UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

terça-feira, 29 de abril de 2025
Início Site Página 683

Mulheres realizam passeata em Natal

0

Mulheres realizam passeata em NatalEm Natal, RN, o Dia Internacional das Mulheres foi marcado com muita energia e combatividade em uma bonita passeata realizada no centro da capital potiguar.

O ato foi convocado por diversas entidades, entre as quais, o Movimento de Mulheres Olga Benário, o MLB, CUT, Marcha Mundial de Mulheres, Movimento Bandeira Lilás, PT e o PCR. A concentração aconteceu no local onde se realizava a assembleia dos professores que foram também convidados a participar do Ato.

Participaram ainda do Ato parlamentares do PT, como o vereador Hugo Manso, deputado estadual Fernando Mineiro e a Deputada Federal Fátima Bezerra.

Muitas palavras de ordem, falas, energia e disposição marcaram a passeata. Pelo Movimento de Mulheres Olga Benário falou Luciana Gomes afirmando que as mulheres deveriam se organizar cada vez para mais para desenvolver as lutas por suas reivindicações, como por exemplo: creches, lavanderias coletivas e restaurantes populares. “Estas são reivindicações concretas que devem mobilizar as mulheres no país inteiro porque são direitos desrespeitados diariamente” disse.

Pelo PCR falou Samara Martins que realizou uma justa homenagem à memória da companheira Valdete Guerra que além de ter nascido no dia 8 de março era uma mulher de luta e revolucionária. Lembrou que hoje em nosso país as mulheres sofrem com o descaso dos governos e com a opressão da sociedade capitalista e que, portanto para libertarmos as mulheres da escravidão, da humilhação e exploração a que estão submetidas devemos por fim a essa sociedade injusta e construir em seu lugar o Socialismo.

Redação RN

Movimentos pressionam pelo fim dos autos de resistência

0

Movimentos pressionam pelo fim dos autos de resistênciaFoi divulgada no último dia 6 de março, a lista de parlamentares que integrarão a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, que terá como uma de suas responsabilidades votar o Projeto de Lei 4471, que prevê a investigação dos autos de resistência e outros procedimentos para o caso de mortes violentas envolvendo agentes do Estado. O projeto é de autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e o presidente da comissão será o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ).

Na última reunião da comissão, em 2012, o PL 4.471 deveria ter sido votado, porém, a votação foi adiada para 2013, pois não havia quórum. O relator à época, deputado Pastor Eurico (PSB-PE), votou favoravelmente à aprovação.

O projeto determina que, nos casos qualificados como “resistência”, se do “emprego da força resultar ofensa à integridade corporal ou à vida do resistente, a autoridade policial competente deverá instaurar imediatamente inquérito para apurar esse fato, sem prejuízo de eventual prisão em flagrante”.

“Se não houver um controle, há a possibilidade de uma ação policial violenta, que é ilegal, e temos que agir aqui [Brasília], pois o número de mortes é altíssimo”, argumentou Paulo Teixeira. “Esses autos acabam escondendo o uso excessivo da força policial”, garante. O PL prevê ainda que, após a instauração do inquérito, “será feita imediata comunicação ao Ministério Público e à Defensoria Pública, sem prejuízo do posterior envio de cópia do feito ao órgão correcional correspondente e, onde houver, à Ouvidoria, ou órgão de atribuições análogas”.

O ouvidor geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga Dantas, alega que a nova lei irá reafirmar, apenas, o que já está previsto, mas não é cumprido. “O ordenamento jurídico, nosso código penal, determina que qualquer morte violenta deva ser registrada como ‘homicídio’. Está lá, no artigo 121 [do Código Penal], isso deveria ser simples e investigado, mas não é assim que funciona.” Dantas vai além: para ele, seria necessário obrigar que todo socorro, em casos de suposto confronto entre civis e militares, com vítimas, seja prestado pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). “Temos registros de pessoas que são mortas no caminho para hospitais, dentro das viaturas, por tortura.” O ouvidor lembrou que o “papel da polícia é a prevenção ao crime, mas que alguns policiais têm agido em desacordo com esse princípio.”

Na mesma linha do ouvidor está Daniela Skromov Albuquerque, defensora pública do Estado de São Paulo, que participou das discussões sobre a Lei e que também não é tão otimista quanto a sua eficácia. Ela acredita que a alteração legislativa não será suficiente. “É um projeto bem vindo, porém, não deve mudar esse cenário. Todo policial que se envolve em ‘evento morte’ deveria ser afastado do cargo. O problema vai além, ele é de ordem prática e ideológica, na atuação da polícia militar.” Como exemplo de sua preocupação, Skromov cita uma das infrações que é cometida de forma cotidiana. “O projeto pede a preservação da cena do crime, mas isso já é lei. No entanto, infringe-se, vivemos no país em que não se cumprem as leis, em que existe a cultura da ‘lei que pega’”, finalizou.

Os números de mortes pela ação da polícia em todo o Brasil são alarmantes. Em São Paulo, no primeiro semestre de 2012, 239 pessoas tiveram suas mortes justificadas por meio dos “autos de resistência seguida de morte”. A taxa de homicídios chega a 1,16 para cada 100 mil habitantes. Na Bahia, morreram, de janeiro a agosto, 267 pessoas em confronto com policiais, enquanto no Rio de Janeiro foram 214 assassinatos.

Movimentos sociais pressionam

Cinquenta e duas entidades assinaram em conjunto uma nota cobrando a aprovação do PL 4.471. O coletivo lembrou os altos índices de letalidade policial. “Aponta-se que, entre janeiro de 2010 e junho de 2012, apenas nos estados do Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, 2.882 pessoas foram mortas em ações registradas como ‘autos de resistência’ ou ‘resistência seguida de morte’ – média de mais de 3 execuções por dia.”

Débora Maria, fundadora do grupo Mães de Maio, já foi até Brasília pressionar parlamentares pela aprovação do projeto e chegou a enviar uma carta para a presidenta Dilma Rousseff. Ela está confiante. “Para os movimentos sociais, é importante que essa nova comissão vote unanimemente em favor do objetivo maior, que é a vida dos periféricos desse país.” A ativista diz que acompanhará as votações e não descarta a realização de manifestações na capital federal. “Se tiver que fazer pressão, vamos até Brasilia de novo. Em todos os cantos do Brasil a polícia mata, isso tem que parar. Mães não podem criar seus filhos para a polícia matar, isso não é aceitável”, afirma Débora Maria.” Ela ainda lembrou que em maio de 2006, após ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo, cerca de 492 jovens teriam sido executados em retaliação aos ataques da facção e, desde então, o movimento luta pelo fim dos “autos de resistência seguida de morte”, que justificam a morte de 84 jovens naquele ano.

Sobre possíveis alterações no projeto, Paulo Teixeira afirmou que serão poucas, mas a principal determina que os policiais que se envolvam em conflitos com pessoas e que acarretem em lesões ou óbito não serão presos imediatamente, somente após a investigação determinar a culpabilidade do agente.

Após ser votado na Comissão de Segurança Pública, o projeto será encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça e, só então, caso aprovado, será levado ao plenário da Câmara dos Deputados. Teixeira está otimista sobre a aprovação da lei ainda em 2013.
A nova formação da comissão conta com Alessandro Molon (PT), Assis do Couto (PT), Cândido Vacarezza (PT), Zeca Dirceu (PT), João Campos (PSDB), Otávio Leite (PSDB), Pinto Itamaraty (PSDB), Guilherme Campos (PSD), Moreira Mendes (PSD), Keiko Ota (PSB), Efraim Filho (DEM), Major Fábio (DEM), Enio Bacci (PDT), José Augusto Maia (PTB), Protógones Queiroz (PCdoB), Otoniel Lima (PRB), Lourival Mendes (PTdoB) e Fernando Francischini (PEN).

Outros pontos do projeto de lei:

– É vedado o acompanhamento do exame de corpo de delito por pessoa estranha ao quadro de peritos e auxiliares;
– Nos casos de morte violenta, será obrigatório exame interno, documentação fotográfica e coleta de vestígios encontrados durante o exame necroscópico;
– O exame interno sempre será realizado nos casos de morte violenta ocorrida em ações com envolvimento de agentes do Estado;
– É vedado o acompanhamento da autópsia por pessoa estranha ao quadro de peritos e auxiliares, exceto se indicados por representantes da vítima;
– Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime;
– Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que deverão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos

Roberto Luciano, Campina Grande

Na Bulgária “não há crise”, apenas humilhação social e miséria

Na Bulgária "não há crise", apenas humilhação social e miséria“Na Bulgária não há crise”, garantem os tecnocratas neoliberais de Sófia e Bruxelas. O governo de extrema direita de Borikov, o “Batman”, caiu, o salário mínimo equivale a 75 euros, metade da população está ameaçada de pobreza, um milhão de búlgaros emigraram, o desemprego sobe vertiginosamente.

Dezenas de milhar de búlgaros saíram à rua na segunda-feira, em Sófia e outras cidades do país, como tem acontecido nos últimos tempos, devido à degradação econômica e social de um país, o mais pobre da União Europeia, onde a corrupção alastra através das elites políticas e econômicas.

No entanto, garantem os tecnocratas, “na Bulgária não há crise”. A dívida externa é inferior a 16 por cento do PIB, o défice público é inferior a dois por cento, a economia cresce – apenas 0,5 por cento -, o problema é que “o desemprego aumenta agora muito rapidamente”, afirma um perito da Universidade de Economia de Sófia.

O governo populista de extrema de direita de Boiko Borikov, conhecido por “Batman”, demitiu-se em bloco na sequência dos protestos em todo o país devido às subidas brutais dos preços da eletricidade durante um Inverno rigoroso. Um “governo de tecnocratas” deverá gerir o país até às eleições, antecipadas de Junho para Abril. A população desespera perante as alternativas que se colocam, o regresso do antigo guarda costas e karateka Borisov, ou os socialistas, rendidos à economia neoliberal, como no resto da Europa.

Apesar de “não haver crise”, 49 por cento dos búlgaros estão ameaçados de pobreza, de acordo com o Eurostat. O salário mínimo é 75 euros, o médio é 350, os salários e pensões estão congelados há muito, os preços aumentam. O desemprego está em 12,5 por cento, mas cresce a grande velocidade. Dos pouco mais de sete milhões de búlgaros, um milhão já emigrou. As exportações e os investimentos estrangeiros reduziram-se para um quinto dos valores de 2009, o poder de compra diminui, os únicos investimentos resultam dos fundos comunitários, disfarçando a situação real de recessão.

A situação do país, elogiado por Berlim e Bruxelas porque cumpre de maneira “férrea” a disciplina orçamental, resulta de anos consecutivos imposta à esmagadora maioria da população.

Fonte: BE Internacional

Alemanha prepara-se para receber o chefe do governo golpista do Paraguai

Federico Franco, golpista paraguaioA Alemanha é um dos países que tenciona receber o chefe do governo do Paraguai, nascido de um golpe parlamentar e que não é reconhecido pelas uniões de países latino-americanos. Se a Alemanha e a Comissão Europeia receberem José Feliz Fernández, “danificarão seriamente a democracia”, uma vez que se trata de um “representante ilegítimo” do país, adverte a Esquerda Unitária no Parlamento Europeu (GUE/NGL).

O governo dirigido por Feliz Fernández, sob a presidência de Frederico Franco, resultou do golpe parlamentar de meados de 2012 que destituiu o presidente eleito, Fernando Lugo. O golpe não foi reconhecido pela esmagadora maioria dos países da América Latina, atitude que adotaram também as estruturas reginais como o Mercosul, a Unasul e a Celac.

Em nome do GUE/NGL, a presidente do grupo, Gabi Zimmer, advertiu que será um dano para a democracia, em nome da qual a União Europeia toma tantas posições, se a Alemanha e a Comissão Europeia receberem “um representante ilegítimo do Paraguai”. A eurodeputada alemã sublinhou que “serão os primeiros europeus a acolher um governo de facto fruto de um golpe parlamentar contra o presidente constitucional do Paraguai, Fernando Lugo”.

Jurgen Klute, eurodeputado alemão do GUE/NGL e membro da Delegação Parlamentar com os países do Mercosul, declarou que “será uma vergonha que o governo alemão se preste novamente a tentar legitimar golpes de Estado para assegurar os seus interesses económicos, prosseguindo a história de saque que tanto tem prejudicado a América Latina”.

Klute integrou a delegação do Parlamento Europeu que se deslocou ao Paraguai para averiguar as circunstâncias da deposição de Fernando Lugo, presidente eleito livre e democraticamente. “A União Europeia e os Estados membros devem abster-se de intervir nas decisões tomadas pelos seus homólogos regionais, como o Mercosul, a Unasul e a Celac, que foram unânimes na condenação da rutura da ordem institucional do Paraguai e que suspenderam o país dessas instituições”, afirmou Jurgen Klute.

Investigações realizadas no Paraguai apuraram que o presidente Federico Franco, vice-presidente até ao derrube do presidente, conseguiu em quatro anos ampliar em 700 por cento a sua fortuna pessoal, além de ser conhecido pela prática de nepotismo ao distribuir altor cargos públicos pela família. O primeiro ministro, Feliz Fernandez, é acusado de apropriação indevida de terras para a própria família.

O Paraguai é um dos 10 países mais desiguais do mundo, situação para a qual contribui, sobretudo, o enorme peso dos latifundiários, acusados d terem estado por detrás do golpe contra Lugo.

Antes de a Alemanha e a Comissão Europeia se prepararem para receber um chefe de governo resultante de golpe de Estado já o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, “legitimara” o regime ao encontrar-se com Federico Franco em Nova Iorque, durante a última Assembleia Geral das Nações Unidas.

A primeira posição alemã sobre a situação no Paraguai, assumida logo em Junho do ano passado, fez prever o que agora poderá acontecer. Para Berlim, o golpe de Estado que depôs Fernando Lugo foi “normal”.

Fonte: BE Internacional

Garis da Ecofor paralisam garagem em Caucaia – CE

Greve do Sindlimp - CE Os trabalhadores das empresas Ecofor e Marquise, lotados na garagem no município de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, deram uma demonstração de rebeldia e coragem nos dias 05 e 06 de março. Os garis, organizados pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Limpeza Urbana do Estado do Ceará, realizaram uma paralisação de 3 horas para pressionar o patrão por 15% de reajuste sobre o salário mínimo e um acréscimo de R$ 2,6 no vale alimentação.

Após a greve, a empresa prontamente marcou uma reunião com o SINDLIMP-CE para negociar, mas na reunião junto ao Ministério do Trabalho os representantes patronais somente informaram que havia encerrado a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho com o Sindicato do Asseio e Conservação, e este havia aceitado a proposta de 8% e R$ 1,10 no vale. No entanto, o presidente do Sindlimp, Glaydson Santana, apresentou discordância dessa proposta e a posição contrária dos garis: “a categoria sequer pôde opinar sobre o reajuste. Simplesmente foi apresentado sem a devida consulta à base da categoria. Foi empurrado goela abaixo. Por isso, fizemos a paralisação e a disposição é de continuar esse movimento”. Uma Nova reunião foi marcada no Ministério Público do Trabalho, o qual mediará o conflito.

A greve demonstrou muito bem o quanto está revoltada a categoria, bem como não aceitará mais as manobras e conluios com os patrões. A luta continua na certeza de uma importante vitória para os trabalhadores.

Movimento Luta de Classes – CE

As mulheres revolucionárias nas lutas do povo

As mulheres revolucionárias nas lutas do povoVítimas de opressão dupla na sociedade de classes, imposta pelo sistema a todos os despossuídos e a específica, que as relega a um papel secundário, o de cuidar dos afazeres do lar, ou as submete a dupla jornada, quando desempenham alguma atividade econômica, as mulheres nunca se conformaram com essa situação. Muitas, sintetizando a força e o desejo contidos nas mentes e nos corações de todas elas, romperam grilhões e preconceitos e se colocaram na vanguarda das lutas, provando aos homens sua capacidade de ocupar as ruas, liderar greves, passeatas, piquetes, enfrentar patrões, polícia, desbravar florestas, empunhar fuzil. Tornaram-se heroínas do povo brasileiro. A Verdade já falou de algumas delas: Anita Garibaldi, Olga Benário, Sônia Angel, Margarida Alves. Em reverência ao seu Dia Internacional, o 8 de março, marcado pelo sacrifício brutal das tecelãs grevistas de Chicago, vamos falar de outras que, entre tantas, marcaram as lutas do povo brasileiro, em diferentes fases da nossa história. Operárias, camponesas, estudantes, intelectuais, valentes, dispostas, bravas lutadoras.

Ana Lins e Bárbara de Alencar, na Confederação do Equador

Alagoana, uma senhora de engenho adepta da liberdade, Ana Lins se engajou nas lutas republicanas de 1817 e 1824, arregimentando escravos e garantindo a sua libertação. Derrotada a Confederação do Equador, não se entregou, lutando até não dispor mais de nenhuma munição. Bárbara de Alencar, foi a heroína da Confederação no estado do Ceará. Chamada de “infame culpada” pelos monarquistas, redimiu-a o poeta Caetano Ximenes, dizendo: “Bárbara aprofundou seus passos no território livre do seu povo”. E ela, sertaneja, se tornou “Iansã, deusa dos ventos, orixá dos pescadores”.

Nas lutas operárias, o vigor e o perfume de uma Rosa

Numa fase em que as meninas brincam com suas bonecas, Rosa Bittencourt já era operária no Rio de Janeiro. Aos sete anos, selava carretéis, aos dez passou para o setor de fiação. Rosa observava as trabalhadoras adolescentes serem molestadas sexualmente pelos chefes e ficava revoltada. Aos doze anos, chegou o seu dia. Um contramestre tentou aproveitar-se dela e recebeu como resposta uma bordoada com um rolo de ferro que estava ao alcance da mão. Ganhou a admiração das mulheres operárias, que fizeram várias manifestações de protesto contra a sua demissão e a garota voltou a trabalhar na mesma fábrica. Era o ano de 1903. Daí em diante, todas as lutas contaram com a participação da valente obreira: pela jornada de oito horas, pelo almoço, por melhores salários e condições de trabalho, na linha de frente das greves de 1919 e 1920. Demissões e prisões foram uma constante, mas Rosa nunca recuou. Quando nenhuma fábrica a aceitou mais, passou a viver de biscates e distribuir boletins de porta em porta, conversando, conscientizando os trabalhadores, especialmente as mulheres. Palavras dessa lutadora: “Cada rua é um jardim, cada porta um canteiro, cada material que eu entrego representa as flores que colho para enfeitar o meu peito cardíaco”.

Abaixo a ditadura do Estado Novo. Viva o Socialismo!

Laura Brandão era participante ativa da Aliança Nacional Libertadora. Poetisa, preferia estar com as setenta operárias que integravam a Ala Feminina da ANL no Rio de Janeiro. Com suas poesias revolucionárias, animava e comovia os trabalhadores na Praça Mauá e no Cais do Porto. A ditadura do Estado Novo (Vargas) expulsou-a do Brasil. Laura foi para Moscou, onde deixou suas últimas poesias e morreu de armas na mão defendendo a capital do socialismo da sanha nazista dos invasores alemães na Segunda Guerra Mundial.

Nas Ligas Camponesas

Muitas mulheres integraram e tiveram importantes funções nas Ligas Camponesas.13,8% dos líderes eram mulheres, entre as quais Maria Celeste, Maria Aquino e as duas que citamos nessa homenagem.
Viúva de João Pedro Teixeira, dirigente da famosa Liga de Sapé (PB), assassinado a mando dos latifundiários em 1962, Elizabete Teixeira ficou com onze filhos para criar, mas não se acomodou. Assumiu o posto do companheiro morto e percorreu o Brasil inteiro, divulgando a proposta das Ligas, defendendo a Reforma Agrária, denunciando a impunidade dos assassinos. Com o golpe militar de 1964, Elizabete passou a viver na clandestinidade, até a anistia decretada em 1979.

Anatália de Sousa Alves de Melo

Potiguar, de Mossoró, mudou-se para Pernambuco e atuou politicamente junto às Ligas Camponesas. Era admirada pelo seu espírito de solidariedade e companheirismo. Depois do golpe militar aderiu à esquerda revolucionária, integrando o PCBR. Presa em dezembro de 1972, não resistiu às torturas. Morreu no dia 13 de janeiro de 1973.

Helenira Rezende na luta contra a ditadura militar.

Quantas deram a vida. Sua juventude. Exemplo e memória. Para simbolizá-las, Helenira Rezende de Sousa Nazareth, que nasceu em 19 de janeiro de 1944 em César Cerqueira (SP). Lenira, Preta, Nira. Participou do Movimento Estudantil, de 1967 a 1970, foi dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Presa no Congresso de Ibiúna, foi solta por meio de ha-beas-corpus, pouco antes da edição do Ato Institucional n.º 5 (AI-5). Militante do PCdoB, passou a viver na clandestinidade e foi para o Araguaia, viver e lutar como camponesa. Pegou em armas junto com os companheiros para defender-se dos ataques do Exército. No dia 29 de setembro de 1972, numa emboscada, recebeu uma rajada de metralhadora nas pernas. Caída e se esvaindo em sangue, revidou o ataque, matando um soldado e ferindo outro. Presa, gritou: “os companheiros me vingarão”. Foi assassinada friamente no local a golpes de baioneta e ali mesmo enterrada. Sua legendária bravura permanece viva, como seu sangue que tingiu de vermelho as águas do Araguaia.

Seguindo seus passos

Estrelas-guias do amanhã. Seu brilho clareia o Brasil, a América Latina, o mundo inteiro. Unidos na luta, de mãos dadas, trilharemos o caminho iluminado por vocês, revolucionárias de ontem, de hoje e de amanhã.

Movimento de Mulheres Olga Benário
(Publicado no Jornal A Verdade, nº 26, março 2002)

Lute por seus direitos! Participe do Movimento de Mulheres Olga Benario!

Movimento de Mulheres Olga BenárioAs mulheres são hoje maioria na população brasileira. No entanto, estão entre os que mais sofrem. Desde que nascemos nossos direitos são roubados: não temos acesso a saúde e educação de qualidade, levamos nas costas as obrigações domésticas e muitas de nós não tem emprego digno.

Quando conseguimos algum trabalho, nosso salário é, em geral, menor do que o recebido pelos homens. Na realidade, na imensa maioria das famílias, a mulher sofre a escravidão doméstica. É sobre ela que recaem as tarefas dos filhos, da alimentação, da casa e de todo o mesquinho e pesado trabalho doméstico. Pior: com as mulheres cada vez mais trabalhando fora de casa, o que acontece é uma dupla jornada de trabalho, já que elas continuam fazendo todo o serviço de casa.

Também crescem os casos de violência física e sexual contra as mulheres, incentivada pela propaganda burguesa nos meios de comunicação, que apresenta a mulher como objeto sexual ou uma mercadoria à venda.

Tal situação coloca a urgência de o movimento feminino tomar as ruas, organizar suas entidades de massa e dar um firme combate a todos esses abusos dos capitalistas contra a mulher. O Movimento de Mulheres Olga Benario é, portanto, fruto da luta de centenas de mulheres brasileiras contra a opressão e a exploração e por uma vida com direitos e dignidade numa sociedade nova, justa e socialista.

8 de março: Dia Internacional da Mulher – Essa luta precisa continuar

Movimento de Mulheres Olga BenarioApesar dos vários direitos conquistados nas últimas décadas, as mulheres continuam oprimidas e exploradas. Para se ter uma ideia, apesar de representarem 55% da população mundial, apenas 40% delas estão no mercado de trabalho e são responsáveis por somente 10% da renda do mundo. Para a mesma função, as trabalhadoras ainda ganham menos que os homens; em 2011, no Brasil, elas ganharam até 28% menos que eles, de acordo com o IBGE.

O machismo, cultivado pelos meios de comunicação da burguesia, não só faz perpetuar como amplia a violência contra as mulheres. Nos últimos dez anos, foram mais de 43,5 mil mulheres assassinadas no Brasil, sendo que 80% dos casos denunciados foram praticados por maridos ou namorados.

O descaso com a saúde pública também gera inúmeras dificuldades e sofrimentos às mulheres pobres. Milhares de gestantes, por exemplo, sofrem sem atendimento pré-natal ou com acompanhamento insuficiente. Um exame ginecológico leva meses e até anos para ser agendado. Segundo o Ministério Público da Saúde, cerca de 52% dos partos realizados no Brasil são cesáreos, ultrapassando a porcentagem recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 15%.  Também existe outro caso de saúde pública que é desprezado pelos governos: o aborto inseguro. Estima-se que 31% dos casos de gravidez no Brasil terminam em abortamento, ou seja, de cada 10 mulheres grávidas três abortam de forma espontânea ou induzida, e todos os anos ocorrem cerca de 1,4 milhão de abortos espontâneos ou inseguros.

Essas e tantas outras situações reforçam a necessidade de as mulheres pobres continuarem a luta para conquistar igualdade de direitos e uma vida digna. Afinal, como bem demonstra a realidade, elas fazem parte de um grande exército de homens e mulheres que são explorados pelos patrões e seus governos.

Por isso, devemos afirmar, em especial nesse dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, que essa luta deve continuar. Devemos aproveitar esse dia para promover passeatas, debates, seminários e visitas aos bairros, e para convocar homens e mulheres a lutarem por políticas públicas que liberem as mulheres do trabalho doméstico, como a instalação de lavanderias, creches, restaurantes comunitários e delegacias de polícia em maior número e aptas a atender durante as 24 horas do dia.

Precisamos lutar para conquistar mais direitos, como o direito da mulher à maternidade e ao trabalho, assim como o direito ao aborto legal para não morrer, sempre afirmando a causa do socialismo, pois somente numa sociedade baseada na igualdade é que as mulheres provarão o sabor da verdadeira emancipação.

Comissão de Mulheres do PCR

50% dos russos admiram Stálin

0

Russo tatuou Stálin nas costasUma verdadeira surpresa tomou conta das agências de notícias ocidentais ao serem divulgados os resultados de uma macropesquisa realizada na Rússia para marcar o aniversário da morte de Stálin.

Quase metade dos russos saúda o papel desempenhado por Josef Stálin na vida do país, de acordo com uma pesquisa publicada junto ao 60º aniversário de sua morte (5 de março). O Centro Levada indica que 9% dos russos veem que o papel de Stálin é, sem dúvida, positivo, enquanto outros 40% veem como bastante positivo. Enquanto isso, 22% dos entrevistados acreditam que o papel do homem que liderou a União Soviética durante quase um quarto de século é bastante negativo; para 10%, sem dúvidas, é negativo, e os 19% restantes não responderam.

O Partido Comunista da Rússia anunciou que seus principais líderes, incluindo Gennady Zyuganov, participarão, das homenagens  na Praça Vermelha para depositar flores no túmulo de Stálin aos pés da muralha do Kremlin.

Colaboração de:

Portal Comunidade Josef Stalin (http://comunidadestalin.org/)

http://www.insurgente.org/

Renúncia do Papa expõe grave crise na igreja

0

O Papa renuncia e expõe a grave crise na igrejaNunca se saberá com exatidão os motivos de ordem subjetiva que levaram o octogenário papa Bento XVI à renúncia durante o Carnaval. Seria uma tarefa esotérica buscar as reais motivações subjacentes a essa decisão que – interpretada de modo superficial – revelou um gesto de humildade e de relativização do exercício do poder.

Aos 83 anos, com sua energia física e mental cada vez mais reduzida, Ratzinger recebeu elogios de quase todos os lados. Aqueles que, porém, buscam analisar a renúncia de modo objetivo e dialético, observam, nesse gesto, um componente que mostra e projeta cabalmente alguns dos reais fatores  para essa decisão pontifícia.

É inegável, em primeiro lugar, o fracasso do projeto neoconservador do Papa. Quando ele entrou no consistório, para disputar a sucessão de João Paulo II, com 50 por cento dos votos garantidos em seu favor, de acordo com fontes do próprio colégio cardinalício.

Depois da primeira ofensiva contra a Teologia da Libertação, feita por seu antecessor, Bento XVI  passou a liderar, como chefe da Igreja, a segunda ofensiva.

O seu objetivo era igual ao de seu antecessor: deslegitimar as teorias e práticas decorrentes da primeira elaboração teológica com o rosto dos indígenas, dos negros, dos trabalhadores rurais e urbanos, das mulheres, enfim do povo, das massas que continuam oprimidas nos países periféricos deste mundo.

Profundamente abalada pela migração de católicos para o indiferentismo religioso e as experiências neopentecostais, a Igreja Católica Romana continua a sofrer um abalo sísmico contínuo e profundo. O projeto eclesial da direita revelou-se tímido, com os seus movimentos-líderes (Opus Dei, Comunhão e Libertação e outros) envolvidos na luta pelo poder, entre eles e a burocracia da Cúria Romana. Numa sociedade altamente impactada pelo referencial das novas tecnologias da informação e da comunicação, a Igreja tentou o impossível: conciliar as formas e os métodos da Cristandade com o modus operandi da pós-modernidade.

O quadro da crise é completado com o uso do espaço e dos instrumentos de poder do Vaticano para fins espúrios, tais como a lavagem de dinheiro e outros crimes.

Diante de tudo isto, as cartas estão lançadas. Mas o diagnóstico parece ser esse: do ponto de vista político e sociológico, somente a reabertura de espaços plurais pode aliviar a atual crise da Igreja.

Dermi  Azevedo
Jornalista e cientista político com tese sobre “Igreja e Democracia. A Democracia na Igreja”. 

Nota do PCMLV sobre a morte de Hugo Chávez

Palavras do PCMLV frente à morte do Comandante Chávez

PCMLV
O Partido Comunista Marxista-Leninista da Venezuela (PCMLV) manifesta a todos os operários, camponeses, estudantes, organizações de mulheres, partidos e organizações revolucionárias de massas, anti-imperialistas, socialistas, bolivarianas, seu pesar e solidariedade frente o desaparecimento físico do comandante-presidente Hugo Chávez Frías.

Igualmente expressamos condolências a todos seus familiares, amigos e ao governo nacional frente a perda de um grande humanista, patriota, progressista e consequente estadista revolucionário, como demonstrou ser o presidente Hugo Chávez até os últimos dias de existência.

Convocamos a classe operária, que aprendeu a crescer na luta revolucionária, nos momentos mais urgentes da história, a preparar-se para resistir e vencer os reacionários que não demorarão em aproveitar este difícil momento para impedir, por meio da violência, as conquistas e reivindicações alcançadas sob a direção do presidente Chávez. O imperialismo espreitará mais neste doloroso momento que atravessa o movimento revolucionário nacional.

Este chamado é para não desistirmos da luta pela construção do socialismo, bandeira que levantava o presidente Hugo Chávez em qualquer cenário. Esta bandeira tem de ser assumida com rigor e coragem neste momento difícil da história para todos os proletários da nação. Nós, como Partido da classe operária da Venezuela, fazemos o chamado para a luta e a construção do socialismo e do comunismo na concepção científica do marxismo-leninismo.

A sabotagem, os assassinatos mandados, o terrorismo, a escassez de alimentos, a propaganda de desinformação e manipulação se intensificarão. Os reacionários nacionais e internacionais se sentem vitoriosos neste momento, mas a classe operária nacional e mundial seguirá adiante travando as batalhas necessárias e estratégicas para continuar o caminho da vitória e de acúmulo de forças para enfrentar os fascistas e imperialistas.

Que a morte do Presidente da República não signifique o declínio da organização popular, mas sim, que serva como impulso para futuras lutas contra o inimigo de classe. Não devemos acreditar em falsas condolências da direita colonial, a mesma que, em dezenas de ocasiões, tentou assassinar o comandante. Estes setores são movidos por um único impulso: o lucro à custa do que for.

A direita está avaliando que ações tomar nos próximos dias. Não é por acaso que o governo venezuelano expulsou dois militares dos EUA por conspiração.

Reforçamos o chamado a todos os multiplicadores revolucionários a construir fileiras contra o inimigo de classe capitalista e imperialista. A classe operária, que se prepare para uma possível conjuntura difícil, não confia no inimigo burguês, que historicamente provou ser traiçoeiro. Se a burguesia pró-imperialista tentar se aproveitar deste momento de dor do povo humilde e explorado, as massas deverão responder com força e aplicando a violência revolucionária.

O socialismo só se constrói com a aliança operário-camponesa no poder e o povo em armas!

PCMLV

Caracas, 5 de março de 2013