Cansados de sofrer com as péssimas condições de moradia e com o preço dos aluguéis, cerca de 30 famílias organizadas pelo Movimento Social Via do Trabalho (MSVT) ocuparam, no dia 27 de maio, um terreno de 50 hectares no bairro da Santa Lúcia, região do Tabuleiro, parte alta da cidade de Maceió, capital alagoana.
Rapidamente a notícia se espalhou pelos bairros vizinhos e, ainda na primeira manhã da ocupação, mais de 500 famílias já se apresentavam para integrar a ocupação e lutar por moradia. Segundo Maria Ivone, uma das coordenadoras do MSVT, na primeira semana a ocupação tinha recebido mais mil famílias.
O terreno ocupado é de propriedade da Construtora Lima Araújo, estava abandonado há mais de 30 anos e servia como local de desmanche de veículos e cemitério clandestino. Mas o juiz Ivan Vasconcelos Brito Júnior, da 1ª Vara Cível da Capital, decidiu atender os interesses da construtora e emitiu uma ordem de reintegração de posse. No dia 18 de julho, a Polícia Militar mobilizou um efetivo de 500 soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para acabar com a ocupação e cumprir o mandado de reintegração. Foram lançadas balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo foram atiradas de helicópteros contra o povo pobre que organizou a resistência dentro dos barracos onde moravam.
Cerca de 30 pessoas ficaram feridas. A Polícia efetivamente não respeitou ninguém: idosos, crianças e doentes sofreram com a brutal repressão policial. O jovem Yago da Silva Santos, que tem déficit intelectual, foi espancado enquanto chorava e gritava. Também a dona de casa Maria Cícera nos relatou a agressão policial que sofreu: “Eu só pedi para retirar minhas coisas do barraco, quando recebi um tiro de bala de borracha no rosto e desmaiei”.
Entretanto, nem a decisão da Justiça nem a repressão policial conseguiram acabar com a luta das famílias. Logo após a desocupação, as famílias decidiram ocupar o prédio da Eletrobrás para exigir uma resposta do Governo. Em seguida, cerca de 500 famílias ocuparam um novo terreno, entre os bairros de Bebedouro e Fernão Velho, e outras 500 ocuparam dois prédios abandonados do INSS e realizaram uma grande ação de limpeza dos prédios e improvisaram uma cozinha coletiva, onde as refeições são servidas.
Nas visitas que realizamos à ocupação, diversas pessoas nos falaram sobre a realidade social que vivem. Rosicleide Silva, mãe de três filhos, entre eles uma criança de três meses, nos relatou que trabalha como faxineira e seu esposo é auxiliar de pedreiro. Disse que morava de favor na casa da sogra porque não tinha dinheiro para pagar aluguel. “Estou aqui para o que der e vier. Não vou desistir enquanto não conquistar minha casa. Não tenho medo de Polícia, pois não sou criminosa, sou trabalhadora”.
O País inteiro tem acompanhado com atenção as manifestações populares contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Ao longo das últimas semanas, centenas de pessoas têm literalmente tirado o sono do governador, ocupando por diversas vezes a frente do prédio onde mora no Leblon, bairro nobre da Zona Sul carioca, exigindo sua renúncia. O clamor pelo “Fora Cabral” é consequência de anos de um governo marcado pelo autoritarismo e a repressão ao movimento social.
Nos últimos anos, a população do Rio de Janeiro tem sofrido com uma sensível piora dos serviços públicos prestados. A educação, por exemplo, chegou a amargar a 26ª posição no ranking nacional de qualidade (hoje estamos na 16ª colocação), apesar de o Estado ser o segundo mais rico do País. A saúde está um caos e até hospitais foram fechados pelo Governo, a exemplo do Instituto de Assistência dos Servidores do Rio de Janeiro (Iaserj), que atendia funcionários e servidores públicos. Nem mesmo o Museu do Índio, patrimônio histórico e cultural, e os indígenas que o habitavam foram poupados, bem como o Maracanã, o nosso “Maraca”, que foi privatizado e hoje é privilégio de poucos.
A política de segurança pública, tida como a “menina dos olhos” do Governo, na verdade, tem como prioridade as áreas mais valorizadas, onde vivem as classes ricas, reservando às comunidades pobres o crescimento da violência e da repressão policial. De acordo com a OAB/RJ, na comparação com os seis primeiros meses de 2006 e 2007, o Governo registrou menos prisões (-23,6%), menos armas apreendidas (-14,3%) e mais mortes (33,5%) no Rio de Janeiro. A clara opção de classe da política de segurança de Sérgio Cabral é expressa pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que, logo após uma operação policial que deixou 13 mortos nas favelas da Coreia e Taquaral, afirmou que “um tiro em Copacabana é uma coisa; um tiro na favela da Coreia é outra”.
O povo contra Cabral
Por tudo isso, e pelos constantes casos de corrupção e mau uso das verbas públicas, o governador Sérgio Cabral virou o principal alvo das manifestações que têm ocorrido no Rio de Janeiro. A resposta do Governo tem sido constantemente violenta, o que anima ainda mais os manifestantes a continuarem nas ruas e tem jogado cada vez mais a opinião pública contra o governador.
No dia 2 de julho, no complexo de favelas da Maré, mais de três mil pessoas protestaram contra a violência policial que matou 10 moradores durante uma operação do Bope. No dia 11 de julho, após a manifestação do Dia Nacional de Lutas convocado pelas centrais sindicais ser reprimida pela Polícia Militar, mais de duas mil pessoas foram ao Palácio Guanabara, sede do Governo, em repúdio à violência. Novos confrontos aconteceram, e até uma bomba de gás lacrimogêneo foi jogada pela Polícia num hospital. No último dia 22, mais uma manifestação na porta do Governo. Com o papa dentro do palácio, milhares de pessoas protestaram contra os gastos públicos com a Jornada Mundial da Juventude e contra a homofobia. Menos de 20 minutos após a saída do papa, novamente a Polícia Militar desatou uma feroz repressão contra os manifestantes.
Para intimidar as manifestações, o governador Sérgio Cabral chegou a nomear uma Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (Ceiv), com poderes de quebrar os sigilos telefônicos e de internet dos “suspeitos” sem autorização judicial. Imediatamente entidades defensoras dos direitos humanos reagiram contra esta medida ilegal e fascista e conseguiram derrubar o decreto.
O povo tem ido às ruas exigir mais direitos; está cansado de toda essa violência e quer soluções verdadeiras. Exige o fim da atual política de segurança pública, que garante paz aos ricos e morte, terror e violência aos pobres; exige uma educação e saúde de qualidade, bem como transportes públicos decentes, o fim da corrupção, da privatização do Maracanã e o arquivamento de todos os processos contra os manifestantes.
A Comissão da Verdade Rubens Paiva, da Assembleia Legislativa de São Paulo, que vem sendo reconhecida como uma das mais atuantes do País, realizou reunião com seu Conselho Consultivo, no dia 17 de julho, para avaliar o andamento dos trabalhos e perspectivas para o próximo período.
O Conselho foi formado em fevereiro deste ano e conta com 55 membros de vários setores da sociedade, como juristas e militantes dos direitos humanos, com objetivo de garantir um maior acompanhamento e orientação dos trabalhos. Esta iniciativa pioneira motivou a Comissão Nacional da Verdade a criar também um Conselho Consultivo, mas esta proposta ainda não foi concretizada.
Durante a reunião, a Comissão paulista apresentou um breve balanço das atividades realizadas até agora. Foram 56 Audiência Públicas, onde foram tratados os casos de 67 mortos e desaparecidos. Oito audiências temáticas, um seminário de quase duas semanas dedicado aos filhos e filhas de militantes atingidos pela Ditadura e diversas coletas de testemunhos de mulheres e homens sobreviventes da repressão. Destacou-se a publicação da Sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos do Caso Araguaia, produzida pela Comissão, e o debate realizado sobre o tema, onde foi apresentada uma moção convocando a realização de uma campanha nacional pela punição aos torturadores.
“Muitas pessoas têm-nos procurado para fazer debates sobre a revisão ou reinterpretação da Lei da Anistia. Pessoas que nunca tiveram acesso a este nosso mundo querem saber e discutir o próximo passo. Os jovens, vereadores, estudantes, professores querem saber se é possível e como deve ser o caminho para punir os torturadores. Devemos ter um acúmulo de como pode e deve ser este passo. Eu acho que mesmo que haja iniciativas institucionais e parlamentares neste sentido, elas não sobrevivem sem um movimento popular articulado”, afirmou o deputado Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão.
Uma das dificuldades enfrentadas para o desenvolvimento dos trabalhos é a falta de acesso a documentos para investigação e obtenção de novas informações sobre os casos. Informou também que a questão de retificação dos atestados de óbitos, reivindicação sempre reiterada pelos familiares de mortos, especialmente dos desaparecidos, está sendo tratada de forma muito morosa pela Comissão Nacional, que, até o momento, conseguiu alterar apenas o atesto de Vladimir Herzog, caso já publicamente reconhecido há muito tempo.
Além de apresentar o calendário das próximas audiências previstas, a Comissão anunciou que está produzindo uma publicação intitulada Verdade e Infância Roubada, idealizada a partir do Seminário realizado, que trará os depoimentos de filhas e filhos de perseguidos políticos.
Várias sugestões foram feitas pelos Conselheiros, que se dispuseram a participar e colaborar mais com a Comissão, entre elas o aprofundamento da discussão em relação à revisão/reinterpretação da Lei da Anistia, a realização de debates sobre a resistência cultural à Ditadura, e também a discussão sobre a violência policial ontem e hoje, trazendo à luz a discussão do genocídio da população, em especial jovem, pobre e negra, que vemos atualmente.
A cidade de São Paulo tem como artéria vital a rede de trens e metrôs. As duas redes transportam por dia cerca de 10 milhões de pessoas. Essa máquina abriga uma série de cartéis que tem como finalidade extrair o máximo de dinheiro à custa do povo paulistano, que é obrigado a utilizar um sistema precário, pequeno, caro, lotado e com elevado tempo de espera.
A denúncia foi feita ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por um ex-funcionário da Siemens e é fruto da competição nas licitações em áreas de manutenção, aquisição de trens e construção de linhas férreas e de metrôs.
No depoimento, o ex-funcionário afirma: “A Siemens, após vencer uma licitação, subcontratava uma empresa, sob seu comando, para simular seus serviços, e partir dela, realizar o pagamento de propina”. Em uma dessas operações, a Siemens repassou R$ 2,8 milhões para MGE (subcontratada) e, desse total,R$ 2,1 milhões repassados a políticos e diretores da CPTM e Metrô.
Entre os receptores são citados Carlos Freyze David, Décio Tambelli e Nelson Scaglioni, respectivamente ex-presidente, ex-diretor e ex-gerente de manutenção do Metrô. Scaglioni está na lista de pagamento da MGE há 10 anos e controla licitações lucrativas como as reformas dos motores de tração do Metrô.
Para essa operação ser “lavada” são utilizados os famigerados paraísos fiscais, por meio de empresas offshores (o termo significa “pirata”) de lobistas. Eles fecham contratos com a Siemens e as porcentagens do dinheiro público são reservadas para desvio destinados aos lobistas, políticos do PSDB e diretores das empresas de transportes.
Alstom, Bombardier, CAF, Siemens, TTrans e Mitsui organizaram as licitações através de um sistema de rotatividade dos ganhadores das licitações, e a empresa ganhadora subcontrata a derrotada.
A Rede Globo, mais uma vez, nada divulgou sobre esse caso de corrupção, mostrando que tem preferência política pelos partidos tradicionais da direita no Brasil. Os mesmos que apoiaram a Ditadura Militar fascista.
Esta denúncia reforçam os argumentos de que a corrupção na verdade é um meio importante da imposição do poder econômico da burguesia sobre os interesses do povo. Não adiantará reforma política ou pessoas de bem se não for mudado por completo o atual sistema econômico.
Nos últimos dias, pudemos ver e presenciar em muitas partes do Brasil e do mundo manifestações de povos insatisfeitos com o atual regime econômico. O jornal A Verdade vem ressaltando muito bem a luta do povo brasileiro contra a corrupção e os gastos públicos com estádios de futebol, que depois da Copa vão virar grandes elefantes brancos.
Sem dúvida, as brigadas realizadas e a venda individual das últimas edições de A Verdade, com as matérias publicadas especificamente voltadas contra este sistema falido vêm me ajudando com a certeza de que a minha opção de comunista está cada vez mais forte.
Com cota de 30, 40, 50 jornais por mês, tento passar para os meus companheiros de trabalho que não é só o valor de vender por apenas R$ 1, mas sim de mostrar que somente a luta do povo é que vai derrubar essa burguesia e que a melhor forma de se governar o País é construir um governo revolucionário dos trabalhadores, o socialismo.
Nas brigadas do bairro, com agitação e propaganda, A Verdade é bem aceito, pois ninguém dirá ao povo o porquê da sua miséria e, sendo assim, cabe a nós, companheiros, levar informação para o povo oprimido.
Sem dúvida, o jornal A Verdade é a maior é melhor forma do PCR se aproximar do povo.
Eu leio e divulgo A Verdade.
Wiliam Rodrigues Siqueira, São Bernardo do Campo-SP
A arbitrária prisão de cinco militantes de movimentos sociais que participaram das manifestações que tiveram início em junho pela Polícia do Rio de Janeiro, a mesma que sequestrou e desapareceu com o pedreiro Amarildo, que ocorreram segundo a polícia, por três deles serem “administradores da página Black Bloc RJ no Facebook”, não foi um caso isolado.
Durante as manifestações de 7 de setembro, cerca de 80 pessoas foram presas no Rio de Janeiro; 50 em Fortaleza; 40 em Brasília; 33 em São Paulo; 21 em Florianópolis; 31 em Recife e 30 em Belo Horizonte, além de outras dezenas de prisões em várias cidades, totalizando 525 presos, revelam uma escalada da repressão no país com o objetivo de calar a voz das ruas e impedir que o povo siga lutando por seus direitos e exigindo mudanças no país.
Não bastasse, essas prisões se somam aos sequestros relâmpagos ocorridos em Pernambuco, ao aumento da vigilância na internet, às bombas, balas e cães jogados contra os manifestantes e provocando centenas de feridos. Mais uma vez, os governos tratam a luta dos trabalhadores e da juventude como um caso de polícia e criminalizam protestos sociais.
Mas, como deixaram claro as milhares de pessoas que foram às ruas participar do Grito dos Excluídos não conseguirão. O povo não está mais disposto a aceitar passivamente a injustiça social, a exploração e a violência policial de um injusto sistema econômico e politico que exclui a imensa maioria da população e beneficia apenas uma minoria de ricos.
Conclamamos os sindicatos dos trabalhadores, as entidades estudantis e todos os movimentos sociais a continuarem nas ruas repudiando a repressão e exigindo o respeito à liberdade de expressão e de organização.
Anistia para todos os presos e perseguidos políticos desde o início das manifestações de Junho!
Fim da perseguição aos movimentos sociais e ao patrulhamento político na Internet!
Responsabilização de Sérgio Cabral e seu governo pelo desaparecimento do pedreiro Amarildo! Fora Cabral!
União da Juventude Rebelião (UJR) Partido Comunista Revolucionário (PCR)
Entusiasmados e convictos da necessidade da luta revolucionária contra este sistema injusto, desumano e arcaico e firmes na defesa da construção de uma sociedade justa e igualitária, o socialismo, sessenta militantes, simpatizantes e aliados do Partido Comunista Revolucionário (PCR) e da União da Juventude Rebelião (UJR), no dia 04 de setembro, em Belém, prestaram uma merecida e calorosa homenagem aos 40 anos de imortalidade dos heróis e fundadores do PCR que foram presos, torturados e assassinados pela ditadura militar quando lutavam contra o fascismo, pelas liberdades democráticas e por uma revolução socialista em nosso país.
O ato no Auditório da Biblioteca do IFPA teve início com a apresentação do vídeo “Os nossos heróis” que presta uma justa homenagem aos companheiros Manoel Lisboa, Amaro Luiz de Carvalho, Emmanuel Bezerra, Manoel Aleixo e Amaro Felix. Em seguida, Jaqueline Lopes e Rodrigo Brito, militantes da UJR, homenagearam Manoel Lisboa apresentando a poesia Tu e Eles. Dando continuidade ao Ato, Matheus Tavares, militante do PCR convidou para compor a mesa Fernanda Lopes, dirigente do PCR, Edmilson Rodrigues, deputado estadual do PSOL, Dermi Azevedo, jornalista, ex-preso político e militante do PCR no inicio dos anos 70, Carlos Dávila, Consul da Venezuela, Amanda Paiva representando o Levante Popular da Juventude e Raquel Brício, da coordenação nacional da UJR.
Fernanda Lopes iniciou o ato ressaltando a importante contribuição política e ideológica deixada pelos companheiros fundadores do PCR para que hoje tenhamos o Partido organizado em 16 estados do Brasil mantendo de pé a bandeira da revolução e do socialismo. Em seguida, Edmilson Rodrigues, do PSol, destacou a importância da realização de atos que resgatem a história e os ideais revolucionários daqueles que tombaram na luta por uma sociedade socialista, como os companheiros fundadores do PCR e também citou o exemplo do histórico comunista Sá Pereira que, nos últimos anos de sua vida, militou nas fileiras do PCR. Dando continuidade ao ato, Amanda Paiva ressaltou duas características que ela considera importantes no PCR: a defesa intransigente dos princípios do marxismo-leninismo durante os seus 47 anos de existência e a dedicação ao trabalho de formação junto à juventude e a mulher. Depois, Dermi Azevedo emocionado lembrou momentos que conviveu com Emmanuel Bezerra e Manoel Lisboa, os quais transmitiam com segurança e tranquilidade a justeza da luta revolucionária e a certeza da vitória do socialismo. Carlos Dávila saudou a militância do PCR e afirmou que a luta pelo socialismo tem avançado em toda parte do mundo, em especial na América Latina. Para finalizar, Raquel Brício convocou a juventude a seguir o exemplo dos heróis do PCR que doaram suas vidas na luta contra as injustiças sociais e pela construção de mundo justo, fraterno e solidário. Após cada discurso, o auditório gritava palavras de ordem como: “Grande Revolucionário que nasceu em Alagoas, fundou o nosso Partido, Viva Manoel Lisboa” e “Jovem camponês, mulher e operário seu Partido é Comunista Revolucionário”
Em seguida, militantes da UJR entraram no palco segurando as fotos e falando o nome: Manoel Lisboa, Amaro Luiz de Carvalho, Emmanuel Bezerra, Emanuel Aleixo e Amaro Felix e em coro o plenário respondia: Presente! Agora e sempre!
Finalizada a primeira parte do ato, Altenir Santos, representando o Partido Comunista Revolucionário, apresentou O Programa do PCR para a Revolução Socialista Brasileira como resultado de debates e estudos coletivos a luz teoria marxista leninista, que é dedicado a memória dos heróis e fundadores do Partido e traz uma análise profunda do processo de desenvolvimento da sociedade brasileira e suas principais contradições que só poderão ser resolvidas com a derrubada violenta do sistema capitalista e a instalação de um governo revolucionário dos trabalhadores. Depois do lançamento, Fernanda Lopes cantou a música Pra não dizer que não falei das flores de Geraldo Vandré, sendo acompanhada por todo o auditório. o Ato foi encerrado com todos de pé cantando o hino da Internacional comunista.
“… Pelo conjunto de sua obra, demonstrou ser o produto da elaboração histórica que em sua forja misteriosa elabora de tempos em tempos homens que sintetizam as qualidades mais nobres da espécie…”1. Ele não veio ao mundo em tempo de paz. O ano em que nasceu marca a ofensiva do Exército Vermelho Soviético, que derrotará os invasores nazistas. E não seria a paz a sua missão, pois o tempo era (como continua sendo) de luta de classes, de opressão da grande maioria – os operários, os camponeses, os excluídos – pela minoria que detém em suas mãos a propriedade e os seus frutos. “Meu despertar para as questões sociais apareceu quando eu tinha 17 anos… aos 19 anos, considerei-me marxista-leninista”2. É claro que você já identificou este ser especial – Manoel Lisboa de Moura. Mas pode chamá-lo também de Mário, Celso, Zé, Galego. Por que tantos nomes?
O golpe civil-militar de 1964 encontrou Manoel Lisboa militando no Partido Comunista do Brasil, estudando Medicina na Universidade Federal de Alagoas. Ele nascera em Maceió, em fevereiro de 1944. Participou ativamente do movimento secundarista, cultural, universitário, ingressou no PCB, mas saiu deste para o PCdoB por considerar reformista a estratégia do “Partidão”. Foi preso várias vezes em 1964, 1965, 1966. Teve de ingressar na clandestinidade e se desencantou também com o Partido Comunista do Brasil, avaliando que o rompimento com o revisionismo havia sido apenas teórico. Junto com um grupo de companheiros fundou o Partido Comunista Revolucionário (PCR), em 1966. Embora as condições fossem inteiramente adversas, o trabalho do PCR se estendeu por todo o Nordeste, o que tornou seus dirigentes, especialmente o Galego, alvo da mais feroz perseguição.
Os tentáculos da ditadura acabaram encontrando-o no dia 15 de agosto de 1973, quando conversava com uma operária, Fortunata, na Praça Ian Flaming, no Rosarinho. “Ele tentou sacar a arma, mas não teve tempo”. Seu calvário foi longo, mas ele nada cedeu, coerente com a tese que defendia junto aos militantes: “delação é traição”. Morreu no dia 4 de setembro. Companheiros presos que conseguiram vê-lo no DOI-Codi do IV Exército ainda com vida e podendo falar, ouviram dele: “Minha hora chegou. Continuem o trabalho do Partido”.
“…Passou por todos os sofrimentos físicos e psicológicos, possíveis e imagináveis. Assistiu por dias e dias à sua própria agonia. Se viu e sentiu morrer lentamente. Superou tudo. Derrotou tudo – a tortura, o medo, a própria morte… Lembramos sempre dele. Com saudade, com tristeza, com alegria, com emoção. Às vezes, com uma lágrima solitária por sua memória. E em alguma madrugada, tenho vontade de sair pelas ruas, pichando em sua homenagem seu slogan favorito: “O PCR vive e luta!”3.
O grande dia chegará!
“Eu vos contemplo, gerações futuras, herdeiros da paz e do trabalho. O grande dia chegará. Meus soldados não se rendem”4.
Nem você se rendeu, bravo companheiro Emmanuel Bezerra dos Santos, quando, em meados de agosto de 1973, ao regressar de missão no Chile, a Operação Condor (ver A Verdade, nº 7) o interceptou na fronteira. Entregue ao DOI-Codi, você, como Manoel Lisboa, era coerente com o que defendia e nada delatou.
Certamente, enquanto se retorcia de dor, lembrou sua família humilde de pescadores da praia de Caiçara, Município de São Bento do Norte (RN), onde nasceu no dia 17 de junho de 1943. Lembrou o Atheneu, onde começou sua liderança estudantil, da Fundação José Augusto, onde cursou Sociologia. Recordou, sem dúvida, a Casa do Estudante de Natal, onde moravam os estudantes pobres do interior, e que você presidiu. Como esquecer os movimentos culturais natalenses dos quais participou como poeta, crítico literário e organizador de grupos e associações.
Mas inesquecível mesmo foi o Congresso da UNE em Ibuúna (SP), 1968. Você não entendia como se realizar um congresso daquele porte no interior, numa área isolada. Mas organizou entusiasticamente a bancada potiguar. Foi preso e teve seus direitos estudantis e políticos cassados com base no famigerado decreto nº 477, da Ditadura Militar, que proibia aos estudantes o exercício de atividades políticas nas escolas e universidades. A prisão de seis meses não te enfraqueceu; muito pelo contrário. Ao sair, ingressou no Partido Comunista Revolucionário (PCR). Dirigiu o comitê universitário, passou a atuar na clandestinidade em Pernambuco e Alagoas, e, em pouco tempo, integrou o Comitê Central, dada a sua “dedicação, honestidade, firmeza ideológica e aprofundamento dos conhecimentos teóricos”.
No início de agosto de 1973, o PCR enviou-o para Argentina e Chile, com o objetivo de contatar revolucionários brasileiros e organizações de esquerda latino-americanas, a fim de construir um processo de unificação do movimento anti-imperialista no continente. Caiu ao regressar.
Como costumavam fazer, os órgãos da repressão montaram uma farsa. Divulgaram nota publicada pela imprensa burguesa, dizendo que ele morrera num tiroteio com a Polícia no momento em que se encontraria com Manoel Lisboa em São Paulo. Tudo mentira. Emmanuel encontrar-se-ia com Manoel Lisboa no Recife, no dia 15 de setembro, quando estaria chegando da Argentina. Porém, Manoel fora preso no dia 15 de agosto, tendo sido também barbaramente torturado e assassinado nos porões da repressão. A mentira, como de praxe, era confirmada pelo falso laudo elaborado pelo já desmascarado médico-legista Harry Shibata. A transferência do cadáver de Manoel Lisboa para São Paulo fez parte da montagem da farsa.
Quando saiu a notícia plantada pela Polícia Política acerca do “tiroteio”, no dia 4 de setembro, os corpos de ambos já estavam sepultados numa vala comum do Cemitério Municipal Dom Bosco, no Distrito de Perus, em São Paulo. Isto é certo, tanto que dona Iracilda Lisboa, mãe de Manoel, foi a São Paulo no mesmo dia em que foi divulgada a notícia. Lá, a Polícia Política mostrou-lhe duas covas em outro cemitério, dizendo já ter ocorrido o sepultamento. Só restou-lhe colocar duas coroas de flores, mesmo desconfiando não se tratar da sepultura do seu filho e do companheiro e amigo, Emmanuel, fato que veio a ser comprovado posteriormente com a abertura da vala comum por ordem da então prefeita Luiza Erundina.
Quando seus restos mortais foram localizados e conduzidos para sepultamento na sua terra de origem, a homenagem foi muito bonita, emocionante, companheiro. Josivan Ribeiro, membro de tua Comunidade, fez uma saudação para não ser jamais olvidada: “Seus restos mortais nos trazem vida; seus ossos suplantaram mais de vinte anos de mentira. Eles pensaram que lhe tinham exterminado, no entanto a força de sua ideologia e de tantos outros que se foram exterminou a ditadura, e mais uma vez fica como exemplo”.
José Levino é historiador
Teu Sangue Será Adubo
Nosso orgulho pela tua coragem,
tua bravura, teu espírito de luta,
tua dignidade, teu heroísmo.
Soubeste construir faróis para iluminar a escuridão.
Foste luz no túnel
Teu sangue será adubo
Tua alma já é semente
No fulgor da aurora
De um novo tempo
Tu brilharás
Certeza tenho
Manuel manual de amor
Justiça- liberdade – paz
Na dor de hoje, na dor de sempre,
Teus companheiros te homenageiam
Presença viva, na esperança
Cantaremos todos, e a ti
O novo sol
És o futuro
O amanhã virá!
Selma Bandeira, companheira de Manoel Lisboa, em 14/9/1983
Ainda em dezembro de 2009, realizou-se, em Brasília, a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Até chegar nela, foram anos de luta e espera por parte dos movimentos sociais organizados em torno deste tema, além, é claro, das cerca de 200 conferências municipais e estaduais que a precederam. Em suas resoluções finais a Confecom aprovou mais de 600 propostas, quase todas defendidas pelos delegados do setor da sociedade civil presentes ao evento, que contava também com delegações do poder público e do empresariado. A partir daí, aquelas propostas deixaram de ser anseios para se tornarem políticas públicas, ou seja, deveriam ser abraçadas pelos governos e órgãos, em seus diversos níveis, para, enfim, serem implementadas.
Mas isto não aconteceu. O Governo Federal não encaminhou nenhuma proposta relevante, optando, mais uma vez, por não enfrentar os nefastos interesses dos proprietários dos grandes meios de comunicação do Brasil. Tais interesses, inclusive, já estão fartamente representados no Parlamento brasileiro (Congresso Nacional, Assembleias Legislativas) e no próprio Poder Executivo (Ministérios, Governos Estaduais, Prefeituras), uma vez que muitos são os capitalistas que ocupam cargos públicos (eletivos ou não). Estes, além de outros tipos de empresas, têm uma preferência especial por veículos de comunicação, tais como jornais, revistas, rádios, TVs, agências de publicidade, portais de internet, produtoras de filmes, músicas e espetáculos, e até operadoras de telefonia. Em resumo, a propriedade dos meios fundamentais das telecomunicações no Brasil pertence a um reduzido grupo de famílias milionárias, algumas, inclusive, associadas ao capital estrangeiro.
O próprio Governo Federal, porém, sofre constantemente ataques diretos e rasteiros dos setores mais reacionários da grande mídia burguesa, sedentos por restabelecer o poder nas mãos de seus filhos legítimos, dos partidos políticos mais tradicionais e direitistas. É, portanto, grave erro a postura assumida pelos Governos Lula e Dilma de não enfrentar abertamente esta questão.
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Os movimentos e entidades que sempre bancaram este debate se reúnem historicamente em torno do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que atingiu seu ápice de intervenção durante o processo de construção e realização da Confecom, conseguindo superar o boicote deliberado de grandes empresas como as TVs Globo e Record e os jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo.
No entanto, pouco depois de obter uma marcante vitória na Conferência, o FNDC não conseguiu manter uma crescente mobilização para pressionar o Estado a implementar as resoluções aprovadas. Em dezembro de 2011, numa plenária deliberativa, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) perde seu posto na Coordenação Geral do Fórum, após 20 anos, assumindo em seu lugar a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A pauta da democratização da comunicação tem se apresentado, desde então, de uma forma mais ampla, especialmente no meio sindical, por ser a CUT a maior central de trabalhadores do Brasil, porém com alguns equívocos de formulação e de ação. O maior exemplo disso é a campanha pela coleta de um milhão e trezentas mil assinaturas para um de Projeto Lei de Iniciativa Popular da Comunicação Eletrônica. (Ver: www.paraexpressaraliberdade.org.br)
Esta campanha está sendo puxada em diversas cidades brasileiras e seu conteúdo está, na essência, correto. Deve, portanto, ser apoiada e difundida. No entanto, ela precisa ser encarada como mais uma ação para alcançarmos o Marco Regulatório para todo o setor das comunicações e, por isso, deve exigir também que o Governo Federal pare de se omitir e cumpra seu papel.
Neste sentido, os principais equívocos da campanha são:
1. Apenas considerar as resoluções da Confecom como “base inspiradora” de um novo projeto, ao invés de reforçar suas decisões como fruto de um grande processo de mobilização popular que se processou no País durante meses, e que resultou em propostas concretas e de conteúdo pró-democratização.
2. Perder o foco de pressão sobre o Governo Federal como principal agente de Estado para encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de Marco Regulatório. Este vem a ser um conjunto de leis complementares e modificantes das já existentes no sentido de regulamentar, de fato, as comunicações no Brasil, acabando com o cenário hoje existente, que é de total poder para as empresas e nenhum para a sociedade, baseado num conceito deturpado de liberdade de imprensa.
3. Não tratar explicitamente de como coibir e punir os abusos constantemente cometidos pelos grandes meios de comunicação aos direitos humanos, às organizações populares, em especial em relação à criminalização da luta social.
4. Tratar apenas da regulamentação para TVs e rádios, esquecendo que atualmente é impossível se pensar as comunicações fora da lógica da convergência de mídias (todos os tipos de mídias estão absolutamente interligados, especialmente pelo advento da internet).
Democratização já!
Para avançar nesta luta, é preciso que o FNDC aglutine cada vez mais setores populares, retome como ação central a defesa das resoluções da Confecom e sua trajetória de independência em relação aos interesses privados e aos governos. Aliás, o segundo equívoco apontado aqui não se dá por acaso. Uma vez tendo à frente de sua Coordenação Geral a CUT, atrelada à orientação política do PT e, portanto, pouco crítica das políticas do Governo Federal, o FNDC desvia o foco das cobranças de cima do Governo Dilma para mirar no Congresso Nacional. Busca, assim, tirar da Presidência da República toda a responsabilidade que tem, do ponto de vista de suas atribuições constitucionais, de encaminhar propostas de alterações na própria Constituição Federal ao Congresso e principalmente de executar tudo aquilo que está no âmbito das responsabilidades do Ministério das Comunicações, o que, dentro das mais de 600 propostas da Confecom, já seria muita coisa.
O movimento pela democratização da comunicação precisa identificar e combater claramente os interesses e agentes (públicos e privados) que deliberadamente impedem o avanço desta causa. O Governo Federal e os grandes conglomerados de comunicação do País não podem “sair ilesos” deste processo de cobrança, crítica, fiscalização e punição.
Entendemos que só uma luta muito maior do que estas reformas na legislação podem, de fato, resolver o problema central: só com o fim da propriedade privada sobre os meios de comunicação teremos liberdade de expressão e uma comunicação voltada para o bem da sociedade, e só com um amplo processo revolucionário alcançaremos o fim da propriedade capitalista sobre este e todos os demais setores fundamentais da vida e da economia brasileira.
A grande mídia no Brasil é uma das mais concentradas do mundo, estando reduzida hoje nas mãos de menos de dez famílias/grupos, que controlam cerca de 70% de tudo que é produzido. Portanto, seria ilusão de classe tratar a coisa de outra forma, que não a de destruir este monopólio.
Para isso, temos que mirar o futuro encarando os desafios do presente, e é indispensável conquistarmos vitórias parciais, avançar aqui e ali para fortalecer uma consciência coletiva sobre o que acabamos de afirmar. É preciso aproveitar o novo momento de mobilizações populares no Brasil para ganhar o conjunto do povo brasileiro para esta bandeira de luta.
Por isso, defendemos, como questões imediatas, os seguintes pontos:
Um novo Marco Regulatório para todo o setor da comunicação, sob o princípio do controle público, entendido como o conjunto de mecanismos e espaços deliberativos para impedir o predomínio de interesses privados, capitalistas, sobre os reais interesses e a soberania do povo brasileiro.
Que o Governo Federal e o Congresso Nacional encaminhem as propostas aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação.
Universalização da banda larga de internet como ponto estratégico para a difusão do conhecimento e democratização do acesso à informação.
Pressão sobre o Congresso Nacional para que aprove o projeto da nova Lei de Imprensa, que está pronto para votação há mais de dez anos, e que garante, entre outras coisas, o direito de resposta aos cidadãos e organizações atingidos por veículos de comunicação, o que hoje não está mais regulamentado.
Criação do Conselho Nacional de Comunicação, como órgão deliberativo e autônomo, composto majoritariamente por representantes da sociedade civil.
Fim imediato da perseguição e criminalização das rádios comunitárias por parte da Anatel e da Polícia Federal; absolvição de todos os comunicadores populares indiciados injustamente.
Profunda auditoria nas contas dos grandes conglomerados de comunicação no Brasil; investigação e punição sobre as colaborações destes à Ditadura Militar; revisão de suas outorgas (autorizações de funcionamento); repartição de seus bens entre entidades de classe, movimentos populares e instituições públicas educacionais e culturais para, de fato, iniciar a democratização dos meios de comunicação.
Rafael Freire, presidente do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba
Mais uma vez, a classe trabalhadora brasileira deu provas de sua capacidade de enfrentamento aos ataques que sofre diariamente por parte dos capitalistas. Quando convencidos e organizados, os trabalhadores podem muito.
No último dia 30 de agosto, as principais centrais sindicais do Brasil e centenas de sindicatos de base realizaram mais um Dia Nacional de Lutas da Classe Trabalhadora. O Movimento Luta de Classes (MLC) esteve presente nos atos em diversas cidades do Brasil. Foram rodovias fechadas e paralisações no transporte urbano em várias capitais, incluindo Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador e São Luís. Professores da rede pública também pararam por todo o País. Em Brasília e Campinas-SP houve atos nos aeroportos contra as privatizações e por melhores condições de trabalho. Os bancários (que estão em campanha salarial nacional) somaram forças em quase todos os estados, assim como metalúrgicos, petroleiros, químicos, eletricitários, trabalhadores dos Correios, etc.
Em Curitiba, capital do Paraná, mais de 10 mil pessoas foram às ruas. Em Pernambuco, cinco diretores do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE) foram presos arbitrariamente pela Polícia Militar após participarem do fechamento da BR- 101 (Sul), ao lado da indústria de alimentos Vitarella, no Município de Jaboatão dos Guararapes.
Em Goiânia, o ato se concentrou na Praça Cívica e seguiu para frente do escritório do deputado federal e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO), dono da indústria de alimentos Mabel. Para defender os interesses de sua classe, a classe dos capitalistas, o deputado propôs ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 4.330, que legaliza a prática das terceirizações em todas as atividades econômicas, de todos os setores, sejam públicos ou privados.
A terceirização precariza as condições de trabalho, rebaixa os salários, mascara o vínculo empregatício, dificulta a organização sindical dos trabalhadores, entre outros males. As estatísticas mostram, por exemplo, que de todas as mortes acontecidas em 2011 por acidentes de trabalho, 70% foram de funcionários terceirizados.
O primeiro Dia Nacional de Lutas de 2013 aconteceu em 11 de julho, com uma pauta unitária de reivindicações contendo dez pontos, que se repetiu agora: Contra o Projeto de Lei das Terceirizações (PL 4.330); Redução da jornada de trabalho para 40h semanais, sem redução de salários; Fim do fator previdenciário; Aplicação de 10% do PIB para a Educação; Investimento de 10% do Orçamento da União para a Saúde; Transporte público de qualidade; Redução das tarifas e passe-livre para os estudantes; Valorização e isonomia das aposentadorias; Reforma Agrária; Suspensão dos leilões de petróleo; Democratização dos meios de comunicação.
Um relatório lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de seis milhões de pessoas morrem no mundo por ano devido ao uso do cigarro. O documento, chamado “Epidemia Global do Tabaco 2013”, ressalta tendências sobre o uso da substância e avanços com relação ao seu combate pelo planeta. Se o ritmo atual continuar, o número de mortes por cigarro deve subir para oito milhões de pessoas por ano, em 2030, segundo Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Brasil é citado no relatório como um dos países que mais adotaram medidas para combater o uso do cigarro, ao lado de Panamá, Irã e Turquia. Cerca de 15% da população adulta brasileira consome tabaco, ainda de acordo com a OMS. A estimativa é de que existam cinco bilhões de fumantes no mundo, e a projeção da OMS é que esse número seja de sete bilhões em 2050.
Na comparação dos países, 24 adotaram leis que proíbem completamente o uso do tabaco e de derivados. Outros 100 têm leis que impedem ou restringem o fumo de alguma forma, aponta a Rádio ONU. Já 67 países entre os pesquisados no relatório não adotam qualquer proibição ao cigarro ou restrições à publicidade que incentiva seu uso. No Brasil, o preço dos cigarros aumentou 100,34%, contra uma inflação de 31,80%, entre janeiro de 2007 e julho deste ano, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
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