Nos dias 17 e 21 de novembro, foram realizadas as brigadas do jornal A Verdade no Bairro da Vila São Pedro, em São Bernardo do Campo, São Paulo. Houve agitação com som e denúncia da violência contra a mulher e da impunidade dos crimes da ditadura, matérias do último número do jornal.
O objetivo das brigadas foi divulgar o jornal e fortalecer as lutas do bairro na área da saúde, educação, transporte, melhoria de moradia e segurança, e buscar uma maior participação dos moradores. A Verdade está sendo bem aceito pela população da Vila São Pedro, que demonstrou muito interesse em conversar e entender um pouco mais da publicação.
Nos dois dias, durante duas horas, as brigadas venderam 38 exemplares. Nosso movimento está apenas começando e o fortalecimento da militância a cada dia vem crescendo, com o intuito de esclarecer e mostrar à população a verdadeira causa do sofrimento do povo brasileiro.
Wiliam Rodrigues e Samanta Rodrigues, São Bernardo do Campo
Ainda é muito grande o número de mulheres que têm como exclusividade o cuidado com os filhos, com o marido e com as tarefas de casa, restando-lhe pouco tempo para a vida política. Um exemplo desse trabalho opressor e mesquinho é a lavagem de roupas em casa ou no trabalho das empregadas domésticas.
Dona Carmen Lúcia, que mora em João Pessoa com o esposo e quatro filhos atrás da casa de sua sogra, nos relata: “Às nove horas, acabo de fazer o almoço, arrumo a casa e passo o resto da manhã lavando roupa. À tarde engomo a roupa limpa e, no começo da noite, guardo. Esta é minha rotina todos os dias”.
É difícil imaginar que, mesmo com os avanços tecnológicos e o orçamento cada vez mais apertado do brasileiro, ainda haja gente que sustente sua família lavando “roupa de ganho”, mas esta realidade está presente na vida de milhares de mulheres no Brasil.
A profissão de lavadeira é bem antiga na humanidade e, em algumas cidades, já deixou até de existir. Em determinado momento, a lavagem de roupas se transformou em serviço e depois empresas criaram lavanderias, que, depois da forma manual, passaram a ser mecanizadas, mas devido ao preço, não atingiu diretamente as mulheres mais pobres, que são a maioria da população. Na década de 1980, com objetivo de proporcionar fonte de renda e inclusão social de inúmeras famílias brasileiras, foram criadas algumas lavanderias comunitárias. Esta atividade faz a diferença na obtenção de renda das famílias, sem contar o tempo que lhes sobra para a família, para o lazer e para a vida social dessas mulheres.
Em agosto deste ano, a Prefeitura Municipal de João Pessoa inaugurou uma Lavanderia Comunitária na comunidade Padre Hildon Bandeira. “Com o objetivo de formar um centro de inclusão produtiva, essa lavanderia comunitária proporciona não só um espaço onde as famílias vão lavar suas roupas, mas uma forma de geração de emprego e renda em economia solidária”, afirma Wanessa Costa, coordenadora da lavanderia e militante do Movimento de Mulheres Olga Benário na Paraíba.
Ela conta também como a lavanderia funciona e como pode melhorar a formação política dessas mulheres: “Temos dois tipos de público; primeiro, aquelas mulheres que lavam roupa por profissão e que, com inauguração da lavanderia, passaram de vinte para oitenta; além daquelas que, por falta de espaço em suas casas, já que a maioria das casas da comunidade não tem quintal, lavam as roupas de seus familiares sem nenhum custo, garantindo assim que lhes sobre mais tempo durante o dia, pois o trabalho diminuiu pela metade. Pretendemos trabalhar a formação política dessas mulheres e as qualificar para o trabalho”.
Dona Firmina, lavadeira há mais de 40 anos, relata: “Antes eu lavava uma trouxa de roupa por dia e hoje, com a lavanderia comunitária, que tem máquinas de tipo semi-industrial, faço o mesmo trabalho em duas horas e, à tarde, participo das capacitações e cursos de qualificação para o trabalho oferecidos pela lavanderia. Estou muito feliz e com mais tempo para meus netinhos”.
Desta forma, as lavanderias comunitárias são um importante passo para diminuir a carga de trabalho doméstico que recai sobre mulheres pobres. Por isso, é preciso que as comunidades se mobilizem para a conquista desse direito.
Rosilene Santana, do Movimento de Mulheres Olga Benario (PB)
Cerca de 120 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) realizaram a ocupação de um terreno da Prefeitura Municipal, em Campina Grande-PB, na madrugada do último dia 1º de dezembro. A ocupação, denominada Margarida Maria Alves, em homenagem a esta camponesa paraibana, tombada na luta contra o latifúndio, já nasce com a marca da resistência.
Foram quatro meses de preparação política das famílias, todas vivendo de favor na casa de parentes ou de aluguel, para que elas tomassem consciência da necessidade de realizar a ocupação de forma planejada. Para Arjuna Escarião, coordenador do MLB na Paraíba, os objetivos da ocupação vão além da busca pelo sonho da moradia digna: “Estas famílias deram agora um passo decisivo para sua própria libertação, para compreenderem que o problema da habitação no Brasil só será resolvido com a reforma urbana e com o socialismo”.
Depois de serem despejadas violentamente pela Polícia Militar, as famílias da Ocupação Sônia Angel, em Duque de Caxias-RJ, permanecem mobilizadas e determinadas a conquistar o direito humano de morar dignamente.
Depois da ação ilegal de reintegração de posse comandada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), uma ampla campanha de denúncia da truculência policial foi desenvolvida pelo MLB, envolvendo centenas de pessoas na cidade e vários amigos e simpatizantes do movimento, além de haver sido realizado, no último dia 9 de novembro, no centro de Caxias, um ato público em defesa de moradia digna. O MLB também já está acionando a Justiça contra a Polícia e o Inea, exigindo a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis pela violência.
Ao mesmo tempo, as famílias sem teto continuam se reunindo semanalmente para traçar os novos encaminhamentos da luta e reorganizar a ocupação. Para Juliete Pantoja, uma das coordenadoras do MLB, nem mesmo o trauma da desocupação amedronta as famílias: “A cada reunião que fazemos nos bairros percebemos novas pessoas interessadas na luta do MLB. Isso pra nós é muito importante e é um incentivo a mais para continuarmos na luta. Tenho certeza de que a nova ocupação que estamos organizando será muito maior”, afirma.
Mas não é apenas a luta por moradia digna que mobiliza as famílias da Sônia Angel. No próximo dia 8 de dezembro, haverá um encontro de mulheres do movimento e, às vésperas do Natal, todos ocuparão as ruas centrais de Caxias contra a fome e a carestia de vida, durante a jornada por um Natal sem fome e sem miséria organizada pelo MLB.
Há seis anos, 120 famílias estavam nas ruas, à meia-noite, para ocupar um terreno abandonado e conquistar seu sonho de ter um teto para morar sem pagar aluguel e sem depender de favor de ninguém. Nestes seis anos, essas famílias desenvolveram lutas, passeatas, fizeram várias ocupações na Companhia de Habitação de Pernambuco (Cehab), seminários, confraternizações, sempre acreditando que a luta as levará à vitória de alcançar a casa própria.
Por essas famílias passaram três presidentes da Cehab, e a promessa de serem contempladas com moradia num conjunto habitacional a ser construído.
Nos últimos dias, elas se reuniram para comemorar os seis anos de luta da Ocupação Fernando Santa Cruz e ampliar seu nível de consciência política. Para isso, contaram com a palestra do vereador de Olinda Marcelo Santa Cruz (PT), com o tema Fernando Santa Cruz e a luta pelo direito àVerdade e à Justiça. Marcelo relatou as circunstâncias do desaparecimento de seu irmão Fernando, as barbaridades do regime militar fascista que assassinou vários lutadores brasileiros que ousaram se opor e combater a ditadura, a saga de sua família para conhecer a verdade sobre o seu irmão e a perseguição dos militares golpistas à sua família, que o obrigou a fugir do país na clandestinidade e viver uns tempos na Europa. O vereador afirmou que nomear a ocupação com o nome de Fernando Santa Cruz é uma importante forma de homenagear e manter viva a memória de seu irmão.
Também participaram do evento Serginaldo Quirino, coordenador nacional do MLB, que falou sobre O MLB e as perspectivas de luta,e Elizabeth Araújo, do Movimento de Mulheres Olga Benario, com o tema As mulheres e a luta por moradia. A apresentação do grupo de dança Majê Molê abrilhantou a atividade com uma bela apresentação de dança afro. Catorze quilos de bolo e refrigerantes ajudaram a fazer a festa desses lutadores.
O laço maior que une essas famílias – que continuam a se reunir quinzenalmente, organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – é a luta. É evidente que alguns ficaram pelo caminho e foram substituídos por novos lutadores, que continuam fincando a bandeira da luta por moradia digna e pela construção de uma sociedade na qual o povo tenha seus direitos garantidos.
Guita Marli, coordenadora estadual do MLB e do Movimento Olga Benário
A Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro (Aerj) realizou seu 5° congresso no dia 10 de novembro, reunindo cerca de 300 estudantes de várias regiões do Estado para debater a educação, o passe livre e outras bandeiras de luta.
O congresso contou com a presença de diversos sindicatos e entidades, como Ubes, Fenet, Ares-ABC, DCE da Unissuam, DCE da UFRJ, Sindipetro-RJ, Sindicato da Educação (Sepe), ASSIBGE, Sintnaval, Sintell, Sindipetro-Caxias, dentre outros, além da participação do cacique Carlos Tucano, da aldeia Maracanã, que saudou o congresso convidando os estudantes a lutar pelos seus direitos.
Em seguida, os estudantes se dividiram nos grupos sobre políticas educacionais e ensino técnico, soberania nacional e luta popular, democracia e livre acesso à universidade e movimento estudantil. À tarde, houve o debate sobre passe livre todo dia, sob controle dos estudantes, e participaram da mesa: Gladson Reis, 1° vice-presidente da Ubes, Raphael Almeida, coordenador-geral da Fenet, Carlos Henrique, presidente da Aerj e Jonatan Silva, representando o grêmio do Colégio Pedro II de Realengo. Esse debate aprovou que a principal bandeira de luta para a próxima gestão será a conquista do passe livre em todos os dias sob controle estudantil.
Após o debate, teve início o ato pela memória e a verdade. Homenageando e elegendo como patrono da Aerj o estudante Marco Nonato da Fonseca, aluno do Colégio Pedro II – Humaitá, na década de 1960 e militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), pela sua história de dedicação à luta contra a Ditadura Militar e pelo socialismo. Nesse ato, estiveram presentes Carlos Eugenio Paz, o Comandante Clemente, ex-dirigente da ALN que militou junto com Marco Nonato; o companheiro Afonso (ex-militante do PCBR), Marcos Villela, do PCR, Jaques D’ornellas, da União Nacional dos Anistiados (UNA) e Esteban Crescente, da UJR.
Para terminar o congresso, junto com a plenária final, foram chamados para compor a mesa os ex-presidentes da Aerj, que realizaram uma bonita saudação em homenagem aos 10 anos da entidade.
Na sequência, a plenária final aprovou as propostas formuladas pelos grupos de debate e elegeu a nova diretoria, que terá a frente, como presidente, a estudante Juliana Alves, que agradeceu aos estudantes e fez um balanço da entidade:
O congresso terminou com uma peça de teatro preparada pelos estudantes da cidade de Itaperuna, baseada no livro Batismo de Sangue, de Frei Betto.
A União das Juventudes Comunistas só será digna do seu papel de congregar a jovem geração comunista, quando relacione toda a sua instrução, a sua educação e a sua formação com a parte que deve tomar na luta comum de todos os trabalhadores contra os exploradores, porque vocês sabem perfeitamente que enquanto a Rússia for a única república operária e enquanto o resto do mundo subsistir sob o antigo regime burguês, somos mais débeis que eles; que constantemente nos ameaçam novos ataques, que só aprendendo a manter entre nós a coesão e a unidade, triunfaremos nas lutas futuras e, depois de nos termos fortalecido, nos tornaremos verdadeiramente invencíveis. Portanto, ser comunista significa organizar e unir toda a jovem geração, dar exemplos de educação e de disciplina nesta luta. Então, vocês poderão empreender e levar a cabo a edificação da sociedade comunista.
Eis um exemplo que lhes fará entender este problema. Nós chamamo-nos comunistas. Que significa a palavra comunista? “Comunista” provém da palavra latina communis, que significa comum. A sociedade comunista é a comunidade de tudo: da terra, das fábricas, do trabalho. Isto é o comunismo.
Pode existir trabalho comum se os homens explorarem cada um sua própria parcela? A comunidade do trabalho não se cria de repente. É impossível. Não cai do céu. Há que consegui-la após grandes esforços, após grandes sofrimentos, há que criá-la e obtê-la no decurso da luta. Não se trata aqui de um livro velho, ninguém teria acreditado num livro. Trata-se de uma experiência pessoal vivida. Quando Kolchak e Denikine avançavam contra nós, procedentes da Sibéria e do Sul, os camponeses estavam a seu favor. O bolchevismo não lhes agradava, porque os bolcheviques lhes tirava o trigo de acordo com preços estabelecidos. Porém, depois de ter sofrido na Sibéria e na Ucrânia o poder de Kolchak e de Denikine, os camponeses reconheceram que não podiam escolher mais do que entre dois caminhos: ou votar no capitalismo, que os converteria novamente em escravos dos latifundiários, ou seguir os operários que, certamente, não prometiam o ouro e exigiam uma disciplina de ferro e uma firmeza indomável na dura luta, mas que os libertariam da escravidão dos capitalistas e dos latifundiários.
Inclusive, quando os camponeses, submergidos na ignorância, o compreenderam e sentiram pela sua própria experiência depois dessa dura lição, tornaram-se partidários conscientes do comunismo. Essa mesma experiência é aquela que a União das Juventudes Comunistas deve tomar como base de toda a sua atividade.
Com alguns exemplos, extraídos da experiência do trabalho de certas organizações da juventude, gostaria de mostrar-lhe agora, com a máxima clareza, como se deve fazer a educação no comunismo.
Todo o mundo fala da liquidação do analfabetismo. Como sabem, num país de analfabetos é impossível construir uma sociedade comunista. Não é suficiente que as autoridades dos Sovietes transmitam uma ordem, ou que um partido lance uma diretriz, ou que determinado contingente dos melhores militantes se dedique a essa tarefa. É preciso que a jovem geração ponha também mão à obra.
O comunismo consiste em que a juventude, homens e mulheres pertencentes à União das Juventudes Comunistas digam a si próprios: eis o trabalho que devemos realizar; agrupar-nos-emos e iremos a todos os povoados para liquidar o analfabetismo, para que a próxima geração não tenha analfabetos. Aspiramos a que toda a iniciativa da juventude em formação se dedique a esta obra.
Vocês sabem que é impossível transformar rapidamente a Rússia ignorante e iletrada, numa Rússia instruída; mas se a União das Juventudes puser nisso o seu empenho, se toda a juventude trabalhar para o bem-estar de todos, os 400.000 que a compõem terão o direito de se chamar União das Juventudes Comunistas. Outra das suas missões é, após ter assimilado determinados conhecimentos, a de ajudar os jovens que não puderam desembaraçar-se por si próprios das trevas da ignorância.
Ser membro da União das Juventudes Comunistas é colocar o seu trabalho e a sua inteligência a serviço da causa comum. Nisto consiste a educação comunista. Somente por meio deste trabalho um jovem, homem ou mulher, se convertem em verdadeiros comunistas. Só se obtiverem neste trabalho resultados práticos, chegarão a ser comunistas.
(Trechos do discurso proferido por Lênin no III Congresso da União das Juventudes Comunistas da Rússia, em 2 de Outubro de 1920)
No dia 13 de novembro, faleceu um grande lutador do povo brasileiro, o companheiro Vanderley Caixe. Sua história deverá sempre ser lembrada como um homem que dedicou toda sua vida para combater as injustiças existentes em nosso país. Poeta, advogado de trabalhadores e trabalhadoras, deixa companheiros e companheiras com muita saudade.
Vanderley nasceu em 6 de outubro de 1944, na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo. Teve uma infância simples e, logo cedo, com 16 anos de idade, vivenciando um grande ascenso das lutas populares, já envolvido com o movimento estudantil, decide ingressar na Juventude Comunista. Após o golpe militar rompe com o PCB e, junto com Nanci Marietto e Aurea Moretti, fundam o jornal “O Berro”, que foi amplamente distribuído nas bancas, mas logo teve seu registro cassado pelos militares.
Diante da situação política, motivado pela necessidade de derrubar a Ditadura Militar, aos 22 anos, participa da fundação das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), organização guerrilheira que visava o combate ao regime e a construção do socialismo. Durante três anos, dedica-se a esse trabalho, porém, a repressão logo identifica a ação da organização e desencadeia uma série de prisões. Vanderley ficou preso durante cinco anos, sendo transferido diversas vezes de presídio. Esteve no Presídio Tiradentes, Presídio Wenceslau (onde, em 1972, liderou uma greve de fome dos presos políticos), Presídio Hipódromo, de onde foi solto em 1974. Nesse mesmo ano, retoma o curso de Direito para se dedicar à libertação de outros presos políticos. No cárcere, Caixe escreveu seus primeiros poemas, publicados somente 30 anos depois por iniciativa dos seus companheiros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seccional de Ribeirão Preto.
Trabalhou no escritório de advocacia do professor Sobral Pinto e atuou como redator nos jornais Tribuna da Imprensa e Opinião. Em 1976, mudou-se para João Pessoa-PB, onde, juntamente com o arcebispo dom. José Maria Pires – Arcebispo da Paraíba – criou o primeiro Centro de Defesa dos Direitos Humanos do Brasil (ainda na época da Ditadura Militar). Mais tarde, foi secretário-geral da Associação Nacional de Advogados de Trabalhadores Rurais, advogado de presos políticos em vários países na América Latina, atuou junto à Corte Interamericana e à Comissão de Direitos Humanos da ONU.) Foi membro-fundador do PT e primeiro candidato a prefeito pelo partido na Capital paraibana, em 1986.
Voltou a Ribeirão Preto em 1994, onde instalou o Centro de Defesa dos Direitos Humanos, Assessoria e Educação Popular, mantendo a luta ao lado dos camponeses. Torna-se assessor jurídico do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), e participa da Rede Nacional dos Advogados Populares (Renap). Era fundador e membro do Fórum dos Ex-presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo.
Vanderley morreu vítima de erro médico. Sofreu uma queda e fraturou o fêmur, por isso, foi submetido à cirurgia para colocar oito pinos, porém um dos pinos perfurou o intestino, e ele foi acometido por uma septicemia (infecção generalizada). Lutou durante 21 dias na UTI, mas não foi possível conter a infecção.
A morte de Vandeley Caixe deixa muita saudade nos companheiros e companheiras que conviveram com ele. Muitos depoimentos emocionados foram ouvidos em seu velório, que aconteceu na Câmara de Municipal de Ribeirão Preto, depoimentos que o qualificam como um incansável lutador, com uma sensibilidade gigantesca, um amigo, um revolucionário.
Aos que não o conheceram pessoalmente, principalmente à juventude, fica o exemplo de um grande lutador, que não se curvou diante do golpe militar, diante da prisão e das torturas.
No dia 27 do mês de novembro, no auditório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI), realizou-se o 4º Congresso da Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas de Teresina (Ames). Cerca de 60 estudantes se reuniram com o objetivo de discutir a atual situação da educação pública, a cultura, o esporte, a necessidade de um grêmio estudantil em cada escola, etc. Logo após as discussões, foi elaborado um plano de ação para a nova gestão da entidade, que vai até o ano 2014.
O Congresso contou com a presença da professora Adriana Rocha Silva, diretora de Ensino do campus Teresina, que falou sobre a importância de os estudantes estarem se organizando, não apenas por uma educação de qualidade, mas por uma sociedade mais justa. Também se fez presente Pedro Laurentino, ex-vereador da Capiral piauiense e atual diretor do Sindicato dos Servidores Federais do Poder Judiciário do Piauí, que, em sua fala, fez um resgate histórico do movimento estudantil.
Ao final, foi eleita a nova diretoria da entidade, a qual tem como presidente o estudante Eduardo Almeida, da Escola Joca Vieira, com a tarefa de levar aos estudantes secundaristas de Teresina à luta e à organização para defender seus direitos.
Após anos de espera, os auxiliares de administração escolar do Estado de Alagoas estão muito próximos de conquistar o Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS). No último dia 20 de novembro, o secretário estadual de Educação, Adriano Soares, apresentou ao Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar da Rede Estadual de Educação de Alagoas (SAE-AL) a proposta definitiva do Plano, que será encaminhada para aprovação na Assembleia Legislativa.
No dia 28, o SAE-AL realizou uma assembleia da categoria, que aprovou um conjunto de mobilizações para que o PCCS seja aprovado o mais rápido possível. A efetivação do Plano representará a valorização da categoria, que sempre era relegada a um segundo pelo antigo sindicato que a representava.
Os primeiros passos desta conquista histórica foram dados. O SAE-AL permanecerá em mobilização pela conquista do PCCS e de uma educação pública e de qualidade para todo o povo alagoano.
A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte foi novamente alvo de uma série de protestos dos trabalhadores no mês de novembro.
A obra é objeto de polêmica desde o seu início, em fevereiro de 2011, e já foi palco de manifestações de ambientalistas, movimentos sociais, indígenas e comunidades afetadas pela construção da usina e pelos próprios trabalhadores que se encontram em péssimas condições de trabalho.
Estima-se que, até o fim da obra, sejam utilizados R$ 30 bilhões financiados pelo BNDES sob a responsabilidade do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), formado por grandes empresas como a Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Vale, OAS, Light e Cemig, entre outras.
A recente onda de protestos teve início na noite do dia 9 de novembro e se estendeu até a noite do dia 12, obrigando o CCBM a suspender os trabalhos. Os protestos são uma resposta ao acordo proposto pelo consórcio.
Os trabalhadores reclamam que não há avanço na negociação das reivindicações trabalhistas, como aumento salarial acima dos 11% oferecidos, equiparação salarial entre os canteiros de obras e mudança de regras da baixada (folga para visitar as famílias). Desde o mês de abril os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho.
A primeira ação agora em novembro ocorreu na noite do dia 9 de novembro, quando foram incendiados quatro galpões do almoxarifado, depois da informação de que o aumento proposto pela empresa seria de apenas 7%.
Já no sábado, os protestos tomaram conta do canteiro de Pimental, que, de acordo com uma liderança dos trabalhadores, teve instalações e alojamentos destruídos. “Por volta das 16h, o Sindicato da Construção Pesada do Pará (Sintrapav) foi ao Pimental e anunciou que havia fechado um acordo com o CCBM de aumento de 11%. Em nenhum momento, esta proposta foi discutida com as bases, foi um acordo a portas fechadas entre sindicato e empresa, e os operários se revoltaram. Aí houve um quebra geral”, explicou o trabalhador Emiliano de Oliveira ao movimento Xingu Vivo para Sempre.
Cinco operários foram presos no decorrer dos protestos, e as obras só tiveram reinício na quarta-feira seguinte, dia 14, após a reparação dos danos às instalações da empresa e com a presença da Força Nacional de Segurança para intimidar os trabalhadores.
A obra continua e, junto com ela, a luta dos trabalhadores que, apesar da repressão, continuam mobilizados e dispostos a conquistar melhores salários e condições dignas de trabalho enfrentando a ganância e a sede de lucros das grandes empresas que formam o CCBM.
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