A FEUE completou 80 anos e faz parte da história do Equador, enfrentando ditaduras militares, resistindo à repressão e defendendo os interesses dos estudantes. A UJR e o Correnteza estiveram presentes através da companheira Isis Mustafa, secretária-geral da UNE, que representou as delegações internacionais no congresso.
Indígenas, trabalhadores, camponeses, estudantes, mulheres, organizações populares e partidos de esquerda tomam as cidades contra a política de Guillermo Lasso e desafiam seu estado...
O principal desafio das forças revolucionárias nas eleições de fevereiro esteve, portanto, diretamente ligado à necessidade de expressar na luta eleitoral a luta de rua que ocorreu no ano anterior.
Os povos do Equador converteram o voto nulo nessas eleições na bandeira dos indignados, numa expressão de protesto contra a crise econômica, a fome e o desemprego. A luta continua.
Atas de contagem fraudadas, principalmente na região de Guayaquil, retiraram o candidato Yaku Perez e colocaram o banqueiro Guillermo Lasso no segundo turno. Partidários de Rafael Correa e da direita respaldam a fraude eleitoral.
As propostas do plano de governo de Yaku Pérez representam a possibilidade de algo novo para o Equador, impregnado de gente e de sua história. Com Yaku estão as organizações que nunca pararam de lutar contra o neoliberalismo e a favor dos direitos, que têm sido perseguidas e atacadas pela direita e pelo correísmo. Por isso, o candidato indígena e dos setores populares assusta quem, de uma forma ou de outra, sempre governou o país ao longo dos tempos e agora teme o crescimento de uma alternativa verdadeiramente de esquerda e anti-imperialista.
Os esforços da classe dominante – apoiados nas máquinas eleitorais e nos grandes meios de comunicação – não conseguiram levar os dois candidatos dos capitalistas (Arauz e Lasso) para o segundo turno. Mais de 70% dos equatorianos rejeitam o candidato de Rafael Correa e suas armadilhas demagógicas.
Yaku Perez, candidato indígena da coalizão de esquerda, tem chances reais de chegar ao segundo turno nas próximas eleições presidenciais do dia 7 de fevereiro; Equador expressa nas urnas a continuidade do levantamento popular de outubro de 2019.
A soma de pandemia, crise econômica e governos neoliberais de extrema direita coloca um horizonte de mais ataques e exploração aos trabalhadores em toda a América Latina, que já começam a responder com mobilizações nas ruas de várias cidades do continente.