UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quinta-feira, 7 de agosto de 2025
Início Site Página 685

Sindjor-PB instala Comissão da Verdade

0

comissão verdade jornalistasO Sindicato dos Jornalistas da Paraíba (Sindjor-PB) instalou, no último dia 3 de maio, em João Pessoa, sua Comissão da Verdade, a fim de investigar crimes cometidos pela Ditadura Militar contra jornalistas e veículos de imprensa paraibanos. Em dezembro do ano passado, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) criou sua comissão e orientou todos os sindicatos filiados a fazer o mesmo. Compõem a comissão os jornalistas João Manoel de Carvalho (ex-presidente do Sindjor-PB e hoje diretor do jornal Contraponto), Annelsina Trigueiro (professora de Comunicação Social da UFPB), Thamara Duarte (assessora de imprensa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba) e Rafael Freire (presidente do Sindjor-PB), além do advogado e professor de Direito da UFPB Eduardo Fernandes.

A comissão foi criada num importante ato político, que mobilizou quase 100 pessoas para o auditório do Sindicato dos Telefônicos. Entre os presentes, muitos jornalistas e estudantes de Jornalismo, ex-presos políticos, parlamentares cassados pelo golpe de 1964 (os ex-deputados Assis Lemos e Agassiz Almeida, que atuavam junto às Ligas Camponesas), representantes de entidades sindicais e estudantis, das Associações Campinense e Paraibana de Imprensa, da OAB, da Prefeitura Municipal de João Pessoa, dirigentes do PCR, da UJR, do PCdoB, da Consulta Popular e do PT, incluindo o vereador pessoense Fuba e o deputado estadual Anísio Maia. Também estavam presentes a Comissão da Verdade e Preservação da Memória do Estado da Paraíba e o Comitê Verdade, Memória e Justiça de Pernambuco.

Representando o comitê pernambucano, Edival Nunes Cajá, que é presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa, denunciou com veemência os crimes cometidos pelo regime ditatorial contra os militantes revolucionários de então, e afirmou que, além das vidas ceifadas e das sequelas deixadas para aqueles que sobreviveram, “a Ditadura Militar fascista atrasou, do ponto de vista histórico e econômico, o Brasil em mais de 50 anos. Estávamos num momento em que nosso país buscava um caminho de independência, de soberania, e tudo isso fui sepultado pela força da violência e da repressão”.

As duas guerras de Vlado Herzog

Para abrilhantar a noite, o convidado especial foi o companheiro Audálio Dantas, de 80 anos, presidente da Comissão Nacional da Verdade dos Jornalistas, ex-presidente da Fenaj e deputado federal constituinte. Audálio veio à Paraíba também para lançar seu mais recente livro, As duas guerras de Vlado Herzog, que retrata a biografia do jornalista iugoslavo, naturalizado brasileiro, Vladimir Herzog, assassinado sob tortura por agentes da Ditadura Militar, em 1975. A obra ressalta ainda o papel desempenhado pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (cujo presidente, à época, era o próprio Audálio) para desmascarar a falsa versão de suicídio apresentada pelos militares sobre o caso.

“Quando me perguntam quais são as duas guerras de Vlado, eu respondo: a primeira foi a guerra contra os nazistas alemães, com a fuga de sua família judia, desde a Iugoslávia, passando pela Itália, até chegar ao Brasil. E esta luta ele venceu. Mas não sabiam eles que, chegando ao nosso país, onde esperavam encontrar a paz, Vlado seria vencido pelos nazistas brasileiros, os golpistas e torturadores que comandaram a Ditadura Militar brasileira”, relatou Audálio.
Audálio deixou ainda uma lição em sua fala para o movimento sindical, ao afirmar que “é preciso sempre ter em vista qual a principal luta política a ser travada num determinado momento. Quando fizemos a denúncia sobre a morte de Vlado, estávamos levantando a bandeira do fim das torturas. Quando organizamos a primeira eleição direta para a diretoria da Fenaj, na qual fui eleito presidente, estávamos dizendo que o povo brasileiro precisava se levantar pela fim da Ditadura, pela democracia, e defender as “Eleições Diretas Já!” para todos os cargos públicos do País”.

Comissão inicia seus trabalhos

A comissão instalada já iniciou seus trabalhos, realizando reuniões de planejamento e divulgando sua criação nos cursos de Jornalismo existentes na Paraíba. Também tem dialogado com a Comissão da Verdade criada pelo governo estadual, a fim de estabelecer parcerias.
“Os primeiros passos dados foram no sentido de levantar nomes e fatos junto a jornalistas que viveram aquele período, como o sócio número um do Sindicato dos Jornalistas, o cronista Gonzaga Rodrigues (até hoje em atividade) e o militante e jornalista Hélio Zenaide. Num segundo momento, vamos viabilizar o acesso a documentos oficiais e jornais da época, bem como iniciar as entrevistas com todos aqueles que queiram dar seu depoimento sobre os casos de censura e perseguição a jornalistas e veículos de comunicação de que têm conhecimento”, afirmou Rafael Freire, presidente do Sindjor-PB.
Redação PB

Depoimentos à Comissão da Verdade revelam nomes de agentes da repressão

0

José NivaldoEm depoimento à Comissão Estadual da Verdade e Memória de Pernambuco Dom Helder Câmara, realizado em 16 de maio, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), Edival Nunes Cajá, membro do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário, e o publicitário José Nivaldo Júnior denunciaram o sequestro e as torturas a que foram submetidos, inclusive revelando nomes de torturadores e chefes da repressão, além de apresentarem provas de que os diversos órgãos repressivos agiam sob o comando do Exército, através do Destacamento de Operações de Informação e do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).

José Nivaldo, acusado de ligações com o Partido Comunista Revolucionário, foi sequestrado de sua casa em 29 de agosto de 1973 e mantido nas dependências do IV Exército, sofrendo torturas e ameaças, vindo a ser oficialmente preso, apenas, em 8 de outubro daquele ano. O publicitário apontou como um dos responsáveis pelo seu sequestro e torturas o coronel Antônio Cúrcio Neto, chefe da 2ª Seção e do DOI-Codi do então IV Exército.

Edival Cajá, que atualmente preside o Centro Cultural Manoel Lisboa, foi sequestrado em 12 de maio de 1978, sendo instalado inquérito na Polícia Federal somente três dias depois, graças à ampla campanha de denúncias promovida pelo movimento estudantil e por dom Helder Câmara.

Em seu depoimento, afirmou que o coronel Gabriel Antônio Duarte Ribeiro foi o primeiro a interrogá-lo: “Era, visivelmente, quem dirigia a equipe de agentes da Polícia Federal”. Segundo Cajá, o coronel Ribeiro apresentou-se na ocasião como “Dr. João Carlos”. Cajá relacionou ainda na lista dos seus torturadores: Marcos Alexandre Cavalcanti, José de Arimateia, Fidélis Guilherme Novelli, Marcelo e Crêunio (Satanás).

Descreveu as torturas a que foi submetido e pediu que a Comissão apurasse as acusações de tortura que pesam contra os oficiais superiores do Exército que atuavam em Pernambuco na época da repressão e teriam envolvimento com o sequestro, as torturas e a morte de Manoel Lisboa e Manoel Aleixo: Antônio Cúrcio Neto, Vilarinho Neto e Gabriel Duarte Ribeiro.

Ambos os depoentes denunciaram o assassinato do dirigente do PCR Manoel Lisboa de Moura, morto após 16 dias de tortura na sede do DOI-Codi, no IV Exército, no Recife, em 4 de setembro de 1973. José Nivaldo viu Manoel Lisboa enquanto esteve sequestrado. Segundo ele, Manoel estava “esbagaçado, em estado indescritível do ser humano”. Nivaldo contestou a versão oficial de que Manoel foi morto em um tiroteio em Moema, na cidade de São Paulo.

Cajá ainda forneceu informações para que sejam apuradas as responsabilidades pelas mortes de outros dirigentes do PCR assassinados pela Ditadura: Amaro Félix Pereira, desaparecido político desde 1971; Amaro Luiz de Carvalho, morto a pauladas e envenenamento na Casa de Detenção do Recife em 22 de agosto 1971, faltando poucos dias para concluir sua pena; Manoel Aleixo da Silva, sequestrado de sua casa em 26 de agosto de 1973 e cujo corpo está desaparecido até hoje; e Emmanuel Bezerra dos Santos, assassinado sob terríveis torturas no DOI-Codi de São Paulo, depois de haver sido sequestrado pela Operação Condor, quando voltava de missão internacionalista no Chile e Argentina. Emmanuel foi sepultado na mesma cova para onde levaram Manoel Lisboa, tendo sido ambos enterrados como desconhecidos.

Thiago Santos, Recife

Urgente: Preso político na manifestação contra aumento das passagens no RJ

1

Caio Brasil, preso político na manifestação no aumento das passagensO Jornal A Verdade republica nota da AERJ – Associação dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro -, na qual denuncia a prisão política de Caio Brasil, militante da União da Juventude Rebelião (UJR).

URGENTE: Nossos companheiros viram presos políticos!

Após o protesto vitorioso de ontem, nosso companheiro Caio Brasil, estudante de engenharia da UFRJ foi detido e preso injustamente e sem provas, acusado de furto qualificado, quando estava voltando para sua casa. Junto com ele, também foi presa uma estudante de história da UFF, Juliana Viana, um mendigo acusado de formação de quadrilha e um cadeirante acusado de fugir da polícia.

Ao todo, foram mais de 30 pessoas presas quando voltavam para suas casas depois da manifestação.

Caio Brasil e Juliana Viana foram transferidos para Bangu 3 esta manhã. Na delegacia de polícia, os policiais disseram que o crime é inafiançável.

Em pleno 2013, depois da queda da ditadura, ainda existem as prisões políticas. Esse é o exemplo da polícia despreparada que temos. Esse é o exemplo da nossa ‘democracia’. Agora mesmo que não vai ser por R$ 0,20!

Participem divulgando as fotos da campanha de libertação no facebook, participem também do evento e compartilhem essa matéria para outras pessoas.

Libertação de Caio Brasil

Saudações estudantis.

Atualizado em 20/06/2013

Somente hoje o estudante de história foi libertado, depois de passar dois dias detido.

Em sua conta do Facebook o estudante declarou estar muito contente com todas as mensagens de apoio que chegaram.

Fez ainda a questão de destacar uma mensagem de Che Guevara: “Podem matar uma duas até três rosas mas nunca deterão a primavera”.

Racismo e drogas – internação compulsória

Racismo e drogas - internação compulsóriaEm referência ao primeiro tema do título acima, pela primeira vez na história do Brasil, o negro presidente da mais alta Corte do País, conforme editorial de Mino Carta na revista Carta Capital, “denuncia a falta de pluralismo da mídia e o racismo reinante nas redações e fora delas”.

Ante uma plateia internacional, em San José da Costa Rica, onde se realizou um congresso promovido pela Unesco sobre liberdade de imprensa, no discurso pronunciado em inglês, o ministro Joaquim Barbosa disse que os três jornalões brasileiros (Estadão, Folha e Globo), pecam pela “falta de pluralismo”, pela “fraca diversidade política e ideológica”, inclinando-se “para a direita no campo das ideias”. Em relação ao tratamento desigual a brancos e negros, pronunciou: “As pessoas são tratadas de forma diferente, de acordo com seu status, sua fortuna e a cor da sua pele: isso tudo tem um papel enorme no sistema judicial, especialmente em relação à impunidade”. Bravo, Excelentíssimo Senhor Doutor Presidente do Supremo Tribunal Federal!

Quanto às drogas, cito Uma carta para Dilma do insigne jurista Walter Fanganiello Maierovitch: “Acaba de acontecer em Brasília o Congresso Internacional sobre Drogas… O tratamento compulsório é adotado de forma policialesca em São Paulo e no Rio de Janeiro… Os participantes do Congresso Internacional elaboraram a denominada Carta de Brasília em Defesa da Razão e da Vida. E nessa fundamental carta que a presidenta Dilma vai receber, consta o alerta: “Vemos com indignação autoridades do Governo Federal a se pronunciar a favor dessa prática. Conforme o relator especial sobre tortura e outros tratamentos cruéis ou desumanos, junto ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, a internação forçada de dependentes químicos constitui tortura”.

Elio Bolsanello – SP

Rebelião da juventude contra o aumento das passagens também em Maceió

Rebelião da juventude também em MaceióSeguindo as grandes manifestações contra o aumento das passagens no transporte coletivo em todo o país, a juventude de Maceió foi às ruas e tomou a Avenida Fernandes Lima, principal avenida da cidade, contra a proposta de aumento da passagem de R$ 2,30, para R$ 2, 85.

Um verdadeiro absurdo, pois Maceió tem o pior sistema de transporte entre as capitais brasileiras, além de ter uma das piores rendas per capitas do país.

Realmente foi um dia histórico. A manifestação contou com a participação de cinco mil pessoas, em sua maioria estudantes universitários e secundaristas, mas a presença de trabalhadores também foi significativa, diversos sindicatos apoiaram a manifestação.

Assim como em vários lugares do país e do mundo, a praça também foi o lugar escolhido para ser palco da mobilização. Assim, o ato começou às 17 horas, com duas mil pessoas saindo da Praça Centenário, localizada próximo ao Centro da Maceió.

Na medida que a manifestação se aproximava do Centro da cidade, centenas de pessoas chegavam de todos os lugares. Em pouco tempo mais de 5 mil pessoas já tomavam conta das ruas. Foi a maior manifestação dos últimos anos na cidade. Os cartazes chamaram a atenção com dizeres: “Saimos do facebook e fomos para a rua”, “ primavera brasileira” e “o povo acordou”.

Para Lucas Barros, do DCE-UFAL, “essa mobilização representou o avanço na consciência da juventude que está disposta a ir às ruas para lutar e conquistar o passe-livre e barrar o aumento.” Jeamerson Santos, do Sintufal (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas), declarou que não tem dúvida “que a participação dos trabalhadores vai crescer na próxima manifestação e que o movimento vai ser vitorioso.”

Após fechar o centro da cidade, a manifestação ocupou as ruas da Fernandes Lima, com palavras de ordem como: “Pula, sai do chão, contra o aumento do busão” e “ Vem, vem, vem para a rua, contra o aumento.”

É importante registrar a disposição de lutar de todos os manifestantes, que mesmo após a ação de alguns provocadores, se manteve unida e disposta a seguir a luta. Quem participou da manifestação se emocionou com a combatividade expressada no rosto de todos os presentes.

A grandiosa manifestação foi encerrada às 21hs com todos os cinco mil manifestantes realizando o famoso libera-catraca e indo para as suas casas sem pagar nenhum centavo e garantindo que as pessoas que estavam nas paradas também não pagassem a passagem.

Ao final, diversas entidades e organizações políticas realizaram uma avaliação do ato e preparação do próximo, que já tem data marcada, próximo dia 20, mesma data das outras mobilizações nacionais. Representando o Partido Comunista Revolucionário, Magno Francisco avaliou o ato como a expressão da força da juventude e convocou os manifestantes para as próximas mobilizações afirmando: “O dia de hoje foi histórico, mas com certeza o próximo vai ser maior”

Redação AL

MP dos Portos: avanço das privatizações

MP dos Portos: avanço das privatizaçõesEm discurso no plenário do Senado Federal, no último dia 28 de maio, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) criticou duramente o que classificou como “medidas de desnacionalização da economia e de privatização de setores estratégicos”, ao tratar sobre a questão da Medida Provisória 595/2012, conhecida como MP dos Portos, de autoria do Governo Dilma. A seguir alguns trechos do seu discurso:

“Na trágica sessão desta Casa do dia 16 de maio, quando foi aprovada a famigerada e pouco cheirosa MP dos Portos, o senador José Agripino [DEM-RN], cujas posições em favor das privatizações são claras, transparentes, sem disfarces ou truques, avaliou com acuidade a pantomima: – Qual é a nossa praia, senador Aloísio [Nunes – PSDB-SP]? A nossa praia são as concessões, as privatizações, o prestígio ao capital privado. Votar uma matéria como essa é a nossa praia! Está no nosso DNA!”

“Mas eu, que, aos 72 anos, imaginava ter visto tudo, vi mais. Vi o líder do Governo no Congresso, nosso prezado senador José Pimentel [PT-CE], em um gesto de magnanimidade e reconhecimento, agradecer a senadora Kátia Abreu [DEM-TO] pela ‘contribuição fundamental’ para que a MP dos Portos fosse aprovada nesta Casa.”

“A MP, de cuja autoria a Casa Civil orgulha-se e medalha-se pelo feito é, em seus pressupostos básicos, o Projeto de Lei do Senado nº 118 de 2009 da senadora Kátia Abreu, repudiado pelo PT na Comissão de Assuntos Econômicos, no dia 1º de novembro de 2011.
“Estraçalhada na Comissão, a proposta da senadora ressurge um ano e sete meses depois, sob o patrocínio de seus algozes. A alma da proposta da senadora reproduz-se na MP. E os que foram vigorosamente contra foram agora vigorosamente a favor, neste plenário.”
“Assim, o agradecimento do líder Pimentel à senadora equivaleu a um constrangido pedido de desculpa.”

O Governo Federal argumenta que o poder público não tem dinheiro para investir nos portos, devendo, portanto, privatizá-los. Contudo, este não é um movimento isolado, conforme diversos setores da esquerda, dos movimentos sociais, especialistas e intelectuais têm denunciado, incluindo, o jornal A Verdade, como mostram nossas edições dedicadas a criticar a privatização dos aeroportos e do petróleo, por meio dos leilões promovidos pela ANP.

Da Redação

Vamos derrotar a nova era das privatizações!

Vamos derrotar a nova era das privatizaçõesEnquanto trabalhadores, camponeses e estudantes lutavam contra a 11ª rodada de leilões do petróleo brasileiro, em sua página oficial, o PCdoB publicou nota, assinada por Haroldo Lima – membro de sua Comissão Política Nacional, ex-presidente da famigerada Agencia Nacional do Petróleo (ANP) e hoje consultor da HRT Participações em Petróleo S.A –, defendendo categoricamente os leilões do petróleo, a lei 9.478/97 e o “mercado aberto (de petróleo brasileiro) com a presença estatal”. Ao mesmo tempo, a nota ataca aqueles que não se deixam capitular pelo neoliberalismo e usam de todas as formas de luta para barrar os leilões e reestatizar a Petrobras, recuperando o monopólio estatal do petróleo no Brasil.

A lei 9.478/97, defendida na nota, foi editada e promulgada no Governo FHC, período em que foram realizadas as privatizações dos setores estratégicos da economia nacional, desde a CSN até a Embratel. Foram mais de 160 empresas estatais privatizadas no período. A tentativa de privatizar a Petrobras não vingou.

Apoiado pela Câmara e o Senado Federais, mudou a forma de exploração e produção do petróleo no Brasil, do sistema de produção estatal para o de concessão, no qual é garantido apenas o repasse de 10% em royalties da soma total da produção do petróleo.

Os leilões do petróleo no Brasil são verdadeiros bilhetes premiados. Na 11ª rodada, foram privatizados 142 blocos, dos quais devem ser extraídos 19,1 bilhões de barris de petróleo, o equivalente a U$$ 2 trilhões, enquanto o investimento necessário para a exploração e produção do petróleo nessas áreas, seria de aproximadamente R$ 6,9 bilhões. A Petrobras, que, no último ano, teve um lucro líquido de R$ 21,18 bilhões, teria todas as condições necessárias de desenvolver a exploração e produção em todos os blocos.

Na nota, o Sr. Haroldo Lima ataca toda a esquerda brasileira, os patriotas e nacionalistas, todos aqueles que defendem a soberania nacional, acusando-os de fazer o jogo da direita. Mas uma única pergunta deve ser feita: Quem realmente está fazendo o jogo da direita? Aqueles que vão às ruas, que se arriscam para provar a justeza das suas reivindicações ou aqueles que resolveram entregar de mão beijada aos cartéis internacionais do petróleo uma das nossas maiores riquezas? Além de entreguista, este senhor é favorável aos escândalos da Copa do Mundo e aos bilhões dos cofres públicos despejados nas gordas contas das empreiteiras, assim como faz defesa cerrada da MP dos portos e faz parte da tropa de choque da defesa da privatização dos aeroportos. Com efeito, aqueles que se entregaram, que recolheram suas bandeiras em nome de seus interesses pessoais e particulares, recebem o seu devido lugar na história, o lixo.

Não será diferente com Haroldo Lima, pois, como já ensinava Stálin: “para não se enganar em política, é preciso ser revolucionário e não oportunista”. Não podemos, nem ao menos, considerar um desvio do marxismo-leninismo, pois há muito tempo o PCdoB abandonou a ciência proletária.

A luta contra os leilões e a nova era de privatizações no nosso País tem que ser encarada com destemor e rebeldia necessários. Usarmos cada uma dessas lutas para temperar o povo para a luta pelo socialismo. Nesse caminho temos que derrotar e revelar o caráter de classe de cada uma dessas organizações e senhores, que, aliados ao que há de mais atrasado, tentam impingir ao povo um sentimento de conformismo. Vamos derrotar essa nova era das privatizações e varrer para o limbo da história os traidores de ontem e hoje.

Vanieverton Anselmo, militante do PCR

Ato em Brasília alerta para os riscos das dívidas dos estados

Ato em Brasília alerta para os riscos das dívidas dos estadosUm grande ato público foi realizado em Brasília, no último dia 15 de maio, por iniciativa da direção nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na ocasião foi lançado o “Manifesto pela Revisão da Dívida dos Estados e Municípios com a União”, reunindo lideranças populares, sindicais e parlamentares que atuam contestando o atual endividamento dos estados e municípios, que se encontram estrangulados pelas altas taxas de juros que elevam as dívidas e tem sérias consequências na vida dos trabalhadores. O manifesto é assinado por 120 entidades representativas da sociedade civil, que defenderam, entre outras propostas, a auditoria dessas dívidas.

A coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, em sua fala, ressaltou que investigações já iniciadas têm revelado a ausência de contrapartida de dívidas públicas, que são geradas e crescem continuamente devido à aplicação de mecanismos meramente financeiros. No caso dos acordos de refinanciamento de dívidas dos estados e municípios com a União, apontou que as onerosas condições impostas fizeram a dívida se multiplicar, e a contínua exigência de elevado volume de recursos tem prejudicado a garantia de direitos fundamentais, principalmente o atendimento à saúde e educação. Destacou que somente uma auditoria poderá revelar completamente a origem desse endividamento, conforme dados preliminares divulgados na cartilha distribuída durante o evento:“Os termos financeiros aplicados nesses acordos de refinanciamento de dívidas foram extremamente onerosos. Conforme dados do Tesouro Nacional, ao final de 1999 a dívida dos estados com a União era de R$ 121 bilhões. Daquele ano até 2011, os estados pagaram R$ 165 bilhões (valor bem superior à dívida refinanciada), e mesmo as sim a dívida atingiu R$ 369 bilhões ao final do período. Caso tivesse sido cobrada pela União a mesma remuneração nominal que o BNDES tem cobrado de empresas privadas (de 6% ao ano em média), essa dívida de R$ 369 bilhões seria, na realidade, de apenas R$ 2 bilhões em 2011, e já estaria completamente quitada em 2012”.

Ao final do ato público, foi lançado o livro Auditoria Cidadã da Dívida dos Estados, de autoria de Maria Lúcia Fattorelli, que visa indicar alguns dos graves indícios de ilegalidades e ilegitimidades da dívida dos estados, apontando dados e respectivas fontes, objetivando incentivar outros estudos e debates que irão fortalecer a demanda social por transparência e a completa auditoria dessas dívidas.

Redação Brasília

Caravana da Anistia homenageia revolucionários em Minas

Caravana da Anistia homenageia revolucionários em Minas A 69ª edição da Caravana da Anistia, promovida pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, homenageou militantes mineiros no auditório da Faculdade de Direito da UFMG. Com a plateia lotada de militantes políticos e muitos jovens, o evento começou com a exibição do filme Eu me lembro, que faz um histórico da resistência à Ditadura e à luta pela anistia e por eleições diretas.

Compuseram a mesa da solenidade o reitor da UFMG, Clélio Campolina; o representante do Ministério da Defesa, Edmundo Neto; o presidente da OAB-MG, Luís Cláudio Chaves; o presidente da Comissão da Verdade da OAB, Márcio Santiago; o ex-ministro Patrus Ananias; a deputada federal Jô Moraes; os deputados federais Nilmário Miranda, Isaías Silvestre e Ivair Nogueira; e a presidente da Associação dos Amigos do Memorial da Anistia, Maria Cristina Rodrigues.

Dirigida pelo presidente da Comissão da Anistia, Paulo Abrão, a sessão resgatou a história de sete mineiros, militantes que lutaram pelo fim da Ditadura, resistindo a violentas prisões e torturas, e formalizou o pedido de desculpas em nome do Governo Brasileiro.

“Faria tudo outra vez”

Angelina Dutra de Oliveira nasceu em 1923. Foi dirigente dos funcionários públicos federais e do Movimento de Mulheres em Minas Gerais. Ferroviária, foi presa em 1964, em Belo Horizonte, permanecendo encarcerada durante um mês. Voltou a ser presa em 1969, no Rio de Janeiro, com duas filhas e um neto de dois anos de idade. Viveu no exílio de 1970 a 1978.

Maria Geralda Gomes Diniz casou-se com o militante do PCB David Rodrigues Diniz, aos 20 anos de idade. Toda a sua família foi vítima da Ditadura. Com 93 anos, Angelina foi uma das oradoras no ato e afirmou: “Resisti por amor ao meu País e, olhando para trás, faria tudo outra vez”.

Conceição Imaculada de Oliveira iniciou sua militância política aos 16 anos, no PCB. Após o golpe de 1964, tornou-se dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de MG, que realizou, em 1968, uma das primeiras greves de trabalhadores durante a Ditadura. Presa em 1969, militando no grupo Corrente, dissidência do PCB, foi trocada pelo embaixador suíço no Brasil, em 1971, partindo para o exílio, onde viveu até a anistia.

Carmela Pezzuti iniciou sua militância em 1968, no grupo Colina (Comando de Libertação Nacional). Em 1969, foi presa e teve seus dois filhos (Ângelo e Murilo) presos e torturados. No Rio de Janeiro, militou na VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária), sendo novamente presa. Em 1970, foi trocada pelo embaixador suíço, partindo para o Chile, onde enfrentou o golpe de Pinochet, em 1973. Carmela viveu na Itália e França até 1979. Faleceu em 2009, em Belo Horizonte. A homenagem foi recebida por sua irmã, Ângela Pezzuti.

“Eu não tenho nada a esquecer”

Antônio Ribeiro Romanelli é advogado e professor da UFMG e da PUC-MG. Presidiu e defendeu as Ligas Camponesas de Minas Gerais no período da Ditadura. Ficou quatro meses preso e foi condenado pela Justiça Militar a nove anos de prisão. Antônio, com 85 anos, foi um dos oradores do ato e defendeu a revisão da Lei da Anistia. “Anistia para mim é esquecimento e eu não tenho nada a esquecer. Eu me recuso a estar no mesmo nível do Brilhante Ustra e me orgulho de ter participado da luta contra a Ditadura”.

Terezinha Martins Rabêlo, casada com o jornalista José Maria Rabêlo, teve que cuidar sozinha de seus sete filhos, enquanto o marido fugia das perseguições políticas. Teve sua casa invadida e saqueada diversas vezes. Conseguindo viajar para o Chile, sofreu as consequências do golpe contra o Governo Allende. José Maria Rabêlo recebeu as homenagens e fez um discurso emocionado em referência à sua companheira já morta.

Oroslinda Maria Taranto Goulart (Linda Goulart) foi militante da Polop quando estudante de Jornalismo, em 1965. Integrou a Colina, atuando no movimento operário e participando da greve de abril de 1968. Em 1969, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a integrar a VAR-Palmares. Foi companheira da presidente Dilma Rousseff na clandestinidade. Participou do Movimento Feminino pela Anistia. Hoje trabalha na Secretaria de Política para as Mulheres.

A Caravana da Anistia

A Caravana da Anistia é composta por sessões públicas que avaliam pedidos de anistia política, além de divulgar as atrocidades cometidas, em especial, no período da Ditadura Militar e homenagear militantes que lutaram por liberdade e justiça, resgatando a memória nacional com atividades educativas e culturais. Segundo o presidente da Comissão da Anistia, Paulo Abrão, a Caravana já percorreu 20 estados e apreciou 1.700 pedidos de anistia política.

Além das homenagens, a sessão da caravana na UFMG analisou dois casos. O processo de Cecílio Emídio Saturnino, ex-cabo da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais e militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), morto em 1966, e de Wellington Moreira Diniz, estudante do curso de Ciências Sociais da UFMG. Wellington trabalhava como redator do jornal O Metalúrgico e foi preso, condenado e banido do País em 1971.

Natália Alves, Belo Horizonte

Acompanhe o levante no Brasil (vídeos)

0

Obs: Sugerimos desligar o áudio.

SP: o povo sai às ruas e cantam o Hino Nacional

BH: polícia não permite manifestações e atira.

DF: manifestantes tomam o Congresso Nacional

RJ: tentativa de tomada da Assembléia

Geral pelo Brasil:

atualizado às 22h40

Flagrantes exclusivos de violência durante as manifestações em São Paulo

0

Confira abaixo em detalhes o confronto entre manifestantes e a polícia durante os dias de protesto em São Paulo. Muitas pessoas ficaram feridas, inclusive jornalistas e fotógrafos. O repórter Arnaldo Duran (Rede Record) também conversou com o soldado que estampou capas de jornais em uma imagem forte com um dos manifestantes. Assista!