Redação Piauí
Jornal A Verdade
BRASIL – Devido à atual situação em que o mundo se encontra, em meio à pandemia do Covid-19, em que a disseminação de fake news, a falta de informação tem afetado diretamente a todos, com impacto acentuado em pessoas que sofrem com crises de ansiedade e/ou de pânico. O isolamento social, que é necessário agora, acaba por piorar ainda mais esse quadro de desinformação e medo.
Pensando nisso e na necessidade de compreensão de quais fatores levaram a esse contexto social , o jornal A Verdade está fazendo uma programação com indicações de textos e filmes para ajudar na formação política de seus leitores no período da quarentena.
LEIA MAIS:
Programa de Formação Política Para a Quarentena
3º e 4º Dia: Programa de formação para a quarentena
5º e 6º Dia: Programa de formação para a quarentena
Divulgaremos essa programação a cada dois dias aqui em nosso site. Confira a indicação para as próximas 48 horas.
7º DIA:
DOCUMENTÁRIO
O DIA QUE DUROU 21 ANOS
Documentário lançado no Brasil em 2013 faz um apanhado de relatos, documentos secretos e gravações originais da década de 60, mostrando a influência do governo dos Estados Unidos e de setores da burguesia nacional, na desestabilização do país, que culmina no Golpe de Estado no Brasil em 1964, onde colocaram os tanques nas ruas e destituíram o Presidente João Goulart legitimamente eleito.
O filme destaca a participação da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) e da própria Casa Branca na ação militar que deu início a ditadura. Golpe completa 56 anos no dia de hoje (1º de abril) onde marcou a história do Brasil, com cerca de 10 mil assassinados comprovados, sendo 8350 indígenas, 1200 camponeses e mais 434 brasileiros, 6591 militares perseguidos, 10 mil exilados, centenas de torturados, fechou o Congresso Nacional, jornais, sindicatos, entidades estudantis e partidos de oposição. Estes são os números trágicos deste golpe militar. A divulgação deste excelente documentário tem a função de divulgar o que foi realmente a Ditadura Militar no Brasil. Para que não se esqueça para que nunca mais aconteça!
1h 17min / Documentário, Histórico
Direção: Camilo Tavares
Produção: Karla Ladeia
Roteiro : Camilo Tavares
LINK DO FILME NO YOUTUBE:
https://www.youtube.com/watch?v=nmT6w_k_ciw&list=PLLGKBffj5OHMomSm4oW8f6v63iONdm96j
TEXTO
TESTAMENTO SOB A FORCA
Julius Fucik
Em virtude dos elogios feitos pelo Ministério da Defesa do governo brasileiro ao período da ditadura militar fascista, o Jornal A VERDADE indica essa tradução exclusiva. Um texto maior do que os textos que em geral indicamos nesses dias de quarentena, mas que se torna leitura obrigatória para todos os revolucionários nesse momento. Este é o pungente depoimento de um herói do povo tcheco, mundialmente celebrado por ser exemplo de bravura e honradez na resistência ao invasor estrangeiro fascista. Julio Fuchik nasceu em Praga, em 1903, filho de família operária. Na escola, mostrou interesse em política e literatura e atuou em teatro amador. Em 1921, ainda estudante, participou da fundação do Partido Comunista da Tchecoslováquia (PCT). Dentro do PCT, tornou-se responsável pelo setor cultural. Foi redator do jornal do partido, Rudé Pravo (Direito Vermelho), e de diversos outros periódicos. Nesse período, foi preso várias vezes pela polícia secreta. Em setembro de 1938, por pressão da Alemanha nazista, o governo de Praga tornou o PCT ilegal. Quando as tropas alemãs invadiram o país, em março de 1939, Fuchik continuou a atuar na clandestinidade. No início de 1941, foi eleito para o Comitê Central do partido, assumindo o cargo de editor do Rudé Pravo. Em 24 de abril de 1942, foi preso em Praga pela Gestapo. Inicialmente, ficou detido na prisão local de Pankrác, onde foi interrogado e torturado. Ali, redigiu as anotações que compõem este livro, em papeis de maços de cigarro contrabandeados para fora da prisão por guardas que simpatizavam com ele. Em maio de 1943, foi levado para a Alemanha. Ficou preso em Bautzen pouco mais de dois meses e, em seguida, em Berlim. Em 25 de agosto de 1943, foi acusado de alta traição, considerado culpado pelos tribunais nazistas de Berlim e condenado à morte. Foi enforcado duas semanas depois, em 8 de setembro do mesmo ano.
ARQUIVO: Testamento sob a Forca – Julius Fucik
8º DIA:
FILME
NO TEMPO DAS BORBOLETAS
Baseado no livro escrito em 1994 por Julia Álvarez, o filme No tempo das borboletas retrata o período de ditadura militar (1930-1961) na República Dominicana, onde por 31 anos o povo esteve refém das atrocidades cometidas pelo general Rafael Leónidas Trujillo. Sob seu lema ou estás comigo ou contra mim, e com o beneplácito da Igreja, Trujillo mandava matar todos os que se opunham ao seu regime. Foi responsável direto pelo assassinato de mais de 30 mil pessoas.
O filme conta a saga das irmãs Mirabal, Minerva, Patria, María Teresa e Dede Mirabal, filhas de um pequeno proprietário de terras que vivia na cidade de Ojo de Agua, don Enrique Mirabal, e da dona de casa Mercedes Mirabal, que desafiaram a sangrenta ditadura do general Trujillo.
Desde cedo Minerva quis estudar, pois sonhava em ser advogada, mesmo sabendo que as mulheres não podiam frequentar as faculdades de Direito no seu país. Convenceu seus pais a deixar que ela e suas irmãs fossem estudar em Santo Domingo, a capital da República Dominicana.
Ao regressar do colégio de freiras, conhece um membro do Partido Socialista Popular e professor universitário e com ele tem o primeiro contato sobre as lutas que se desenvolviam contra a ditadura.
Em 1949, ela e sua família são convidadas de “El Jefe”, como Trujillo gostava de ser chamado, para um baile. Minerva é assediada pelo ditador e revida com uma tapa na cara; a partir daí, inicia sua luta contra o ele e, posteriormente, suas irmãs María Teresa e Patria também ingressam na luta.
Por ordem de Trujillo, as irmãs Minerva, Patria e María Tereza Mirabal foram covardemente assassinadas em 25 de novembro de 1960. Em homenagem à luta das irmãs Mirabal, o 1º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe, realizado em 1981, em Bogotá, decidiu criar o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher na data de 25 de novembro de cada ano.
Com direção de Mariano Barroso e as atrizes Salma Hayek, Mía Maestro, Pilar Padilla, Lumi Cavazos e Ana Martín, o filme é uma contundente denúncia da violência do sistema contra a mulher, e sua exibição nas escolas e bairros possibilita um importante debate sobre a luta da mulher por uma nova sociedade e por sua emancipação.
LINK DO FILME NO YOUTUBE:
TEXTO
CLARA ZETKIN, LUTADORA PELA LIBERTAÇÃO DA MULHER TRABALHADORA
José Levino
Este artigo escrito pelo historiador José Levino para o Jornal AVERDADE é uma curta e bela biografia da grande revolucionária Clara Zetkin. Uma destaca dirigente comunista que contribuiu para a organização do Movimento Feminino Internacional. Um movimento que defendia a igualdade de direitos, mas se diferenciava do feminismo burguês, pois ligava a luta das mulheres com o combate do proletariado ao sistema capitalista. Foi Clara Zetkin que propôs e foi aprovado, no II Congresso das Mulheres Socialistas em 1910, a celebração do Dia Internacional da Mulher, no 8 de março. No ano seguinte, um milhão de mulheres foram às ruas no seu Dia, na Europa e nos Estados Unidos.
Ela organizou um encontro de mulheres contra a primeira guerra mundial, por sua combatividade em favor da paz, Clara foi presa até o término da guerra.. Anos mais tarde Zetkin foi eleita para o parlamento, sua atuação parlamentar foi sempre vibrante, de denúncias da opressão e de apoio ao movimento comunista internacional., Clara foi e segue sendo um grande quadro do Movimento Feminista Classista.
ARQUIVO: Biografia de Clara Zetkin