Testemunhas viram Felipe ser abordado, torturado e baleado com 9 tiros por policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, batalhão de elite da Polícia Militar paulista, conhecida por seu alto índice de letalidade em ações.
Redação São Paulo
BRASIL – Felipe Vieira Nunes, 30 anos, foi brutalmente assassinado em 29 de julho, no Guarujá, litoral sul de São Paulo. Pai de uma filha, mudou-se para o litoral para trabalhar como ambulante após sofrer um acidente com espelho e perder o movimento de dois dedos, não conseguindo mais atuar como cabeleireiro.
A população ouviu os pedidos de socorro de Felipe, que dizia não estar armado, o que não adiantou, pois, além de baleá-lo, os policiais apenas o assitiram agonizar e esperaram sua morte para levá-lo até a Unidade de Pronto Atendimento mais próxima.
Uma outra testemunha relatou por meio de um aplicativo de mensagens: “A favela toda ouviu o que fizeram. Eles gritavam ‘joga a arma no chão, solta’ e ele gritava ‘Eu não tenho arma, senhor, eu não tenho’. Aí eles atiraram e ele começou a gritar por ajuda. Eles esperaram ele morrer, jogaram no camburão e já era. Entregaram ele sem vida na UPA igual um lixo”.
Outra testemunha pediu, por áudio: “Fala aí que ele era trabalhador. Fala que ele tinha acabado de montar a casinha dele, trabalhando na praia, não tinha envolvimento com nada. Não tinha uma arma”. Além disso, há relatos de que outras 9 pessoas também foram executadas e que a polícia permanece no local, intimidando os moradores da favela com muitas viaturas, não deixando ninguém entrar nem sair.
Assassinato de policial pode ter causado onda de violência
A operação policial acontece em represália à morte de Patrick Bastos Reis, soldado da Rota baleado em uma operação no bairro Vila Zilda na última quinta-feira, 27 de julho. Não é a primeira vez que as forças policiais vingam a morte de um colega com um banho de sangue de inocentes.
Há relatos de que os policiais estão com uma lista de nomes para executar e que há uma ordem velada para matar também quem possui passagem pela polícia. O clima é de muito medo.
É preciso recordar que a prática do justiçamento da morte de policiais pelas forças de segurança públicas é uma prática rotineira nas periferias urbanas do Brasil. Essa macabra tradição remonta ao juramento feito por Astorige Correa, o Correinha, investigador que, em novembro de 1968, durante o enterro de um policial morto por um traficante na zona norte de São Paulo, bradou: “Para cada policial morto, dez bandidos vão morrer”.
Esse momento, capturado em vídeo por jornalistas, é tido como a pedra fundamental da consolidação do Esquadrão da Morte, grupo liderado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, que causou terror entre a classe trabalhadora mais pobre durante a ditadura empresarial militar.
O legado desses facínoras mancha de sangue a nossa história, fomentando a ação criminosa da polícia em casos como as chacinas de maio de 2006 e de Barueri, onde a brutal prática do justiçamento ceifou a vida de muitos trabalhadores.
Os assassinatos praticados na Vila Baiana nos últimos são mais uma série de crimes covardes cometidos pela polícia que mais mata no mundo e debocha das vítimas nas redes sociais, veiculando mentiras para legitimar suas ações.
As testemunhas temem por suas vidas, mas, ainda assim, algumas pessoas denunciaram o caso para a grande mídia, que, em grande parte, mostrou apenas a versão mentirosa da polícia para manipular a opinião pública.
Felipe era um trabalhador e a população da Vila Baiana está em choque com o acontecido. É preciso denunciar essa violência e lutar por justiça para Felipe.
Só acontece isso pq a polícia é uma extensão do exército, e sendo “militar” eles simplesmente NÃO PODEM TER OPINIÃO DENTRO DA CORPORAÇÃO, criando um senso comum do que é um policial, seguindo a risca e aí então, criando um padrão de opressão que é o clássico classismo, racismo, capacitismo no caso de pessoas com deficiências, que afetam por exemplo a fala ou gestos
temos que abordar esse discurso a favor da desmilitarização da polícia MILITAR, mas NÃO COM ESSA ABORDAGEM, o termo parece até agir contra a vontade dos políticos que propõem isso
A desmilitarização (proponho chamar de algo que se auto explica, desmilitarização cria uma imagem de tirar poderes necessários da polícia) só faz a vida do policial mais segura, por poderem propor reformas que erradiquem a cultura da violência criminosa dentro dessas corporações, que fazem nosso país ser um dos país onde mais morrem pessoas no mundo, e sabendo que é rara a morte de policiais, e que temos tantas mortes no país, declaro que temos uma polícia falida por conta disso, eles agem como leões de chácara dependendo da tua cor, de onde você vem, por quem tu é na sociedade, seja um dono de empresa bolsonarista, ou um eleitor do lula, sendo negro então é só problema
só continuamos miseráveis pq há coisas na legislação vigente que vem direto da idade média, a lei do mais forte prevalece no nosso