É somente na sociedade socialista que o povo trabalhador irá ter saúde como bem estar mental, físico, emocional e social de fato.
Maria Karolina
RIO DE JANEIRO (RJ) – Neste domingo (6), foi divulgado que o governo Bolsonaro revogará mais de cem portarias datadas de 1991 a 2014 relacionadas à saúde mental no SUS.
Isso significa que diversos programas que atendem as pessoas com transtornos mentais serão destruídos, como: o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) que fornece acompanhamento integral com equipe de psiquiatras, assistentes sociais, psicólogos e médicos, além de atividades coletivas e individuais que também assistem a rede familiar do paciente.
Os RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) que atende pessoas com problemas mentais incluindo os efeitos nocivos do crack, álcool e outras drogas, o “De Volta para Casa”, o qual contribui efetivamente para a inserção social da pessoa que passou por longos períodos de internação psiquiátrica.
O “Serviço Residencial Terapêutico”, programa que também visa o mesmo que o “De Volta para Casa” e que disponibiliza casas que têm até oito pessoas por lar, proporcionando a convivência e vínculo familiar para essas pessoas por tanto tempo internadas. Dentre outras portarias que assistem a grande parcela da classe trabalhadora com transtornos mentais.
Tal desmonte irá atacar diretamente os vários anos de conquistas da luta antimanicomial no Brasil, movimento que começou nos anos 70 denunciando as atrocidades que aconteciam nos manicômios brasileiros, os quais serviam à classe dominante como instrumento de limpeza social e lucro.
Um exemplo disso é o caso do Hospital Colônia, manicômio localizado em Minas Gerais, local onde cerca de 60 mil pessoas morreram das piores formas possíveis. As pessoas que eram internadas lá não eram somente os tidos como loucos, mas também LGBT’s, mulheres divorciadas, que perderam a virgindade fora do casamento, que foram estupradas e engravidadas por pessoas influentes, mendigos, alcoólatras, pessoas tidas como subversivas, crianças órfãs ou que cometeram algum tipo de delito, sendo essas pessoas em sua maioria pobre e negra.
Havia superlotação, para que houvesse o repasse de dinheiro do governo por cada paciente ali internado e pudesse faturar em cima disso. Além da falta de limpeza do ambiente e dos internados, falta de alimentação, sessões de tortura que incluíam eletrochoques, violência sexual contra as mulheres, trabalho forçado dos internos não somente dentro do hospital, mas também fora dele, dentre outras barbaridades. As pessoas morriam como indigente e em tamanha quantidade que o cemitério local não dava conta de receber tantos corpos, com as covas tendo caveiras saindo da terra e ficando ao ar livre e o mal cheiro ultrapassando os muros do local.
É justamente esse o objetivo do projeto de genocídio da classe trabalhadora brasileira que Bolsonaro e seus aliados, entre eles o Ministro da Saúde Eduardo Pazuello, tentam tão desesperadamente pôr em curso, através de várias medidas, como o “revogaço” das portarias de saúde mental do SUS.
Porém, como bem disse Conceição Evaristo: Eles combinaram de nos matar. E nós combinamos de não morrer. Através do poder popular e do socialismo poderemos afugentar toda essa corja de fascistas e derrubar o sistema capitalista, que deteriora a saúde mental de milhões de trabalhadores e os aprisiona em manicômios, condenando-os à violência e à morte e obtendo lucro em cima disso.