UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quinta-feira, 20 de novembro de 2025
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Música de Luíz Gonzaga retrata abalo ecológico

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Não é de hoje que os abalos ecológicos são notáveis. Décadas atrás, o cantor nordestino Luíz Gonzaga já denunciava a situação na natureza. Vale a pena conferir a letra da música Xote Ecológico.

Xote Ecológico
Luíz Gonzaga 

Não posso respirar, não posso mais nadar
A terra está morrendo, não dá mais pra plantar
E se plantar não nasce, se nascer não dá
Até pinga da boa é difícil de encontrar

Cadê a flor que estava aqui?
Poluição comeu.
E o peixe que é do mar?
Poluição comeu
E o verde onde é que está ?
Poluição comeu
Nem o Chico Mendes sobreviveu

Estupro em Patos é mais um caso de violência contra a mulher na Paraíba

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Um crime sexual, com fortes traços de crueldade, foi praticado em Patos na noite do dia 28/09 e continua até agora sem solução. A jovem de nome Carol (nome fictício para preservar a identidade da vítima), de 31 anos, foi estuprada no Delírious Motel (antigo Bar do Vaqueiro), na BR-230 (saída para Sousa). O suspeito de praticar o crime, conhecido como Gledson, de aproximadamente 37 anos, está foragido.

Carol estava saindo do expediente no Bar do Dallas, no bairro do Novo Horizonte, onde trabalha, e Gledson (que é conhecido da vítima) estava bebendo no local. Ele então lhe ofereceu uma carona, alegando que estava bêbado, sem condições de ir sozinho para casa. Assim, Gledson convenceu Carol a ir com ele até o bairro do Noé Trajano, de onde pegaria um moto-táxi até sua casa, na Vila Cavalcanti.

Entretanto, segundo Carol, no meio do caminho Gledson teria travado as portas do carro e sacado uma arma de fogo, conduzindo o automóvel até o Delírious Motel. Sem que houvesse qualquer tipo de identificação na portaria ou recepção, os dois entram num dos quartos, e Gledson iniciou uma verdadeira sessão de terror. “Ele me arrastou para dentro do quarto pelos cabelos, trancou a porta e colou a chave no bolso da calça. Começou a me dar tapas e socos e a me xingar”.

Segundo Carol, o suspeito não chegou a penetrá-la com o pênis. “Ele me mandou descer o short e me abusou com a mão. Ele colocou a mão inteira na minha vagina. Senti uma dor muito grande e comecei a sangrar, uma hemorragia, porque ele me rasgou da vagina até o ânus”.

“Gritei muito e derrubei o telefone que ficava numa banquinha em cima da cama, que era para a moça da recepção escutar, mas ninguém apareceu para saber o que estava acontecendo”, relata Carol.

Neste momento, Gledson teria novamente ameaçado a jovem com a arma na cabeça e a obrigado a ligar para a recepção, pedindo que abrissem o portão para ele sair. Já com o portão aberto, o acusado teria fugido no carro.

O martírio de Carol, porém, não terminou por aí. Ainda falando com a recepcionista do motel pelo telefone, ela pediu para a funcionária ligar para a Polícia e o Samu, mas a funcionária teria se negado a prestar socorro, e sequer foi ao quarto verificar o estado da vítima. Carol então conseguiu contatar uma amiga, que foi ao local com o namorado e a mãe. A recepcionista do motel ainda exigiu o pagamento de R$ 20,00 pelo uso do quarto.

Levada ao Hospital Regional de Patos, foi reencaminhada à Maternidade Dr. Peregrino Filho e depois novamente ao Hospital, onde, finalmente, após uma hora e meia de perambulação, ingressou na sala de cirurgia por volta da meia-noite do sábado 29/09. Após cerca de duas horas de intervenção cirúrgica, Carol teve o períneo reconstruído e foi internada num quarto.

Apenas na segunda-feira pela manhã, dois dias após a violência, o crime foi oficialmente comunicado à Polícia, já que a Delegacia da Mulher não funciona no final de semana. A vítima foi até a Delegacia, que funciona na Rua Bossuet Wanderley, mas não conseguiu prestar o depoimento, por ainda estar em estado de choque. Carol foi encaminhada para o serviço psicológico do Centro de Atenção Psicossocial da Prefeitura (Caps) e, no dia seguinte, a delegada Tâmara Lenina, que acompanha o caso, foi até a casa onde se encontra a vítima e colheu seu depoimento.

Segundo a delegada, “o inquérito sobre o caso foi instaurado, e as diligências para localizar o acusado estão em andamento. Estamos trabalhando em sigilo para não atrapalhar as buscas. Já colhemos os depoimentos das testemunhas ligadas à vítima e realizamos o exame de corpo de delito. Ainda estamos aguardando o resultado final do laudo médico, que tem um prazo de dez dias para ser concluído”. De acordo com Tâmara , além do suspeito, os responsáveis pelo Delírious Motel também serão responsabilizados pelo fato de terem se negado a prestar qualquer tipo de socorro emergencial à vítima.

Aline Leite, do Movimento de Mulheres Olga Benario, realizou visitas à vítima, e pôde constatar o abalo emocional de Carol, assim como de sua família e de seus amigos. “Ela está na casa da avó e não tem conseguido dormir porque simplesmente não consegue esquecer o que aconteceu. O criminoso que cometeu este crime horrendo ainda chegou a ligar para ela, dizendo estar arrependido do que fez e oferecendo dinheiro para que ela não denunciasse o caso. Este é mais um triste episódio de uma história que vem se repetindo cada vez com maior frequência no nosso Estado e no Brasil”. E conclui: “Não toleramos mais tanta violência contra as mulheres! Lutamos contra o machismo na sociedade, contra os abusos físicos, sexuais e psicológicos, e defendemos que cada município tenha sua própria Delegacia da Mulher, e que estas funcionem 24 horas por dia, todos os dias da semana. Na Paraíba, apenas sete dos 223 municípios possuem delegacias especializadas para atender as mulheres vítimas de violência”.

Em conversa com a nossa reportagem, Carol afirmou que sente como se sua vida tivesse sido destruída e que espera que “a justiça seja feita, para que ele não faça pior com outras mulheres”.

Violência contra a mulher na Paraíba

Segundo informações repassadas pelo Movimento Olga Benario, o relatório nacional Mapa da Violência (elaborado pelo Instituto Sangari/Ministério da Justiça) aponta a Paraíba como o sétimo estado do País em assassinatos de mulheres. O índice de homicídios é de seis por 100 mil mulheres, bem acima da média nacional de 4,4. Dados fornecidos pela Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social mostram que, só em 2012, cem mulheres foram assassinadas em solo paraibano. No ano passado, foram 146 mulheres.


Rafael Freire

Terceirização mata 16 trabalhadores petroleiros em um ano

Terceirização na PetrobrasDe setembro de 2011 a setembro de 2012, a Petrobrás contabilizou 18 mortes por acidente de trabalho. Das quais, 16 de trabalhadores terceirizados. O último assassinato das empresas terceirizadas ocorreu no dia 13 de setembro, em Sergipe.

A Petrobrás hoje é a terceira maior empresa de energia do mundo. Uma das maiores empresas da América Latina e do Brasil. Uma verdadeira gigante, quando se diz respeito a financiamento interno no Brasil e propulsora da economia, em especial após a descoberta da camada pré-sal, que se tornou o motivo de sonhos e desejos de vários países imperialistas.

A empresa, desde a famigerada lei 9478/97, que acabou com o monopólio estatal do petróleo, abriu de vez as portas para a terceirização. Hoje, já se identifica um alto nível de terceirização em diversos setores, alguns destes estratégicos: alimentação, análise laboratorial, Almoxarifado, Cimentação e complementação de poços, Montagem e construção de projetos, informática, limpeza predial, manutenção (predial, mecânica, caldeiraria, soldagem, elétrica, instrumentação, refratários, isolamentos térmicos e de inspeção de equipamentos), movimentação de cargas, perfuração e perfilagem de poços, operação de sondas, serviços médicos e administrativos, transporte, utilidades e vigilância.

Estima-se que mais de mil empresas prestam serviços a Petrobrás. Em duas de suas refinarias, a terceirização representa mais de 70% dos trabalhadores. No setor de análise de amostras, chega ao absurdo de 80%. A terceirização na Petrobrás desde 1995 já matou mais de 300 trabalhadores. Inúmeros são os trabalhadores que foram mutilados e invalidados.

Esse quadro da terceirização nos mostra claramente qual o caminho a seguir: desenvolver uma campanha nacional pelo fim das terceirizações, tanto nas atividades fins como nas atividades meio.

A terceirização representa, no fundo, a superexploração da força de trabalho, ceifando direitos trabalhistas e impedindo a capacitação adequada dos trabalhadores. O resultado: cada vez mais acidentes e mortes de trabalho.

A melhor forma de acabar com a mazela da terceirização na Petrobrás e no Brasil é organizar esses milhares de trabalhadores para lutar por melhores condições de trabalho, capacitação profissional e salário decente.

Vanieverton Albuquerque
Fonte: Observatório Social 

Facebook e Google auxiliam governo espanhol na caça a organizadores de manifestações

Facebook e Google auxiliam governo espanhol na caça a organizadores de manifestaçõesA justiça espanhola procura através de contas bancárias que supostamente financiaram as manifestações de 25 de setembro identificar supostos responsáveis por estes movimentos de protesto contra a austeridade.

“É mais um passo na escalada repressiva do poder contra os que não aceitam de modo algum este estado de coisas”, revelou um dos organizadores a um cidadão português residente em Madrid, igualmente solidário com os protestos.

A Audiência Nacional pretende identificar os supostos financiadores dos protestos para decidir se abrirá ou não processos contra os organizadores. A imprensa espanhola dá conta de que as autoridades judiciais, acionadas pela Polícia Nacional, entidade que, por ordens do governo tem realizado ações brutais de repressão contra os manifestantes, procuram fundamento para acusar os organizadores das manifestações de “delito de associação”.

“O que o governo, através dos instrumentos do Estado que não respeitam a separação de poderes, pretende com estes métodos é desacreditar a luta contra a austeridade, comparando-a a movimentos de banditismo; isto é um insulto à democracia, se bem que não surpreenda uma vez que Rajoy de democrata não tem nada, o seu verdadeiro parente político é o franquismo”, declarou o interlocutor do cidadão português que recolheu o depoimento.

Na sua devassa da vida privada de cidadãos e da violação do direito de manifestação, as autoridades espanholas tem contado com a colaboração do Google e do Facebook, que embora não fornecendo dados pessoais revelam endereços de IP, o que na prática poderá ter resultados semelhantes.

O governo e a polícia sofreram uma primeira derrota no processo de perseguição aos manifestantes quando um tribunal de Madrid decidiu, depois de averiguar os casos dos 35 detidos em 25 de setembro, que não tinha competência para se ocupar destes casos uma vez que não havia situações de ameaça à segurança do Estado.

O governo e a polícia continuam, contudo, a recorrer à tese de as manifestações ameaçarem a “segurança nacional”, ideia que já levou o executivo a pressionar as estações de televisão para não transmitirem as manifestações em direto. Em dias posteriores, e uma vez que alguns canais de TV resistiram à pressão, a polícia tentou cortar cabos e ligações para bloquear as transmissões. “Ora aí está um caso de delito de opinião, de atentado à liberdade de informação cometido pela polícia e com o qual a justiça não parece preocupar-se”, declarou o participante na organização do movimento.

A lei espanhola proíbe concentrações em torno do Parlamento quando está em reunião. Os juízes vão agora dedicar-se a verificar as atas das sessões para tentarem apurar se os trabalhos parlamentares foram ou não afetados pelas manifestações.

Fonte: BE Internacional

Novo recorde de desemprego na Zona do Euro

Documento publicado hoje (1) pela agência oficial Eurostat estima que cerca de 25 milhões de pessoas não tem emprego na EU27, um aumento de 2,1 milhões em comparação com o mesmo período do ano anterior.

As maiores taxas de desemprego são da Espanha e da Grécia, onde, em média, uma pessoa a cada quatro não tem trabalho: 25,1% e 24,4%, respectivamente.

Ainda pior é a situação dos jovens até 25 anos nesses países: mais da metade está desempregada na Espanha, um índice de 52,9%. Quanto à Grécia o último índice publicado mostrava que 55,4% dos jovens estavam nessa mesma situação.

Ente os países que tiveram maior alta na taxa de desemprego se encontram também Portugal, que subiu de 12,7% em agosto do ano passado para os atuais 15,9%.

Novo recorde de desemprego na Zona do Euro

Glauber Ataide

Revolta e repressão em Madrid

Repressão em MadridA polícia de choque espanhola, com cerca de 1300 efetivos no terreno, respondeu com várias cargas e disparos de balas de borracha na quarta-feira à manifestação convocada por um conjunto de cidadãos para junto do Parlamento de Madrid com o objetivo de protestar contra as medidas de austeridade e também contra o funcionamento do sistema político. Registraram-se mais de 20 detidos e de uma dezena de feridos.

Os manifestantes, que as autoridades direitistas de Madrid calculam em cerca de seis mil, concentraram-se na Praça Neptuno, nas imediações do Parlamento, com o objetivo de forçar os deputados a revogar as medidas de austeridade que têm vindo a ser impostas com grande intensidade pelo governo pós-franquista de Mariano Rajoy. O primeiro detido, segundo a imprensa, foi um manifestante que trepou à barreira de segurança para tentar hastear uma bandeira do Sindicato Andaluz de Trabalhadores.

Cidadãos de várias regiões de Espanha afluíram a Madrid correspondendo a uma iniciativa convocada sobretudo através das redes sociais. Para uma manifestação que o governo avaliou em seis mil pessoas foram convocados 1300 polícias de choque, ditos “antidistúrbios”, o que, respeitando os cálculos oficiais, significa um agente da repressão por cada 4,5 manifestantes. Os efetivos, que dispararam balas de borracha durante as várias cargas realizadas, correspondem a 30 dos 52 grupos operacionais de choque existentes em Espanha, desde logo uma mobilização considerada “desproporcional” pela comunicação social e “provocatória” pelos manifestantes.

A manifestação corresponde a uma intensificação do descontentamento numa Espanha afetada profundamente pela crise de uma dívida que continua a crescer, apesar da austeridade, e bateu todos os recordes no segundo trimestre deste ano, atingindo os 800 bilhões de euros. O crescimento da dívida do primeiro para o segundo trimestre foi de quase quatro por cento e coincidiu com a aplicação plena das medidas anti-sociais impostas em fevereiro pelo governo.

Na terça-feira o governo pediu esclarecimentos ao Banco Central Europeu sobre se tenciona ou não comprar títulos de dívida espanhola num momento em que se torna cada vez mais evidente a necessidade de Madrid recorrer a um resgate das organizações prestamistas congregadas na troika.

Ao mesmo tempo agravam-se os sinais de desagregação do Estado, sobretudo na Catalunha, onde o governo de Barcelona, dominado pelos nacionalistas da Convergência i Unión, decidiu antecipar para 25 de Novembro as eleições autônomas tencionando transformá-las igualmente num referendo sobre aprofundamento da autonomia, designadamente em matéria fiscal. A decisão ocorre duas semanas depois de dois milhões de catalães, cerca de um terço da população da região, se terem manifestado nas ruas a favor da independência.

A Andaluzia decidiu terça-feira solicitar a Madrid um resgate de aproximadamente cinco mil milhões de euros devido às dificuldades financeiras com que se debate a região.

Fonte: BE Internacional

Greve geral na Grécia enfrenta a troika e a violência

Greve geral na Grécia

Depois das cargas e dos assaltos a tiro com balas de borracha na Espanha voltaram os gases lacrimogêneos na Grécia para reprimir as manifestações em curso no âmbito da terceira greve geral do ano contra as novas medidas de austeridade em preparação, convocada pelos principais sindicatos e apoiada pelo Syriza, o partido da Esquerda que esteve à beira de vencer as últimas eleições gerais.

Os principais serviços do país ficaram completamente paralisados na sequência da greve, principalmente transportes, escolas, instituições públicas, hospitais e aroportos, onde os controladores obrigaram as principais companhias a cancelar e reprogramar os seus vôos.

A greve de 24 horas foi convocada pelas duas principais centrais sindicais, a GSEE e a Adedy, para combater as novas medidas de austeridade que a troika e o governo dirigido pelo direitista Samaras aliado aos socialistas – os partidos do memorando – estão a preparar no âmbito do alegado combate à dívida soberana, que continua a crescer fora de controle. As medidas em discussão prevêem novas supressões de direitos sociais e trabalhistas, maiores facilidades ainda para despedir – num país onde o desemprego é galopante – e, provavelmente, a liberalização absoluta de horários de trabalho e a imposição da semana laboral de seis dias. O objetivo imposto pelas instituições prestamistas aglutinadas na troika é alcançar novos cortes de 11.500 milhões de euros.

Os sindicatos consideram a greve geral um êxito, acrescentando que além da paralisação do país cerca de 350 mil pessoas saíram às ruas para se manifestar contra a situação imposta do exterior. Enquanto os trabalhadores gregos estão em greve, a chanceler alemã reuniu-se com a presidente do FMI e o presidente do Banco Central Europeu para debater o caso grego sobre um pano de fundo de desentendimentos quanto à atitude do Banco Central Europeu. As novas medidas de Mário Dragui, anunciadas com tanto entusiasmo há dias, já se revelaram insuficientes e insatisfatórias ainda antes de aplicadas.

A confusão reina ainda entre as instituições e dirigentes europeus em torno das condições e dos modos de atuação do Fundo de Estabilização Financeira (FEEF) e do seu sucessor, o Mecanismo de Estabilização Financeira, por exemplo na recapitalização da banca.

Em Atenas, grupos de jovens atuando de forma organizada e à margem das manifestações sindicais realizaram ações de contestação lançando coqueteis molotov sobretudo contra as forças policiais, que recorrem a cargas e lançamento de gases lacrimogêneos não apenas contra esses setores mas também contra as grandes manifestações.

Fontes sindicais revelam, contudo, que pela primeira vez setores das forças armadas e da polícia cívica se juntaram aos manifestantes por também serem muito penalizados pelas medidas de austeridade e a depressão econômica em que o país está mergulhado.

Fonte: BE Internacional

FNP distribui manifesto contra os leilões de petróleo

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Leilão do petróleo

No último dia da Rio Oil & Gas, a FNP e a campanha do petróleo mandaram recado à presidenta Dilma, questionando a retomada dos leilões. A seguir, o conteúdo do manifesto, distribuído amplamente.

Presidenta Dilma,

Ao invés de leiloar o petróleo, vamos leiloar a fome e a miséria dos brasileiros! Que tal oferecer aos países do hemisfério norte, os mesmos que estão interessados no nosso petróleo, bônus para quem contribuir com a erradicação da fome e da miséria no Brasil?

Mas se os “ricos” insistirem e nos ameaçarem até com guerras, como as do Iraque e Afeganistão, ao invés de petróleo podemos vender derivados de petróleo, inclusive produtos petroquímicos, insumo que entra na composição de milhares de outros produtos e que, além de emprego e renda para os brasileiros, gera muito mais lucro que os combustíveis.

Vendendo derivados de petróleo, estaremos vendendo os ovos de ouro. Já vender o óleo é o mesmo que entregar a galinha dos ovos de ouro. Presidenta Dilma, as mesmas forças que agora estão lhe pressionando para retomar os leilões, sempre agiram a favor das privatizações.

A senhora já disse, num momento de felicidade, que o pré-sal é o nosso passaporte para o futuro. Logo, não podemos abrir mão desse passaporte. Não custa lembrar a célebre frase de John Davison Rockefeller, fundador da Standard Oil Company, que um dia se tornaria o homem mais rico do planeta: “O melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada e o segundo melhor negócio é uma empresa de petróleo mal administrada” – dizia ele.

A Petrobrás, que os brasileiros reconhecem como uma empresa muito bem administrada, sem petróleo não é nada. O que a Petrobrás está enfrentando é um momento de dificuldade financeira, criada pelo próprio mercado, que a médio e longo prazo será facilmente superada. É a velha política aplicada no mundo dos negócios de “criar dificuldades para vender facilidades”.

A volta dos leilões é uma solução apenas para os Estados Unidos e a Europa. É uma forma de suprir suas necessidades de abastecimento de hidrocarbonetos e de contribuir para que esses países escapem da crise financeira internacional que eles próprios criaram, repassando o ônus dessa crise para nós, brasileiros.

Devemos tratar nosso petróleo de forma estratégica e produzir na medida de nossas necessidades sociais, como prega o ilustre professor e ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa. Até porque o Brasil já é auto-suficiente em petróleo.

Propomos, ainda, para atender aos justos reclamos dos ambientalistas, que parte do dinheiro do pré-sal seja investido em pesquisas visando à geração de energias mais limpas como a eólica, solar, hidráulica e a da biomassa e em estudos que objetivem diminuir a presença do hidrocarboneto em nossa matriz energética. Todos temos compromisso com a redução do aquecimento global!

Presidenta Dilma: diminuir as tarifas elétricas foi uma medida de cunho social enorme de seu governo; aumentar o subsídio do gás de cozinha e diminuir o preço do botijão, como cogita seu governo, vai favorecer, principalmente, os brasileiros mais pobres.

O governo Lula e o seu superaram o desafio de equiparar o salário-mínimo pelo menos a cem dólares. Mas, no momento, um dos grandes desafios que se colocam é a questão da mobilidade. Os trabalhadores atualmente gastam mais de metade do salário-mínimo apenas no trajeto emprego-casa. Uma forma de minimizar esse problema seria subsidiar o óleo diesel no transporte de massas.

A composição dos preços dos produtos liquefeitos de petróleo tem que ser revista. Por exemplo: a Petrobrás cobra pela gasolina pouco mais de um real na porta da refinaria. No entanto, essa mesma gasolina é vendida nos postos a, pelo menos, R$ 2,60. Para resolver o problema de caixa da companhia, uma das propostas que nós, petroleiros, estamos sugerindo, é rever a carga tributária dos derivados de petróleo e a margem de lucro dos postos de gasolina. Isso já seria suficiente para melhorar as contas da Petrobrás.

Presidenta Dilma: aumentar os preços dos combustíveis e fazer leilões de petróleo é, como diz o ditado, “Jogar fora o bebê junto com a água na bacia!”. Reflita e reveja a decisão sobre os leilões!

Fonte: Campanha “O Petróleo Tem que Ser Nosso” e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)

Mery Zamora: “Seguirá me encontrando, mais armada de esperança, valentia e dignidade”

Mery ZamoraMery Zamora, ex-presidenta da UNE Nacional – União Nacional dos Educadores do Equador (N.T.), acusada pelo governo de sabotagem e terrorismo, esta manhã recebeu a solidariedade de mulheres congressistas, e lideranças sociais frente à pretensão do governo de condená-la a 8 anos de prisão. Através de uma coletiva de imprensa na Assembléia Nacional, Mery Zamora disse: “Aqui estamos, dando a cara, e o faço de frente. Novamente toda esta perseguição é porque não me amedrontei nem traí a meu povo, é por não me haver submetido à política de chantagem de Aliança País, se esse for o delito pelo que me pensam processar ou o delito de ter estado sempre junto aos trabalhadores, se esse for o delito que cometi por defender a pátria nova e o socialismo, creia-me senhor Correa que para uma mãe, mulher e professora como Mery Zamora, será a principal e a maior condecoração que obterei por defender os direitos de quem nos tem entregue sua confiança e sobre tudo que venha de um governo nefasto e traidor, você sabe onde me encontrar senhor Correa e seguirá me encontrando, como sempre, mais armada de esperança, valentia e dignidade, coisas que você não tem nem a mínima ideia do que significa a dignidade. A diferença entre você, senhor Correa, e Mery Zamora é que você leiloa sua dignidade ao melhor licitante por 10 ou 40 milhões de dólares, enquanto minha dignidade, senhor Correa, não tem preço” disse a professora em uma atitude valorosa e altiva.

Da mesma forma, o comunicado à imprensa das mulheres de esquerda manifestou sua solidariedade com a ex-dirigente da UNE, em que aderiram várias lideranças sociais.

As mulheres do Equador sofrem o discurso sexista e discriminatório do Executivo; o governo atual pos em vigência o código penal para perseguir e limitar nossos direitos; constantemente somos afetadas economicamente diante do alto custo de vida, impedidas de ter acesso à educação e à saúde, e inclusive várias mulheres lutadoras sociais foram objeto da repressão governamental e outras da prisão. Pretende-se, além disso, judicializar nosso direito à liberdade de expressão e pensamento. Todas estas práticas do governo atual só geram menos democracia e afetam os direitos das mulheres.

O governo nacional tem como política de estado a criminalização do protesto social e de seus dirigentes, nessa linha a Prof. Mery Zamora é uma das tantas perseguidas políticas do regime. As Mulheres de Esquerda, democráticas, progressistas, expressam sua solidariedade com a Professora Mery Zamora acusada de sabotagem e terrorismo e que poderá ser condenada de 8 a 12 anos de prisão.

Não se respeitou o devido processo, a justiça atuou sob as ordens de altas esferas governamentais enfurecendo-se com uma mulher, mãe e professora que da direção do Magistério enfrentou a política autoritária e prepotente do governo Rafael Correa.

A justiça a serviço do governo, com a celeridade que lhe caracteriza, quando se trata de beneficiar o poder, através do Juiz José Tamayo, o mesmo que em julho do 2011 arquivou e rejeitou o processo, expediu AUTORECURSO A JULGAMENTO, pelo delito tipificado no art. 158 do Código Penal  “RECLUSÃO MAIOR ORDINÁRIA DE 8 A 12 ANOS E MULTA PECUNIÁRIA.

Diante deste atropelo aos direitos humanos, as mulheres de esquerda, progressistas, democráticas, reiteram sua posição firme e decidida de respaldo solidário a Prof. Mery Zamora e a todas aquelas mulheres que são objeto do abuso de poder, às perseguidas políticas e às encarceradas.  Estas ações de denúncia de violação aos direitos humanos no Equador se estenderão a organismos internacionais.

COMISSÃO NACIONAL DE PROPAGANDA – MOVIMENTO POPULAR DEMOCRÁTICO – EQUADOR

Trabalhadores presos por retirar alimentos que seriam jogados no lixo

TerceirizaçãoTrês trabalhadores terceirizados da Ultraserv*, Cláudio Charles Gonçalves, de 33 anos, Diogo Cardoso, 27, e Marcos Paulo, 24, foram retirados de camburão do seu local de trabalho.

O suposto crime desses trabalhadores foi retirar do descarte (comida que todo dia é jogada no lixo pela empresa) dois ou três frangos, algumas barrinhas de chocolate quebradas e um pouco de iogurte fora da validade, que já estavam nas sacolas de lixo. Achando um desperdício, Diogo recolheu o frango do lixo e chamou seus amigos para dividir.

Ao final do expediente, por orientação da dona da Ultraserv, os trabalhadores foram postos em fila indiana e revistados um a um. O que ocorreu a seguir foi a prisão de Cláudio, Diogo e Marcos, acusados pela empresa de roubo. Levados à delegacia foram indiciados. No dia 28 de agosto foi decretada a prisão preventiva dos três trabalhadores, dos quais apenas Cláudio Charles foi localizado, levado preso para a 54ª DP e transferido no dia seguinte para Bangu 1, presídio que abriga os mais perigosos foras-da-lei do Rio de Janeiro. Mais uma vez a justiça dos ricos e poderosos mostra realmente a quem serve.

Desde o inicio desse absurdo cometido pela Ultraserv, com a conivência da Petrobras, o Sindipetro\RJ vem denunciando e tornando a luta pela liberdade e pela retirada das acusações aos três trabalhadores uma luta nacional.

A solidariedade dos trabalhadores da Ultraserv aos 3 companheiros foi concretizada no dia 29. Organizados pelo Sindipetro, fizeram uma paralisação de 24 horas. No dia 06 de setembro, para aumentar a pressão, o Sindipetro realizou outra manifestação, dessa vez em frente ao prédio sede da Petrobras, e contou com a presença do Movimento Luta de Classes – MLC, da Associação dos Estudantes Secundaristas – AERJ e do candidato do PCR a vereador, Esteban Crescente.

A luta pela liberdade dos três companheiros é a luta contra a criminalização da fome. São vários os relatos e prisões ocorridas em nosso país de trabalhadores que, para saciar sua fome e de seus filhos, apenas pegam o que é seu por direito, comida.

Da mesma forma, é fundamental acabar com as terceirizações, barrar o PL do deputado Sandro Mabel, que leva as terceirizações às áreas fins da produção, e garantir salários e dignidade aos trabalhadores.

Desde o inicio das terceirizações, diversas empresas tem atuado na Petrobras. Em 2001, a plataforma P-36 afundou e constatou-se que um dos motivos foi o elevado número de trabalhadores terceirizados na área fim da empresa, ou seja, direto na extração do petróleo.

As empresas terceirizadas recebem o triplo do que é pago aos trabalhadores pela execução do trabalho, descontam e não depositam INSS e FGTS, negam 1/3 das férias e o décimo terceiro salário. Organizar os trabalhadores terceirizados é uma prioridade. Lançar campanhas para que as empresas contratantes das terceirizadas absorvam estes trabalhadores em seu quadro funcional, acabando com essa sangria de dinheiro público para a iniciativa privada.

Os verdadeiros ladrões são os donos das empresas terceirizadas e os corruptos ligados a eles. Esses é que merecem a prisão.

Vanieverton Anselmo, membro da Coordenação Nacional do MLC

* Empresa que serve as refeições no Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás)

FBI organizou ataques terroristas nos Estados Unidos

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Para alguns pode até parecer um absurdo, uma coisa inimaginável. Para muitos, porém, a notícia veiculada recentemente de que o FBI (o Departamento Nacional de Investigação, a Polícia Federal estadunidense) organiza atentados terroristas dentro do próprio país é perfeitamente condizente com a tática adotada há anos pelos sucessivos governos norte-americanos.

O assunto veio à tona com o documentário de rádio This American Life, produzido pela Chicago Public Media e transmitido em mais de 500 estações dos Estados Unidos. O trabalho jornalístico conta a história de uma das mais desastrosas e chocantes tramas armadas pela Polícia Federal norte-americana.

Assim, quando é anunciado que um plano terrorista foi desmantelado em território norte-americano e a imprensa comemora, é simplesmente ocultado o fato de que o próprio FBI infiltra agentes em comunidades islâmicas (muitas delas pacíficas) para formar e encorajar novos terroristas – frequentemente adolescentes – planejar ataques e até mesmo fornecer os materiais para torná-los realidade.

“Repetidamente, o FBI fabrica ataques terroristas”, escreve o analista Glenn Greenwald. “Eles se infiltram em comunidades muçulmanas para achar recrutas, os convencem a realizar ataques, fornecem dinheiro, armas e o know-how para levar seu plano adiante – apenas para saltar heroicamente no último instante, prender os supostos agressores que o FBI havia criado, e salvar uma grata nação de uma trama orquestrada… pelo próprio FBI”.

Como é sabido, os países imperialistas precisam promover guerras para conquistar novos mercados, roubar riquezas naturais, aquecer a economia e deter povos que lutam por soberania. Daí a necessidade dos capitalistas e seus governos de estimularem e financiarem o terrorismo, criando condições através de falsos discursos de apelos à democracia e à liberdade para atacar e invadir qualquer nação que eles julguem terrorista. Lembremos que quem formou e financiou Saddam Hussein, Osama bin Laden e tantos outros foram os Estados Unidos.

Mas o pretexto da luta contra o terrorismo também é utilizado pelos governos para justificar ações dentro do próprio país. O perigo real de ataques terroristas é superfaturado pela mídia que, comprada pelos capitalistas e seus governos, impõe um clima de medo quase doentio à população para logo impor medidas que visem suprimir os poucos direitos e a liberdade do povo. No início do ano, o congresso estadunidense aprovou e o presidente Barack Obama sancionou a lei que define o conjunto dos Estados Unidos como um “campo de batalha” e permite que o exército dos EUA possa prender cidadãos americanos em seu próprio quintal, sem acusação ou julgamento e por tempo indeterminado. Isso em um momento em que crescem as manifestações e protestos nos Estados Unidos contra a crise econômica.

Roberto Luciano, Campina Grande