UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

terça-feira, 16 de setembro de 2025
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Ato marca os 50 anos da morte de João Pedro Teixeira

Centenas de pessoas homenagearam João Pedro Teixeira

Só um grande homem, só uma grande causa, só uma grande batalha por vencer pode permanecer, por mais de 50 anos, mobilizando pessoas e levando-as a se reunir, a sair às ruas e a celebrar. É o caso de João Pedro Teixeira (Veja A Verdade nº 7), fundador e líder das Ligas Camponesas de Sapé, pequeno município localizado entre a Zona da Mata e o Brejo do Estado da Paraíba.

No dia 2 de abril, completou-se o cinquentenário do covarde assassinato do líder camponês, à beira da estrada do distrito de Café do Vento, quando regressava da capital, João Pessoa, distante cerca de 60 km do Sítio Barra de Antas, onde vivia.

Nessa data, a cidade de Sapé reviveu suas tradições de luta e viu cerca de mil pessoas caminharem desde o Cemitério Municipal até a Praça Central para homenagear não só João Pedro, mas também todos aqueles que encabeçaram as Ligas Camponesas e tombaram na luta pela reforma agrária como “Nego Fuba” (João Alfredo Dias) e “Pedro Fazendeiro” (Pedro Inácio de Araújo).

Pela manhã, participaram do ato centenas de estudantes da rede pública de Sapé e dezenas de entidades e movimentos sociais de todo o Estado da Paraíba, e até de Pernambuco, ligados ao setor camponês, sindical, estudantil, dos direitos humanos, da Igreja Católica, ex-parlamentares, partidos políticos, secretarias de governo, universidades, etc. Destaque especial para a memória viva das Ligas nas figuras de dona Elizabeth Teixeira, Assis Lemos (professor universitário aposentado, deputado estadual cassado e ex-preso político) e Agassiz Almeida (advogado, deputado estadual cassado e ex-preso político). Ainda estiveram presentes o ex-arcebispo da Paraíba, dom José Maria Pires, e João Pedro Stédile, da Coordenação Nacional do MST. Em nome da Comissão Pastoral da Terra (CPT), uma das principais entidades organizadoras do evento, falou o padre Hermínio Canova, pároco de Barra de Antas: “Não assassinaram João Pedro, e sim plantaram uma semente. Ele era cristão de religião e um comunista de coração, um comunista de verdade”.
Já Elizabeth Teixeira emocionou a todos em praça pública ao rememorar os momentos finais de seu companheiro: “Marcharei na tua luta, foi o que eu disse ao meu João Pedro quando peguei ele morto nos meus braços. Ele era um homem muito bom. Todos os dias, antes de sair de casa,  ele beijava nossos 11 filhinhos, me beijava e dizia: ‘vou indo, mas não sei se tenho o direito de voltar’. Todo mundo sabia que estavam apenas esperando a hora certa de matar João Pedro”. Elizabeth, até então, era apenas dona de casa e esposa do líder camponês, mas jurou ao marido morto continuar sua trajetória e passou a comandar as Ligas Camponesas de Sapé. Hoje, aos 83 anos, vive em João Pessoa.
O ato foi animado a todo instante por músicas combativas em homenagem a Teixeira, e ainda foram executadas A Internacional Comunista e o Hino do Camponês, composição com letra de Francisco Julião (ex-deputado estadual e dirigente das Ligas Camponesas de Pernambuco) e música do maestro Geraldo Menucci, que veio do Recife para simbolicamente reger a execução do hino durante o ato.

À tarde, os manifestantes se juntaram aos moradores do Sítio Barra de Antas, onde foi inaugurado o Memorial das Ligas Camponesas, justamente na casa em que João Pedro viveu com a família.

O descerramento da placa e a abertura do Memorial ao público foram feitos com a participação do governador Ricardo Coutinho (PSB), uma vez que o Governo Estadual desapropriou o terreno de seu último dono, restaurou a casa e preparou o ambiente e o acervo para o Memorial.
Um grupo de militantes do PCR se fez presente desde cedo em Sapé e, durante todo o dia, mesmo debaixo da chuva que caiu diversas vezes, manteve erguida bem alto a bandeira do Partido, a bandeira do socialismo, realizando uma brigada do jornal A Verdade com cerca de 50 exemplares difundidos, particularmente da edição especial Heróis do Povo Brasileiro – nº 1, que traz um relato da vida e da luta de Pedro Teixeira. Para João Batista, natural de Sapé e membro da Coordenação do MLB na Paraíba, “este foi um dia muito especial para todos nós que estivemos aqui. Nossa cidade tem uma grande história de lutas, e João Pedro é a maior referência. Devemos a ele todo o respeito e juramos também, mais uma vez, permanecer trilhando o seu caminho”.

Viva João Pedro Teixeira!
Viva as Ligas Camponesas!

Rafael Freire, João Pessoa

Seminário Saúde e Segurança do Trabalhador

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No vídeo acima a intervenção de Serley Leal, do MLC (Movimento Luta de Classes), no Seminário Saúde e Segurança do Trabalhador, em Fortaleza.

No ar nova página da CCLCP na internet

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No ar nova página da CCLCP na internetA Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes informa a todos e todas que sua nova página na internet já está no ar: www.cclcp.org. Ela está mais dinâmica e completa do que antes. Vários documentos da CCLCP foram compilados, assim como alguns artigos, jornais e os cursos disponíveis na Escola de Formação Luiz Carlos Prestes (EFLCP). Com o tempo novas informações serão adicionadas.

Todos os militantes e amigos da CCLCP estão convidados a contribuir com a organização da página, enviando notícias, avaliações do movimento em seu local de atuação, artigos, etc. A imprensa e Propaganda são atividades fundamentais de uma organização revolucionária. Elas servem como instrumentos práticos para o exercício da direção coletiva e da democracia da organização, para um maior alcance e difusão da política, para agitação em momentos de maior efervescência do movimento de massas e, sobretudo, como ferramenta organizadora, pois exige a formação de uma rede que com o tempo vai se destacando e profissionalizando seus organismos.

Os revolucionários devem ser capazes de no futuro enfrentar todo o aparato e a propaganda ideológica sistemática do Estado e da burguesia. É preciso estar a altura deste desafio, se utilizando das mais diversas formas (internet, rádio, TV, jornal, etc). Os instrumentos criados pelo capitalismo para a dominação se voltarão contra ele no futuro.

Polícia invade Ocupação Eliana Silva e desmonta barracos com violência

Polícia invade Ocupação Eiana Silva e desmonta barracos com violênciaCom uma ação truculenta e irresponsável a PM invadiu a Ocupação Eliana Silva em Belo Horizonte e está desmontando os barracos das famílias que ocuparam a área desde o dia 21 de abril passado.

A situação continua tensa e os próprios moradores estão sob cerco policial dentro do local, não tendo acesso a seus pertences, que estão sendo jogados num caminhão. O clima de revolta e indignação é muito grande. Há pessoas feridas no local e todo o processo ocorre sob muitas agressões e violência.

A Prefeitura não apresentou nenhum documento comprovando que a área pertence ao poder público municipal, mesmo assim a ação de despejo está sendo efetivada e não está sendo levado em conta nenhum dos critérios jurídicos para que a ação seja legítima. Trata-se de uma ilegalidade e de uma arbitrariedade sem tamanho.

As famílias continuam resistindo, apesar do forte aparato.

Blog oficial da ocupação: http://ocupacaoelianasilva.blogspot.com.br/

Redação MG

União Europeia perto dos 25 milhões de desempregados

União Europeia perto dos 25 milhões de desempregadosA Zona do Euro está à beira dos 11 por cento de desemprego (10,9 por cento) e a União Europeia aproxima-se dos 25 milhões de desempregados, segundo os dados oficiais da UE divulgados na última quarta-feira pelo Eurostat. Portugal é agora o terceiro país com a mais elevada taxa de desemprego na União e na Zona do Euro – 15,3 por cento. A Grécia está com 21,7 e a Espanha com 24,1, números relativos a janeiro deste ano. Em termos absolutos, o número de pessoas desempregadas na União Europeia aumentou 2,1 milhões entre março do ano passado e deste ano, 1,7 milhões das quais na Zona do Euro. Estes são os efeitos da austeridade enquanto as instituições europeias e os governos continuam a considerar que tal política é compatível com a criação de emprego.

A Espanha e a Grécia são os países mais afetados pelo flagelo do desemprego. A taxa subiu na Espanha de 20,8 para 24,1 entre março de 2011 e janeiro de 2012, calculando-se que se situe atualmente nos 24,4 e ultrapasse os 25 por cento no final do ano. Na Grécia cresceu de 14,7 para 21,1 entre março de 2011 e janeiro de 2012 – a elevação mais rápida em termos absolutos no país onde as políticas de austeridade correspondem a dois processos de resgate em condições impostas pela troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, FMI).

O desemprego em Portugal, de acordo com os dados do Eurostat, está atualmente em 15,3 por cento, o terceiro mais elevado na União e na Zona do Euro, contra 12,4 por cento há um ano. Em apenas um mês, de fevereiro para março deste ano, subiu 0,3 pontos – ritmo idêntico ao dos países com taxas mais elevadas.

Mais da metade dos jovens com menos de 25 anos estão desempregados na Grécia (51,2 por cento) e na Espanha (51,1 por cento), mas em Portugal a taxa já atingiu os 35,4 por cento, uma elevação de 7,8 pontos percentuais em apenas um ano. O desemprego feminino em Portugal cresceu de 12,9 para 15,1 num ano e o masculino aumentou de 12 para 15,5 por cento.

Ao nível da União Europeia a taxa de desemprego entre os jovens atingiu os 22,6 por cento, com 22,1 por cento na Zona Euro. Há 5,5 milhões de jovens com menos de 25 anos desempregados na União Europeia, 3,35 milhões dos quais na Zona do Euro.

O desemprego na União Europeia está em progressão constante desde o segundo trimestre de 2008, coincidindo com o período de lançamento das políticas de austeridade e de reformas das leis trabalhistas em vários países, registrando-se apenas uma ligeira inflexão conjuntural no primeiro trimestre de 2011.

Fonte: BE Internacional

Luta dos metalúrgicos intensifica-se na Alemanha

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Luta dos metalúrgicos intensifica-se na AlemanhaOs metalúrgicos alemães iniciaram um processo de luta em todo o país através da realização de greves em massa durante as próximas semanas por aumentos salariais dignos, rejeitando as propostas patronais consideradas “provocatórias”.

“Exigimos uma proposta que leve a sério os trabalhadores e o seu trabalho”, declarou Berthold Huber, presidente do poderoso sindicato IG Metall, que aglutina 3,5 milhões de trabalhadores do setor metalúrgico.

Os trabalhadores exigem aumentos salariais de 6,5 por cento enquanto o patronato contrapõe três por cento em 14 meses, atitude que os dirigentes sindicais consideram “provocatória”. Os salários alemães estiveram praticamente congelados durante a última década e os trabalhadores consideram que é chegada a hora de começarem a recuperar o poder de compra perdido. A política econômica e social do governo Merkel, na sequência de reformas trabalhistas de índole neoliberal anteriormente lançadas pela coligação SPD/Verdes, tem provocado desigualdades cada vez mais profundas na sociedade alemã.

As greves foram lançadas no sábado passado e a intensificação da luta corresponde à insatisfação do sindicato com o andamento das negociações que já estão na terceira rodada.

As ações de protesto já realizadas, e que registaram adesões em massa, afetaram e afetam a produção nos maiores grupos industriais alemães, alguns de envergadura mundial como são os casos do ThyssenKrupp, Bosch, Continental, MAN, Siemens, entre outros.

A luta dos metalúrgicos segue-se à dos trabalhadores da administração pública, que realizaram numerosas greves ao longo de semanas e alcançaram aumentos salariais de 6,5 por cento em dois anos.

O frente-a-frente entre o patronato e os metalúrgicos é acompanhado com interesse por toda a sociedade alemã uma vez que o peso do setor pode influenciar todas as outras negociações salariais que venham a ser estabelecidas.

Fonte: BE Internacional

Após manifestação, prefeitura assume compromisso para projeto de moradia do MLB em Belém

Após manifestação, prefeitura de Belém assume compromisso para projeto de moradia do MLBApós ação truculenta da Guarda Municipal na noite de ontem os ocupantes da Ocupação Sá Pereira ficaram mais confiantes da luta e mais dispostos a irem até o fim em defesa pela moradia e por uma sociedade melhor.

Ainda na noite de ontem após ação de despejo as famílias se reuniram em praça pública próximo aos locais onde foi realizado o trabalho de cadastramento de preparação a ocupação e decidiram permanecer em luta realizando na manhã desta segunda um ato público que teve início no local da ocupação que estava cercado por uma tropa da Guarda Municipal e terminou em frente a Prefeitura de Belém onde uma comissão de quatro companheiros foram recebidos pelo Chefe de Gabinete do prefeito, o Sr. Oseas Junior.

Fruto do ato público ficou agendado uma reunião com o secretário de habitação do município, o Sr. Oswaldo Gonzaga, às 3 horas da tarde onde as famílias organizadas pelo MLB alcançaram uma importante conquista. O secretário assumiu compromisso da secretaria em atender o movimento incluindo as famílias num projeto para a construção de 100 casas para as famílias que ocuparam o prédio do INSS.

O MLB fará uma tentativa de se reunir com a secretária nacional de habitação, Inês Magalhães, até o dia 24, data em que haverá nova reunião entre o movimento e a prefeitura. Até esta reunião MLB e prefeitura farão pesquisas de terrenos na cidade para efetivação do projeto para 100 casas populares.

Dia 30 de junho é o prazo final para a prefeitura dar resposta sobre a viabilidade do projeto que será apresentado pelo MLB no dia 24.

Euforia e muita felicidade resumem o estado de espírito de todos que participaram da ocupação Sá Pereira, ao mesmo tempo que exige a todos que fazem parte do MLB perseverança e perspicácia para que o compromisso conquistado junto a prefeitura seja concretizado.

Para Fernanda Lopes, da coordenação do MLB, o movimento espera que a prefeitura cumpra com o compromisso firmado e que puna os responsáveis pela violência praticada pela Guarda Municipal na noite de ontem. “As famílias estão no clima de aumentar ainda mais a influência do MLB nos bairros de Belém e dispostas a lutarem com todas as forças para verem o sonho da casa própria ser realizado” afirmou Fernanda.

Blog oficial da ocupação: Ocupação Sá Pereira

Ex-delegado do DOPS confessa assassinato de militantes de esquerda durante a Ditadura

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Cela do DOPSRealizado sob o pretexto de garantir a democracia e salvar o Brasil do “fantasma do comunismo”, o golpe militar de 1964 impôs a mais ferrenha ditadura aos trabalhadores e ao povo brasileiro. Nesse período, milhares de comunistas e democratas foram presos, entidades estudantis fechadas, universidades invadidas pela polícia, sindicatos sofreram intervenção, parlamentares tiveram seus mandatos cassados, a imprensa foi censurada e greves foram proibidas.

A face mais brutal da Ditadura, entretanto, foi a tortura e o assassinato de seus opositores, homens e mulheres que lutaram bravamente pela liberdade e pelo socialismo em nosso país e que, por isso mesmo, são e sempre serão lembrados como verdadeiros heróis do povo brasileiro.

Essa semana um dos responsáveis por perseguir, prender, torturar e assassinar esses patriotas saiu da escuridão. O livro “Memórias de uma guerra suja”, que será lançado esse fim de semana, reúne uma série de depoimentos dados aos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros pelo ex-delegado do DOPS (Departamento de Operações Políticas e Sociais) do Espírito Santo, Cláudio Antônio Guerra, trazendo à luz revelações importantes e históricas sobre os crimes praticados durante a Ditadura Militar no Brasil.

Guerra, que substituiu o monstro fascista Sérgio Paranhos Fleury à frente do DOPS após sua morte, dá nomes aos envolvidos nesses crimes e afirma ter sido um dos principais encarregados pelo regime de matar adversários da Ditadura entre os anos 70 e 80, tendo participado pessoalmente no assassinato de aproximadamente uma centena de pessoas durante o período, inclusive do próprio Fleury.

No livro, o ex-delegado do DOPS, que (acreditem!!!) se diz arrependido, conta como executou pessoalmente militantes de esquerda como Nestor Veras, então membro do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB), após uma sessão de tortura: “(Veras) tinha sido muito torturado e estava agonizando. Eu lhe dei o tiro de misericórdia, na verdade dois: um no peito e outro na cabeça. Estava preso na Delegacia de Furtos em Belo Horizonte. Após tirá-lo de lá, o levamos para uma mata e demos os tiros. Foi enterrado por nós”.

Guerra diz também que pelo menos dez corpos de militantes assassinados sob tortura foram incinerados no forno da Usina Cambahyba, de propriedade do ex-deputado federal e ex-vice-governador do Rio de Janeiro Heli Ribeiro Gomes, colaborador da Ditadura, em 1973. Segundo o ex-delegado, foram incinerados os corpos de João Batista e Joaquim Pires Cerveira (presos na Argentina pela equipe do delegado Fleury), Ana Rosa Kucinski e Wilson Silva (“a mulher apresentava marcas de mordidas pelo corpo, talvez por ter sido violentada sexualmente, e o jovem não tinha as unhas da mão direita”), David Capistrano (“lhe haviam arrancado a mão direita”), João Massena Mello, José Roman e Luiz Ignácio Maranhão Filho (dirigentes históricos do PCB), Eduardo Collier Filho (militante da Ação Popular Marxista-Leninista) e Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira (ver A Verdade, nº 8).

De acordo com os depoimentos do livro, os comandantes desse tipo de operação eram o coronel do Exército Ênio Pimentel da Silveira, conhecido como “Doutor Ney”, o coronel-aviador Juarez de Deus Gomes da Silva, da Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça, o delegado da Polícia Civil de São Paulo Aparecido Laertes Calandra, o coronel do Exército Freddie Perdigão, do Serviço Nacional de Informações (SNI), o comandante Antônio Vieira, do Cenimar, e o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do Departamento de Operações de Informações do 2º Exército (DOI-Codi) e notório torturador.

Essas e outras revelações feitas pelo ex-delegado Cláudio Guerra apenas reforçam a necessidade de que a Comissão Nacional da Verdade, que está preste a ser nomeada pela presidenta Dilma Rousseff, deve cumprir com a tarefa de lançar uma luz sobre a nossa história, permitindo efetivamente que se conheça o que ocorreu nos vinte e um anos de ditadura, identificar os responsáveis e fazer justiça. Não é justo que enquanto centenas de famílias permanecem sem saber como morreram e que fim levaram os corpos de seus entes queridos, criminosos e torturadores confessos continuem impunes, circulando livremente pelas ruas e pelas instâncias de poder do país, muitos deles sendo tratados, inclusive, como homens honrados. É preciso que a justiça seja feita, os crimes da Ditadura apurados e seus responsáveis devidamente punidos. Está na hora do Brasil abrir essa caixa preta e reescrever sua própria história.

Heron Barroso

Haverá greve nas universidades federais em 2012?

Haverá greve nas universidades federais em 2012?Do ponto de vista dos professores, ainda não é possível responder prontamente esta questão. A última greve geral nas IFES (Instituições Federais de Ensino Superior) foi em 2005 e teve duração de aproximadamente três meses. O segundo semestre letivo de 2005 foi comprometido, formandos daquele período tiveram que adiar colação de grau, e especialmente o acesso ao mercado de trabalho em suas respectivas profissões.

Recapitulando minha experiência pessoal, iniciei as atividades docentes nesse período turbulento, em novembro de 2005, na Universidade Federal de Pernambuco. Com as aulas paralisadas e os docentes de braços cruzados, restou-me, na condição de neófito, observar os debates nas assembleias de docentes, contudo, sem entender claramente o que estava em pauta e que caminho o movimento grevista iria tomar.

Em suma, o calendário acadêmico reiniciou com atraso em 2006 e só voltaria a normalizar em 2008. Em março de 2008 o governo federal assinou acordo com uma parte do movimento docente (a categoria se organiza em duas alas: Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior- ANDES – e PROIFES – Fórum dos Professores das IFES). Esse acordo garantiu reposição inflacionária e um tímido ganho real no contracheque para os anos de 2008, 2009 e 2010.

Já na campanha salarial de 2011, o governo federal selou acordo com o movimento docente no mês de agosto (desta vez, com aval das duas alas do movimento), garantindo reajuste de 4% a partir de março de 2012, incorporação de uma gratificação ao vencimento básico e compromisso de reestruturar as carreiras do magistério superior e ensino básico, técnico e tecnológico.

Diferentemente do acordo firmado em 2008, para cumprir o acordo de 2011 o governo não encaminhou a implementação do reajuste de 4% através de Medida Provisória, mas, enviou um Projeto de Lei ao Congresso Nacional e, portanto, numa perspectiva otimista, o reajuste e a incorporação da gratificação aparecerão nos contracheques dos docentes somente a partir de julho de 2012. Além disso, ainda não houve avanços significativos nas reuniões entre governo federal, ANDES e PROIFES na direção de acordar uma proposta de reestruturação das carreiras dos docentes das IFES.

Em suma, o cenário atual é de incerteza e alerta. Se educação realmente for prioridade para o governo federal, o avanço nas negociações acontecerá. Caso contrário, a categoria docente poderá se insurgir, afinal, em 2011 tivemos 6,7% de inflação e 0% de reajuste salarial.

Aguardamos com ansiedade a reestruturação da carreira dos docentes das IFES e a implementação do reajuste, porque não queremos marchar na direção da greve, pois isso prejudica os alunos, as pesquisas, o calendário acadêmico da universidade e toda sociedade. Todavia, entendemos que greve sempre foi e sempre será um instrumento de luta e defesa dos trabalhadores, portanto, não ficaremos inertes, assistindo passivamente nossos salários em processo de corrosão e nossa categoria sendo desprestigiada pelo governo federal.

Enquanto categoria profissional consciente e politizada, opinamos que está mais do que na hora do governo colocar o discurso em prática, valorizar e reconhecer a importância social dos professores, afinal, como dizia o sociólogo Pierre Bourdieu (1930-2002), o reconhecimento social de qualquer profissional é, sobretudo, mensurado pelo valor registrado no contracheque.

José Luis Simões, Doutor em Educação, vice-presidente da Associação dos Docentes da UFPE (ADUFEPE)

UJR presente no 1º de maio da França

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UJR esteve presente no 1o de maio da FrançaA luta dos povos dos países europeus contra as imposições do Capital se intensifica cada vez mais. Com a precarização cada vez maior da vida dos trabalhadores, que vem sofrendo com os efeitos dos pacotes de austeridade e a especulação financeira, e a proximidade do 2o turno das eleições presidenciais, a manifestação do Dia dos Trabalhadores na França foi especial.

A passeata ocorrida na capital francesa reuniu mais de 300 mil trabalhadores, desempregados, imigrantes, estudantes, sem teto, sem documentos e outros grupos, numa marcha de quase 8 quilômetros pelas ruas de Paris, para protestar contra as medidas neoliberais do governo Sarcozy e manifestar o apoio da Frente de Esquerda ao candidato François Hollande. Além dos graves efeitos dos pacotes de austeridade sobre a população francesa, uma das principais questões tratadas pelos manifestantes é a situação dos emigrantes no país. Os milhares de emigrantes que vivem na França – a maioria deles vindos das colônias de exploração francesa na África – vem sofrendo com a ofensiva do governo fascista do presidente Sarkozy, que busca implantar várias medidas reacionárias contra os estrangeiros e criar um clima de conflito entre eles e os franceses. O presidente tem tentado coloca-los contra os emigrantes, falando de questões como o auxílio que parte dos desempregados recebem (meio salário mínimo francês, quantia insuficiente para viver no país), considerando-os como “parasitas”, como um “câncer” para a França, além da tentativa de criar leis diferentes para franceses e emigrantes.

Há ainda a situação dos emigrantes ilegais, que não possuem documentos, e por isso são ainda mais explorados pelos patrões, por não poderem reivindicar os seus direitos trabalhistas. O Partido Comunista dos Operários da França tem atuado fortemente em defesa dos emigrantes sem documento. Um companheiro do partido, um dos diretores do CGT, o maior sindicato da França, tomando a frente dessa luta, já conseguiu que mais de 10 mil deles fossem legalizados e pudessem lutar por seus direitos. Além das inúmeras medidas racistas e xenófobas, Sarkozy ainda convocou outra passeata no Dia dos Trabalhadores, numa tentativa de combate à luta dos trabalhadores e emigrantes, num discurso totalmente conservador, por uma higienização, uma limpeza étnica do país. Houve ainda uma outra passeata, organizada pela extrema direita francesa, de caráter neonazista, para tentar criticar a luta do povo francês. Os neonazistas buscaram louvar a figura de Joana d’Arc, numa exaltação do nacionalismo e do ódio aos estrangeiros e aos comunistas. Um discurso extremamente reacionário, semelhante às posições do presidente.

UJR esteve presente no 1o de maio da França

O momento de luta coincide com a recente criação pelo Partido Comunista dos Operários da França da UJR – União da Juventude Revolucionária, entidade irmã que já nasce colocando a juventude na luta contra todas as formas de exploração e opressão da população francesa. A manifestação em Paris – a maior manifestação do Dia dos trabalhadores do mundo – contou com milhares de pessoas de diferentes países para defender as bandeiras de vários movimentos de luta pelos direitos de todos os oprimidos, pela derrubada do governo fascista de Sarcozy, e principalmente pela derrocada da Ditadura do Capital e o triunfo dos povos explorados do mundo!

Exploração, precarização, pobreza: abaixo, abaixo, abaixo a austeridade!
De Madrid à Atenas, de Roma à Copenhague: contra a austeridade, todos juntos, todos juntos!

Christian Coelho

1º de maio é dia de luta: entrevista com Magno Francisco (PCR)

Entrevista com Magno Francisco, membro do PCR (Partido Comunista Revolucionário) e presidente do Sindsuper (Sindicato dos Trabalhadores em Supermercados de Alagoas), sobre o protesto realizado no dia 1º de maio em frente ao supermercado GBarbosa, filial do bairro do Stella Maris. A manifestação ocorreu contra a exploração, pelo fato dos trabalhadores terem seus direitos desrespeitados e por estarem trabalhando neste feriado histórico da classe trabalhadora.