às vésperas do Natal, todos ocuparão as ruas centrais de Caxias contra a fome e a carestia de vida, durante a jornada por um Natal sem fome e sem miséria organizada pelo MLB.

Heron Barroso, Rio de Janeiro

Seis anos da Ocupação Fernando Santa Cruz

0

Há seis anos, 120 famílias estavam nas ruas, à meia-noite, para ocupar um terreno abandonado e conquistar seu sonho de ter um teto para morar sem pagar aluguel e sem depender de favor de ninguém. Nestes seis anos, essas famílias desenvolveram lutas, passeatas, fizeram várias ocupações na Companhia de Habitação de Pernambuco (Cehab), seminários, confraternizações, sempre acreditando que a luta as levará à vitória de alcançar a casa própria.

Por essas famílias passaram três presidentes da Cehab, e a promessa de serem contempladas com moradia num conjunto habitacional a ser construído.

Nos últimos dias, elas se reuniram para comemorar os seis anos de luta da Ocupação Fernando Santa Cruz e ampliar seu nível de consciência política. Para isso, contaram com a palestra do vereador de Olinda Marcelo Santa Cruz (PT), com o tema Fernando Santa Cruz e a luta pelo direito à Verdade e à Justiça. Marcelo relatou as circunstâncias do desaparecimento de seu irmão Fernando, as barbaridades do regime militar fascista que assassinou vários lutadores brasileiros que ousaram se opor e combater a ditadura, a saga de sua família para conhecer a verdade sobre o seu irmão e a perseguição dos militares golpistas à sua família, que o obrigou a fugir do país na clandestinidade e viver uns tempos na Europa. O vereador afirmou que nomear a ocupação com o nome de Fernando Santa Cruz é uma importante forma de homenagear e manter viva a memória de seu irmão.

 Também participaram do evento Serginaldo Quirino, coordenador nacional do MLB, que falou sobre O MLB e as perspectivas de luta,e Elizabeth Araújo, do Movimento de Mulheres Olga Benario, com o tema As mulheres e a luta por moradia. A apresentação do grupo de dança Majê Molê abrilhantou a atividade com uma bela apresentação de dança afro. Catorze quilos de bolo e refrigerantes ajudaram a fazer a festa desses lutadores.

O laço maior que une essas famílias – que continuam a se reunir quinzenalmente, organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – é a luta. É evidente que alguns ficaram pelo caminho e foram substituídos por novos lutadores, que continuam fincando a bandeira da luta por moradia digna e pela construção de uma sociedade na qual o povo tenha seus direitos garantidos.

Guita Marli, coordenadora estadual do MLB e do Movimento Olga Benário

Aerj, 10 anos de luta pelos direitos da juventude

0

AERJA Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro (Aerj) realizou seu 5° congresso no dia 10 de novembro, reunindo cerca de 300 estudantes de várias regiões do Estado para debater a educação, o passe livre e outras bandeiras de luta.

O congresso contou com a presença de diversos sindicatos e entidades, como Ubes, Fenet, Ares-ABC, DCE da Unissuam, DCE da UFRJ, Sindipetro-RJ, Sindicato da Educação (Sepe), ASSIBGE, Sintnaval, Sintell, Sindipetro-Caxias, dentre outros, além da participação do cacique Carlos Tucano, da aldeia Maracanã, que saudou o congresso convidando os estudantes a lutar pelos seus direitos.

Em seguida, os estudantes se dividiram nos grupos sobre políticas educacionais e ensino técnico, soberania nacional e luta popular, democracia e livre acesso à universidade e movimento estudantil. À tarde, houve o debate sobre passe livre todo dia, sob controle dos estudantes, e participaram da mesa: Gladson Reis, 1° vice-presidente da Ubes, Raphael Almeida, coordenador-geral da Fenet, Carlos Henrique, presidente da Aerj e Jonatan Silva, representando o grêmio do Colégio Pedro II de Realengo. Esse debate aprovou que a principal bandeira de luta para a próxima gestão será a conquista do passe livre em todos os dias sob controle estudantil.

Após o debate, teve início o ato pela memória e a verdade. Homenageando e elegendo como patrono da Aerj o estudante Marco Nonato da Fonseca, aluno do Colégio Pedro II – Humaitá, na década de 1960 e militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), pela sua história de dedicação à luta contra a Ditadura Militar e pelo socialismo. Nesse ato, estiveram presentes Carlos Eugenio Paz, o Comandante Clemente, ex-dirigente da ALN que militou junto com Marco Nonato; o companheiro Afonso (ex-militante do PCBR), Marcos Villela, do PCR, Jaques D’ornellas, da União Nacional dos Anistiados (UNA) e Esteban Crescente, da UJR.

Para terminar o congresso, junto com a plenária final, foram chamados para compor a mesa os ex-presidentes da Aerj, que realizaram uma bonita saudação em homenagem aos 10 anos da entidade.

Na sequência, a plenária final aprovou as propostas formuladas pelos grupos de debate e elegeu a nova diretoria, que terá a frente, como presidente, a estudante Juliana Alves, que agradeceu aos estudantes e fez um balanço da entidade:

O congresso terminou com uma peça de teatro preparada pelos estudantes da cidade de Itaperuna, baseada no livro Batismo de Sangue, de Frei Betto.

Redação Rio

Que significa a palavra comunista?

0

LêninA União das Juventudes Comunistas só será digna do seu papel de congregar a jovem geração comunista, quando relacione toda a sua instrução, a sua educação e a sua formação com a parte que deve tomar na luta comum de todos os trabalhadores contra os exploradores, porque vocês sabem perfeitamente que enquanto a Rússia for a única república operária e enquanto o resto do mundo subsistir sob o antigo regime burguês, somos mais débeis que eles; que constantemente nos ameaçam novos ataques, que só aprendendo a manter entre nós a coesão e a unidade, triunfaremos nas lutas futuras e, depois de nos termos fortalecido, nos tornaremos verdadeiramente invencíveis. Portanto, ser comunista significa organizar e unir toda a jovem geração, dar exemplos de educação e de disciplina nesta luta. Então, vocês poderão empreender e levar a cabo a edificação da sociedade comunista.

Eis um exemplo que lhes fará entender este problema. Nós chamamo-nos comunistas. Que significa a palavra comunista? “Comunista” provém da palavra latina communis, que significa comum. A sociedade comunista é a comunidade de tudo: da terra, das fábricas, do trabalho. Isto é o comunismo.

Pode existir trabalho comum se os homens explorarem cada um sua própria parcela? A comunidade do trabalho não se cria de repente. É impossível. Não cai do céu. Há que consegui-la após grandes esforços, após grandes sofrimentos, há que criá-la e obtê-la no decurso da luta. Não se trata aqui de um livro velho, ninguém teria acreditado num livro. Trata-se de uma experiência pessoal vivida. Quando Kolchak e Denikine avançavam contra nós, procedentes da Sibéria e do Sul, os camponeses estavam a seu favor. O bolchevismo não lhes agradava, porque os bolcheviques lhes tirava o trigo de acordo com preços estabelecidos. Porém, depois de ter sofrido na Sibéria e na Ucrânia o poder de Kolchak e de Denikine, os camponeses reconheceram que não podiam escolher mais do que entre dois caminhos: ou votar no capitalismo, que os converteria novamente em escravos dos latifundiários, ou seguir os operários que, certamente, não prometiam o ouro e exigiam uma disciplina de ferro e uma firmeza indomável na dura luta, mas que os libertariam da escravidão dos capitalistas e dos latifundiários.

Inclusive, quando os camponeses, submergidos na ignorância, o compreenderam e sentiram pela sua própria experiência depois dessa dura lição, tornaram-se partidários conscientes do comunismo. Essa mesma experiência é aquela que a União das Juventudes Comunistas deve tomar como base de toda a sua atividade.

Com alguns exemplos, extraídos da experiência do trabalho de certas organizações da juventude, gostaria de mostrar-lhe agora, com a máxima clareza, como se deve fazer a educação no comunismo.

Todo o mundo fala da liquidação do analfabetismo. Como sabem, num país de analfabetos é impossível construir uma sociedade comunista. Não é suficiente que as autoridades dos Sovietes transmitam uma ordem, ou que um partido lance uma diretriz, ou que determinado contingente dos melhores militantes se dedique a essa tarefa. É preciso que a jovem geração ponha também mão à obra.

O comunismo consiste em que a juventude, homens e mulheres pertencentes à União das Juventudes Comunistas digam a si próprios: eis o trabalho que devemos realizar; agrupar-nos-emos e iremos a todos os povoados para liquidar o analfabetismo, para que a próxima geração não tenha analfabetos. Aspiramos a que toda a iniciativa da juventude em formação se dedique a esta obra.

Vocês sabem que é impossível transformar rapidamente a Rússia ignorante e iletrada, numa Rússia instruída; mas se a União das Juventudes puser nisso o seu empenho, se toda a juventude trabalhar para o bem-estar de todos, os 400.000 que a compõem terão o direito de se chamar União das Juventudes Comunistas. Outra das suas missões é, após ter assimilado determinados conhecimentos, a de ajudar os jovens que não puderam desembaraçar-se por si próprios das trevas da ignorância.

Ser membro da União das Juventudes Comunistas é colocar o seu trabalho e a sua inteligência a serviço da causa comum. Nisto consiste a educação comunista. Somente por meio deste trabalho um jovem, homem ou mulher, se convertem em verdadeiros comunistas. Só se obtiverem neste trabalho resultados práticos, chegarão a ser comunistas.

(Trechos do discurso proferido por Lênin no III Congresso da União das Juventudes Comunistas da Rússia, em 2 de Outubro de 1920)

Vanderley Caixe presente!

0

No dia 13 de novembro, faleceu um grande lutador do povo brasileiro, o companheiro Vanderley Caixe. Sua história deverá sempre ser lembrada como um homem que dedicou toda sua vida para combater as injustiças existentes em nosso país. Poeta, advogado de trabalhadores e trabalhadoras, deixa companheiros e companheiras com muita saudade.Vanderley Caixe

Vanderley nasceu em 6 de outubro de 1944, na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo. Teve uma infância simples e, logo cedo, com 16 anos de idade, vivenciando um grande ascenso das lutas populares, já envolvido com o movimento estudantil, decide ingressar na Juventude Comunista. Após o golpe militar rompe com o PCB e, junto com Nanci Marietto e Aurea Moretti, fundam o jornal “O Berro”, que foi amplamente distribuído nas bancas, mas logo teve seu registro cassado pelos militares.

Diante da situação política, motivado pela necessidade de derrubar a Ditadura Militar, aos 22 anos, participa da fundação das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), organização guerrilheira que visava o combate ao regime e a construção do socialismo. Durante três anos, dedica-se a esse trabalho, porém, a repressão logo identifica a ação da organização e desencadeia uma série de prisões. Vanderley ficou preso durante cinco anos, sendo transferido diversas vezes de presídio. Esteve no Presídio Tiradentes, Presídio Wenceslau (onde, em 1972, liderou uma greve de fome dos presos políticos), Presídio Hipódromo, de onde foi solto em 1974. Nesse mesmo ano, retoma o curso de Direito para se dedicar à libertação de outros presos políticos. No cárcere, Caixe escreveu seus primeiros poemas, publicados somente 30 anos depois por iniciativa dos seus companheiros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seccional de Ribeirão Preto.

Trabalhou no escritório de advocacia do professor Sobral Pinto e atuou como redator nos jornais Tribuna da Imprensa e Opinião. Em 1976, mudou-se para João Pessoa-PB, onde, juntamente com o arcebispo dom. José Maria Pires – Arcebispo da Paraíba – criou o primeiro Centro de Defesa dos Direitos Humanos do Brasil (ainda na época da Ditadura Militar). Mais tarde, foi secretário-geral da Associação Nacional de Advogados de Trabalhadores Rurais, advogado de presos políticos em vários países na América Latina, atuou junto à Corte Interamericana e à Comissão de Direitos Humanos da ONU.) Foi membro-fundador do PT e primeiro candidato a prefeito pelo partido na Capital paraibana, em 1986.

Voltou a Ribeirão Preto em 1994, onde instalou o Centro de Defesa dos Direitos Humanos, Assessoria e Educação Popular, mantendo a luta ao lado dos camponeses. Torna-se assessor jurídico do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), e participa da Rede Nacional dos Advogados Populares (Renap). Era fundador e membro do Fórum dos Ex-presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo.

Vanderley morreu vítima de erro médico. Sofreu uma queda e fraturou o fêmur, por isso, foi submetido à cirurgia para colocar oito pinos, porém um dos pinos perfurou o intestino, e ele foi acometido por uma septicemia (infecção generalizada). Lutou durante 21 dias na UTI, mas não foi possível conter a infecção.

A morte de Vandeley Caixe deixa muita saudade nos companheiros e companheiras que conviveram com ele. Muitos depoimentos emocionados foram ouvidos em seu velório, que aconteceu na Câmara de Municipal de Ribeirão Preto, depoimentos que o qualificam como um incansável lutador, com uma sensibilidade gigantesca, um amigo, um revolucionário.

Aos que não o conheceram pessoalmente, principalmente à juventude, fica o exemplo de um grande lutador, que não se curvou diante do golpe militar, diante da prisão e das torturas.

Fernando Oliveira, São Paulo

Ames realiza Congresso em Teresina

0

AMES - PINo dia 27 do mês de novembro, no auditório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI), realizou-se o 4º Congresso da Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas de Teresina (Ames). Cerca de 60 estudantes se reuniram com o objetivo de discutir a atual situação da educação pública, a cultura, o esporte, a necessidade de um grêmio estudantil em cada escola, etc. Logo após as discussões, foi elaborado um plano de ação para a nova gestão da entidade, que vai até o ano 2014.

O Congresso contou com a presença da professora Adriana Rocha Silva, diretora de Ensino do campus Teresina, que falou sobre a importância de os estudantes estarem se organizando, não apenas por uma educação de qualidade, mas por uma sociedade mais justa. Também se fez presente Pedro Laurentino, ex-vereador da Capiral piauiense e atual diretor do Sindicato dos Servidores Federais do Poder Judiciário do Piauí, que, em sua fala, fez um resgate histórico do movimento estudantil.

Ao final, foi eleita a nova diretoria da entidade, a qual tem como presidente o estudante Eduardo Almeida, da Escola Joca Vieira, com a tarefa de levar aos estudantes secundaristas de Teresina à luta e à organização para defender seus direitos.

 Redação Piauí