UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

terça-feira, 29 de abril de 2025
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EUA condenam cidadão que denunciou tortura

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TorturaA Justiça norte-americana, conhecida por condenar inocentes como Sacco e Vanzetti e Mumia Abu Jamal, acaba de cometer mais uma injustiça punindo John C. Kiriakou  a 30 meses de prisão por ter denunciado a prática de tortura pelo Exército dos EUA em Guantánamo. A condenação de Kiriakou se deu com base na Lei de Proteção das Identidades de Inteligência, que permite ao governo dos EUA prender e torturar quem é suspeito de terrorismo.

 John C. Kiriakou trabalhou para a CIA durante 14 anos, mas não aceitou participar de sessões de torturas em pessoas que eram apenas suspeitas de terrorismo e resolveu denunciar esse crime a um repórter.  Recentemente, o site WikiLeaks tornou público mais de 700 documentos confidenciais do governo dos EUA que comprovam que pelo menos 150 suspeitos levados à prisão de Guantánamo desde 2002 eram inocentes. Estes relatórios do Pentágono revelaram a utilização de métodos violentos e de táticas de interrogatório, como privação de sono e exposição prolongada a baixas temperaturas. A condenação de inocentes é uma constante nos Estados Unidos.

Vale lembrar que desde setembro de 1998, cinco patriotas cubanos – Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Fernando González, Antonio Guerrero e René Gonzáles –,  se encontram presos em Miami, acusados ​​de espionagem, apesar do testemunho de três aposentados do Exército dos EUA, generais e um almirante aposentado terem afirmado a inexistência de qualquer evidência de conspiração contra o governo. É essa democracia que o Jabor quer ver implantada no Brasil. Cruz credo!

Da Redação 

A Batalha de Stalingrado

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"Avançar, a Vitória está próxima!"batalha de Stalingrado terminou em 2 de fevereiro de 1943 com a vitória dos comunistas e a derrota dos nazistas.  Marcou a virada na Segunda Guerra e é considerada a maior e mais sangrenta batalha de toda a História, causando a morte e ferimentos em cerca de dois milhões de soldados e civis.

A vitória em Stalingrado significou a derrota militar, psicológica e moral dos nazistas. Os invasores foram destroçados, “cozinhados no grande caldeirão de Stalingrado”. Sobre esse período, Stálin escreveu: “O estado moral do nosso exército é superior ao do exército alemão, pois ele defende a Pátria contra os usurpadores estrangeiros e acredita na justeza da própria causa, ao passo que o exército alemão conduz uma guerra espoliadora e pilha o país alheio, não tendo a possibilidade de acreditar, por um minuto sequer, na justeza de sua obra infame”.

A partir de Stalingrado, foram dadas as condições para que dezenas de outras cidades por toda a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) se libertassem do jugo do inimigo em 1943 e 1944, o que estabeleceu as condições para a expulsão definitiva dos invasores da grande pátria russa.

Com todos estes êxitos, a URSS preparou uma gigantesca contraofensiva para libertar, no início de 1945, os países do Leste Europeu, uma grande extensão geográfica que vai desde os países banhados pelo Mar Báltico (Dinamarca, Suécia, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia e Alemanha) até a região dos Cárpatos (República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Romênia e Ucrânia). Um importante fator para essa nova vitória sobre os nazistas foi o enorme apoio recebido pelo Exército Vermelho dos povos oprimidos, em particular dos combatentes dos partidos comunistas. Após a libertação desses países, estabeleceram-se as condições para que a URSS voltasse suas energias para a derrota final do nazifascismo.

A Igreja e o Governo Soviético

Ao contrário do que diz a raivosa burguesia sobre a suposta perseguição dos comunistas soviéticos à religião, a Igreja apoiou o Governo Soviético contra os nazistas.  Frequentemente, os padres, em suas celebrações, faziam comparação dos nazistas com os “Cavaleiros Teutônicos” que foram derrotados em 1242, na planície gelada do lago Peipus, por Santo Alexandre Nevsky, patrono de Leningrado.

Apenas em algumas cidades ocupadas, os padres aderiram aos nazistas, mas, no geral, a Igreja Ortodoxa esteve ao lado do Governo Soviético, convocando seus fiéis a não trair a pátria e seus sacerdotes a “partilhar as provações e sofrimentos do povo russo”. Essa ajuda não se deu somente com palavras; além de orações, a Igreja coletava donativos para o Exército Vermelho, chegando  em Gorki a ter “recolhido um milhão de rublos para o Fundo de Defesa”, e os líderes da Igreja, após um grande trabalho de recolhimento de contribuições dos seus fiéis, “entregaram ao exército uma coluna de tanques batizada com o nome de Dimitri Donskoi (príncipe russo que derrotou os tártaros no campo de Kulikovo, em 1380)”. Por essa posição, muitos padres foram perseguidos pelos nazistas na Sérvia, Bulgária, Romênia e outros países.

Para o Partido Bolchevique e o Governo, essa aliança com a Igreja, que já vinha desde a Constituição de 1936, que garantia plena liberdade religiosa, foi também de grande importância para neutralizar os setores ainda duvidosos dos países aliados. Foi garantida a reabertura de seminários e academias teológicas e criado o Conselho para Assuntos da Igreja Ortodoxa Russa, que emitia licença para abertura e restauração de igrejas e demais assuntos referentes à religião. Isso tudo, no entanto, não significou, de forma alguma, uma volta ao passado, pois não houve reunificação do Estado com a Igreja, e esta não mais servia à exploração como fazia no regime czarista.

Na reunião dos países aliados (URSS, EUA e Inglaterra), também conhecida como Conferência de Yalta (¹), que ocorreu de 4 a 11 de fevereiro de 1945, Stálin, Molotov e os demais representantes soviéticos apresentaram o plano da tomada de Berlim. O primeiro-ministro inglês Winston Churchill e o presidente dos EUA Franklin Roosevelt, movidos pelos seus interesses econômicos e principalmente pelo receio da chegada da URSS sozinha a Berlim, propuseram que a União Soviética esperasse para que todos “juntos” chegassem à capital alemã. “Se entrarmos todos juntos, seria ótimo para a ideia das Nações Unidas”, argumentou Churchill. Nesse momento, a URSS estava a 70 km de Berlim. Stálin rejeita categoricamente a prorrogação da guerra, como na prática sugeriam os lideres imperialistas. “Se os aliados estiverem adequadamente ativos no Ocidente, estou certo de que todos estamos às vésperas da Batalha de Berlim. (…) As pessoas querem paz. Nós podemos e devemos dar-lhes a paz o quanto antes”, disse Stálin. Mesmo contra a vontade, os líderes de EUA e Inglaterra são obrigados a aceitar o acordo proposto pela URSS.

A Segunda Frente

Os chamados países aliados, EUA e Inglaterra, adiaram o quanto puderam a ajuda concreta à URSS (que estava combatendo do lado oriental). Seu objetivo era desencadear uma segunda frente de guerra (do lado ocidental) contra a Alemanha, esperando que os soviéticos fossem derrotados pelos nazistas. Vendo a impossibilidade de seu desejo se tornar realidade e temendo que a URSS derrotasse sozinha os nazifascistas, apenas em 6 de junho de 1944 foi desencadeada a Segunda Frente.

Este evento é conhecido na história como o desembarque na Normandia ou “Dia D”. Geralmente é apresentado em inúmeros livros, revistas e filmes estadunidenses como o dia determinante que garantiu a virada definitiva da guerra. Embora tenha sido importante o famoso Dia D, as forças centrais do exército nazista já haviam sido derrotadas pela URSS, que se encontrava em plena marcha para Alemanha, empurrando de volta a Berlim o que havia restado das tropas nazistas.

A ofensiva final

As condições que vinham sendo gestadas desde 1943 estavam suficientemente amadurecidas. Era chegada a hora da ofensiva final. O Exército Vermelho penetra em território alemão com a orientação de aniquilar de vez o inimigo. Chega a Berlim com uma força imensa, e essa grande e última batalha é travada de abril a maio de 1945 em Berlim.

Impotentes diante do colossal ataque soviético, com bombardeios constantes, tanques, artilharia pesada e milhões de soldados, alguns dos principais chefes nazistas, entre eles o principal, Adolf Hitler, em meio à derrota final do Terceiro Reich (como se denominou então seu governo) cometeu suicídio.

Poucos dias depois, ocorre a histórica tomada do Reichstag (o Parlamento alemão), onde um grupo de soldados soviéticos foi destacado para atingir o ponto mais alto do prédio e o fez, fincando ali a bandeira vermelha. O mesmo local que, em 1933, Hitler incendiara e desavergonhadamente acusara os comunistas de tê-lo feito. Esse ato decretou a derrota final da Alemanha nazista, que, alguns dias depois, assinava sua rendição incondicional à URSS.

Nenhum outro país teve maiores perdas materiais e espirituais que a URSS na Segunda Guerra. “Somente nos campos de concentração nazistas foram mortos mais de 3 milhões e 200 mil soviéticos e no total cerca de 23 milhões de pessoas morreram na luta contra o nazifascismo”, afirma o escritor  Ludo Martens em Stálin, um novo olhar.

Leonardo Péricles, Belo Horizonte 

Notas:

¹ Conferência de Yalta – A Conferência de Yalta foi a realização de um conjunto de reuniões ocorridas entre 4 e 11 de fevereiro de 1945 no Palácio Livadia, na estação balneária de Yalta,  às margens do Mar Negro, na Crimeia. Foi a segunda das três conferências em tempo de guerra entre os líderes das principais nações aliadas (a anterior ocorreu em Teerã, e a posterior em Potsdam). Os chefes de Estado dos Estados Unidos da América e da União Soviética e o primeiro-ministro do Reino Unido reuniram-se em segredo em Yalta para decidir o fim da Segunda Guerra Mundial.

Bibliografia:

A Grande Conspiração – A Guerra Secreta contra a Rússia Soviética – Michael Sayers e Albert E. Kahn, 6ª edição, Editora Brasiliense, São Paulo, 1959.

Stálin – Um novo olhar – Ludo Martens, Editora Revan, Rio de Janeiro, 2003.

Stálin – História crítica de uma lenda negra – Domenico Losurdo, Editora Revan, Rio de Janeiro, 2010.

O grande feito do povo soviético e do seu exército – Vassíli Riábov, Edições Progresso, Moscou, 1983 (Riábov foi oficial e da imprensa, a partir de 1950, do Exército Vermelho)

A Rússia na Guerra 1941 – 1945 – Alexander Werth – vol. 1 – Civilização Brasileira, 1966.

Stalingrado,1942 – Claudio Lucchesi – 1ª edição, CeR Editorial, São Paulo, 2009.

Europa na guerra, uma vitória nada simples – Norman Davies, Editora Record, 2009

Filme – Do Inglês  Fall of Berlin: The Restored Soviet WW 2 Epic (A queda de Berlim). Produção soviética, de Mikhail Chiaureli , 1949. Legendado em português por Glauber Ataíde. Edições CCML 2011.

Camilo Cienfuegos, chefe do Exército Rebelde Cubano

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CienfuegosEm primeiro de janeiro de 2013, comemorou-se o 54° aniversário do triunfo da Revolução Cubana. Como principais responsáveis por tal triunfo, podemos citar Fidel Castro, Raúl Castro, Juan Almeida, Celia Sánchez, Vilma Espín, Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos. Dentre eles, merece especial destaque o papel de Camilo, uma vez que assumiu o comando do Exército Rebelde após o triunfo da Revolução.

Autêntico herói popular, nascido em Havana, em 7 de fevereiro de 1932, sua curta vida de 27 anos foi muito parecida à de muitos jovens de sua geração: terminou a escola primária superior e tratou de seguir estudos de artes plásticas na Escuela de San Alejandro. A impossibilidade de continuar seus estudos frustrou nele sua vocação artística.

Emigra para os Estados Unidos, em busca de melhorar sua condição econômica. Limpa pisos e cristais, além de trabalhar como empacotador. Quando regressa a Cuba, participa de ações estudantis contra a tirania de Batista e, em uma delas, é ferido por uma bala.

Regressa aos Estados Unidos e dali parte para o México, com a intenção de se incorporar ao Movimento 26 de Julho, cujo idealizador era Fidel. Expedicionário do Granma, desembarca em Las Coloradas e é um dos 12 sobreviventes que sobem a Sierra Maestra. Destaca-se como um dos melhores guerrilheiros e fica encarregado de levar a guerrilha às planícies de Bayamo. Sua valentia e força frente ao inimigo o coroam de glória. Depois disso, foi atribuída a Camilo a histórica missão de levar, até o Ocidente, a Coluna 2 Antonio Maceo – que recebeu esse nome em homenagem ao chefe do exército libertador de Cuba na Guerra de Independência no século XIX.

Juntamente com Che, aniquila o poderio militar de Batista no centro de Cuba e recebe a missão de avançar para Havana e tomar a liderança do exército inimigo.

Fiel à sua origem de classe e desde seu honroso cargo de chefe do Exército Rebelde, diz: “… o trabalhador quer armas e nós, o Exército, vamos dar aos trabalhadores essas armas […], os operários querem instrução militar e nós daremos a esses operários instrução militar”, pois “o Exército Rebelde é o povo fardado”.

Em 1959, devido à traição de Hubert Matos, na província de Camaguey, Camilo foi para lá a fim de deter as forças contrarrevolucionárias e solucionar politicamente os resíduos e sequelas da confusão gerada pela manobra traidora. Em 28 de outubro, quando regressava a Havana, em um voo, Camilo foi vítima de um acidente aéreo devido a falhas técnicas na aeronave.

Desaparecido entre a tempestade e o mar, deixa seu vivo exemplo revolucionário. Camilo é, e sempre será, esse modelo do máximo que pode dar uma pessoa entregue à causa revolucionária, e que se define em uma palavra: Vanguarda.

Diogo Belloni, militante da UJR

Fontes:
William Gálvez, Camilo, señor de la vanguardia, La Habana, 1979.
Antonio Núñez Jiménez, En marcha com Fidel – 1959, La Habana, 1982

Eu canto, porque não está certo
Que você esteja morto, Camilo.
Eu canto, porque você está vivo
E não porque você está morto

Canto a Camilo, de Carlos Puebla

Novos protestos exigem queda do governo egípcio

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EGITOManifestações no Cairo, Alexandria e em outras cidades egípcias marcaram, no último dia 25 de janeiro, o segundo aniversário do levante popular que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak. Retomando a palavra de ordem de “Pão, Liberdade e Justiça Social” utilizada dois anos atrás, os manifestantes exigiam uma “nova revolução” e a saída do atual presidente, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, acusado de trair os ideais que inspiraram a revolta em 2011. “Tomem as praças para cobrar as reivindicações da revolução”, dizia a convocatória dos protestos, que deixaram um saldo de mais de 50 mortos e 530 feridos após a repressão policial ordenada pelo governo.

No dia seguinte, novos protestos aconteceram na cidade de Port Said, depois que 21 pessoas foram condenadas à morte pelos confrontos que tiraram a vida de 74 torcedores durante uma partida de futebol entre as equipes do Al Ahly e do Al Masry, no ano passado. Dessa vez, 30 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas. A torcida organizada do Al Ahly afirma que os policais responsáveis pela segurança da partida não foram punidos e que apenas torcedores foram condenados. No próximo dia 9 de março, a justiça egípcia divulgará a sentença para os outros 52 acusados.

Crise e revolta

Esses protestos, aparentemente motivados por causas diferentes, são alimentados pelo sentimento de insatisfação que cresce entre a população em relação aos rumos tomados pelo atual governo. De fato, passados dois anos das jornadas que derrubaram a ditadura de Mubarak, o país ainda vive uma grave crise econômica, sofre com a fome e o desemprego, o exército continua exercendo forte influência nas decisões do governo e a repressão ao povo persiste.

Nos últimos meses diversas medidas do governo têm aumentado o poder do presidente e pavimentado o caminho para uma nova ditadura. A mais recente dessas medidas foi adotada no dia 27 de janeiro, quando o presidente Mohamed Mursi decretou estado de emergência nas cidades estratégicas de Porto Said, Ismailia e Port Suez, localizadas ao longo do canal de Suez, e ordenou toque de recolher noturno por 30 dias, dando ao exército poder de polícia, após protestos que deixaram cerca de 40 mortos e quase 600 feridos.

Além disso, o chefe do estado-maior das forças armadas do Egito, Abdel Fattah al Sisi, tem dado declarações nas quais afirma que “os desafios econômicos, políticos e sociais que o Egito enfrenta representam uma verdadeira ameaça à segurança do país e à coesão do Estado”. Disse mais que “a continuação do conflito entre as diferentes forças políticas e suas diferenças em relação ao comando do país podem levar ao colapso do Estado e ameaçam gerações futuras. A continuação desse cenário sem ser resolvido conduzirá a consequências graves que influenciarão a estabilidade”. O militar também defendeu a ideia de que o exército continue a controlar o país e que as forças armadas sejam “o bloco coeso e sólido” da nação.

A retomada das grandes manifestações por mudanças verdadeiras no Egito revela a disposição do povo de fazer avançarem as conquistas. Iniciaram um processo de construção de uma nova história e, agora, querem chegar até o fim, até a mudança do regime de opressão e sua libertação definitiva.

Da Redação 

Chávez: “Estou batalhando de novo por minha saúde”

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ChávezO governo venezuelano divulgou nesta sexta-feira (15/02) as primeiras imagens do presidente Hugo Chávez, que se recupera em Havana da quarta cirurgia contra um câncer na região pélvica.

Para desespero da grande burguesia internacional e da oligarquia venezuelana,  “o presidente Hugo Chávez está cada dia melhor e mais incorporado às suas funções”, afirmou o  ministro da Ciência e da Tecnologia da Venezuela, Jorge Arreaza, depois de visitar Chávez em Havana. Segundo o ministro, Chávez já  deixou o pós-operatório e entrou em uma nova etapa de tratamento contra o câncer diagnosticado em meados de 2011. Logo após a cirurgia de 11 de dezembro passado, Chávez enfrentou uma insuficiência respiratória. Embora ela persista, vem sendo tratada com sucesso e o presidente se encontra  na plenitude de suas faculdades intelectuais.

Comprovando a afirmação do ministro, Hugo Chávez enviou uma mensagem assinada de próprio punho aos líderes latino-americanos e caribenhos que participaram  da Cúpula da Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe (Celac), em Santiago. “Lamento não poder comparecer a esse evento em Santiago do Chile. Como é do conhecimento de todos, desde dezembro do ano passado estou batalhando de novo por minha saúde na Cuba revolucionária”, disse Chávez na carta, lida pelo vice-presidente Nicolás Maduro durante a reunião. Maduro acrescentou que  “o presidente está na batalha, ciente da situação que tem vivido, do difícil do pós-operatório, do que está acontecendo em nosso país, informado do que acontece, disciplinado com seu tratamento, cumprindo as recomendações dos médicos”.

Chávez recebeu permissão da Assembleia Nacional e do Tribunal Supremo de Justiça  para se ausentar do país até que esteja recuperado. Porém, a oposição direitista deseja que ele retorne a Caracas mesmo sem ter se curado da doença. Na realidade, a direita da Venezuela, o imperialismo e todos os seus lacaios querem a sua morte. Não aceitam os avanços sociais nem as nacionalizações realizadas pelo governo. Com efeito, em 14 anos, o presidente Hugo Chávez nacionalizou multinacionais como a Cargill, colocou a petroleira PDVSA sob controle popular e  estatizou empresas agroindustriais, metalúrgicas e de construção civil.

Além disso, a mortalidade infantil foi reduzida de 25 por 1.000 crianças para menos de 13 por 1.000; 96% da população passou a ter acesso à água; de 18 médicos por 10.000 habitantes, agora são 58; 13.721 clínicas médicas foram construídas nos bairros pobres (crescimento de 169,6%) e 350 mil casas populares foram entregues.

Por essas razões, o povo continua com Hugo Chávez e, sucessivamente,  vem derrotando nas eleições a direita e seus meios de comunicação – e vai às ruas apoiar o tratamento de saúde do seu presidente.

Da Redação

Quem se lembra de Neto Maranhão?

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Neto MaranhãoNo país da Copa de 2014, cuja estimava de custo total é de R$ 80 bilhões, a falta de infraestrutura da imensa maioria das equipes do futebol brasileiro beira o absurdo. Há um grande esforço por parte da grande mídia, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e dos megapatrocinadores em apresentar o fato de que o futebol nacional ganhou novos ares nos últimos tempos. Mas nada que se sustente a um olhar mais atento. A saída do corrupto Ricardo Teixeira da presidência da CBF não mudou em nada a estrutura do futebol no País, até porque em seu lugar ficou o ex-governador biônico de São Paulo José Maria Marin, acusado, entre outras coisas, de delatar aos órgãos de repressão da ditadura militar o jornalista Vladimir Herzog.

No noticiário esportivo, o que vemos são salários milionários, carros e imóveis de luxo e todo tipo de regalias  que os jogadores têm a sua disposição. A realidade é bem diferente, porém.

Os levantamentos sobre as condições de salário e de vida dos jogadores de futebol mostram que 76% recebem até dois salários mínimos, 21% até vinte salários e apenas 3% recebem os altos salários tão exaltados.

Pior é a condição de trabalho desses atletas. No ano passado, ao participar de uma “peneira” no Vasco da Gama (um dos maiores clubes do País), um jovem de 14 anos passou mal e, sem o devido atendimento, morreu antes mesmo de chegar ao hospital. No início deste ano, outro caso chamou atenção pelo tratamento dispensado aos atletas. Neto Maranhão, de 28 anos, jogador do Potiguar, da cidade de Mossoró (RN), sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu em campo, debaixo do calor de 34 graus em que o time se preparava para a estreia no campeonato estadual. O Potiguar não tem médico contratado, enfermeiro e nenhum outro profissional da área de saúde. Desmaiado o jogador, necessitando ser levado para um hospital, constatou-se que não havia sequer uma maca no local.

Depois de sua morte, parte da história veio à tona e ficou claro que não se tratou de uma fatalidade. No último clube por que passou, o Biguaçu, de Santa Catarina, foi descoberto que tinha um problema cardíaco que impediria sua continuidade na prática esportiva. Ao se apresentar ao Potiguar, nenhum exame foi feito pelo clube, e alegaram os dirigentes terem recebido exames trazidos pelo próprio jogador.

Quer dizer, para evitar os custos dos exames médicos, o clube transferiu ao jogador toda a responsabilidade sobre sua própria saúde. Um jogador de futebol, aos 28 anos, diagnosticado com problemas cardíacos, precisaria, no mínimo, interromper temporariamente sua carreira para tratamento. Mas a falta de acompanhamento e preparo no início da vida de atleta, o abandono dos estudos e, principalmente, a falta de outra formação profissional, deixam o jogador refém dos clubes e suas imposições. Neto escolheu seguir sua carreira, não para ganhar milhões ou adquirir carros de luxo, mas para conseguir manter sua família e pagar suas contas no fim do mês, como tantos outros trabalhadores que aceitam trabalhos danosos à saúde o fazem para conseguir sobreviver.

Diante do ocorrido, o Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio Grande do Norte solicitou à Federação Potiguar de Futebol (FPF) e ao Ministério Público Estadual o adiamento do início do campeonato, com a exigência de que os jogadores façam exames médicos antes de entrar em campo. Prontamente, a Federação se fez contrária ao pedido, alegando que isso representaria “custos para as equipes” e dificultaria a campanha de marketing já em andamento.

Quanto a Neto Maranhão, apenas uma nota de pesar publicada no site da FPF.  Para eles, Neto Maranhão é só mais um trabalhador morto em serviço, mas que rapidamente pode ser “reposto” por alguma jovem promessa vinda da periferia de Natal ou de qualquer outra cidade do interior do Rio Grande do Norte, empobrecido e castigado pela seca.

Rafael Pires,
membro da coordenação da UJR

Governo volta a culpar Natureza por tragédias no Rio

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ChuvasMenos de dois anos depois das fortes chuvas que deixaram 916 mortos e 345 desaparecidos na região serrana, o Rio de Janeiro foi mais uma vez atingido por temporais que deixaram um rastro de destruição e mortes, marcando o início do ano com sofrimento e desespero para milhares de famílias que assistiram impotentes seus poucos pertences serem levados pelas águas.

Ao todo, três pessoas morreram e pelo menos 4.375 ficaram desabrigadas em cinco cidades (Angra dos Reis, Duque de Caxias, Seropédica, Petrópolis e Teresópolis). As maiores perdas aconteceram em Angra, onde 160 pessoas ficaram desabrigadas e 2.700 foram desalojadas. Já em Duque de Caxias, houve 400 desabrigados e mais de mil desalojados.

No distrito de Xerém, o mais atingido em Duque de Caxias, o temporal fez os rios e córregos da região subirem rapidamente, arrastando casas inteiras, deixando carros empilhados e destruindo quatro pontes que ligam a região ao resto da cidade. “O rio subiu em minutos. Ouvi um estrondo e, quando percebi, a minha casa estava alagada. Corri para tirar minha mulher e minha filha. Saímos com a roupa do corpo”, disse o motorista Carlos Alberto Silva, 47 anos, que teve sua casa destruída pela força das águas.  “Acordei com um forte estrondo e só deu tempo de descer as escadas antes de desabar”, contou a dona de casa Osana Ferreira, de 41 anos. “Acordei e, quando vi, tinha água já na porta de casa. Não consegui tirar a geladeira nem a máquina de lavar”, lamenta dona Lena Pereira, de 57 anos.

Dias depois, em 17 de janeiro, uma adolescente morreu e duas crianças ficaram feridas em Niterói depois que um muro desabou sobre elas, enquanto que em Mendes, no Sul do Estado, uma criança de quatro anos morreu após o deslizamento de uma barreira.

Diante dessas tragédias, a primeira reação dos governos e dos grandes meios de comunicação foi se dizerem surpresos e jogar a culpa no excesso de chuvas, no lixo acumulado nas ruas e na insistência da população em morar em áreas de risco. Mas será justo colocar a responsabilidade na natureza e na população pobre por algo que poderia ser evitado pela ação governamental? Será que já não existem tecnologia e recursos suficientes para dar segurança a essas regiões e condições dignas de moradia a essas famílias? Por que os recursos arrecadados com os impostos pagos pela população não têm sido utilizados para evitar que, todos os anos, essa mesma história se repita?

Logo, não é da natureza, mas da ineficiência dos governos, a responsabilidade por famílias inteiras perderem suas casas e vidas serem ceifadas por conta das chuvas. Se nenhuma medida efetiva for tomada, novas tragédias acontecerão e mais vidas e famílias serão destruídas. É preciso o aumento e a efetiva aplicação das verbas para programas de prevenção de desastres, o fim da especulação imobiliária, a construção de moradias de qualidade e bem localizadas e melhores condições de vida para a população trabalhadora para evitar mais tragédias deste tipo, até porque as chuvas continuarão a cair e cabe, portanto, às chamadas autoridades se anteciparem aos fatos, preservando o que há de mais importante, que é a vida humana.

Heron Barroso, Rio de Janeiro

Manifestação pede desapropriação em Diadema

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Manifestação em DiademaNo dia 30 de janeiro, cerca de 100 famílias saíram da periferia de Diadema em direção ao centro, para cobrar da nova prefeitura a aceleração do processo de desapropriação.

O movimento está organizado desde 2008 nessa cidade da Região Metropolitana de São Paulo. Organizou diversas lutas, promoveu duas ocupações (Olga Benário e Lucineia Xavier) e obteve da prefeitura anterior a garantia de desapropriação de uma área que totaliza 13 mil metros quadrados, suficientes para a construção de moradias para 300 famílias.

Infelizmente, processos como este empacam na burocracia do Estado e no direito da propriedade privada, mesmo quando esta não cumpre sua função social. No caso do terreno citado, nem se sabe ao certo se há um dono. No entanto, a justificativa da prefeitura é que,  antes de mais nada, um juiz deve dizer qual o valor do terreno.

Em 2012 o movimento conquistou uma parte do valor da desapropriação, mais de R$ 500 mil, depositados em juízo. Porém ainda se aguarda a definição de qual o valor exato para que a desapropriação seja concluída.

Durante o ato, várias pessoas falaram e puxaram muitas palavras de ordem, como “Prefeito, desapropria, nós queremos a nossa moradia”.

Ao chegar ao centro de Diadema, um barracão foi armado e todos puderam comer o cachorro-quente organizado pelo movimento. Em seguida, representantes da prefeitura foram para a praça.  Na reunião, o secretário de Habitação deixou claro que não concorda com este tipo de luta e disse que não aceitaria pressões como aquela. Os representantes do MLB pressionaram para que ele tomasse alguma posição e ele aceitou parte das reivindicações. Uma agenda de reuniões e visitas ao terreno foi marcada.

As famílias estão em alerta e diversas lutas estão sendo organizadas, cientes todos de que apenas desta maneira poderão conquistar o que é seu. Por direito.

Carolina Vigliar, Diadema

O descaso com as mulheres grávidas

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Maternidade: um caosO problema da falta de maternidades é muito evidente no Recife e em muitas cidades brasileiras onde a saúde pública se encontra no caos e os leitos que se destinam às mulheres, em especial às grávidas, são insuficientes. Um fim de semana acompanhando uma parturiente com nove meses de gestação, em início de trabalho de parto, até sua saída da maternidade, foi suficiente para ver in loco o que já havíamos constatado em matérias na imprensa.

Isso porque estávamos no principal hospital de referência materno-infantil de Pernambuco, o Imip, para onde é encaminhada grande parte das gestantes com gravidez de risco do Estado.

Chegamos logo cedo, às cinco da manhã, para evitar a hora do burburinho. Na triagem, recebemos uma fita amarela, que indicava o grau de pouco risco e a não prioridade no atendimento. Iam chegando grávidas por todos os lados, com os mais diversos problemas. Os mais comuns são o de parturientes com pressão alta e mulheres com gravidez de sete meses com bolsa estourada. E quem não se encaixa nesse perfil fica esperando sua vez sem nenhum conforto ou assistência, causando indignação e algumas manifestações de revolta, já que as mulheres buscam o serviço de saúde pública num momento de muita sensibilidade, com dores de contrações e na iminência de trazer para o mundo um ser gerado no seu ventre.

O processo de parto pode demorar dois, três ou mais dias. Mas com a falta de leito e as incertezas que gera o atendimento insuficiente e negligente, as grávidas que não são consideradas de urgência esperam lá mesmo, dormindo em cadeiras ou dividindo as camas do setor de triagem, aguardando vaga.

Esta realidade se reproduz em centenas de maternidades públicas no País, onde grávidas estão sujeitas ao descaso, verdadeiros assassinatos de bebês por falta de assistência materno-infantil. Maternidades superlotadas negam atendimento às grávidas que perambulam por várias unidades, como aconteceu na maternidade municipal da Vila Nova Cachoeirinha (em São Paulo), em Vitória do Espírito Santo, em Ilhéus, na Bahia…

O Sindicato dos Médicos de Pernambuco tem denunciando de longa data o caos do sistema materno-infantil no Estado. No entanto, a falta de uma política, por parte dos sucessivos governos, nos diversos níveis, que contemple a ampliação de vagas ou novas unidades de atendimento, concursos públicos para profissionais da saúde, melhores condições de trabalho, salários dignos, provocaram a situação caótica a que esse serviços estão submetidos.

A desumanidade tem sido a tônica ao longo dos anos de descaso com a saúde pública, em especial com a saúde das mulheres grávidas. Nove meses gerando um novo ser humano em seu corpo para chegar o momento do seu nascimento – que normalmente vem acompanhado intensa de dor física – encontram um total desamparo do serviço público de saúde. As crianças filhas de pais das classes não abastadas já nascem no abandono, sentindo o peso da sociedade capitalista, em que o dinheiro é o que importa e o ser humano não passa de mão de obra barata para enriquecer um punhado de magnatas que usurpam e sugam o que há de mais humano em nós.

Guita Marli, Recife

Ensino superior privado piora no país

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O ensino superior brasileiro é caracterizado pelo domínio das instituições particulares, que representam mais de 85% das faculdades, universidades e institutos superiores de educação. No último censo, divulgado em 2009, havia 2.314 instituições de ensino superior e, dessas, apenas 245 eram públicas. A última Síntese de Indicadores Sociais (SIS) revelou que 74,8% dos estudantes estão em faculdades ou universidades particulares. O que mostra a falta de preocupação do governo brasileiro com a educação no nível superior.

As consequências para os estudantes das instituições particulares não se limitam aos altos valores das mensalidades. Também são cobradas taxas abusivas para retirar documentos. E faltam professores, a infraestrutura é precária, o assédio moral é grande para os que atrasam o pagamento, e muito mais. Tudo isso, é claro, reflete-se na qualidade do ensino.

Em dezembro de 2012, o MEC divulgou uma lista de cursos nas áreas de arquitetura e urbanismo, engenharia, química, história, letras, pedagogia, música e computação, entre outras, que foram punidos e tiveram os vestibulares deste ano cancelados por terem, repetidamente, recebido nota baixa na avaliação do MEC. Essa avaliação acontece por grupos de cursos, de forma que cada curso é avaliado a cada três anos, o  que deixa aberta a possibilidade de vários outros cursos estarem funcionando com qualidade abaixo da exigida pelo MEC.

Entre os itens avaliados para compor a nota estão a infraestrutura (salas de aula, laboratórios, prédios), quadro de professores com mestrado e doutorado, projeto pedagógico (planejamento da instituição para o ensino durante o ano ou semestre), professores dedicados integralmente à instituição e a nota dos estudantes no Enade. Dessa forma, o MEC define uma nota de um a cinco para avaliar a qualidade do curso e da instituição.

Os cursos com nota um ou dois são considerados “reprovados” e ficam sob avaliação. Além desses cursos que tiveram vestibulares cassados, outro grande grupo está sendo acompanhado, pois tiveram pequenas melhoras, mas precisam apresentar mudanças em até 180 dias para abrirem novas vagas.

Para mostrar que essa situação não ocorre apenas com instituições sem tradição e crédito, entre os cursos reprovados estão alguns de instituições como Unicap (Pernambuco), UNG (Guarulhos), Metodista (São Paulo), PUC (Minas), Fundação (Santo André), FMU (São Paulo) entre outras. Além de alguns institutos federais (IFs).

Essa situação nos mostra, mais uma vez, que a educação superior no Brasil está sendo encarada como um grande negócio, no qual as instituições se limitam a uma qualidade mínima de ensino apenas para “manter” o curso e ludibriar os estudantes. Com isso, muitos profissionais são formados sem, ao menos, terem entrado em um laboratório ou participado de uma quantidade considerável de aulas práticas.

O papel social da educação também foi esquecido nessas instituições. Não há a preocupação com a formação de cidadãos que possam mudar e construir uma nova sociedade. Com isso, somos todos nós que perdemos. Somos nós que sofremos com médicos e enfermeiros, engenheiros, professores e educadores, entre outros profissionais, que não estão capacitados para tomar decisões capazes de influenciar a vida de um de nós ou de toda nossa sociedade.

Precisamos imediatamente lutar para educar o povo, a fim de conquistarmos a melhoria da qualidade de vida e a formação de homens e mulheres livres numa sociedade mais justa, a sociedade socialista! Uma sociedade em que todos tenham o apoio e o direito de ser cada vez mais instruídos e capazes de evoluir e avançar para uma condição de existência humana em que sejamos construtores da vida justa e plena.

Lucas Marcelino,
presidente do DCE das Faculdades Oswaldo Cruz, São Paulo

Estudantes de medicina debatem educação e saúde públicas

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Com a participação de mais de 300 estudantes, de 6 a 13 de janeiro, na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), realizou-se o Congresso Brasileiro dos Estudantes de Medicina (Cobrem). Este grande encontro de caráter deliberativo da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem) cumpre um importante papel na organização do movimento estudantil ao organizar diversos centros e diretórios acadêmicos de todo o País na construção coletiva do planejamento estratégico das principais bandeiras de luta dos estudantes de medicina para este ano, bem como elegendo e empossando as novas coordenações.

Aprofundando a discussão nos temas de conjuntura nacional e internacional, saúde e educação, evidenciam-se no País processos de reformas governamentais que legitimam a precarização e a retirada de direitos da classe trabalhadora, através da desresponsabilização do Estado e o incentivo à iniciativa privada que acontece atualmente de diversas formas.

Na saúde, o avanço das políticas neoliberais destituem qualquer forma de controle popular, o que fere frontalmente esse direito, como através da privatização dos hospitais universitários pela criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, a implementação das Organizações Sociais (OSs) e  das  Fundações Estatais de Direito Privado, o seu subfinanciamento, o descaso com a atenção primária, a desvalorização da multidisciplinariedade e as contradições da educação médica.

Na educação, há um fomento do ensino subordinado à lógica do mercado que determina a desvirtuação do tripé universitário ensino, pesquisa e extensão, o subfinanciamento e uma falta de amplo controle estatal das instituições pagas, sobretudo pela ausência de uma regulamentação que impeça atitudes abusivas, antidemocráticas e corporativistas. Nesse sentido, ao invés de se investir em educação publica, políticas de acesso servem para garantir a transferência de recursos para o setor privado e formação de profissionais que se adaptem facilmente às condições extremamente precárias de trabalho. Diante disso, por exemplo, tivemos em 2012 a maior greve da educação superior dos últimos anos, que envolveu docentes, técnicos administrativos e estudantes, com adesão maciça da quase totalidade das instituições federais de ensino superior.

Após uma semana de intenso debate sobre o panorama geral das realidades econômica, política e social, que hoje se expressam em nosso país, elencaram-se as principais frentes de atuação da executiva, destacando-se opressões, saúde e mercantilização da educação como temas prioritários.  Vale enfatizar que, com muita luta política, a bandeira contra toda e qualquer forma de opressão, garantindo o amplo debate sobre suas vertentes, causas e consequências, que em diversas vezes é secundarizada, torna-se prioritária para as ações praticas, educativas e formativas da Denem.

O congresso encerrou-se com uma renovação do espírito combativo para os grandes enfrentamentos que teremos ao longo do ano em defesa de uma saúde e educação 100% pública, estatal, de qualidade, integral, equânime, com amplo e efetivo controle popular, sem nenhuma subordinação aos interesses de mercado e que atendam às reais necessidades da classe trabalhadora.

Grace Urrutia,
Coordenadora-geral do DA da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais