Documentos da ditadura revelam nomes de colaboradores do regime no meio artístico. São citados Roberto Carlos, Agnaldo Timóteo, entre outros.
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO GABINETE DO MINISTRO CIE/GB ENCAMINHAMENTO 71/s-103.2.cie FUNDO “DIVISÃO DE CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS”, ARQUIVO NACIONAL, COORDENAÇÃO REGIONAL DO ARQUIVO NACIONAL NO DISTRITO FEDERAL, SÉRIE “CORRESPONDÊNCIA OFICIAL”, SUBSÉRIE “INFORMAÇÕES SIGILOSAS”, CAIXA ÚNICA Acervo Arquivo Nacional – COREG
Durante a ditadura militar no Brasil, alguns artistas viraram colaboradores do regime – seja por simpatizarem com os governos militares ou por pura covardia – passando informações sobre o que acontecia no meio artístico e participando de atos realizados nos quarteis.
No documento em anexo produzido pelo Centro de Informações do Exército (CIE), classificado como informe interno e confidencial, o CIE reclama que alguns veículos intitulados pelos militares de “imprensa marrom” (tal qual O Pasquim) estariam fazendo campanhas contra alguns artistas amigos e colaboradores da ditadura.
O informe difundido para outros órgãos da repressão política sugere que esses artistas “amigos da ditadura” sejam blindados, protegidos.
No documento emitido pelo Centro de Informações do Exército são revelados alguns desses “colaboradores”, considerados pelos militares como amigos, aliados do regime. Segundo o documento, certos órgãos de imprensa estariam publicando matérias denegrindo a imagem de determinados artistas que se “uniram à revolução (sic) de 1964 no combate à subversão e outros que estiveram sempre dispostos a uma efetiva colaboração com o governo”.
São citados Wilson Simonal, Roberto Carlos, Agnaldo Timóteo, Clara Nunes, Wanderley Cardoso e Rosemary.
Clique nos links ao lado para ler os documentos. (Link 1 / Link 2)
A extrema-direita estadunidense iniciou uma ofensiva difamatória contra o historiador Grover Furr após a divulgação de um trecho de um debate ocorrido no final de outubro na universidade de Montaclair, New Jersey, na qual ele leciona. No vídeo o professor afirma, em resposta a uma pergunta feita por um direitista na plateia, que até hoje em suas pesquisas não encontrou uma única prova de um único crime cometido por Stalin. Isso gerou toda a celeuma.
O vídeo se tornou viral. Em poucos dias diversos sites ligados a organizações de extrema-direita e à pequena burguesia o estavam reproduzindo com artigos próprios ou modficados de outras fontes.
Um movimento de unificação do Tea Party no estado de New Jersey agora exige que o professor seja demitido de seu cargo na Universidade de Montclair, no mesmo estado. A organização publicou uma carta aberta ao governador exigindo medidas contra o historiador. Até mesmo um blog de nome Stop Grover Furr foi criado para a campanha.
Por vários anos o professor Grover Furr tem estudado a história soviética, principalmente aquela do período de Stalin. Pesquisando diretamente em fontes russas, liberadas apenas recentemente dos arquivos do governo, ele tem demonstrado que a suposta “história soviética” oficial é uma das maiores falsificações da história. Seu mais recente livro – ainda sem tradução para o português – mostra que o discurso secreto de Kruschev, o qual deu origem à demonização de Stalin, é falso do início ao fim. O título da obra já é bem sugestivo: Kruschev mentiu: A evidência de que cada “revelação” dos crimes de Stalin (e Beria) no infame “Discurso Secreto” ao 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética em 25 de fevereiro de 1956 é, comprovadamente, falso. Seu livro pode ser comprado aqui.
Em 2011 Grover Furr deu uma entrevista ao Jornal A Verdade, a qual você pode conferir neste link.
Na tarde da quinta-feira dia 20 de dezembro, em sua residência no Rio, o cineasta Sílvio Tendler falou de sua intimação policial por “constrangimento ilegal qualificado” ao apoiar num vídeo ato contra a comemoração do golpe de 64 que se realizou no Clube Militar em 31 de março desse ano.
Cerca de 150 famílias pobres atenderam o chamado da Campanha do Natal Sem Fome do MLB e que completou cinco anos de mobilizações e atividades. Na manhã do dia 21, as famílias ocuparam o Shopping Tacaruna em Olinda, Pernambuco, e se dirigiram ao Hiper Bompreço, da rede de supermercados Wal Mart.
Apesar da presença ostensiva dos seguranças e do Batalhão de Choque da Polícia Militar, as famílias não se amedrontaram, e gritando palavras de ordem, permaneceram no local decididas a só saírem com a Cesta Básica e assim comemorarem o Natal.Após longa negociação, o shopping cedeu e aceitou a reivindicação do movimento. As famílias receberam seus alimentos e saírem felizes e cantando “MLB, a luta é para valer!”
No dia 22 de dezembro por volta das 17:00h, 100 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB-MG, ocupou a entrada do Supermercado Walmart situado no Itaú Power Shopping em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. A reivindicação do movimento era que o supermercado fornecesse 100 cestas básicas e 50 brinquedos para as crianças. Houve grande repercussão junto aos milhares de clientes que passaram na loja durante as quase 6 horas de duração do movimento. Durante o ato, foi feita uma “caixinha de natal” onde muitos dos clientes contribuíram e a soma final foi de R$ 636,00!!! Soma-se a isso, duas cestas básicas doadas por uma senhora que por ali passava e diversos alimentos, como feijão, panetones, pão, etc. O recurso arrecadado serviu para pagar o transporte das famílias para o ato e ainda ajudau muito na ceia de natal da Ocupação Eliana Silva. Uma comissão foi recebida pela direção do supermercado. Na reunião ficou encaminhado que na quarta-feira (26) o MLB deve entregar um ofício ao supermercado formalizando o pedido, que será avaliado. Em assembléia, as famílias decidiram suspender o movimento, prometendo voltar se as reivindicações não forem atendidas.
Dia 25 de novembro marca a luta internacional de combate à violência contra as mulheres. No Brasil, mais de 43 mil mulheres foram assassinadas nos últimos dez anos. Embora tenhamos avanços legais com a Lei Maria da Penha, que coíbe este tipo de violência, não contamos com instrumentos públicos que viabilizem a aplicação desta lei. As Delegacias da Mulher só funcionam de segunda a sexta e até às 18h. Nos finais de semana, justamente quando ocorre o maior número de agressões contra a mulher, encontram-se fechadas.
Sabendo dos limites da Lei Maria da Penha e percebendo a importância de ganhar toda a sociedade para esta luta, o Movimento de Mulheres Olga Benario realizou e participou de atos públicos e debates em alguns estados. Em Recife e outras cidades, o Movimento também realizou dezenas de brigadas com o jornal A Verdade (edição nº 145), que trazia como manchete “A cada 15 segundos, uma mulher é agredida no país”, realizando uma grande agitação política e vendendo centenas de exemplares.
No dia 24 de novembro, o Movimento de Mulheres Olga Benario participou do ato da Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra), no Centro de Duque de Caxias-RJ. O evento contou com a participação de diversas representantes de entidades e organizações que apoiam e encabeçam a luta feminina no Estado.
Intercalando apresentações culturais e intervenções políticas, a atividade contou com intensa participação da população, em sua maioria mulheres, interessadas em se informar sobre os dados da crescente violência e de como fazer para se unirem contra esta que é uma das mais gritantes formas de opressão sofrida. Também foram realizadas panfletagens em fábricas onde há um grande número de operárias e nas comunidades pobres, juntamente com o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).
No dia 30 de novembro, em Santo André, no ABC Paulista, aconteceu um ato com a participação de aproximadamente 40 mulheres. A atividade começou com uma panfletagem na principal estação de trem da cidade, onde foram distribuídos mais de mil jornais do Movimento. Depois, seguiram em caminhada pelas principais ruas do Centro e, onde passou, recebeu total apoio da população.
Em um dos momentos mais emocionantes da caminhada, uma mulher que observava tudo da calçada começou a chorar ao pegar o jornal do Movimento, relatando que sofreu muitas agressões do marido no passado. Durante toda a caminhada, as companheiras reafirmavam que tudo isto é fruto do sistema capitalista e que só no socialismo conseguiremos a verdadeira igualdade entre homens e mulheres.
O ponto final do ato era a Delegacia de Defesa da Mulher de Santo André, onde uma carta seria entregue. Chegando ao local, no entanto, o imenso descaso no atendimento à mulher vítimas de violência se repetiu com as integrantes do Movimento: delegada não estava em seu plantão, e as duas funcionárias se recusaram a protocolar o documento. Após escutarem que as delegacias da mulher são fruto da luta do movimento de mulheres e, como tantas outras conquistas que já obtivemos, continuaremos em luta até alcançarmos mais esta, as funcionárias, enfim, protocolaram a carta reivindicando a ampliação do funcionamento da Delegacia para 24 horas por dia, todos os dias da semana.
Em Belém-PA, no dia 25, aconteceu um ato público na Praça da República, contado com a participação de várias organizações sociais como o Movimento de Mulheres Olga Benario, Grupo de Mulheres Brasileiras, MST, Brigadas Populares e partidos políticos.
No dia 26, o Olga Benario e o MLB realizaram um debate num bairro popular, que contou com a participação de 60 companheiras, com o tema “Violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer!”, e vários foram os relatos de mulheres que sofreram e ainda sofrem violência por parte de seus maridos ou namorados. No dia 28, dois debates foram realizados na Escola Estadual Maria Figueiredo, em Ananindeua.
Carolina Mendonça, Fernanda Lopes e Juliete Pantoja
Sob a hospitalidade africana, junto aos trabalhadores e ao povo da Tunísia, os Partidos e Organizações Marxista-Leninistas, membros da CIPOML, debateram a situação internacional, as políticas do imperialismo, da reação e dos patrões; o desenvolvimento da luta dos trabalhadores e dos povos; bem como os problemas e as perspectivas da luta dos nossos partidos.
Constatamos a existência de uma profunda crise do sistema capitalista-imperialista, que se desenvolve de forma desigual em diferentes países, afetando especialmente, de forma negativa, a classe trabalhadora, a juventude e os povos.
Apesar das medidas neoliberais para “acabar com a crise”, conduzidas pelos monopólios e pelas classes dominantes, que procuram nos fazer crer que, por esta via, a superararemos definitivamente, a realidade é teimosa e os efeitos da crise persistem.
O imperialismo norte-americano intensifica as guerras de agressão, mantendo suas tropas imperialistas no Afeganistão e no Iraque. Continua o ataque feroz contra o povo líbio, as ameaças contra o Irã e outras nações, com o objetivo de apropriar-se de suas riquezas e ocupar posições estratégicas. Apoia abertamente a ocupação militar dos sionistas na Palestina. Os imperialistas da União Europeia, apesar de seus interesses específicos, agem essencialmente como aliados dos EUA em seu confronto com a Rússia e a China.
As pretensões do imperialismo estadunidense e da União Europeia para controlar a Síria ameaçam desembocar em uma agressão militar em nome da Otan. Nesse caso, pode atiçar as chamas de uma guerra regional, que poderia até mesmo se tornar uma nova conflagração geral.
Os marxista-leninistas rechaçam decisivamente a intervenção imperialista, levantam a defesa dos princípios da autodeterminação dos povos. Os problemas da Síria devem ser resolvidos pelos trabalhadores e povos do país.
Ao se aguçarem todas as contradições, inevitavelmente se chocam os interesses das potências imperialistas, umas para preservar suas zonas de influência, outras que procuram um lugar em uma nova divisão do mundo; as potências imperialistas ocidentais procuram manter o seu domínio intacto e áreas de controle, enquanto, por outro lado, as potências emergentes imperialistas buscam ocupar uma posição de maior liderança e controle territorial no mundo. Este confronto que vivem os países imperialistas entre si, progressivamente leva a choques, às vezes diplomáticos, violentos outros, mas sempre sob a forma de agressão e pilhagem dos países dependentes e de uma maior exploração da classe trabalhadora.
A China está se tornando um grande exportador de capitais para os países dependentes da Ásia, África e América Latina, em busca de matérias-primas e expansão dos seus mercados, transformando-se em um concorrente agressivo no mercado e nos investimentos nos próprios Estados Unidos e nos países imperialistas da Europa. A Rússia está reforçando sua economia, sua capacidade de recursos energéticos e poderio militar, assumindo um papel agressivo na redivisão do mundo. As posições da Rússia e da China se opondo, no Conselho de Segurança, à intervenção militar na Síria, nada têm a ver com a soberania nacional e os direitos do povo sírio, mas corresponde aos seus interesses de disputar a hegemonia com os países imperialistas ocidentais.
A classe trabalhadora e os povos se expressam em manifestações, paralisações e greves gerais, principalmente na Espanha, Grécia e Portugal, entre outros países; na defesa de seus direitos e em oposição às medidas do capital, que procura atirar o peso da crise sobre suas costas.
No Norte da África e no Oriente Médio continuam as revoltas dos povos contra a tirania, em defesa da liberdade e da democracia. Processos revolucionários abertos pelos trabalhadores e pelos povos no Egito – e, particularmente, na Tunísia – prosseguem colocando na ordem do dia a perspectiva de uma mudança do regime de opressão e sua libertação definitiva.
Na América Latina, a luta dos povos e dos trabalhadores, em oposição ao saque dos monopólios internacionais de mineração, em defesa da soberania nacional e do meio ambiente e da natureza, mobiliza milhões de pessoas.
Promover e fortalecer a Frente Popular
Os combates dos trabalhadores, da juventude e dos povos contra os efeitos da crise, condenando a dominação capitalista imperialista, são expressos em diferentes níveis, em todos os países e regiões. Essas lutas asseguram a confiança da classe trabalhadora no caminho da luta, esclarecem a natureza do capital e da reação, desmascaram a postura da social-democracia e do oportunismo; e, ao mesmo tempo, deixam claras suas limitações e debilidades para deter a ofensiva do imperialismo e da reação, dos patrões e governos a seu serviço. Cabe aos revolucionários proletários dar uma resposta ideológica, política e organizativa. Assumimos nossa responsabilidade de nos envolver na organização e na luta da classe trabalhadora, da juventude e dos povos; de colocar a iniciativa e a coragem comunistas para dirigir consequentemente essas mobilizações e, sobretudo, apontar-lhes o verdadeiro curso da revolução e do socialismo.
O fortalecimento dos nossos partidos, a afirmação da sua ligação com as massas, a tarefa de colocar o nosso programa na rua, ao alcance das massas combativas, nos colocar na vanguarda das lutas, promover e fortalecer a Frente Popular, são as orientações gerais decorrentes desta Conferência. A contribuição de cada partido tem sido gratificante e demonstra como o marxismo-leninismo é cada vez mais forte no mundo e deposita em nossas mãos uma responsabilidade extraordinária, a que saberemos responder de forma decisiva.
O agravamento da crise geral do capitalismo, a agressão imperialista e o perigo de uma nova guerra geral, o desenvolvimento acelerado das forças produtivas gerado pela revolução técnico-científica, o desenvolvimento das lutas dos trabalhadores, da juventude e dos povos colocam novos desafios para os nossos partidos e organizações. Devemos buscar no próprio curso dos combates de classe novas formas de organização e luta.
A libertação dos trabalhadores e dos povos tem de ser obra deles mesmos e responsabilidade inalienável de nossos partidos e organizações.
Conferência Internacional de Partidos e organizações Marxista-Leninistas (CIPOML)
No último dia 5, os passageiros do ônibus 731-Marechal Hermes, que circula pela Zona Norte e Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, presenciaram um caso de machismo e agressão verbal a uma gestante.
Depois de pagar a tarifa do ônibus com uma nota que correspondia a sete vezes o valor de sua passagem (segundo a Lei nº 6.075/88, o passageiro tem direito de usar uma nota que corresponda a, no máximo, 20 vezes o valor do bilhete), uma professora da rede municipal de ensino ouviu do motorista que deveria deixar o ônibus, pois não tinha troco. Ao pagar com uma nota de menor valor, emprestada por um passageiro, ainda assim o motorista se negou a lhe dar o troco.
Ao queixar-se do comportamento desrespeitoso do motorista, a servidora ouviu um “cala a boca” e piadas vulgares e de mau gosto, numa tentativa de fragilizá-la. Logo em seguida, o motorista freou bruscamente o veículo, com o intuito de machucá-la, ignorando o fato de a senhora estar grávida e passando mal. Tal atitude fez com que ela acionasse a Polícia.
Uma representante do Movimento de Mulheres Olga Benario estava no ônibus e foi testemunha da gestante. O ônibus foi esvaziado depois que houve desacato a uma policial que entrou nele – e também foi vítima de preconceito por ser mulher. As testemunhas e a vítima foram para a delegacia registrar queixa.
Toda essa violência e desrespeito às mulheres só demonstra o atraso em que vive nossa sociedade. A mídia burguesa contribui diretamente para o agravamento desse quadro, através de novelas e de propaganda que vulgariza a mulher e a transforma em mercadoria. É preciso garantir respeito à integridade física e psicológica das mulheres e expandir a luta pela sua libertação.
Assim como na Grécia, na Espanha, em Portugal, e até mesmo na França, o povo italiano também é vítima dos planos de austeridade implementados pela chamada Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional). Depois de cortes de verbas (e sucateamento) em todos os serviços públicos do país, com aumento dos impostos pagos pelas camadas mais pobres da população, com a implementação e os recentes aumentos das taxas anuais para o estudo universitário (que há alguns anos não é mais gratuito) e após uma reforma trabalhista que retirou os principais direitos dos trabalhadores e aposentados do setor privado, o primeiro-ministro Mario Monte resolve retirar dinheiro da educação pública, ou melhor, do Ensino Médio, para pagar a dívida formada pela crise causada pelas instituições financeiras europeias.
Em setembro, no começo do outono europeu, estudantes e trabalhadores começam a ver as novas mudanças da Reforma do Ensino Secundário (Riforma della Scuola Secondaria Superiore). Já em 2011 e 2012, as escolas italianas viram a diminuição das horas semanais realizadas por cada disciplina, além de concursos públicos que há alguns anos vêm sendo adiados, antes por Berlusconi e agora por Monti. Após a saída da ex-ministra Mariangela Gelmini, que implementou as reformas responsáveis pelo pagamento de altíssimas taxas para as universidades do governo, entra o atual ministro, Francesco Profumo, e impõe uma reforma, que tem como principais pontos:
* Aumento (de 18 para 24) das horas mínimas semanais em sala de aula dos docentes, tanto os contratados quanto os concursados. Isso significa que cada professor dará mais tempo de aula e serão necessários menos professores para cobrir a demanda, permitindo a contratação de menos docentes.
* A implementação da “Escola da Meritocracia”. Em cada escola será escolhido o melhor aluno como o “Estudante do Ano”, através de olimpíadas das diversas disciplinas. Esse estudante será premiado com desconto no pagamento das taxas anuais de ensino e redução no valor pago em transportes públicos. As empresas que contratarem aqueles considerados entre “os melhores”, receberão incentivos fiscais (redução de impostos).
Greves e protestos se intensificam
Segundo o ministro Profumo, as mudanças têm como objetivo “aumentar a competitividade, também entre docentes, mas principalmente entre os estudantes, ‘forçando’ estes a se dedicar mais, consequentemente melhorando a qualidade do ensino”. O ministro diz que, para “premiar” os professores, pretende aumentar o tempo de férias anuais dos docentes.
Em resposta, desde o mês de outubro, estudantes e professores vão às ruas nas principais cidades italianas como forma não somente de se manifestar contrários às mudanças anunciadas, mas principalmente para denunciar a grave situação das escolas italianas. Segundo professores da Central Geral Italiana dos Trabalhadores (CGIL), as escolas públicas não suportam mais tantos anos de sucateamento: falta de vagas nas escolas de todo o país (aumentando a tensão entre estrangeiros e italianos, que exigem prioridade de seus filhos no momento da matrícula diante dos não italianos), falta de material escolar, mesas e cadeiras quebradas, superlotação das salas de aula, ausência de concursos públicos, pouca reciclagem de profissionais (com professores que há anos lecionam para as mesmas séries, pois são impedidos de se aposentar). Com a atual reforma, as denúncias vão além: segundo cálculos dos sindicatos, haverá a demissão de aproximadamente 6.400 professores suplentes em todo o país. Isso é, na verdade, o plano de corte de gastos com educação de 184 milhões de euros, o que representa 86% do corte de verbas planejado pelo Governo com os planos de austeridade. Dinheiro destinado ao pagamento das dívidas interna e externa.
Em novembro, na manifestação europeia do dia 14 contra os planos de austeridade, professores e estudantes eram maioria nas ruas da Itália. E em 24 desse mesmo mês, numa greve nacional organizada conjuntamente por sindicatos de professores de todo o país e comitês de base das escolas, trabalhadores e estudantes das escolas públicas realizaram diversas manifestações em toda Roma.
Desta forma, mais uma vez, os trabalhadores e a juventude mostram que existe uma saída para essa crise que assola a Europa e todo o mundo, mas que essa união é fundamental para isolar o inimigo comum, o imperialismo e seus lacaios locais, e agregar as outras parcelas do povo que tanto sofrem com os ataques contra seus direitos, seus salários e condições dignas de vida.
Para se justificar, o terrorismo de Estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe álibis. Tudo indica que essa carnificina de Gaza, que, segundo seus autores, pretende acabar com os terroristas, logrará multiplicá-los. Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito de eleger seus governantes. Quando votam em quem não se deve votar, são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma ratoeira sem saída desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições de 2006. Algo parecido ocorreu em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições em El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.
São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com nenhuma pontaria sobre as terras que haviam sido palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E, ao desespero, ao ponto mesmo da loucura suicida, é a mãe de todas as bravatas a que nega o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto as muito eficazes guerras de extermínio estão negando, há anos, o direito de existência da Palestina. Já resta pouca Palestina. Israel a está apagando do mapa.
Os colonos invadem e, atrás deles, os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam o despojo, em legítima defesa. Não há guerra agressiva que não diga ser uma guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel traga outro pedaço da Palestina e os almoços seguem. O devoramento justifica-se pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu e pelo pânico que geram os palestinos que observam.
Israel é um país que jamais cumpre as recomendações e as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que zomba das leis internacionais. É também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros. Quem lhes deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com a qual Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não pode bombardear impunemente o País Basco para acabar com o ETA nem o governo britânico pode arrasar a Irlanda para liquidar com o IRA. Por acaso a tragédia do holocausto implica uma licença de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência imperialista que mais manda e que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?
O exército israelense, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe quem mata. Não mata por erro. Mata para causar horror. Às vítimas civis, chamam de danos colaterais, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez danos colaterais, três são crianças. E somam-se aos milhares os multilados, vítimas da tecnologia de despedaçamento humano que a indústria militar está ensaiando exitosamente nesta operação de limpeza étnica.
E, como sempre, sempre o mesmo em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte o outro bombardeio, a cargo dos meios de manipulação de massa, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto como cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a crer que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel ou que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.
A chamada comunidade internacional existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e belicistas? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos se atribuem quando fazem teatro? Ante a tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial vem à luz uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.
Ante a tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E, como sempre, os países europeus esfregam as mãos.
A velha Europa, tão capaz de beleza como de perversidade, derrama uma ou outra lágrima enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caça aos judeus sempre foi um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinos, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antissemitas. Eles estão pagando, com sangue, uma conta alheia.
(Este artigo é dedicado a meus amigos judeus, assassinados pelas ditaduras militares latino-americanas que Israel assessorou)
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